Lily e os marotos estavam arrumando os malões para as voltas às aulas. No dia anterior o Sr. e a Sra. Potter os tinham levado até o Beco Diagonal para comprar os novos materiais para o Quinto Ano, e a ruiva lidava com um misto de entusiasmo e tristeza com o fim das férias e o retorno à Hogwarts.

Parte do sentimento infeliz se devia à enorme sensação familiar que ela tinha alimentado pelos anfitriões, principalmente depois de eles lançarem feitiços de proteção em torno da casa dos pais em Cambridge, à pedido de James.

A despedida foi emocionada, a menina não parava de agradecer ao casal de bruxos pela ajuda com a sua própria família.

– Não foi nada, meu bem... – Respondeu pela milionésima vez a Sra. Potter.

– Volte sempre Querida – Lily recebeu um abraço caloroso do Dono da Casa, enquanto descia com suas bagagens pela escada larga.

A viagem até a Estação King Cross não foi monótona, pois estar num carro com os marotos nunca seria sem graça, concluiu ela após Sirius puxar as roupas íntimas de Pedro alto o bastante para prende-las em sua cabeça. A menina ajudou o amigo azarado que retribuiu Black com um leve soco no braço.

Após se aproximarem do trem, ela avistou Severo, que tentava arrumar seus pertences no compartimento de carga da Maria Fumaça.

– Severo! – Lily gritou e correu na direção do garoto surpreso. Ela estava magoada por não obter respostas de suas cartas, mas isso não a impedia de sentir muitas saudades dele.

– Lily... – Ele a abraçou frouxamente, se desvencilhando do contato com a amiga rápido demais.

– Como foi de férias? Está animado com os N.O.M.s ? Tem novidades? Leu o Profeta Diário esses dias? Porque não respondeu minhas... – Ela o metralhou de perguntas.

– Eu tenho que ir – Severo disse a interrompendo.

– O que? Mas nós nem conversamos! – Ela o chamou, mas o menino já estava longe demais para ouvi-lá.

– Esses garotos são uns ogros, não? – Comentou uma garota que passava ao lado da ruiva. Ela tinha longos cabelos castanhos, e uma pele bronzeada digna de inveja. – A propósito, me chamo Marlene McKinnon, sou do Quarto Ano da Lufa-Lufa.

– Meu nome é Lily Evans, do Quinto Ano da Girfinória – Ela apertou a mão estendida da menina recém apresentada.

– Eu sei quem você é, a aluna preferida do Prof. Slugorn.

– Hm... O-Obrigada – A ruiva corou, lisonjeada.

– Evans! – Gritou James – Vamos entrar no trem! - A garota assentiu para quem a chamava, e convidou a menina com quem conversava para entrar com ela.

– Potter, Remo e Pedro, essa é Marlene... Marlene esses são Potter, Remo e Pedro, estudam comigo na Grifinória... E aquele flertando com as monitoras da Sonserina, é Sirius. – Lily apontou para Black que piscava e sorria para as alunas mais velhas, e ao ouvir seu nome, virou-se para o grupo de colegas, e pregou os olhos na menina morena.

– É um prazer – Respondeu Marlene cerrando os olhos para os marotos, após todos entrarem na locomotiva.

– Eu vou me encontrar com Alice, Julian e Frank, vejo vocês no castelo – A ruiva se despediu, e caminhou com a amiga bronzeada até encontrarem seus companheiros de cabine, que também foram apresentados à nova conhecida.

O caminho foi longo, porém divertido. Lily sentia muitas saudades de Julian, Frank e Alice, e ficava feliz ao ver que enfim ambos tinham se declarado um para o outro e desfilavam agora namorando. Marlene também fora aceita muitíssimo bem pelos amigos da Grifinória, e como a ruiva, a menina Lufana adorava runas antigas.

– Ah, serio? Eu e Frank somos um dos poucos que assistimos as aulas! – Exclamou Evans, acompanhada de um aceno entusiasmado do menino mencionado.

E cada minuto à mais na cabine a garota de cabelos acaju, e a amiga de pele morena descobriam novas coisas em comum.

– Então Lily, como foi o verão com Remo? – perguntou Julian após cessarem uma conversa sobre herbologia.

– Não vai acreditar! Ele me levou para passar as férias na casa do Potter! Junto com todos os marotos! – Contou a menina.

– Com os marotos? Quanta sorte! – Riu a companheira de dormitório.

– Sorte? Já ouvi falar deles lá no salão comunal da Lufa-Lufa... Soube que eles azaram muitos alunos, e alguns deles até pararam na Ala Hospitalar! – Interrompeu Marlene – Dão muito trabalho à Madame Pomfrey, pelo o que dizem...

Lily teve que conter uma risada leve, pois se viu na garota Lufana, pensava da mesma forma, mesmo após passar as férias com eles. E entendeu a razão pela estranha fauta de entusiasmo que a menina tinha dado ao ser apresentada à Potter e Black ainda mais cedo.

Julian resmungou algo sobre os olhos de James e o sorriso de Sirius, que ninguém pôde ouvir direito.

– Lily? Falou com Severo? – Perguntou Alice no fim da viagem, enquanto todos já vestiam as vestes da escola.

– Falei... E não foi uma conversa longa, na verdade ele me dispensou – Adimitiu triste.

– O que?! – A amiga olhou em choque para a ruiva.

– Isso mesmo... Ele não quis conversar comigo, mandei carta para ele nas férias, e nunca recebi resposta... E quando cheguei, e vi que ele estava sozinho tentei me aproximar... Bem, não deu muito certo – Ela recordou-se do momento em que pisou na estação pela passagem da coluna.

– Isso é bem preocupante

– Porque? – Indagou curiosa.

– Você não está sabendo? Toda a turminha do Malfoy está dizendo por aí que são Comensais da Morte... Escutei Belatrix ameaçar um nascido trouxa com esses termos... – A garota sussurrou, visivelmente amedrontada. Belatrix era uma louca assumida, e tinha um parentesco com a família Black, dizem que foi por ela que Régulo começou a andar com o grupinho de Lúcio.

– Comensais da... Morte? – Repetiu Lily, se lembrando da conversa que ouvira em seus últimos dias na casa dos Potter, entre os marotos. James já tinha dito que escutara aquilo também, da boca de Severo.