Batendo nas Portas do Inferno escrita por KAlexander


Capítulo 6
Capítulo 2 - Obsessão Ruim (Parte 2)




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Estacionei meu carro no meio-fio. Eu tinha muito orgulho daquele carro. Um Mustang 67, vermelho, minha cor favorita por motivos bem clichês. Um clássico pelo qual me apaixonara ainda na época em que fora lançado. Porém, infelizmente, naquele momento, eu me senti um tanto quanto idiota por usar uma máquina tão pouco discreta para espionar alguém. Se ainda fosse humano, aquela profissão estaria terminantemente descartada.

Tamborilando os dedos pelo volante, eu focava um dos prédios de classe média alta que pontilhavam a rua tranquila. Era um bairro relativamente pacífico, embora se encontrasse no centro de Los Angeles. Um bom lugar para se morar.

Apaguei os faróis e desliguei o motor antes de ligar o rádio em uma estação de Classic Rock. Aconcheguei minha cabeça nas mãos e me recostei no banco. Eu tinha toda a paciência e toda a noite pela frente, portanto apenas relaxei ao som da boa música enquanto esperava alguma movimentação.

Eu estava interiormente ansioso; inegavelmente ansioso. Vê-lo novamente... Ele não se lembraria de mim, mas não importava. Pelo menos não por hora. Eu queria conhecer aquele humano doce, ingênuo e assustado. Soltei um riso baixo ao me lembrar de sua expressão de espanto ao me ver pela primeira vez. 

Sousuke era meu principal foco enquanto eu estava dentro do carro, esperando tranquilamente, mas, ainda assim, meus pensamentos se voltaram pra alguém completamente diferente. Christian... eu não conseguia compreender toda a sua apreensão. Era como se eu estivesse prestes a me tornar um membro da inquisição e torturar o garoto até a morte. Ele estava... mudado e era realmente difícil dizer o que o havia lhe deixado daquela forma. Na maior parte do tempo ele era aquele garoto irreverente e descuidado que eu conhecera; às vezes um homem maduro e completamente cauteloso, beirando a austeridade, tomava seu lugar. Como aquela estranha personalidade surgira era a verdadeira questão. Mas não pude continuar pensando em Christian e seu princípio de esquizofrenia. Um carro havia parado defronte ao prédio, observei do outro lado da rua, à distância. Minutos depois ele saiu. Minha respiração falhou quando o vi andando até o carro. Aquele humano pulsante e ruborizado, luminoso para meus olhos de vampiro, esbanjando vida no invejável frescor de sua juventude. Havia um sorriso radiante em seus lábios, uma felicidade pura que me atingia fisicamente.

Eu ainda não havia visto aquele sorriso e meu coração vibrou ao absorver aquela imagem inacreditavelmente casta, como se pequenas descargas elétricas estivessem percorrendo minhas veias, restituindo a vida e o calor ao sangue frígido que elas abrigavam.

E então desapareceu de vista ao entrar no carro, que deu a partida e seguiu até o final do quarteirão antes de virar a esquina. Aquilo acordou meu cérebro inervado. O que diabos eu ainda estava fazendo ali?! Pensei abismado. Liguei o carro meio segundo depois e acelerei em direção ao meu foco. Me mantive a distância, o suficiente para que eu não fosse muito mais do que um ponto longínquo e inofensivo. Pouco tempo depois o carro foi estacionado na rua, próximo à um bar e, enquanto passava pela mesma inocentemente, observei Sousuke e mais três rapazes saírem do automóvel e entrarem no bar com estrema naturalidade; eles o frequentavam comumente, concluí. Um detalhe a se anotar mentalmente.

Deixei meu carro há uma rua de distância e caminhei até o bar, as mãos nos bolsos, um chapéu cobrindo um dos olhos. A própria imagem da descontração. O céu fora decorado com nuvens arroxeadas, encobrindo qualquer vestígio de luz que as estrelas pudessem oferecer, notei ao erguer meus olhos para o alto enquanto andava em direção ao estabelecimento. Eu não gostava de noites como aquela, em que a natureza se mostrava tão sombria. Era como se o universo estivesse conspirando contra mim, me privando da única fonte de luz natural da qual eu ainda podia usufruir sem ser imediatamente fulminado. O sol era dos mortais. A lua era nossa. Exclusivamente nossa.

Sim, somos assumidamente egoístas.

A prata refulgente de sua superfície longínqua nos pertencia e nos acolhia noite após noite, sendo nosso único refugio através da jornada abençoada que o sangue negro nos impõe. Uma guardiã impassível, silenciosa, presenciando nossos crimes com seus olhos invisíveis sem jamais delatá-los.  Nos lhe éramos gratos, gratos por ser tão insensível quanto nós, para sempre seus súditos, seus filhos prodigiosos.

Com um último olhar triste para o céu escuro abri a porta e entrei no bar barulhento. O cheiro acre da fumaça de cigarro que impregnava o ar me deu as boas-vindas, juntamente com o cheiro de suor e de sangue humanos. Ambos extremamente intensos naquele ambiente fechado e mal arejado. Meus sentidos foram imediatamente afetados, tornando-se alertas como os de um caçador prestes a atacar. Eu era um lobo caminhando por entre um bando de ovelhas desavisadas e parcialmente bêbadas.

Autocontrole, Cloud, autocontrole, eu repetia mentalmente. Percebi que ainda estava inerte próximo a porta de vidro e dois ou três desconhecidos me observavam com expressões desconfiadas. Não, eles não sabiam quem eu era, mas haviam deduzido que aquele sujeito moreno e altivo, mas que estava estupidamente imóvel sem olhar para nada em específico, era um novato naquele bar. Se eles soubessem que eram o real motivo daquele olhar perdido e excitado, felizmente coberto pela aba do chapéu, provavelmente não estariam me encarando de maneira tão insolente. Creio que insolência seria a última coisa que eu encontraria em seus olhos. Medo, aversão, pavor... Estes sim seriam sentimentos mais oportunos. Em meus braços aqueles homens arrogantes de ego inchado não passavam de garotinhas assustadas. E como eu adorava assistir aquela transformação derradeira de personalidade que podia causar apenas com um olhar...

Um sorriso maligno se formou em meus lábios com aquele pensamento e vi aqueles mesmos homens que me encaravam arregalarem um pouco os olhos antes de desviarem sua atenção para alguma outra coisa qualquer, como entornar o resto da bebida em seus copos ou se afastar de mim quando voltei a andar com passos lentos até uma mesa mais afastada. Me acomodei e olhei ao redor, reconhecendo o ambiente. Iluminação indireta, uma mesa de bilhar num canto, cercada por rapazes. As garçonetes atrás do balcão se apressavam em servir drinks e levar os pedidos aos clientes barulhentos nas mesas. Não era exatamente um bar. Uma lanchonete era um termo mais apropriado. Uma lanchonete para adultos.

A música preenchia o espaço juntamente com as conversas continuas. Tentando ouvir meus próprios pensamentos com o barulho intermitente que enchia meus ouvidos sensíveis demais a qualquer tipo de som, por mais desprezível que pudesse ser, vasculhei o local de um canto ao outro à procura dele. O motivo que me levara àquele lugar tão incomum para alguém como eu.

Não o encontrei a princípio e, inquieto com esta busca mal fadada, tentei captar o som de sua voz mesmo com o vozerio infernal daqueles humanos agitados. Fechei os olhos e, naquela escuridão momentânea, procurei me concentrar em cada som, distinguindo-os uns dos outros. Não sou paga para aturar este tipo de gente... você está me roubando, seu canalha... mais cerveja, querida... ora, Sousuke, não seja tão chato...

– Olá.

A voz aguda e um tanto irritada me desconcentrou justamente quando ouvi alguém pronunciando seu nome. Abri os olhos momentaneamente surpreso quando encontrei a figura de uma garçonete parada à minha frente. Parecia entediada, seus olhos vagos enquanto mascava um chiclete.

– O que vai querer? – Perguntou maquinalmente, a voz indiferente. Então, por algum motivo que não me interessava, olhou com atenção para mim pela primeira vez. Talvez por eu ainda não ter pronunciado uma palavra sequer. Bem, aquela reação foi divertida. Seus olhos, antes repletos de enfado, se acenderam com um súbito brilho de interesse ao focar meu rosto. E, assim como Christian há pouco mais de uma hora atrás, ela me mediu de cima a baixo, porém, ela parecia duplamente mais interessada do que meu jovem pupilo. Não pude conter um sorriso de puro divertimento. Sim, às vezes as jovens do século XXI simplesmente me parecem tão... burras.

Scotch, por favor, querida. – Pedi com um sorriso que a fez quase correr para apanhar a bebida, o que me fez rir baixinho enquanto revirava os olhos.

Aquela pequena cena me fizera perder o rastro de Sousuke, e eu estava começando a sentir a irritação em algum ponto dentro de meu cérebro. Mas ela logo foi substituída por um alívio intenso quando vi sua forma pequena e singular se espremer por entre alguns brutamontes que bloqueavam seu caminho e de outro jovem, aquele que, supus, dissera seu nome há alguns minutos. Eles estavam saindo do banheiro e se encaminharam até uma mesa próxima ao balcão.

Havia dois outros rapazes e três moças, todos sentados à espera deles. Uma delas, morena de cabelos longos, sorriu para Sousuke quando o viu e abriu espaço para que ele se sentasse ao seu lado. Fiquei a observá-los continuamente até o momento em que a garçonete regressou com meu pedido. Pousou o copo na mesa e sorriu ao perguntar:

– Mais alguma coisa?

Aquele interesse provavelmente me traria alguma dor de cabeça, portanto, antes que isto acontecesse, resolvi acabar de uma vez com aquela pequena chateação.

– Não, querida – disse, antes de segurá-la pela mão delicadamente e trazê-la para perto de mim. Uma mão muito quente e macia, extremamente convidativa...

Controlando o extinto que se fazia presente mais uma vez, fiz com que se inclinasse até que nossos olhares estivessem à mesma altura, antes de focalizar intimamente seus olhos confusos e sussurrar: - Não me incomode mais esta noite e não se aproxime nunca mais de qualquer homem ou mulher minimamente semelhante a mim, está bem?

Ouvi seu coração falhar antes de voltar a bater regularmente. Ela piscou, entreabriu os lábios e fechou-os novamente, antes que sua resposta, extremamente baixa, viesse:

– Está bem.

Assenti e soltei sua mão. Ela se ergueu um segundo mais tarde, me deu as costas e se afastou. Pelo resto da noite a pobre garçonete nem ao menos se aproximou de minha mesa e, se o que eu acabara de fazer fora forte o suficiente, ela não seria uma presa fácil de qualquer imortal que por acaso cruzasse o seu caminho. Eu provavelmente fora o primeiro e, se sua sorte lhe fosse favorável, seria também o último.

Passado aquele incidente quase insignificante, voltei minha atenção para o que, de fato, me dizia respeito. A vida particular de Sousuke.

Por quase duas horas eu fiquei sentado naquela mesma mesa, observando aquele pequeno grupo de jovens bem-humorados e risonhos. Eu captava olhares que ninguém mais percebia, e ouvia as conversas sussurradas que eles procuravam manter afastadas dos outros membros. De qualquer modo, a primeira coisa que percebi foi que apenas dois dos rapazes eram amigos de Sousuke. O outro, o loiro, era um típico humano dissimulado. Sousuke, obviamente, não percebia isto.

As mulheres haviam sido convidadas pelo rapaz moreno que acompanhara Sousuke até o banheiro. Quando o havia feito tentara convencê-lo a sair com a garota morena que, de longe, se interessara por Sousuke. Durante toda a noite ela tentara chamar sua atenção à maneira feminina. Deslizava os dedos pelos cabelos longos, cruzava e descruzava as pernas, o tocava sempre casualmente, além de prestar uma atenção quase tão mórbida quanto a minha a cada pequeno gesto e palavra sem importância que Sousuke pronunciava. Eu ri alto quando vi a sombra do constrangimento em seu rosto levemente infantil. Ele era reservado e educado ao extremo para dizer que ela estava sendo inconveniente.

Bem, ela não era a única interessada. A outra jovem, sentada na ponta da mesa, raramente desviava seus olhos, cinzentos e levemente fascinados, de um Sousuke completamente alheio à situação. Estava nítido – ao menos para mim – que esta atitude incomodava profundamente o loiro, que, sem sucesso aparente, ainda tentava despertar o interesse da senhorita.

Ah, eu estava me divertindo imensamente! Eu sempre amara os mortais, entretanto pensar que eles podiam ser tão inteiramente interessantes em seu próprio ambiente, com outros de sua espécie, era algo novo para mim, criatura insensível que era.

Ainda assim, minha prioridade durante aquelas horas nunca deixou de ser Sousuke. Porém, infelizmente, ele não era como a maior parte dos humanos naquele lugar. Escandalosos, facilmente influenciáveis e simples de se compreender, apenas para citar alguns dos adjetivos. Sousuke era... silencioso, sereno e extremamente polido. Ele tratava a todos com uma cortesia e uma gentileza incomuns e um sorriso brando jamais abandonava seu rosto. E, o que passou a me incomodar ao longo do tempo em que o observei, foi exatamente isto. Eu não podia saber se aquela expressão afável era algo real ou somente uma máscara para manter uma distância real entre si e aqueles que o cercavam. Seus sentimentos e suas vontades não estavam visíveis em seu rosto como em todos os outros ali. Seus pensamentos eram um mistério para mim; ele era um livro fechado e momentaneamente fora de alcance para minhas mãos ávidas e meus olhos sedentos. Um livro raro que eu pretendia desvendar em breve.

Cloud, você é mesmo um monstro, seu bastardo, pensei com um sorriso resignado enquanto o grupo finalmente estava se preparando para ir embora. Antes que algum deles pudesse ao menos se levantar, eu já estava abrindo a porta, deixando para trás minha bebida intacta e uma nota sobre a mesa. Contente por estar fora daquele ambiente abafado e ensurdecedor, caminhei até meu carro com passos largos, à uma rua de distância, e esperei com o motor ligado. Minutos depois eles saíram. Contudo, notei que Sousuke estava de mãos dadas com a garota morena, que agora exibia um sorriso enorme ao seu lado. Esperei que ele entrasse no carro junto com os outros rapazes, mas ele apenas se despediu e assoviou para um táxi que passava. Entrou nele junto com a garota.

Saí do meio-fio e acelerei em direção ao veículo. Enquanto seguia em seu encalço levantei uma pequena hipótese sobre o lugar para onde o táxi os levaria. Apenas para descartá-la logo em seguida. Não, disse mentalmente, ele não era este tipo de homem. Não aparentava ser o tipo de humano que se envolveria tão rapidamente com alguém. Entretanto, quando o veículo virou mais algumas ruas e parou defronte aquele estabelecimento de letreiro luminoso e chamativo, percebi que talvez eu não estivesse tão correto sobre o tipo de humano que Sousuke era.

Quando ele e a garota saíram do táxi e entraram no motel, apenas dei meia volta e continuei dirigindo, agora com um destino certo. Minha casa. Naturalmente eu não necessitava de muita imaginação para saber o quê Sousuke e a jovem fariam nas próximas horas, portanto achei melhor terminar minha pequena investigação por aquela noite.

Enquanto dirigia, Guns n’ Roses tocando Since I Don’t Have You na rádio, o vento penetrando pela janela aberta e esvoaçando meu cabelo cumprido, agora livre do chapéu, eu ria como um tolo.  Aquele garoto possuía apenas um rosto inocente. Inocente o suficiente para despertar a minha atenção e meu interesse. Deus... Eu estava perdendo o que restava de meu juízo que, diferentemente de meu corpo, não era nem minimamente imortal.

Yeah, we’re fucked”* cantei juntamente com a música. Sim, tinha certeza de que eu estava. Humanos eram apenas uma linda e atraente fonte de problemas da qual vampiros jamais conseguem manter uma distância que podemos considerar segura por muito tempo. E, por sermos tão suscetíveis ao seu encanto natural, há sempre novos imortais povoando nosso submundo. Eles jamais deixam de ser terrivelmente fascinantes para nossas personalidades desesperadamente insaciáveis por amor e conhecimento. E, nestas mesmas criaturas frágeis e enigmáticas, encontramos nossa fonte inesgotável de vida, tanto carnal como mental. Nós necessitamos de seu sangue, sim, porém, mais do que isso, necessitamos de suas almas, nos preenchendo com sua beleza jubilosa e infinita.

Eu os amava. Era uma verdade simples de se aceitar. Eu amava aqueles humanos imperfeitos, mas igualmente perfeitos e completos em sua imperfeição.

Quando enfim cheguei em casa a meia-noite se aproximava. Guardei o carro na garagem e entrei. Não precisei chamar por Christian para saber que ele não se encontrava ali. Sua moto, uma Harley Davidson dourada, não estava na garagem, portanto eu tive certeza de que ele demoraria a regressar. Assim como eu o fizera.

Sem disposição para caçar ou qualquer outra atividade que envolvesse minha saída de casa, apanhei um livro que eu comprara havia algum tempo, mas permanecera intocado numa estante da sala. Distraído, subi as escadas e segui pelo corredor iluminado até meu quarto. Abri a porta e acendi uma das luminárias que se encontrava sobre uma mesinha num canto. Assim que o fiz uma voz meiga e musical me recebeu docemente, vinda de todas as direções. Infelizmente, era uma voz conhecida.

 – Olá, Cloud. – Disse ela. Eu podia sentir o sorriso que acompanhava aquelas palavras. Fechei os olhos por um momento e respirei fundo. Foi um erro, percebi um segundo mais tarde. Senti seu corpo se postar atrás do meu, gélido, mas ainda assim delicado, causando sensações que eu odiava poder sentir com o seu contato e sua mera presença. Suas mãos hábeis deslizaram por minha cintura e seu corpo se colou ao meu, diminuindo o espaço entre nós, tornando-o nulo, inexistente. Um arrepio percorreu minha coluna quando senti seus lábios macios e pequenos tocando minha nuca com suavidade e, ao mesmo tempo, determinação. Seus dedos pressionaram levemente meu ventre; ela prendeu a respiração momentaneamente antes de soltar o ar em minha pele propositalmente. Os pelos de meu corpo se eriçaram com seu gesto, uma tensão inconsciente se apoderando de toda a sua extensão. Um pequeno riso de ninfa; um riso travesso, infantil como o de uma criança que aprontou alguma travessura. Irresistível e delicioso.

– Eu estava com saudades – sussurrou em minha pele sensível, sua voz manhosa e inconcebivelmente sensual tinha o óbvio intuito de desvirtuar meus sentidos já abalados. – Mas parece que você não se importa comigo. Já está procurando uma nova companhia, não é mesmo... Aquele garoto humano.

Ela suspirou tristemente e, lentamente, se afastou. Eu me virei e, com um sorriso relutante, me obriguei a fitar aqueles olhos cor-de-mel. Aqueles olhos grandes, amendoados e sagazes retribuíram meu olhar com intensidade. Ela não havia mudado. A mesma personalidade teimosa e destemida habitava aquele espírito sedutor. Ah, era como se todos os problemas estivessem se amontoando de uma vez sobre mim, refleti cansado. E todos os problemas eram incrivelmente convidativos... Ela era um exemplo. Aquela que me acompanhara por anos a fio... 

Com um tom baixo e um tanto quanto fatigado, suspirei ao dizer:

– Boa-noite, Sophia.


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Notas finais do capítulo

Bem, chegamos ao final de mais um capítulo. Sinceramente espero que a fic esteja agradando e atingindo as expectativas de quem está lendo.
Estou a disposição para retirar dúvidas e receber sugestões. Portanto deixe seu comentário, ok? =]





*Yeah, we're fucked: "Sim, nós estamos fudidos".



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