Quando o Sol se Pôr... escrita por Anny Andrade


Capítulo 6
Capítulo 6: Será?




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Rony realmente roncava no quarto de Hermione. Ela tinha feito o favor de tirar os tênis dele, não deixaria o garoto sujar sua cama, ela também colocou um cobertor sobre ele. Agora o ruivo estava abraçando Linguado o peixinho de pelúcia de Hermione, provavelmente ele demoraria muitas horas para poder acordar.

            Hermione estava em pé com os cabelos em um coque. Ela estava fazendo café. A mesa já estava com vários sanduíches, os sanduíches que ela fez para Rony, mas ao invés de comer ele dormiu.

            - Eba! Sanduíches! – Luna exclamou.

            - Sirva-se! – Hermione falou sorrindo, pelo menos os sanduíches não estragariam.

            - Como fez tudo isso tão rápido? – Gina interrogou enquanto olhava os sanduíches.

            - Fiz de madrugada. – Hermione falou.

            - E isso tem haver com o Rony dormindo em seu quarto? – Gina indagou.

            - É. Tem. – Hermione respondeu.

            - Afinal o que aconteceu? – Gina perguntou curiosa.

            - Que sanduíche bom... O melhor! – Luna falou com a boca cheia.

            - Obrigada! – Mione sorriu pensando que seria mais legal se fosse Rony dizendo aquilo.

            - Luna não atrapalhe. O que ouve? – Gina exclamou.

            - Muitas coisas! – Hermione disse colocando o café sobre a mesa e se sentando.

            - Que tipo de coisas Hermione Granger? – Gina perguntou com um sorriso sacana.

            - Nenhuma dessas coisas que sua mente poluída está pensando. – Hermione respondeu.

            - Ah... – Gina falou triste.

            - O que aconteceu afinal? – Luna falou voltando a participar da conversa.

            - Eu estava dormindo e o celular tocou. Era umas 3h da manhã. O numero do seu irmão, mas não era ele falando. – Hermione falou olhando para Gina.

            - Ele foi assaltado? – Luna perguntou e Gina olhou meio desesperada para Mione.

            - Não! Era o garçom de um bar. Rony estava muito bêbado e mal conseguia se levantar, eles não deixariam ele ir embora, ainda mais estando de moto. – Hermione explicou.

            - Mas por que ligaram para você? Normalmente chamam pessoas da família. – Gina falou pensativa.

            - O garçom achou que eu era a namorada de Rony... Aparentemente ele falou meu nome à noite inteira. – Hermione falou corando e se escondendo atrás da xícara de café.

            - Sério? Que fofo! – Gina falou com os olhos brilhantes.

            - Eu o trouxe pra cá, ajudei a lavar o rosto e quando levei os sanduíches ele já havia pegado no sono. – Hermione continuou explicando.    

            - Quantas coisas... Mas por que ele bebeu? – Luna perguntou.

            - Não sei... Não consegui conversar com ele. – Hermione falou pensativa, na realidade se lembrava do sonho.

            - Odeio quando ele bebe... Sempre foge dos problemas assim. Bom, desde que completou 15 anos. – Gina falou triste.

            - Acho que ele precisa conhecer outras maneiras de fugir. – Mione pensou que precisava sugerir idéias para ele, faria isso assim que o ruivo acordasse.

            - Como consegue sempre salvar todos? – Luna sorriu. – Hermione é nossa “anja da guarda”. – Ela riu, fazendo Gina e Mione rirem também.

            - Falou com ele sobre o beijo? – Gina perguntou;

            - Não... Acho melhor esquecer isso. – Hermione disse magoada. – Posso usar seu quarto para me trocar e tomar um banho no seu banheiro?

            - Claro. – Gina respondeu observando Mione desaparecer de vista. – Luna... Precisamos fazer alguma coisa!

            - O que? – Luna não entendeu.

            - Alguma coisa para juntar Mione e Rony. Vou pensar em um plano. – Gina falou séria, isso não era um bom sinal. Ou talvez nessa situação fosse.

            - Gina posso te contar uma coisa?

            - Claro Luna! – Gina sorriu.

            - Melhor esperar a Mione. – Luna disse distraída.

            - Para precisar da Mione é algo grave! – Gina exclamou.

            - Um pouco. – Luna falou e por um momento pensou. – Ou não...

            - Como que consegui arrumar duas amigas estranhas? – Gina resmungou. Luna não a escutava estava distraída.

            Hermione sentia a água quente caindo sobre sua pele, seu cabelo, parecia que fazia ele se sentir melhor, o corpo dela pelo menos, já que a mente trabalhava a mil por hora.

            - Um sonho... Parecia tão real, quase senti o gosto do beijo, o calor do abraço e o perfume do cabelo... Eu só posso está louca. Tão perfeito como foi só poderia ser um sonho. Um sonho bobo de uma menina boba. No caso a menina sou EU. – Hermione conversava sozinha. – O que eu faço? O que eu faço? – Ela suspirou. – Esquece ele Hermione, como alguém como ele iria olhar para você? Ou querer te beijar? Só em um sonho mesmo. – Hermione falou irritada. Desligou o chuveiro e terminou o papo que levava consigo mesma. -  ARGH.

            Draco estava na cozinha, ele passou o tempo todo pensando em Luna. Que ela estava certa quando falou que ele sempre fazia joguinho e conquistava as meninas e sempre conseguia o que queria. E logo depois jogava fora.

            Mas Luna estava errada quando disse que também seria um jogo. Ela não era um jogo. Com ela realmente era amor. Depois de tantos anos juntos como amigos, tantas festas, trabalhos e passeios escolares. Ele a viu se transformando da esquisita hippiponga, em uma mulher linda, inteligente, ainda esquisita, mas era exatamente o que o envolvia. Como pode demorar tanto para perceber que Luna não era apenas uma amiga, mas que ela sempre fora a menina dos seus sonhos.

            Aquela que não olha para o carro, o corpo, os pais ou para o dinheiro dele. Mas aquela que olhava sua alma. Draco pensava em como conseguiria mostrar para ela quem ele realmente era. E um conquistador barato estava longe do que pretendia mostrar.

            - Draco? – Harry falava com ele a alguns minutos. – Malfoy? – Nada do loiro responder. – BICHA LOIRA! Pare de sonhar com o Brad Pitt e responde o que eu perguntei! – Harry gritou.

            - Harry? Por que está parecendo a Gina e fazendo todo esse escândalo? – Draco perguntou monotonamente.

            - Não estou parecendo a Gina. Você que está ai com cara de boboca e olhando para o nada. – Harry respondeu.

            - É que o dia está realmente bonito.

            - Ai Jesus! Draco não me assuste. Se for assumir que e uma bichona louca, deixa eu me preparar para não sofrer um choque...

            - Harry! CALA A BOCA, seu verme! Eu vou assumir que preciso conquistar a Luna, mas isso é impossível. – Draco falou irritado. – Por que está me perturbando afinal?

            - Quase esqueci... Rony sumiu! – Harry falou voltando a ficar preocupado.

            - Como assim? Como sumiu?

            - Ele não está aqui... E aquele cubículo que ele chama de quarto está arrumado. – Harry respondeu.

            - Potter... Potter... Potter... O cenoura deve ter dormido com alguma garota e perdeu a hora... Acho que entende o que quero dizer né? – Draco sorriu maliciosamente.

            - Por que eu ainda falo com você? Melhor ir falar com a Gina, quem sabe ela saiba onde o irmão dela está. – Harry respondeu irritado. – Draco nós estamos falando de Ronald Weasley. Ele demorou 18 anos para beijar, acha que ele conseguiria avançar tão rápido assim?

            - Porra! Ele pode ter sofrido realmente um acidente... – Draco falou sério, ele realmente se tocou e ficou preocupado. – Melhor irmos falar com a Gina mesmo.

            Hermione estava sentada novamente no sofá. Usava a camiseta do Nirvana, um bermudão surrado e um all star roxo. Os cabelos presos em uma trança embutida. Ela lia o mesmo livro da noite, pelo simples motivo de não se lembrar de nada que leio durante a madrugada. Ela ouviu Harry entrando no apartamento sem bater.

            - GINA! – Harry gritou exaltado.

            - Oi Harry. Tudo bem? – Mione falou enquanto Gina e Luna vinham correndo do quarto. – Draco. Como vai? Alguém ensinou a vocês que é educado bater na porta dos vizinhos e não entrar gritando?

            - Mione... Estamos com problemas, essas formalidades podem esperar. – Harry respondeu estressado.

            - O que houve e por que está me gritando assim? – Gina falou aborrecida, um lado do cabelo estava preso de maneira estranha e o outro liso e perfeito, a ruiva segurava uma chapinha sem fio na mão direita.

            - Gina... Seu irmão sumiu. – Draco falou, ele parecia preocupado. E ficou com cara de interrogação quando as três meninas começaram a rir.

            - Falamos que o Rony sumiu e vocês dão risadas? Quanta consideração. – Harry falou indignado.

            - Vocês realmente são dramáticos. – Hermione falou se recuperando da risada que a deixará sem ar.

            - Parecem a Gina quando não encontra aquele CD dela que tem aquelas músicas estranhas do tipo “ Eu... Mudei por você, mas não quis sofrer... “ – Luna falou e depois cantou tentando imitar a banda original.

            - Ei! Eu estou aqui... E eu amo aquele CD. Suas invejosas. Raam. - Gina falou indignada.  

            - Podemos voltar para o foco? Como podemos achar o ruivo? O celular dele está desligado.  – Harry falava meio desesperado.

            - Eu sei... Eu desliguei. – Hermione tinha tom calmo, e ainda lia o livro.

            - Como assim? – Harry indagou meio perdido.

            - Eu disse que ele estava com uma menina. – Draco exclamou sentando no sofá e parecendo bem calmo depois da noticia de Hermione.

            - Na verdade ele não estava comigo. – Hermione falou evitando o olhar de “não acredito nisso” de Harry. – Ele estava em um bar, e o garçom ligou e eu tive que ir buscá-lo. – Hermione estava se cansando de contar a mesma história.

            - O que? – Harry perguntou.

            Gina revirou os olhos e voltou para o quarto, ela pensava em como os meninos faziam escândalos por bobagens. Luna correu para cozinha, ela queria tomar água e ao mesmo tempo aproveitou para fugir e se esconder de Draco. Mione contou toda a história novamente, sofrendo o mesmo tipo de perguntas e pensando que no sonho as coisas tinham sido bem melhores quando comparadas com a vida real. Rony continuava dormindo, provavelmente dormiria a manhã inteira, senão o dia inteiro. E por ele continuar dormindo no quarto de Hermione ela se mantinha longe do seu maior refugio.

             Já passava das 13h e nada de Ronald acordar.

            Harry e Draco preferiram ficar no apartamento das garotas, afinal não tinham nada para fazer no deles e ali era mais divertido. E depois de uma longa discussão sobre comidas que poderiam ser feitas para o almoço foi Hermione quem resolveu o que seria feito.

            Fariam uma lasanha, Mione amava massas, e tinham tudo que precisariam era um número razoável de pessoas. Seis no total. O problema foi que tentar fazer alguma coisa com Gina e Harry brincando e Luna e Draco brigando não é nada fácil. Nada fácil mesmo.

            Hermione expulsou Gina e Harry da cozinha depois de brigar com ele por estarem brincando com a massa crua da lasanha. Parecia que ela teria um ataque cardíaco a qualquer momento.

            - Duas crianças! Isso que vocês são! – Mione estourou não agüentando mais. – Saiam daqui... Ou eu vou jogar o molho em vocês. Façam qualquer outra coisa, joguem vídeo game... Mas... FORA! – Ela gritou.

            - Credo Mione... Tá parecendo a Dona Molly! – Gina falou rindo da amiga.

            - E agora entendo como ela deve ter sofrido para criar sete filhos... E pelo que eu conheço de você e do Rony, filhos briguentos e irritantes. – Mione disse séria. Gina mostrou a língua para ela como forma de protesto.

            Harry e Gina realmente foram jogar vídeo game. Hermione convenceu Draco a ir buscar a moto de Rony, não poderiam deixar a moto eternamente no bar. O loiro tentava convencer Luna a ir com ele, e ela insistia em dizer que estava ajudando Mione. Uma mentira deslava na opinião da morena, porque Luna apenas estava lavando os tomates e isso ela poderia fazer sozinha. Depois de quase meia hora escutando os pedidos de Draco e as negações de Luna, Mione estourou mais uma vez. Ela colocou ambos para fora não da cozinha, mas sim do apartamento. Mandando-os voltarem apenas depois de uma hora, que seria quando a comida ficaria pronta.

            - O que faremos por 1h? – Luna perguntou tentando entrar no lugar.

            - Sei lá... Se beijem ou Se matem... Mas eu quero fazer o almoço em paz... Então o problema é de vocês... Daqui 1h quero ver os dois aqui... – Hermione falou. – Inteiros... – Ela fechou a porta na cara dos dois.

            - Prefiro os beijos. – Draco exclamou sorrindo e se aproximando.

            - Prefiro a morte! – Luna falou irritada se afastando.

            - Beijo tão mal assim? – Draco parecia triste.

            - Draco... Não quero mais falar sobre isso. – Luna falou olhando para o loiro. – Vamos esquecer que aquilo aconteceu.

            - Como? Eu tento esquecer... Mas é impossível. – Draco sorriu. – Você já esqueceu?

            - Já! – Luna respondeu rápido e confiante, mesmo sendo uma grande mentira.

            - Sério? – Draco se aproximou por trás da loira. – Quer que eu ajude a relembrar? E olha que foi bem aqui. E foi tão intenso... – Draco a virou para ele. Mirou os olhos azuis dela, sorriu.

            - Draco... Fique no mínimo a um metro de distancia de mim. – Luna falou se afastando do loiro e descendo as escadas.

            - Não acredito que não acreditou em nada que eu te disse ontem e no dia do nosso primeiro beijo. – Draco falou sério a seguindo pela escada.

            - Você deve ter dito as mesmas coisas umas mil vezes, para umas mil meninas. Já que esse foi o número mínimo de garotas com quem já saiu. Quer mesmo que eu acredite? – Luna falou séria também, mesmo que o coração dela pedisse: “Acredite”, o cérebro dizia: “Largue esse safado falando sozinho”.

            - Como pode dizer isso? Nunca falei nada disso para ninguém!

            - Draco... Eu ouvi você dizendo “Te Amo” para a Bell, só para ela ficar com você. Você é capaz de qualquer coisa e de tudo para ficar com uma menina. E eu não quero participar disso. Não quero ser um troféu na sua instante... Isso não combina comigo. – Luna continuou andando e deixou Draco para trás. Ele simplesmente não conseguia falar mais nada.

            E mais uma vez Luna estava certa, ele realmente tinha feito aquilo. Ele queria muito mais que um beijo de Bell. E ele conseguiu tudo o que quis depois de afirmar que a amava. Mas aquilo era passado, Draco havia mudado. Ele jamais faria a mesma coisa com Luna, porque ele gostava de Luna como jamais havia gostado de alguém, nem mesmo dele.

            O loiro voltou a andar enquanto sua mente trabalhava rápido, mas não chegava à conclusão nenhuma. Ele havia alcançado Luna.

            - Como vou conseguir mostrar para ele que eu gosto dela? – Draco resmungou a poucos metros de Luna. – Droga! – Ele falou alto.

            - O que foi? – Luna perguntou parecendo preocupada.

            - Eu gosto de uma menina linda, loira, especial... Mas ela me odeia. – Draco falou fazendo charminho.

            - E eu ainda me preocupo com você. – Luna continuou andando, mas agora sem ligar para os resmungos de Draco.

            Harry e Gina faziam um barulho insuportável na sala. Porque eles simplesmente resolveram cantar no karaokê. E simplesmente esqueceram que existiam vizinhos ou um ruivo com resseca dormindo no quarto ao lado.

            Rony escutava ao longe uma musica bem ruim. Uma dor de cabeça o fazia não querer abrir os olhos, mas mesmo com eles fechados o ruivo sentia que o quarto estava todo iluminado. Sabia que passará do meio dia. Faltava animo ou disposição para fazer qualquer coisa, mas era preciso, ele não poderia passar o dia todo dormindo, mesmo sendo aquela sua vontade.

            Ele não conseguia se lembrar como poderia está no seu quarto. A última lembrança real que tinha era dele pegando a moto depois de ver Hermione com um provável  namorado. Depois apenas cenas cortadas em sua mente que se misturavam bebida, Mione, água, celular e Mione novamente. Finalmente ele abriu os olhos e gritou.  

            - AHHHHHHHHHH! Que PORRA é essa? – O peixinho de Mione estava a menos de um centímetro do rosto de Rony, o cobertor roxo com flores sobre ele. – Onde eu estou? Como vim parar aqui? Fui Seqüestrado! – Rony levantou tropeçando pelo quarto. – Pelo menos estou vestido, então não fui molestado.

            - Que escândalo é esse? – Harry falou entrando no quarto de Hermione.

            - Harry! – Rony abraçou o amigo. – Você também foi seqüestrado? Como vamos sair daqui? – Rony falou desesperado. – Eles usam peixes de pelúcia como torturadores.

            - Cara! Você ainda está bêbado né? – Harry disse olhando estranho para Rony.

            - Não! Olha! Que peixe mais assustador! – Rony pegou o peixinho da cama e enfiou no rosto de Harry.

            - Olha... O Linguado! – Harry falou olhando o peixinho e o pegando. Fez um gesto como se o bicho estivesse nadando.

            - Linguado?

            - Nunca assistiu a pequena sereia?

            - Não!

            - Toda criança conhece a pequena sereia. – Harry falou olhando estranho para Rony  novamente.

            - Fui uma criança diferente. Oras! – Rony respondeu indignado.

            - Uma criança estranha isso sim. – Harry falou e pensou. – Um adulto estranho também! – Ele falou observando a situação do ruivo.

            - Estranho? Estou em um quarto estranho, e sendo atacado por um peixe. – Rony começou a argumentar.

            - Um peixe de pelúcia. – Harry disse enquanto chacoalhava o bichinho na frente de Rony.

            - O que estão fazendo com o Linguado? – Hermione falou olhando de Rony para Harry e arrancando o peixe da mão do moreno.

            - Mione! – Rony a abraçou. – Você também foi seqüestrada?

            - O que? – Hermione falou confusa. E corada pelo abraço inesperado de Rony.

            - O retardado acha que foi seqüestrado. – Harry revirou os olhos.

            - E atacado por um peixe assassino. – Rony falou sério soltando-se do abraço que deu em Mione.

            - Espero que o peixe assassino não seja o Linguado. – Hermione falou séria. – Afinal o senhor dormiu abraçado com ele. Por falar nisso, espero que não tenha babado nele. – Hermione analisou o peixe. – Não. Está tudo bem com ele. Sorte sua Rony.

            - Harry! Sua vez de canta. Saiba que eu tirei 99. – Gina entrou falando no quarto. – Oi Ronald! Até que fim acordou.

            - Com aquela música você não tiraria nem 5. – Harry disse rindo da ruiva.

            - Está duvidando de mim?

            - Claro que não! – Harry sorriu. – Vamos que agora você vai ver o que é música de verdade. – Ele e Gina saíram do quarto, deixando Mione recolocando o peixinho na cama e Rony com cara de quem não entendia nada.

            - Iria perguntar como você está se sentindo. Mas chegar ao ponto de achar que foi seqüestrado e que um peixinho de pelúcia estava te atacando significa que você não está nada bem. – Hermione disse olhando o ruivo.

            - Não me lembro de muita coisa e estou com dor de cabeça. – Rony admitiu.

            - Tem remédio lá na cozinha. Vamos! Eu tenho que terminar o almoço mesmo. – Hermione saiu.

            Rony iria segui-la, mas antes de sair do quarto reparou em um painel repleto de fotos antigas e recentes. Tinha fotos de vários aniversários, com Gina e Luna, e até mesmo com Harry e Draco. E bem no centro uma foto dos dois. A foto era de um mês atrás, ele nem lembrava que tinham tirado uma foto no dia que Mione havia chegado. Ele pensou em como ela estava linda aquele dia e em como ele foi grosseiro. Queria aquela foto para ele.

            - Rony? Tudo bem? – Mione reapareceu na porta.

            - Não me lembrava dessa foto. – Rony disse apontando a foto.

            - Foi a Gina que tirou, acho que estávamos distraídos! – Hermione respondeu. – Vamos? Acho que já passou tempo suficiente no meu quarto né? – Ela sorriu. .

            - Eh... – Rony ainda olhava a foto.

            Na cozinha Hermione entregou a Rony dois comprimidos para dor de cabeça e aconselhou ele a ir para seu apartamento tomar um banho e trocar de roupa, enquanto o remédio fazia efeito. Era melhor ficar longe da cantaria de Harry e Gina.

            Rony estava pálido e cansado. Ele praticamente havia bebido dois dias seguidos e não existe pessoa que agüente. Hermione queria falar com ele e não comente sobre isso. Fizeram um acordo mudo, Hermione decidiu esperar o ruivo se recuperar para poder tentar entender o que aconteceu para ele voltar a beber tanto.

            - Fiz lasanha para o almoço e convidei um amigo. Vai gostar dele. – Hermione exclamou. – Acho que vai trazer o namorado. Não tenho certeza. Não demora muito não.. – Ela sorriu.

            - Namorado? – Rony falou franzindo a testa. – Não seria namorada? Acho que a Mione está louca. – Ele entrou em seu apartamento.

            - Luna! Você acha que eu trouxe dois capacetes para que? – Draco falou esperando que Luna subisse na moto.

            - Não achei que precisava subir nisso ai para poder ir embora. – Luna ofegou olhando com horror para a moto. – Posso ir andando. – Concluiu.

            - Você acha que vou deixar você ir sozinha? – Draco revirou os olhos. – Anda, vamos logo. A moto não vai te morder, talvez o motorista possa querer, mas a moto não. – Draco riu, Mas Luna não parecia capaz de sorrir no momento.

            - Não gosto de motos... São abertas demais, correm demais e são seguras de menos. – Luna disse e parecia realmente apavorada.

            - Luninha. Eu te protejo! – Draco falou sorrindo.

            - Me polpe Draco... Se eu voar por cima de você como vai me salvar? – Luna disse séria.

            -  Bom... Eu me jogo antes e ai você cai por cima de mim. – Draco falou sério.

            - Draco... Não sei não... – Luna disse insegura.

            - Vamos Luna. Eu prometo que não deixo nada de ruim acontecer com você. – Draco esticou  mão.

            Luna continuava parada em duvida se deveria ir ou não.

            - Pelo menos uma vez. Confia em mim. – Draco falou sincero com a mão ainda esticada.

            Luna pegou na mão do loiro e subiu na moto, colocou o capacete.

            - Draco vai devagar. Por favor. – A loira implorou.

            - Prometo. Agora segura. – Draco falou.

            - Aonde?

            - Em mim né? – Draco falou.

            - Ah... – Luna passou os braços sobre a cintura do loiro.

            - Isso... Agora vamos. – Draco acelerou.

            Luna fechou os olhos e se agarrou com força em Draco. O loiro sorriu por trás do capacete, era bom sentir Luna tão perto como ela estava. O coração de Luna quase saia pela boca, ela definitivamente detestava motos, mas mesmo com muito medo ela se sentia segura por estar com Draco, era estranho, mas ficar perto de Draco fazia com que ela se sentisse segura. Como se nenhum mal a pudesse a atingir.

            - Então a Bela Adormecida está se sentindo melhor? – Harry falou ao ver Rony entrando novamente no apartamento das meninas.

            - Harry não me enche! – Rony falou.

            - Ronald! Você anda bebendo demais... – Gina falou preocupada. – Se continuar assim eu vou ter que avisar a mamãe! Por que encheu a cara ontem? – Gina continuou falando sério.

            - Gina. Você não tem nada haver com isso. Cadê a Mione? – Rony perguntou fugindo das perguntas de Harry e Gina.

            - Na cozinha... – Harry falou. – Mas não ache que fugirá das perguntas. Hermione é mais preocupada que todos nós juntos.

            - Tá certo... – Rony falou dando as costas. Ele sabia que estava errado e que Gina e Harry certos. Mas ele não queria falar sobre aquilo, seguiu para a cozinha.

            - Você esqueceu-se de falar que a Mione está na cozinha com o Flavinho! – Gina falou séria.

            - Ah... Vai ser bastante engraçado o Rony descobrindo que ele ficou com ciúmes de um gay.

            - Isso vai dar rolo, Harry. – Gina parecia apreensiva.

            - Como sempre. Quando Rony e Mione ficarem bem sem confusões? – Harry riu. – Relaxa Gina, a Mione está muito preocupada com seu irmão para poder brigar com ele.

            - Se der confusão a culpa será toda sua. – Gina falou irritada. – Temos que ajudá-los e não atrapalharmos. Isso foi infantil. – Gina saiu da sala.

            - Por que ela sempre briga comigo? Chata! – Harry falou olhando para a TV que só passava a letra de uma música.

Lá, Lalá Lalá!
Lalá Lalá!
Lalalá!...

Faz muito tempo
Mas eu me lembro
Você implicava comigo
Mas hoje eu vejo
Que tanto tempo
Me deixou muito mais calmo...

O meu comportamento egoísta
O seu temperamento difícil
Você me achava meio esquisito
E eu te achava tão chata
Eh!...

Mas tudo que acontece na vida
Tem um momento e um destino
Viver é uma arte, é um ofício
Só que precisa cuidado...

Prá perceber
Que olhar só prá dentro
É o maior desperdício
O teu amor pode estar
Do seu lado...

O amor é o calor
Que aquece a alma
O amor tem sabor
Prá quem bebe a sua água...

Eh!
E hoje mesmo quase não lembro
Que já estive sozinho
Que um dia seria seu marido
Seu príncipe encantado...

Ter filhos, nosso apartamento
Fim de semana no sítio
Ir ao cinema todo domingo
Só com você do meu lado...

Mas tudo que acontece na vida
Tem um momento e um destino
Viver é uma arte, é um ofício
Só que precisa cuidado...

Prá perceber
Que olhar só prá dentro
É o maior desperdício
O teu amor pode estar
Do seu lado...

O amor é o calor
Que aquece a alma
O amor tem sabor
Prá quem bebe a sua água...

Lá, Lalá Lalá!
Lalá Lalá!
Lalalá!...

O amor é o calor
Que aquece a alma
O amor tem sabor
Prá quem bebe a sua água...

            Harry começou a ler a letra e prestar atenção que ela se encaixava certinho na relação que ele tinha com a Gina. Algumas coisas não batiam por um simples motivo. Ele nunca chegará a se declarar. Talvez fosse medo de Rony, ou da rejeição. Mas o moreno se perguntava até quando iria ficar guardando tudo que sentia, até quando teria forças para ficar perto de Gina sem jurar a ela seu amor eterno.

            Hermione estava sentada de frente para a porta da cozinha e picava tomates. Flavinho ao lado dela tentava cortar cebolas, mas ele falava mais do que cortava.

            Quando Rony entrou na cozinha, foi como se o tempo congelasse. De repente Hermione parou de escutar Flavinho e sentiu o coração disparando. Ela já estava se acostumando com aquilo, mas normalmente acontecia somente quando o ruivo se aproximava e não só de olhá-lo. Ele estava lindo na opinião dela. Uma camiseta cinza, uma calça jeans e o all star de sempre, o cabelo ainda molhado, um sorriso torto nos lábios, Hermione sorriu.

            - Aiiiiiiiiiii! – A garota falou enquanto puxava a mão para si.

            - Mione? Tudo bem? – Rony e Flavinho falaram ao mesmo tempo. Rony havia corrido até a menina. Ficou preocupado que fosse algo realmente grave, seu pensamento por um momento congelou e ele só conseguia pensar: “Hermione.”

            - Me cortei com a faca... – Ela falou se levantando e indo lavar a mão na pia. – Droga! Me distrai com... – Ela não terminou a frase e corou fortemente.

            - Com o Ruivão né? – Flavinho cochichou no ouvido de Hermione. Ela apenas sorriu constrangida.

            - Eu não queria atrapalhar nada. Queria só saber o que aconteceu ontem que vim parar aqui. Mas depois conversamos. – Rony falou olhando com desprezo para Mione e Flavinho.

            - Não Rony. Espera podemos... – Hermione começou, mas Rony não a deixou falar.

            - Não quero atrapalhar. Depois... – Ele falou irritado e saiu da cozinha.

            - Mal educado esse seu bofe hein? – Flavinho falou olhando feio para a porta por onde Rony acabará de sair.

            - Ah... Eu estou cansada! Ele fica aos beijos com aquela loira, mas eu que o ajudo a se livrar das bebedeiras. E sou eu quem leva patadas sempre. – Hermione disse cansada, segurando as lágrimas.

            - Oh... Florzinha... Não fica assim não. Vamos cuidar desse corte. – Flavio falou como uma mãezona. – Deixe esse ruivo para lá um pouco.

            - Como? Se ele sempre está ali! Sempre precisando de mim. E eu tonta ajudando. – Hermione não segurou mais e chorou.

            - Não chore... Fazer comida chorando não é legal. – Flavinho a abraçou. – Pelo olhar dele e a preocupação. Querida... Ele gosta muito de você. Talvez não saiba demonstrar isso... Mas com toda certeza ele está afim de você.

            - Sonhei com ele... Foi tão lindo. Mas foi só um sonho. – Hermione ainda chorava.

            - Sonhos podem se realizar. É só acreditar! – Flavinho sorriu arrancando um sorriso meio triste de Hermione.

            - Melhor mesmo deixar a tristeza de lado e fazer o almoço. – Hermione limpou os olhos.

            - Daqui a pouco você conversa com o Ruivão e se acerta. – Flavio riu. – Mas Gata... Que bofe hein? Se eu não tivesse o meu Dan lindo, e você não fosse louca por ele eu investiria. Que beleza de corpo e olhos. – Flavinho se abanou.

            - Só você para me fazer rir. – Hermione não conseguia se segurar e ria.

            - Ele é um gato ruivo ou não?

            - É ele é lindo sim... Agora corta a cebola Flavinho. – Hermione ria e chacoalhava a cabeça negativamente.

            - Droga! – Rony sentou ao lado de Harry na sala.

            - Que foi? – Harry perguntou ainda de braços cruzados olhando a letra de outra música que ia passando já que ninguém havia desligado o karaokê.

            - Nada!

            - Como nada, Cara? – Harry falou olhando o ruivo. – Você esta com o rosto vermelho, com as orelhas vermelhas e bufando por nada? – Harry falou ironicamente.

            - É... É exatamente por nada. Harry eu quero ficar em silencio. Entende ou ta difícil? – Rony falou cansado.

            - Não entendo. Achei que queria falar com a Mione. Por que voltou tão rápido? – Harry falou tendo certeza que Gina acertará e a brincadeira não havia sido nada legal. Ele deveria ter avisado sobre Flavinho.

            - Queria... Verbo passado... Agora eu quero ficar quieto aqui. – Rony exclamou olhando para a TV.          

            - Terra! Segura! – Luna falou ajoelhando em frente ao prédio, pessoas que passavam a olhavam como se ela fosse uma louca.

            - Que exagero! – Draco falou rindo. – Eu dirigi feito uma lesma. Até aqueles meninos de Skate nos ultrapassaram. – Draco continuava rindo.

            - Moto é um veiculo perigoso. – Luna disse se levantando dignamente.

            - Como você consegue saltar Bungee Jump. E tem medo de uma pobre motinha? – Draco falou ajudando ela tirar o capacete.         

            - Sei lá! Só não gosto de motos. E lá no alto parece que ficamos tão perto do céu que nada pode nos atingir. É uma liberdade imensa. – Luna tinha os olhos brilhando de satisfação. Era visível o quanto ela gosta de sonhar que voava.

            - Eu gosto exatamente disso. – Draco falou olhando o brilho de Luna.

            - Do que? De pular? – Luna perguntou rindo.

            - Não. – Draco pegou a mão e colocou no rosto de Luna. – Eu gosto desse seu jeito de ver e viver todas as coisas. Desse jeito intenso e meigo ao mesmo tempo. Dessa loucura que confunde minha cabeça. E é exatamente disso que eu gosto. – Draco sorriu ao terminar. Sem nenhuma tentativa de beijo, de sedução, ele simplesmente continuou a olhando.

            Aquela sensação de “ o que é mesmo que se passa” invadiu Luna. Ela não sabia o que falar, como agir, o que pensar. Pela primeira vez ela conseguia sentir sinceridade nas palavras de Draco, ele parecia não com o Draco de sempre, não era aquele garoto galinha e xavequeiro de plantão. Era o garoto que ela conhecia desde os treze anos, era novamente o menino isolado que olhava estranho para o resto da sala. O menino que se assustou ao ver Luna se sentando ao seu lado e falando “OI”. Naquela época com certeza ele deve ter achado que ela era louca, mas foi também naquele momento que ele conseguiu se enturmar e depois de um tempo se tornar o garoto popular e não mais o novato estranho.

            Luna sentia como se estivesse o conhecendo pela primeira vez novamente.

            - Draco? – Luna falou sorrindo. – Por que você não é sempre assim?

            - Assim como?

            - Encantador... Como era quando mudou para cá. – Luna falou.

            - Encantador? – Draco perguntou. – Sério? Nada de lixo? De idiota? – Ele sorriu.

            - Só não estraga o momento. – Luna disse.

            - Qual momento?

            - Esse momento.

             Luna se aproximou e jogou os braços em volta do pescoço do loiro. Colou seus lábios de uma maneira diferente da primeira. O que antes era desespero se transformou em ternura. As línguas deles se entrelaçavam se transformando em apenas uma. O momento tinha se transformado em algo mágico, as pessoas que antes olhavam a loucura de Luna, agora olhavam o beijo deles. Era um beijo que faria qualquer um parar e olhar, não por ser algo vulgar, mas por demonstrar toda a essência de um amor em duas almas.

            Separaram-se quando o ar era necessário. Luna continuou o abraço se encostando no ombro do Draco, ela respirava forte tentando recuperar o ar. Ele tinha um sorriso confuso brincando em seus lábios.

            - Luna... – Ele tentou falar.

            - Por favor... Não fala nada. – Ela pediu.

            - Por quê?

            - Porque eu quero guardar isso exatamente assim. Quero me lembrar do silencio, da calma, da sensação. E até mesmo do vento. – Luna suspirou.

            Eles ficaram ali somente em silêncio. Abraçados em frente ao prédio, sentindo os minutos passarem lentamente.

            - Como você consegue fazer isso comigo? – Draco falou no ouvido de Luna.

            - O que?

            - Me deixar totalmente bobo. Querendo te ter sempre ao meu lado. – Draco falou e Luna sorriu. Eles se separaram para finalmente subirem para o apartamento.

            Já estavam quase no segundo andar. Sem nenhuma briga, sem gritos, sem momentos idiotas.

            - Não Acredito! – Uma voz  estridente falou do corredor onde passaram. – Draco Malfoy por aqui.

            - Larissa... – Draco exclamou meio assustado.

            - Então o Gato se lembra do meu humilde nome? – Larissa falou se aproximando. Luna viu que a garota era incrivelmente linda e totalmente o oposto dela. Cabelos lisos, longos e negros. Pele bronzeada, olhos verdes. Roupas apertadas e curtas, salto alto e peitos grandes.

            - Quanto tempo... – Draco gaguejou.

            - Muito... Você se aproveitou de mim e sumiu. – Larissa riu. – Aquela noite foi incrível, ou será que você não gostou? – Ela se aproximou do loiro, mirou Luna e fingiu que a garota nem estava lá.

            - Não... – Draco gaguejou. Luna o olhou no estilo “como assim não gostou?” – Foi... – Ele falou e recebeu outro olhar de “como assim foi?” – Eh... – Ele não sabia o que fazer ao receber por ultimo um olhar “como que saiu com essa menina idiota?”

            - Nervoso Draquinho? – Larissa passou a mão no peito dele.

            - Não... Eh... Está é a Luna! – Ele falou apontando a loira.

            - Oi! – Larissa respondeu sem nem olhá-la.

            - Oi! – Luna respondeu respirando fundo.

            - Então... Precisamos marcar outra noite como aquela. – Larissa falou tentando seduzi-lo. – Aqui meu telefone. – Ela colocou o cartão no bolso traseiro de Draco. O loiro percebeu o olhar de Luna. Um olhar que dizia: “Eu te odeio e essa garota é uma ridícula, nojenta.” – Vai me ligar né Gato?

            - Eh... – Draco gaguejou novamente.

            - Ótimo! Eu vou esperar! – Larissa sorria. – Prazer conhecer você Luana. – Ela falou com Luna.

            - É Luna... – Luna resmungou com raiva.

            - Que seja. Tchau Gato! – Larissa se aproximou dando um selinho demorado em Draco. Certamente aquilo seria a gosta d’ água. 

            Luna se virou e continuou subindo as escadas. Draco sabia que tinha perdido o pouco que havia conquistado.

            - Droga! Luna! Me espera. – Ele gritou.

            - Para que? Quer rir da minha cara? – Luna falou se virando para o loiro.

            - Você não entendeu nada! – Draco falou.

            - Entendi tudo... Ou vai me dizer que não dormiu com aquela... Aquela... Aquela Garota! – Luna gritou.

            - Dormi... Mas...

            - E quer dormir novamente. – Luna jogou na cara dele.

            - Não... Luna você sabe que não...

            - Não sei... – Luna olhou fundo nos olhos de Draco. – Parabéns! Você conseguiu.

            - O que?

            - Conseguiu me fazer acreditar nas suas palavras vazias. Parabéns! – Ela bateu palmas. – Parabéns mesmo! Agora pode espalhar para todos que a Esquisita da Luna caiu na sua lábia. – Luna falou. – Agora que já conseguiu me colocar na sua coleção... Pode ir dormir com a Miss Silicone e não precisa fazer mais o tipinho “ mudei por você”... Seu idiota. Eu realmente fui uma burra. – Luna falou.

            - Luna você está errada. Eu... – Draco pegou no braço da loira.

            - Draco! – Ela puxou o braço. – Esquece aquele beijo. Esquece o que eu te disse... Me esquece! Você é e sempre será o idiota galinha que quer ficar com todas e que faz de tudo para isso acontecer. – Luna sentiu as lágrimas correrem por seu rosto. – Me esquece... Porque a partir desse momento eu esqueci que existe alguém no universo que se chame Draco Malfoy.

            - Luna... – Draco falou, mas a garota já havia saído correndo o deixando arrasado, confuso e frustrado. – Eu te amo. E hoje foi o melhor dia da minha vida. Só que você não acredita. – Draco socou uma parede. – Por que não acredita? Eu vou te provar... Sei que vou. Provar que é a única menina que me faz querer continuar vivo. – Draco respirou fundo. – Sou um idiota, que só saiu com garotas idiotas. – Ele voltou a andar em direção do andar certo. Imaginando como seria o almoço agora. Falando tudo que Luna não quis escutar.

            Luna entrou no apartamento 17 correndo. Segurava as lágrimas, ao menos tentava.

            - Luna? Tudo bem? – Harry perguntou ao ver o vulto loiro passar.

            - NÃO! – Luna gritou e bateu a porta do quarto.

            - O que está acontecendo com essas pessoas? – Harry indagou observando Rony que olhava a TV sem nem prestar atenção ao que acontecia ao redor.

            Draco entrou na sala e sentou ao lado do ruivo cruzando os braços.

            - Beleza Loiro? – Harry Perguntou.

            - NÃO! Acha que minha cara parece boa? – Draco respondeu.

            - O que está acontecendo?

            - O Pior DIA! Isso que está acontecendo... O PIOR DIA! – Draco fechou a cara.

            Hermione terminou o almoço com a ajuda de Flavinho. Quando chamou todos para o tão esperado almoço com toda certeza esperava mais animação do que a que ela sentia, mas o que encontrou passou bem longe de suas expectativas. A mesa estava cheia, e a comida parecia boa. Flavinho sorria, mas o animo dos outros estava bem diferente. Luna estava sentada ao lado de Gina e evitava olhar para outra coisa que não fosse seu prato. Gina olhava irritada para Harry. Draco comia sem conseguir olhar para Luna. Harry olhava todos sem entender o que acontecia. Rony brincava com a lasanha, usava o garfo para jogá-la de um lado para o outro. Hermione estava simplesmente estava querendo sumir daí, ficar o mais longe possível do ruivo ingrato que atendia pelo nome de Rony.

            O silêncio era tão intenso que parecia gritar em seus ouvidos.

            - Por que não falam? – Flavinho perguntou quando cansou de sorrir sozinho.

            - Nada para falar... – Draco respondeu sem animo.

            - Desculpa Gente... Mas perdi a fome! – Luna disse se retirando.

            - Eu também! – Foi o que se ouviu na cozinha. O coro fez Flavinho não entender nada.

            De repente ele se viu sozinho, comendo a lasanha e se sentindo meio confuso.

            - Que ótimo... Deixam a visita sozinha... Acho que esse pessoal está precisando de uma grande ajuda especializada. – Flavinho fala pensativo. – Bom... Eu cortei muitas cebolas para desperdiçar... Vou comer... Depois converso com a Mione...

            Luna se trancou no quarto com a música no ultimo volume, poderia se ficar surdo lá dentro. Draco voltou para o apartamento, no momento não tinha o que fazer. Harry e Rony estavam na sala no mesmo silêncio de antes. Hermione passou por eles e saiu pela porta.

            - Eu sei que o “queria” do verbo passado, ainda está ai dentro de você... Perturbando-te. – Harry falou fazendo Rony o olhar pensativo.

            - Harry você é um grande amigo! Meio lesado... Mas um grande amigo. – Rony falou ao sair do apartamento atrás de Mione.

            Hermione pegou o carro e dirigiu até o morro que tanto gostava. Parecia que ali ela poderia se esconder da vida, de Rony, ali ela poderia se esconder de tudo. Rony não a encontrou ao lado de fora do prédio.

            - Aonde vou encontrá-la? – Rony falou pensativo. – Precisava de uma estrela guia. – Por um momento varias coisas passaram na mente do ruivo, entre elas um colar. Uma colar com o pingente de uma estrela com pedrinhas laranja. Ele subiu todas as escadas correndo, entrou no apartamento afobado.

            - Rony? O que foi? – Draco perguntou se levantando do sofá.

            - Preciso achar uma coisa. – Rony jogou todas as roupas pelo quarto procurando o colar que havia comprado para Mione. Depois de algum tempo achou a jaqueta que tinha usado, e ainda seguro no bolso interno se encontrava a pequena caixa enfeitada onde o colar se encontrava. – Graças a Deus! Graças a Deus... – Rony gritou saindo do quarto.

            - O que foi isso?

            - Draco... Isso foi desespero para achar isso. – Rony falou meio ofegante.

            - E o que é isso?

            - Isso é minha estrela guia Draco. Minha estrela guia! O caminho para minha felicidade. Você deveria achar o seu também... – Rony falou saindo pela porta.

            - Eu já achei... – Draco suspirou, mesmo sem ninguém para ouvir.

            Foi difícil para Rony se lembrar do local certo do morro, afinal ele estava bêbado quando foi lá com Mione, e foi ela quem dirigia. Algo lhe dizia que Hermione só poderia está lá, ela pareceu tão feliz naquele lugar.

            Então depois de vários minutos e muitas tentativas, Rony conseguiu achar o morro e era exatamente onde Mione estava. Ela estava ali... Sentada, olhando o horizonte, sem prestar atenção em volta.

            - Hermione... – Rony falou com receio. No fundo ele sabia que tinha sido grosso com ela anteriormente.

            - O que faz aqui? Como me achou? – Hermione falou pensando que aquilo era muita perseguição. Ela só queria ficar um pouco sozinha.

            - Queria falar com você... E bom... Você disse que gosta de silêncio, de vento, e disse que se sentia feliz aqui. – Rony parecia sem graça ao sentar ao lado da garota.

            - E se dessa vez eu não estiver disposta a falar com você? – Hermione falou irritada.

            - Tudo bem... Eu posso ficar em silêncio... Te esperando... – Rony falou e também olhava o horizonte. – Mesmo que isso demore a vida inteira. – Ele sorriu.

            Hermione o encarava incrédula. Perguntava-se como que ele conseguia sempre fazer aquilo. Sempre ser grosso e logo depois encantador. Ela se perguntava como era possível alguém mexer tanto com ela sem nem mesmo se esforçar para isso. Ela voltou a olhar o horizonte. Não queria falar, na realidade no momento não queria nem que Rony estivesse ali. Mas ele estava. E a partir do momento que estava, ela sentiu que as palavras borbulhavam em seu interior, em sua mente, Sua língua tinha muito que falar, e ela não iria segurá-la.

            - Quer saber... Acho que eu quero falar! – Mione disse se virando para o ruivo.

            - Que Bom! Eu queria... – Rony começou, mas Hermione foi mais rápida.

            - Por que você é sempre assim? Grosso? Idiota? Sempre me trata mal... E depois aparece com esse rostinho lindo e me pede desculpas. Por que vive bebendo para esquecer-se dos problemas? Por que você é um idiota tão infantil que não entende absolutamente nada? – Hermione falou rápida e descontroladamente. – Por que sempre faz isso e depois aparece como se eu simplesmente tivesse obrigação de te ajudar e te escutar e te perdoar? – Hermione sentiu as lágrimas escorrendo por sua face.

            - Você disse que eu tenho um rostinho lindo? – Rony perguntou boquiaberto.

            - Eu não acredito que de tudo que eu disse... Só escutou isso... – Hermione falou se levantando e limpando as lágrimas.

            - Não... – Rony a segurou pelo braço. – Eu escutei tudo... Mas você disse que tenho um rostinho lindo e pensei que não achasse isso... Quase ninguém acha... – Rony falou a olhando nos olhos. – Por que está chorando?

            - Porque eu sou uma boba... – Hermione disse tentando limpar mais uma vez as lágrimas de seus olhos. Mas as tentativas eram inúteis.

            - Você não é boba... É linda... – Rony falou percebendo o quanto os olhos dela brilhavam sobre aquela luz de fim de tarde. A luz do pôr do sol.

            - O que? – Mione disse fungando o nariz.

            - Desculpa... Mas é que... – Rony respirou fundo. – Você não deveria chorar... Por que está chorando? Espero que não seja minha culpa. – Ele sorriu limpando os olhos da garota. – Mas mesmo assim chorando com a maquiagem borrada, com roupa de roqueira, você é linda. – Rony a encarava tão intensamente.

            - Como pode ser sempre assim? – Hermione falou balançando a cabeça, mas esboçando um pequeno sorriso.

            - Charme natural... – Rony brincou, mas logo percebeu que brincar não seria uma boa idéia. – Me perdoa... Eu sei que fui grosso novamente e novamente e novamente como sempre... Desculpa por ser um idiota, mas eu nasci assim... Mas por favor, me perdoa. – Rony sorriu.

            - E por que eu deveria? Se sei que você vai fazer tudo novamente? – Hermione disse voltando a se sentar. Esse era um sinal de que ela já tinha amolecido o coração... Como se fosse possível ela resistir depois dele a chamar de linda.

            - Porque eu preciso de você... – Rony falou também se sentando.

            - Precisa de mim? Ronald você tem aquela sua namorada linda, loira, popular, saidinha... Por que precisaria de mim? – Hermione disse com ironia em sua voz.

            - Aquela namorada linda, loira, popular e saidinha é uma chata, burra e me traiu... Ah... E por falar nisso... ELA não é mais MINHA NAMORADA... Acha mesmo que eu continuaria com ela depois dela sair com o Dino? Eu queria terminar já... Ela só acelerou as coisas. – Rony disse normalmente. – E eu preciso de você... Porque você é especial... Me entende e isso é incrível... – Rony sorriu.

            - Como assim terminou? – Hermione disse sem acreditar. – Eu te vi a beijando... E o pior... Logo depois de... – Hermione não terminou a frase.

            - Aquilo foi uma idiotice dela... Me agarrou achando que um beijo resolvia tudo. Como se isso resolvesse alguma coisa... – Rony falou dando de ombros.

            - Mas... – Hermione falou sem palavras.

            - Mas... Como acreditar em um pobre ruivo, lindo, grosseiro e bêbado? – Rony falou coçando a cabeça. – Que fique claro que não estou bêbado no momento.

            - Por que sempre bebe assim? – Hermione sorriu. Gestou encorajador para um desabafo. Ela estava contente Rony não namorava mais aquela loira mimada e toda patricinha.

            - Para me esquecer dos problemas... Para não pensar em nada. – Rony disse envergonhado.

            - Pode fazer isso de outras maneiras... Mesmo que eu seja uma boa amiga não estarei sempre por perto para te ajudar. – Hermione disse com carinho.

            - Eu esperava que estivesse... – Rony suspirou.

            - O que? – Hermione perguntou com o coração palpitando.

            - Espera sempre te ter por perto... Você faz de mim alguém melhor... Sempre que está perto eu quero ser perfeito... – Rony disse. – Mesmo que isso nunca funcione. – Ele riu fazendo-a rir também.

            - Rony... – Hermione falou encarando os olhos verdes azulados do ruivo.

            - Oi...  – Rony falou.

            - O que acha? – Mione perguntou apontando para o horizonte.

            - Perfeito... Quase um momento mágico... – Rony disse olhando o sol se esconder atrás dos montes distantes. – E você?

            - Eu acho que preciso fazer uma coisa. – Hermione disse olhando o ruivo.

            - O que? – Rony também a olhava.

            Quando Flavinho saiu da cozinha encontrou apenas Harry ainda vendo TV.

            - Acho que as coisas por aqui estão totalmente perdidas. – Flavinho exclamou sentando-se ao lado de Harry.

            - Você não sabe como... E o pior é que ninguém sabe fazer nada para resolver isso. – Harry disse distraidamente.

            - Por que está sozinho aqui? Cadê a ruiva dos olhos azuis? – Flavinho falou sorrindo.

            - A Gina? Bom... Ela está trancada no quarto, provavelmente escutando aquelas músicas depressivas dela, ou escrevendo coisas triste em um blog que ela tem e fingi que ninguém sabe que existe. – Harry disse aborrecido.

            - Por que ela brigou com você?

            - Porque ela sempre briga comigo... Sempre. – Harry disse estressado. – Ei... Como sabe que ela brigou comigo?

            - Harry... Eu tenho experiencia com romances frustrados... Acho que deveria pedir desculpas... Meninas gostam de saber que estavam certas e que o menino reconhece isso. – Flavinho disse sendo muito direto. – Mesmo que elas não estejam.

            - Flavinho... Quer ser meu professor? – Harry disse olhando com admiração para o novo amigo...

            - Poderia... Se eu não apoiasse as meninas... Mas como sei que normalmente elas sempre estão certas, prefiro dar apoio a elas... Bom... Te vejo outra hora... Fala para a Mione me ligar? – Flavinho disse se levantando.

            - Pode deixar... – Harry disse decepcionado.

            - Mas... Acho que a ruiva ficaria feliz com um “Desculpe, fui infantil e você estava certa.” – Flavinho sorriu. – E um bombom é útil. Tchau!

            - Tchau. – Harry falou se levantando e indo procurar algum chocolate na cozinha.

            Gina realmente estava no quarto, mas pelo contrario do que Harry a imaginava não estava nem escrevendo e muito menos escutando musicas depressivas... Ela estava ouvindo uma música agitada e pulava pelo quarto. Afinal cada um tem sua maneira de se acalmar e esquecer os problemas. Gina gostava de dançar e de cantar alto, mas com a música mais alta que a sua voz era impossível escutar seus berros desafinados.       

            - Gina? Posso entrar? – Harry perguntou batendo na porta pink e preta do quarto de Gina.

            - Não... – Gina respondeu ofegante de tanto pular.

            - Mas... Eu trouxe um presente. – Harry falou.

            - Presente? – Gina parou de pular. – Eu gosto de presentes...

            - Então me deixa entrar...

            - Tudo bem Potter... – Gina falou abaixando o som e se sentando na cama completamente coberta por ursos de pelúcia e almofadas.

            Harry passou tímido pela porta, ele jamais tinha visto o quarto de Gina... E ele ficou assustado com tantas cores em um único ambiente. O quarto de Gina ganhava de qualquer caixa de lápis de cor.

            - Uau... – Harry exclamou.

            - Ah... Eu sei que meu quarto é perfeito... Mas Rony não me deixou ajudar vocês na decoração do apartamento. – Gina falou tentando se fingir de brava. – Qual o presente?

            - Gina... Antes de dar o presente. Queria falar que eu estraguei tudo e o almoço foi horrível, e Ron e Mione brigaram novamente. Eu sei que fui infantil e tapado. – Harry falou sem respirar.

            - Eu sei de tudo isso... Conte-me uma novidade. – Gina falou impaciente.

            - Bom... O Rony foi atrás da Mione quando ela saiu... E eu acho que ele vai finalmente fazer alguma coisa certa. – Harry sorriu.

            - Mas... Ele ainda está com a Lilá... Mione nunca vai aceitar isso... – Gina disse começando a ficar curiosa.

            - Gina... Não... – Harry falou.

            - Não o que? Está louco Harry?

            - Rony não está mais com a Lilá... Ele largou dela ontem... Ela veio aqui no apartamento, e agarrou-o... Mas deu para ouvir da cozinha ele dizendo que estava tudo terminado... Até disse que para ela parar de chamá-lo de Uon-Uon que o nome dele era Rony. – Harry explicou tudo. – Até achei que vocês já sabiam disso... Bom... Principalmente você, que é irmã dele e que nunca deixa nada escapar do seu olhar.

            - Ah... – Gina sorriu constrangida. – A Mione disse que viu ele beijando aquela loira irritante ontem... Ela ficou tão triste. Achei que o burro do Ron continuava com a Lilá.

            - Ela o viu com a Lilá... E logo depois do selinho deles... Por isso ela estava péssima na lanchonete... Ela queria falar comigo, mas tinha tantas pessoas que ela disse que depois conversaríamos, mas hoje também tudo estava uma loucura. – Harry disse ligando os pontos soltos. – Nossa... Por isso ela estava tão brava com o Rony, e mesmo assim foi buscá-lo no bar...

            - Como sabe do selinho? – Gina perguntou.

            - Bom... Aquela noite a meu ver foi bastante produtiva para todos... Menos para mim. – Harry falou se lembrando da briga com a ruiva. – Rony contou... E eu nunca tinha visto seu irmão tão feliz ou tão animado, ele não ficou daquele jeito nem quando ganhou aquele vídeo game que queria na quarta série.

            - Foi uma noite péssima mesmo... A Mione me contou do selinho... Ela estava muito empolgada, mesmo fingindo não está... Mas por que boa para todos? Draco saiu com alguém? – Gina falou curiosa. Era sempre bom saber de fofocas.

            - Gina... O Draco e a Luna se beijaram... Vai dizer que você não sabia disso? – Harry falou estranhando aquilo...

            - O que? Draco? Luna? Beijo? – Gina estava de boca aberta. – Por isso a loira estava estranha, e por isso queria conversar comigo e com Mione ao mesmo tempo... Como ela não contou isso? Ela beijou o Draco! O Draco! – Gina falou animada.

            - E bateu nele depois.

            - Típico deles... – Gina riu.

            - Mas acho que brigaram, Draco está muito estranho. Não foi briga comum, porque eles brigam 24h por dia. Foi uma briga feia... Ele não fez cantadas, piadas ou tentou agarrá-la... Ele simplesmente foi embora. E isso não é normal. – Harry falou sério.

            - É... A Luna também não costuma negar comida... E ela dispensou a lasanha da Mione. – Gina falou pensativa. – E o Ronald fez o mesmo...

            - Todos fizemos. Deixamos o Flavinho lá sozinho... Ele acabou de ir embora. – Harry disse culpado.

            - Oh... Ele ficou magoado?

            - Não... Acho que ele entendeu tudo... Disse para Mione ligar para ele, e falou que precisamos de uma ajuda profissional. – Harry riu. – E acho que ele tem razão. Só fazemos besteiras.

            - Verdade... – Gina riu também.

            - Gina... Desculpa? – Harry pegou os três bombons que trazia e colocou na frente do rosto fazendo uma carinha muito fofa que somente ele sabia fazer.

            - Harry... – Gina falou sorrindo.

            - Por favor! Eu nunca mais faço brincadeiras que possam afastar Mione e Rony... Foi sem querer... E você sabe que eu não consigo ficar longe de você... Nunca... Mesmo que eu tente. – Harry falou.

            - Ah... Como se eu conseguisse ficar longe de você também... – Gina falou pegando os chocolates. – Meu preferido!

            - Eu sei né... Você ama bombons de chocolate branco, adora bala de iogurte, você adora bolo de cenoura com cobertura de chocolate, e adora receber flores mesmo nunca tendo recebido nenhuma... Sonha em ganhar rosas... Mas não rosas vermelhas. Quer rosas amarelas e cor de rosas. – Harry disse mostrando que realmente conhecia a ruiva.

            - Harry... Eu te adoro... – Gina disse o abraçando.

            - Me adora mais que adorava o Dino? Ou que adora as cores? Ou essas bandas depressivas que escuta sempre? – Harry falou brincando.

            - Harry... – Gina disse o encarando. – Eu te adoro mais que qualquer coisa. – Ela sorriu.

            - Gina... Eu também te adoro muito...

            Os dois se abraçaram. Um abraço forte e sincero, algo que nunca havia acontecido antes. Quando se afastaram passaram a se encarar de maneira diferente, os olhos verdes de Harry nos azuis de Gina. Eles estavam tão pertos, tão tranqüilos. Naquele momento eram tão eles mesmos, sem mascaras, sem brigas, somente Gina e Harry. E sendo somente eles o coração falou mais alto que a razão, mais alto que o tempo, que por aquele simples momento tinha sido paralisado, ou assim parecia.

            Gina tinha a os cabelos bagunçados, o rosto sem as costumeiras maquiagens, ela estava sorrindo, e o sorriso dela fazia Harry sentir calafrios. Ele sempre soube que um dia isso seria inevitável, ela não conseguia olhá-la sem desejá-la. Ele precisava sentir o que era está ali e sentir os beijos de Gina Weasley. Ela sonhava com aquilo, era o tipo de menino que ela sabia que existia em Harry. Ele sempre era fofo e especial, mas naquele momento ele estava simplesmente sendo necessário. Ela precisava sentir os lábios deles tocando nos dela.

            Foi exatamente o que aconteceu. Era impossível descobrir quem tomou a iniciativa, mas eles estavam lá. Beijavam-se calmamente como se o mundo tivesse parado apenas para que eles pudessem viver aquele momento, era delicado e cheio de sentimento. Um beijo único e divino como deveria ser. Os olhos fechado demonstravam que mesmo que aquilo fosse um sonho eles precisavam aproveitar. Mas não era um sonho, era a realidade.

            Quando se separaram Gina sorriu tímida e Harry não soube o que falar. Ela abriu um dos bombons e o colocou na boca, sentindo o chocolate derreter enquanto via Harry se levantando e saindo do quarto com um sorriso do rosto. Eles não precisavam trocar palavras tudo que precisavam dizer estava no beijo que tinha acabado de acontecer. Gina deitou na cama sem conseguir escutar mais nenhuma música que o rádio tocava, ela só comia o chocolate tentando acreditar no que havia acontecido.

            Harry entrou pelo apartamento sem escutar as indagações de Draco, passou reto das perguntas entrando em seu quarto e deitando-se na cama com um enorme sorriso estampado em seu rosto. Para ele era inacreditável, mas tinha acabado de ocorrer o melhor primeiro beijo dele. Ela já tinha saído com varias meninas, mas com Gina foi único e especial como nada na sua vida.

            Draco achou estranho o jeito de Harry. Na verdade todos estavam muito estranhos aquele dia, primeiro Rony havia surtado daquele jeito procurando uma simples caixinha. E depois Harry estava com cara de bobo, mais do que a cara de costume. E ele queria simplesmente voltar no tempo e não ter vivido aquele beijo perfeito com Luna, queria não ter encontrado Larissa, queria não ser Draco Malfoy. Ele tinha certeza que não poderia ser outra pessoa, pois seria uma mentira, mas ele precisava um jeito de conquistar Luna sendo ele mesmo. E nesse momento isso era algo impossível.

            Luna nunca foi de chorar achava isso algo imprestável, pois sabia que lágrimas não a levariam a nada... O problema era que agora ela não queria mesmo ser levada a nada, ela queria simplesmente chorar, e estava fazendo exatamente isso. Com o quarto fechado sem nenhuma luz, com o som desligado, deitada sobre a cama a loira não conseguia parar de sentir as lágrimas molhando seu travesseiro, elas não cessavam nem ao menos por míseros segundos. Era por isso que ela não queria se envolver, não queria nada com Draco. Ela sabia que sofreria. E agora como ela iria explicar para seu coração que ele não podia amar? Ela não sabia, mas pretendia achar uma maneira rápida e indolor.

            - Rony... O que eu preciso fazer vai além de mim ou de você... Além do planeta terra... – Hermione sorriu se aproximando. – Somente o universo explicaria.

            - Não entendi... – Rony começou a falar, mas foi impedido.

            Hermione o calou com um beijo. Nada de selinho rápido e acidental. Era um beijo de verdade que pegou Rony de surpresa. Hermione com o impulso de beijá-lo acabou caindo por cima dele. Ela precisava fazer aquilo, o coração dela pulava quase para fora do peito, suas mãos estavam enroscadas nos cabelos ruivos de Rony. Ele tinha uma das mãos na cintura dela e a outra na nuca, a qual bagunçava a trança que já estava quase se desmanchando, ela a puxava contra seu corpo sem desgrudar os lábios do beijo febril que dava. Era algo intenso, forte, quente. Não eram apenas Rony e Hermione ali, era amor e paixão, desejo e angustia, sonho e realidade. Era uma mistura de sensações e sentimentos. O céu se tingia de laranja e azul intenso. O sol dizia adeus enquanto assistia ao espetáculo do amor. Ali ele foi à única testemunha. O sol testemunhou o que significava sentir algo que ia além do corpo e além da alma. Algo que completava o universo e fazia com que ele continuasse a existir. E como se sorrisse o sol se despediu de Rony e Hermione dando assim espaço para as estrelas e para a lua. Nesse mesmo instante os dois se separaram.

            Hermione continuava por cima do ruivo enquanto tentava recuperar o fôlego. Ele sorria de maneira boba.

            - Hermione. – Rony suspirou.

            - O que? – Hermione estava tão vermelha quanto os cabelos de Rony.

            - Isso está errado... – Rony disse ficando sério.

            - O que? – Hermione perguntou pensando que o ruivo não teria gostado do beijo.

            - Eu deveria te beijar e não você a mim... – Rony falou encarando a menina.

            - Ah... Mas isso não tem nada haver... – Hermione começou a falar, mas antes que terminasse a argumentação, Rony a beijou novamente. Agora um beijo mais calmo, mas com o mesmo sentimento que o anterior. Rony ainda a segurava pela cintura, ela tinha as mão em volta do pescoço do ruivo. Depois de vários minutos se separaram.

            Hermione não tinha mais trança e varias mechas de cabelos brincavam por seu rosto, ela sorriu ao ver o olhar do ruivo sobre ela, o céu agora estava lhes enviando as primeiras estrelas da noite que parecia ser a noite mais perfeita.

            - Você é tão linda. – Rony falou tirando uma das mechas do rosto de Hermione. Ela corou fortemente e abaixou os olhos com vergonha.

            A ficha caia. Ela tinha simplesmente agarrado Rony Weasley e o beijado como nunca antes na vida. Tinha sido perfeito, mas como encará-lo agora? Ela estava confusa, com medo, e querendo simplesmente desaparecer. Hermione começava a pensar que não era muito normal, como poderia beijar alguém e depois não conseguir encarar esse alguém, mas era medo de querer beijá-lo novamente e novamente e novamente.

            - Nossa... Eu queria parar no tempo e nunca mais sair daqui. – Rony falou sorridente e bagunçando o cabelo. Um sinal nítido do quanto ele estava satisfeito com o que havia ocorrido. – Mas sei que vamos voltar para a vida normal... Só que antes eu preciso te dar um presente. Caso você volte a me olhar... Tá tudo bem Mione?

            - Rony... Acho que foi um erro... – Hermione suspirou. – O beijo...

            - Os dois beijos né? E por que um erro? – Rony falou levantando os olhos de Mione.

            - Não sei... Você é tão importante para mim, não quero estragar nada.

            - Você seria capaz de estragar alguma coisa... Hermione você é perfeita. – Rony falou a olhando.

            - Rony...

            - Nada de Rony... Abra meu presente e você vai conseguir entender o quão importante é. – Rony sorriu entregando a caixinha para Mione. – Abre, por favor!

            - Tudo bem... – Hermione pegou a caixinha com delicadeza e quando abriu um colar caiu em sua mão. – O que é isso Rony? – Ela indagou.

            - Bom... Será que você lembra-se do meu primeiro presente?

            - Claro... Como esquecer que você me deu uma estrela. – Hermione sorriu.

            - Então... A estrela é um símbolo importante... Não queria que ela ficasse tão longe de você... Por isso... Comprei uma estrela simbólica para representar à verdadeira. – Rony falou satisfeito.

            - Mas... É um lindo colar... E a estrela cheia de pedrinhas... – Hermione sorriu olhando para Rony. – Que lindo... Obrigada! – Hermione abraçou Rony.

            - Hermione... Você é minha estrela guia... Por isso é tão importante para mim... Sem você eu fico perdido, bêbado, idiota... – Rony sussurrava para Hermione. – Quando estou com você eu estou seguro, me acho, sou verdadeiro, muito idiota, mas eu consigo ser feliz.

            - Rony... – Hermione falou com os olhos brilhando. – Obrigada... Você me dá vontade viver...

             Eles ficaram ali abraçados em silêncio, apenas sentindo o vento e o calor que transpassava de um para o outro. Horas se passaram quando eles resolveram finalmente ir embora. Hermione com o carro e Rony com a moto.

Fim do Capítulo 6.


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