Quando o Sol se Pôr... escrita por Anny Andrade


Capítulo 20
Capítulo 14. Vida...




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O tempo foi passando.

                Dias e Noites. Brigas, beijos, reconciliação, medo, e todas as coisas que parecem percorrer o corpo todos os dias e em todos os tempos. Quando deram por si, o ano já estava pela metade, às férias estavam chegando. E muita coisa havia mudado.

                Gina e Harry não trocavam mais palavras além de Bom Dia e Tchau. O namoro de Hermione e Rony estava passando por aquela fase morna e sem graça e o pior é que eles já haviam percebido isso. Luna e Draco, porém passavam muitas crises e sempre acabavam voltando ao namoro, talvez as brigas os mantivessem juntos.

                - Férias! – Gina disse, ela não agüentava mais precisar olhar para Dino e sua cara de vencedor.

                - Uma semana de aula e um mês de férias. – Hermione disse trabalhar e estudar estavam a deixando cansadíssima.

                - Vamos viajar? – Luna perguntou distraída.

                - Uma boa idéia. – Gina disse. – Mas para onde?

                - Podemos pesquisar... – Até mesmo Hermione parecia animada.

                - Vamos conversar com os meninos. – Luna disse.

                - Não... Preferia ficar longe do Harry. – Gina gemeu. – Já basta vê-lo todos os dias, e durante o fim de semana sempre está com aquela namorada dele ai no apartamento. E até mesmo quando eu fujo encontro com eles nos lugares.

                - Mas... – Hermione pensou.

                - Não pode ficar longe do Ron? – Gina disse.

                - Esse é o problema... Estamos longe... – Hermione disse. – Ele tem que viajar com a gente, ou eu vou ter que ficar aqui.

                - Odeio casais. – Gina gemeu.

                - Como as coisas mudam hein? – Luna riu.

                - Tudo na vida sofre mudanças. – Gina disse.

                - Vamos logo para as aulas, quanto mais cedo começarmos a semana, mais cedo conseguimos entrar de férias.

                - Isso mesmo. – Hermione disse. – Posso conversar com o Ron e ter alguma idéia.

                - E o Draco vai adorar a idéia. – Luna disse pegando a mochila e saindo pela porta.

                - Eu preciso de um namorado. Mas não quero um. – Gina refletiu. – Preciso de um Flavinho. Vou chamá-lo para viajar conosco.

                - Boa idéia. – Hermione concordou. – Vamos.

                - Vamos!

                A vida de todos tinha tomado um ritmo acelerado. Universidade lotada de trabalhos, provas e professores estressados, Hermione trabalhava na lanchonete sem folgas, Rony agora ia até de fim de semana para o estagio no restaurante, Draco conseguia tocar em diferentes locais passava grande parte do tempo ensaiando. Luna definitivamente se dedicava a preservação do mundo animal e vegetal e tinha até ido a algumas excursões até matas virgens. Gina procurava um serviço, e enquanto não achava passava grande parte do tempo conversando com Flavinho e tentando ajudar Hermione com o atendimento. Harry passava um grande tempo buscando e levando Thay até o seu bairro, eles estavam namorando firme e mesmo não gostando dela como deveria ele sempre fazia o possível para ser o namorado perfeito e Thay tentava acompanhá-lo. O difícil era ver Gina e não saber o que ainda sentia por ela.

                Mas era a ultima semana de aula e todos pareciam animados com as férias de meio do ano. Principalmente os meninos que marcavam jogos de futebol e horas de vídeo gamem. Mal sabem eles que na realidade vão passar um tempo bem longe daquilo que esperavam.

                - Viajar? – Rony disse interessado. Seria uma chance de conversar com Hermione sobre uma coisa bastante séria e que ela evitava sempre.

                - Isso... Precisamos pesquisar um lugar, mas não seria ótimo? – Hermione disse sorridente.

                - Claro... – Rony disse animando-se. – Um lugar especial.

                - Isso. – Hermione disse corando fortemente. – Onde possamos namorar sem se preocupar com provas e trabalhos.

                - Hermione... – Rony disse sorrindo de lado. – Ótima idéia.

                - Sério? – Hermione sorriu.

                - Muito sério. – Rony a abraçou. – Podemos pensar juntos em um lugar.

                - Sim, e depois sugerimos aos outros.

                - Outros?

                - Claro... Luna, Gina, Draco, talvez o Harry, e o Flavinho. – Hermione disse.

                - Vamos em grupo? – Rony parecia um pouco menos animado.

                - Sim. Será ótimo. – Hermione disse. – Melhor irmos para aula conversamos depois. – Ela o beijou rápido se saiu correndo.

                - Hermione... – Rony gemeu. – Um dia me mata. Sério. – Se levantou indo para sua aula também.

                Os meninos conversavam sobre as férias, a idéia de viajar tinha agradado eles tanto quanto as meninas.

                - Seria legal uma viajem com todos juntos. Nunca viajamos com as meninas. – Draco falou. – Elas iam para a cidade da Mione e nós para aquele acampamento chato.

                - Eu lembro. – Rony confirmou. – A Gina não deixou nunca irmos com elas, para se vingar que nunca deixamos ela ir conosco para o acampamento.

                - Meninas são vingativas. – Draco concluiu.

                - Muito. – Rony concordou.

                - O que é muito? – Hermione chegava para comer antes de ir para a lanchonete, não fazia sentido, mas ela preferia comer com Rony.

                - Estamos muito animados com a viagem. – Rony disse.

                - Nós também. – Hermione sorriu. – E durante as aulas tive uma idéia.

                - Não são museus? Né? – Harry disse rindo.

                - Não... Por enquanto. – Hermione disse mostrando a língua para ele. – Vou esperar a Luna e a Gina. E assim falo de uma vez só.

                - Até que fim as aulas acabaram. – Gina disse quando se sentou ao lado de Hermione.

                - BATATAS! – Luna gritou ou ver a porção de Rony. – Já disse que amos batatas?

                - Nem acreditaria nisso, Lunita! – Draco falou rindo da namorada.

                - Tive uma idéia para as férias. – Hermione disse como alguém que não quer nada.

                - Fala... – Gina implorou.

                - Ela estava esperando vocês. – Harry disse. Era muito estranho ainda eles manterem uma conversa, mas mesmo assim se esforçavam.

                - Qual a idéia? – Luna perguntou.

                - Bom... – Hermione disse fazendo suspeito. – Pensei em passarmos um tempo nas montanhas.

                - Fazer rapel? Seria realmente ótimo! – Luna disse animada.

                - Nada disso... – Hermione falou assustada. –Pensei em chalés, fogueiras, chocolate quente.

                - Hum... Isso parece bom. – Gina disse. – Pena que me faz lembrar-se de casais felizes e melosos. – Ela fez uma careta, e no momento que seus olhos encontraram com os de Harry ela desviou corada.

                - Nada disso. É apenas um lugar confortável para ir com os amigos. – Hermione disse.

                - Posso fazer rapel? – Luna perguntou indignada.

                - Lunita... Podemos fazer outras coisitas. – Draco falou a beijando.

                - Casais... Raam. – Gina disse fazendo os outros rirem. – Gostei da idéia, posso avisar o Flavinho?

                - Gina... Por que quer levar o Flavinho? – Rony perguntou, era tudo que faltava a irmã apaixonada por um gay.

                - Porque posso conversar com ele sem precisar ouvir as palavras “meu namorado”. – Gina revirou os olhos. – E porque assim não fico de vela para vocês, e ainda consigo me divertir criticando as roupas alheias.

                - Certo... Entendi. – Rony falou rindo.

                - E ai o que acharam? Precisamos só reservar os quartos e tudo mais. – Hermione disse animada.

                - Excelente idéia! – Draco disse animado.

                - Eu gostei também... – Harry concordou.

                - Férias inesquecíveis. – Rony disse sorrindo.

                - Então? Fechado? – Hermione perguntou.

                - Fechadíssimo!

                - Que ótimo! Harry você não faz nada, então faz as reservas, e nada de histórias de casais juntos. È férias e não outra coisa. – Hermione disse decidida. – Vou para a lanchonete. Vem Gina!

                - Mas... – Harry disse.

                - Ouviu a líder. Tchau Colega! – Rony disse aproveitando para se despedir de Hermione antes dela sumir de sua vista.

                - Hermione eu acho que precisamos conversar. – Rony disse quando se separaram.

                - Claro Rony... – Hermione sorriu, mesmo estando nervosa.

                - O assunto não é assim tão simples. – Rony suspirou. – É sobre...       

                - Preciso realmente ir. – Hermione disse com pressa. – Te Amo.

                - Te amo também. – Rony disse cansado, estava tentando falar sobre isso há algum tempo, mas Hermione sempre conseguia fugir. Isso era no mínimo decepcionante.

                - Quer falar sobre a primeira vez de vocês? – Draco parou ao lado vendo a garota se afastar.

                - Por que é tão difícil? Só quero conversar, e não agarrá-la a força. – Rony disse.

                - Essas coisas são complicadas, meninas são confusas. – Draco concluiu.

                - Pelo que faça com Luna não foi tão complicado. – Rony disse.

                - Lunita e Eu somos totalmente diferentes. Aconteceu, tinha que acontecer. – Draco disse. – Relaxa cara... Tudo vai dar certo.

                - É... – Rony disse. – Preciso correr estou atrasado.

                - Para de pensar nisso que as coisas fluem. – Draco disse.

                - Falou! – Rony disse e pegou a moto para poder ir para o restaurante.

                Gina conseguiu convencer Flavinho a viajar com eles, e estava animada com o fato de poder simplesmente conversar com ele e não precisar ficar com os casais, e pode fugir de ficar perto de Harry e a adorável e simpática namorada dele. Gina tinha conhecido Thay e o pior de tudo, tinha achado ela uma pessoa legal. Isso só a fazia se sentir impotente, ela simplesmente jogará Harry nas mãos de pessoas melhores que ela e provavelmente ele nunca voltaria.

                - Gina? Ainda está nesse planeta? – Flavinho perguntou.

                - Sim... – Gina disse voltando ao normal.

                - Pensando no fofo né? Tudo bem, eu sei que é. – Flavinho disse rindo. – Agora que tipo de roupa eu levo?

                - Roupas normais. – Hermione disse.

                - Hermione... Doce Hermione... – Flavinho disse. – Agora sério, Gina. Que tipo de roupa.

                - Aff. – Hermione se afastou rindo.

                - Blusas de frio porque normalmente nesses lugares esfria durante a noite, levar roupas de calor para o dia. Leve o que achar melhor. – Gina sorriu.

                - Brilho?

                - Muito brilho! – Gina riu.

                - Garota... Somos praticamente almas gêmeas da moda. – Flavinho riu.

                Hermione passou grande parte do dia distraída. Ela obviamente sabia sobre o que Rony queria conversar, afinal ela estava evitando a conversa há no mínimo uns dois meses. Mas o problema era que ela não sabia conversar sobre o que ele queria. Ela não era uma pessoa despojada como Gina ou Luna, era tímida. Ela esperava que uma hora ou outra Rony fosse querer tocar no assunto, mas ela queria evitar isso. O trabalho na lanchonete foi cansativo e esquisito, a distração dela fazia com que alguns pedidos fossem entregues erradamente e ela levava muitas broncas por causa disso. Mesmo assim Hermione não estava nem um pouco preparada para conversar.

                E a conversa foi adiada. Mesmo com Rony tentando, Hermione conseguiu se esquivar pelos dias seguintes, ela sabia que teria que conversar com o ruivo, mas precisava de coragem para isso. E ela não tinha essa coragem e não sabia de onde arrancá-la. Por fim o sábado chegará e a viagem estava prestes a começar. Ou seja, muita confusão pela frente.

                - Deveriam ter feito as malas antes. – Hermione disse sentada vendo o desespero de Gina e Luna.

                - Poderia ajudar. – Gina disse tentando enfiar umas roupas na mala já cheia.  

                - Se você tivesse dobrado as roupas elas caberiam de uma forma melhor. – Hermione disse vendo a bagunça da mala.

                - Não poderíamos apenas colocar tudo em sacolas? – Luna perguntou confusa com o que levar e onde colocar.

                - Não seria legal se a sacola rasgasse e perdesse suas roupas. – Hermione disse.

                - Não seria mesmo. – Luna disse conseguindo finalmente abrir o zíper certo. – Consegui!

                - Consegui! Uffa. – Gina disse pulando em cima da mala e a fechando. – E sem ajuda.

                - Que bom... Agora leva ela para baixo que eu ajudo a Luna.

                - Por que não me ajudou? – Gina disse aborrecida.

                - Porque você sabe o que é um zíper e a Luna não.  – Hermione disse.

                - Boa resposta. Muito boa mesmo. – Gina falou olhando assustada para Luna.

                - Os meninos devem está lá. Então pede ajuda para eles. – Hermione disse.

                - Certo.

                - Vamos Luna... O que vai levar. – Hermione se aproximou ajudando a loira.

                Gina foi descendo com dificuldade as escadas. Quando faltavam apenas uns degraus ela simplesmente largou a mala rolando até o fim da escada. A mala estava pesada e ela cansada.

                - Opa... – Harry disse fazendo a mala parar. – Temos uma mala tentando fugir.

                - Desculpe... – Gina descia correndo. – Não achei que faria tanto barulho. – Ela parou de chofre quando viu que era Harry quem tinha feito o objeto parar, ela esperava que fosse o porteiro.

                - Suas malas ainda são as mesmas. – Harry disse também constrangido.

                - Algumas coisas não mudam. – Gina disse com um sorriso.

                - Estou percebendo isso. – Harry respondeu.

                - Achei que iria buscar a Thay. – Gina disse puxando a mala em direção do carro.

                - Deixa que eu leve. – Harry pegou a mala. – A Thay precisa trabalhar, não conseguiu folga. Então não vai poder ir.

                - Cadê a Luna? Hermione? – Rony perguntou colocando as coisas no carro.

                - Hermione está tentando ensinar o que é zíper para a Luna. – Gina respondeu. – Do jeito que sua namorada é, elas descem em menos de cinco minutos e com a mala da Luna em condições perfeitas.

                - Só a Mione... – Rony riu.

                - Lunita! – Draco falou vendo a loira puxando a mala enquanto Hermione empurrava. As duas estavam descabeladas e cansadas. – Eu ajudo.

                - Minha mala ficou lá em cima. – Hermione disse ofegante sentando-se no degrau da frente do prédio. – E não consigo respirar.

                - Fraca demais. – Rony riu a ajudando se levantar. – Vamos, eu te ajudo com a mala.

                - Obrigada. – Hermione disse e voltou a subir as escadas.

                Eles subiram as escadas correndo, já estavam atrasados segundo os planos de Hermione, mas na realidade todos achavam que estavam indo cedo demais, três horas antes era meio exagerado, mas ninguém conseguiu convencer a garota. Talvez ela estivesse certa, porque ela realmente iria ter contratempos.

                - Não acredito! – Hermione disse irritada. – Quebrou!

                - Calma Mione... É só uma mala. – Rony disse se aproximando. – Podemos concertar.

                - Mas... Não era para quebrar. – Hermione disse. – Eu planejei tudo e agora vou atrasar a todos.

                - Hermione... Nós estamos 3h adiantados. – Rony riu.

                - Mas... – Hermione disse tentando arrumar a mala.

                - Deixa que eu te ajudo. – Rony disse e se aproximou por trás dela.

                Foi tudo realmente rápido. Hermione se virou de uma maneira estranha e acabou tropeçando na mala e caindo de costas no chão. Ela acabou se agarrando em Rony que por sua vez não esperava isso e caiu por cima dela.

                Todo mundo já viu alguma cena de cinema exatamente assim. E sempre pensou que seria impossível sentir tantas coisas em um simples desastre. Hermione sempre tinha esperado esse momento em sua vida. Afinal que garota nunca sonhou com o príncipe encantado caindo sobre si? Muitas, ou talvez quase todas.

                Aquele olhar fazia com que todo o resto se perdesse. Hermione sempre se sentia assim, sempre que Rony a olhava com aquela intensidade. Parecia que os olhares deles faziam parte de apenas um ser. Ela não conseguiu se mexer embaixo dele, e o sorriso de lado fez com que ela simplesmente esquecesse-se de tentar.

                - Hermione... Eu adoro seus olhos castanhos, parecem chocolates. – Rony disse sorrindo. – E brilham como estrelas.

                - Rony... – Hermione sorriu.

                - Preciso tanto de você... De sentir você. – Rony disse colando seus lábios sobre os lábios de Hermione. O beijo parecia se tornar a cada segundo mais quente. Hermione sentia como seu corpo pudesse entrar em erupção junto com o de Rony. Mas ela não queria isso. Não agora. Não no chão da sala.

                - Rony! – Ela falou o afastando.

                - Por que anda fugindo de mim? – Rony disse. – É só um beijo. Um beijo.

                - Não é isso Rony... – Hermione disse.

                - Um beijo. Parece até que eu estava te forçando a algo mais. – Rony disse irritado. – Como se eu fosse capaz disso. Eu só queria conversar. Mas você não me deixa falar nada. Foge, fica longe, interrompe os únicos momentos românticos. – Rony bufou mexendo nos cabelos. – Quem vê pensa que sou um tarado psicótico.

                - Rony... – Hermione disse. – Não é isso... E só que...

                - Estamos atrasados. – Rony disse pegando a mala mesmo quebrada e descendo com ela enquanto Hermione continuava sentada no chão, esperando entender o que tinha feito com o namoro perfeito.

                Gina parecia arrasada quando Hermione desceu até o carro.

                - Flavinho não vem. – Gina gemeu triste.

                - Por quê?

                - O Dan o chamou para um fim de semana romântico. – Gina disse. – Ele pediu desculpas, mas quem seria capaz de dizer não ao fim de semana romântico com o Dan? Ninguém humanamente ativo.

                - Gina... – Hermione exclamou.

                - Mione... Eu estou traumatizada com as atividades sexuais, mas sei muito bem que as outras pessoas têm uma vida ativa. Pelo Amor de Deus... Sou burra, mas não chega a tanto. É algo normal e todos falam sobre isso. – Gina disse. – Vou ter que passar as férias pensando em alguma coisa e ouvindo minhas músicas.

                - Suas depressivas músicas?

                - Minhas ótimas músicas. – Gina disse e finalmente reparou no desanimo de Hermione. – O que houve?

                - Nada...

                - Rony desceu vermelho, sinal de irritação. Weasley não são muito discretos. – Gina disse.

                - Brigamos.

                - O que? – Gina olhou assustada.

                - Brigamos...

                - Meninas! Vamos! – Luna gritou as puxando para o carro.

                - Depois conversamos. Sério. – Gina disse acompanhando a loira.

                Tinham se dividido em dois carros, sem escolha Hermione foi junto com Rony e Harry. Gina tinha se recusado a ir sentada perto de Harry porque seria no mínimo constrangedor depois dos amassos no banco de trás. A viagem não foi algo muito emocionante, porque levaria horas e Rony e Mione estavam mudos, o rádio tocava canções antigas. E em uma das primeiras paradas resolveram trocar de parceiros. Hermione pegou a direção do seu carro de volta, e Draco foi dirigir com os meninos. Então ficou um carro de meninas e um carro de minhas, ou seja, um grupo reclamando da instabilidade emocional e o outro da falta de sentimento.

- Explica por que brigou com o lesado do meu irmão? – Gina perguntou.

                - Hermione e Rony? Brigar? Impossível. – Luna disse.

                - Lunita... Nada é impossível. –Gina disse. – Por que brigaram?

                - Bom... – Hermione pensou. – Seu irmão não entende os meus sentimentos.

                - Ele quer dar um passo a mais no relacionamento né? – Gina perguntou e viu Hermione a olhando pelo retrovisor. – Seu olhar me diz que acertei.

                - Passo a mais? – Luna disse confusa.

                - Lunita... Por Favor.

                - Esse apelido está me irritando. – Luna disse.

                - O Draco te chama assim há quase um mês. – Gina se defendeu.

                - E quem disse que ele não faz para me irritar? – Luna disse. – Mas brigaram mesmo? Isso não é legal.

                - O que o Rony disse? – Gina perguntou.

                - Que não é um tarado e que jamais me agarraria à força. – Hermione disse.

                - Não mesmo... O Rony é um namorado muito compreensivo. – Gina disse.

                - Defendo? Claro, é seu irmão. – Hermione disse.

                - Não é isso... Eu já conheci alguém que te força a fazer uma coisa quando você não quer mais fazer. E o Rony jamais faria isso. Se falasse que não queria mais ele pararia. – Gina disse sendo sincera.

                - Gina... Desculpe. – Hermione falou. – Esse assunto não é legal.

                - Tudo bem... – Gina disse. – Só acho que poderia conversar com ele, mesmo que seja para falar “eu não quero agora” – Gina disse e depois pensou um pouco. – A não ser que você queira.

                - Bom...

                - Quer, mas não quer... – Gina disse.

                - Bom...

                - Conversa com ele. Sei que sim ou não ele ainda vai querer te beijar, e te chamar de namorada perfeita. – Gina riu.

                - ROMIONE é o casal mais perfeito do mundo. – Luna disse.

                - ROMIONE? – Hermione riu,

                - Claro... Vocês não podem brigar. – Luna disse. – Afinal, vocês são o casal perfeito, eu e Draco o casal briguento, e Gina e Harry.

                - Não existe Gina e Harry. – Gina disse. – Luna... Por Favor.

                - Me engana que eu gosto. – Luna disse. – Harry e Gina são o casal complicado.

                - Não somos um casal. – Gina disse. – Ele namora com a Thay.

                - Sei... – Luna disse.

                - Vou conversar com o Rony e seja o que Deus quiser. – Hermione disse decidida. O carro delas iam à frente do deles.

                O carro dos meninos estava em silencio, nada de musica ou de conversas, mas aquilo estava incomodando muito ao Harry.

                - Qual o problema? – Harry perguntou. – Parece que chupou limão ou está achando o mundo azedo.

                - Brigou com a Mione. – Draco deduziu, ele sabia os sintomas de brigas.

                - Ela não entende. – Rony desabou a falar. – Não me deixa conversar, e não me deixa beijá-la e não entende o que eu sinto.

                - Ok... – Harry riu. – Isso está dramático demais.

                - Harry Potter, isso vem de alguém que entrou em depressão e foi morar com o padrinho? – Rony disse.

                - Isso foi cruel. – Harry disse.

                - Deixa a Mione chegar a você. – Draco disse. – Se faça de difícil, e ela começa a conversa e te explica tudo.

                - Até parece. – Rony riu.

                - Ela te beijou primeiro. Obviamente ela vai tomar a iniciativa nisso, sejamos sensatos. – Draco falou.

                - Concordo.

                - O que eu vou fazer? – Rony se perguntou.

                - O que elas estão fazendo? – Draco perguntou.

                - Enlouqueceram. – Harry disse observando.

                - Sério... Estou preocupado. – Rony disse.

                - Elas estão se divertindo isso sim... Não estão em silencio e nem mal humoradas. – Draco deduziu.

                Os meninos estavam rindo, mas não só eles. Na verdade Hermione, Luna e Gina estavam aos berros, e rindo. Luna e Gina jogavam as mãos para o alto a cada vez que o refrão da música tocava. Luna que estava fuçando no rádio encontrou a música e em um momento de histeria todas amaram a idéia de não precisar sofrer durante a viagem, mas de se divertir, afinal férias eram para isso. Diversão e não brigas ou tristezas.

I've been long, a long way from here

Eu estive a uma longa, longa distância daqui,

Put on a poncho, played for mosquitos,

Eu coloquei um poncho e toquei para os mosquitos

And drank til I was thirsty again

E bebi até que fiquei com sede novamente.

We went searching through thrift store jungles

Nós fomos procurando através de selvas de lojas de usados

Found Geronimo's rifle, Marilyn's shampoo

Encontramos o rifle do Gerônimo, o xampu da Marilyn

And Benny Goodman's corset and fan

E o colete e a caneta do Benny Goodman.

Well, o.k. I made this up

Bem, ok, eu inventei isto...

I promised you I'd never give up

Eu te prometi, eu nunca desistiria...

If it makes you happy

Se isso te faz feliz,

It can't be that bad

Não pode ser tão ruim.

If it makes you happy

Se isso te faz feliz,

Then why the hell are you so sad

Então porquê diabos você está tão triste?

You get down, real low down

[Você] fica deprimido, bem deprimido,

You listen to Coltrane, derail your own train

Você ouve Coltrane, descarrila seu próprio trem,

Well who hasn't been there before?

Bem, quem não esteve lá antes?

I come round, around the hard way

Eu te reanimo do modo difícil,

Bring you comics in bed, scrape the mold off the bread

Te trago revistas em quadrinhos na cama, raspo o bolor do pão

And serve you french toast again

E te sirvo torrada francesa novamente.

Well, o.k. I still get stoned

Ok, eu ainda fico indiferente,

I'm not the kind of girl you'd take home

Não sou o tipo de garota [que] você levaria para casa...

We've been far, far away from here

Eu estive a uma longa, longa distância daqui,

Put on a poncho, played for mosquitos

Eu coloquei um poncho e toquei para os mosquitos

And everywhere in between

E tudo mais

Well, o.k. we get along

Bem, o.k. ainda nos damos bem

So what if right now everything's wrong?

Mas e se agora estiver tudo errado!?

                Os carros que passavam por elas possivelmente achavam que eram fugitivas de alguma clinica psiquiatrica, mas na verdade elas estavam melhores que nunca. Esquecer um pouco dos problemas, se sentir livre, poder gritar, sentir o vento nos cabelos.

                No carro dos meninos eles morriam de rir com a cena delas, na verdade qualquer um entraria no clima, afinal elas estavam fazendo o que todos querem. Estavam se divertindo.

                - Como seria possivel detestar elas? – Rony disse rindo.

                - Não seria... Por isso estamos aqui... – Draco disse.

                - Prefiro não entrar nessa conversa. – Harry disse.

                - Assume que ainda acha a Gina adoravel. – Draco disse. – Isso não significa que a ama perdidamente.

                - Bom... Ela continua encantadora. – Harry disse.

                - E somos meros objetos de uso. – Draco disse. – Usam, abusam, e no fim ficam bravas por nada.

                - Elas são doidas. – Rony disse. – Mas a Hermione é uma adoravel doida.

                A viagem seguiu em um ritmo bem mais animado e quando menos esperavam avistaram a pousada e seus chalés bonitos e antigos. A neblina já estava começando a tomar conta do lugar, a viagem tinha sido longa e quase anoitecia. Gina tinha acertado, o lugar tinha um ambiente romantico, e mesmo com o sol ainda no céu era possivel sentir o ar fresco tomar conta do lugar, provavelmente quando a noite tomasse conta do céu o ar se tornaria gélido e ao mesmo tempo reconfortante.

                As meninas foram rápidamente conhecer o lugar onde passariam alguns dias, e logo se colocaram a guardar tudo e a mudar várias coisas de lugar. Os meninos apenas jogaram a mala no quarto e foram para fora ver como tudo funcionava ali.

                - Que tal irmos para aquela cidadizinha na entrada? – Draco sugeriu.

                - Tomar Chocolate quente. Vim aqui para isso. – Rony disse.

                - Pensei que tinha vindo para namorar com Hermione. – Harry riu.

                - Também, mas li em algum lugar que os chocolates quentes daqui são os melhores. – Rony disse com os olhos brilhando.

                - Então... É isso... – A voz feminina falou. – Fui trocada por um chocolate quente, se ainda fosse as batatas eu entenderia.

                - Eu tentei abrir os olhos dele, mas a barriga fala mais alto. – Harry disse rindo.

                - Posso falar com você? Antes do maravilhoso chocolate quente? – Hermione perguntou apreensiva.

                - Isso é realmente uma ótima idéia. – Rony disse.

                - Podemos andar e conhecer melhor o lugar enquanto fazemos isso. – Hermione sugeriu.

                - Ótima idéia novamente. – Rony disse.

                - Vejo vocês na cidadezinha. – Harry disse. – Aviso aos outros.

                - Valeu Harry. – Rony respondeu. – Vamos?

                - Sim... – Hermione disse colocando-se ao lado do ruivo para poder andar.

                Eles caminharam um bom caminho em absoluto silencio. Mas isso não poderia durar para sempre.

                - Desculpa. – Ambos falaram juntos.

                - Eu fui uma completa idiota. – Hermione disse com um sorriso.

                - E eu fui um tremendo bobo. – Rony disse e também sorriu.

                - Estamos muito diferentes.

                - Do começo do namoro... – Rony disse.

                - Não entendo isso... – Hermione continuou caminhando. – Mas quero voltar ao que era antes.

                - Eu também, mas você foge de mim e ainda por cima passa mais tempo com os livros do que comigo. – Rony disse.

                - Eu sei... Mas você também passa muito tempo naquele restaurante. – Hermione disse.

                - Nunca mais ficamos vendo filmes, ou dançando na chuva. – Rony disse.

                - Eu gostaria de dançar na chuva. – Hermione falou se lebrando de como tinha sido especial.

                - E os beijos... – Rony disse.

                - E gostaria dos beijos também. – Hermione sorriu.

                - Isso é realmente mais facil de se tornar possivel. – Rony disse segurando no rosto dela, e fazendos seus corpos se aproximarem. Ainda com a mão no rosto de Hermione ele fez com que os lábios dela tocassem lentamente os seus. Hermione colocou os braços emvolta do pescoço do ruivo e começou a mexer delicadamente nos cabelos dele. Por fim estavam com as linguás travando uma dança que poderia lembrar a valsa de tão lento e ao mesmo tempo intenso que era o beijo. E voltou a acontecer o que sempre acontecia. Coração acelerado, olhos fechados, apenas a sensação de voltar a ser o que realmente eram. Um beijo que em histórias mitologicas ou surreais poderia fazer o mundo parar de girar, ou o tempo não passar. Aos poucos a pressão de uma boca contra a outra foi diminuindo chegando aos selinhos leves e carinhosos.

                - Desculpa... – Hermione disse por fim quando os beijos sessaram e ela pode olhar fixamente nos olhos azuis esverdiados de Rony. – Fui infantil.

                - Fomos... – Rony disse.

                - Eu te amo, e tenho medo de fazer tudo errado. – Mione disse.

                - Como se a Senhorita Perfeita fizesse algo errado. – Rony riu.

                - Quer conversar? – Hermione perguntou. – Estou ouvindo.

                - Deixa... Vamos para a cidadezinha... – Rony a abraçou. – Quando você resolver conversar eu estarei ouvindo.

                - Rony... – Hermione sussurrou.

                - Sei que um dia vai querer conversar. Eu posso esperar. – Rony sorriu. – Pouco, muito pouco. Mas posso.

                - Seu bobo. – Hermione disse.

                - Eu te amo tanto que esperar só faz com que minha vontade de você cresça mais. – Rony disse fazendo Hermione corar. Logo voltaram a andar.

                O chocolate quente do local era realmente muito bom, e foi dificil fazer com que Luna e Rony saissem do lugar onde eram vendidos. Depois de muitos esforços eles puderam voltar paras os chalés e finalmente ter um descanso. Era só o começo de mais uma etapa da vida, e as férias durariam duas longas semanas.

Quase três dias já haviam passado, fazendo com que todos conhecessem o lugar muito bem, era complicado aproveitar o lugar tendo que está na presença constrangedora do ex namorado, mas Gina estava realmente tentando levar com tranquilidade o fato de em muitos momentos se ver sozinha com Harry por os outros fugirem para namorar escondido. Ela entendia o motivo de Luna e Draco se esconderem, mas Rony e Mione poderiam namorar a vista de todos, por mais quente que os beijos deles eram, jamais seriam reeprendidos por outras pessoas.

- Isso porque eram férias para amigos. – Harry disse sentando-se ao lado de Gina.

Ela estava sentada em baixo de uma das muitas árvores que começavam a ganhar folhas secas, ela ficava boa parte do tempo ali ouvindo suas músicas e tentando não pensar no que tinha feito com a vida, e quase conseguindo se esquecer dos ultimos momentos.

- Gina... Tudo bem que não somos mais grandes amigos, mas conversar seria educado. – Harry disse sem perceber que a ruiva na verdade não estava o ouvindo. Ela tinha o fone no som alto. – Gina? – Harry perguntou tocando no braço dela. Uma sensação nostalgica tomou conta dele, como se voltassem no tempo e ele sentisse o primeiro abraço que a ruiva tinha dado nele, isso quando já tinha 14 anos.

- Harry? – Gina pergutou tirando o fone. – Aconteceu alguma coisa?

- Aconteceu... Luna e Draco sairam para ela finalmente fazer o tal rapel ou seja lá o que for, e Rony e Mione resolveram conversar novamente. – Harry disse. – E a televisão do nosso chalé esta quebrada.

- Achei que iria com eles para pular da montanha. – Gina disse.

- Minha loucura não chega a tanto. - Harry disse. – E eu achei que não seria mal conversar com um dos amigos. Viajem para amigos eles disseram.

- Porém uma viagem para romances aconteceu. – Gina concluiu.

- Achei que poderiamos conversar como antes. Sobre futebol, natação, sobre karaokê. – Harry disse meio receioso, ele já estava cansado de fingir que nada havia acontecido, e na realidade depois de ver Dino sem aparecer na universidade por dois meses a raiva de Harry foi se decipando. Ele estava com Thay, e queria apenas alguém com que conversar.

- Claro... – Gina disse sem saber se estava sendo simpatica demais ou apenas diplomatica. – Como anda a universidade? – Ela arriscou, depois pensou que ela o via todo dia, e nas unicas vezes que conversaram ela tinha feito a mesma pergunta. Um ponto a menos para a sua criatividade.

- Ela anda do mesmo jeito que ontem. – Harry disse. – Que por sinal, você fez a mesma pergunta.

- Desculpe. – Gina disse corada, deveria ter se lembrado que tinha perguntado exatamente isso ontem, quando tinham deixado Harry e ela sozinho vendo tv no chalé das meninas.

- Gina... – Harry disse. – Eu entendo que é dificil conversar. Mas tudo aquilo passou.

- Harry... – Gina o encarou a como muito tempo não encarava. – Na verdade eu queria falar uma coisa.

- Não precisa Gina...

- Precisa sim... – Gina disse respirando um pouco densamente. – Me perdoa?

- Como assim? – Harry perguntou confuso. Pedir perdão por algo que aconteceu a meses era muito estranho. – Não preciso perdoar você.

- Como se isso fosse verdade. – Gina disse. – Me perdoa? Eu sei que fui egoista, que não pensei nos seus sentimentos. Que eu fui a pessoa mais nojenta e asqueroza do mundo. Mas me perdoa, por favor!

- Mas Gina... – Harry disse, ela estava realmente dizendo tudo que ele tinha achado, mas alguma coisa fazia com que ele não pensasse mais assim.

- Harry, você disse que tem pena de mim. – Gina disse brincando com o mp3. – Adivinha... Eu também sinto pena de mim. – Ela se levantou. – Vou entrar, daqui a pouco o pessoal volta. Desculpa novamente.

- Calma Gina. – Harry falou a puxando e fazendo com que ela retornasse. – Eu já te desculpei, já te perdoei, e já esqueci de tudo aquilo.

- Sério? – Gina perguntou erguendo uma das sobrancelhas. Ela não seria capaz de perdoar assim tão rápido, ou seria?

- Será que realmente chegou a hora de conversarmos sobre isso? – Harry disse sorrindo daquele jeito meigo que fez Gina se desligar de tudo. Ela se lembrou da primeira vez que tinha reparado no sorriso de Harry. Tinha sido um momento tão bobo, tão idiota. Mas ela vivia repassando o momento, o sorriso, as palavras. Como pode se esquecer de tudo que a fazia respirar? Como pode perder o sorriso que fazia com que seu mundo girasse mais forte? Gina sorriu. Ela estava revivendo o dia 1 de abriu de alguns anos atras.

Tinha sido tão idiota por acreditar na brincadeira que fizeram, mas afinal ela era uma criança e quando viu Harry e os Gemeos correndo em sua direção dizendo que Rony tinha sido atropelado e não voltaria mais, Gina sentiu medo de perder uma das pessoas mais importantes da sua vida. Sua familia era tudo que importava. A ruiva começou a chorar a ponto de se sentar no chão e não acreditar quando os irmãos contaram que era apenas uma brincadeira. Como poderiam brincar com algo desse tipo? Ela nunca iria acreditar nessa capacidade. Mas Harry se ajoelhou na frente dela e fez com que ela o encarasse. Ele sorriu e pediu calma. O sorriso dele fez com que Gina entendesse que realmente era uma brincadeira, mas também fez com que ela sentisse que estava segura, sempre que Harry estivesse por perto ela estaria segura.

- Gina? – Harry a chamou. – Se não quiser conversar...

- Na verdade eu acho que é hora de esclarecer as coisas mesmo. – Gina respirou profundamente. – Mesmo que você desista de me perdoar, e queria me ver no fundo do poço como antes.

- Sou tão rádical assim? – Harry riu.

- Não... Mas eu mereço isso. – Gina disse.

- Mas...

- Eu vou falar, explicar, confessar, e no fim entenderei caso desista de me desculpa. – Gina disse.

Gina começou a falar, e por mais que ela falasse ela não sentia ser o suficiente. Simplesmente porque qualquer palavra não seria suficiente para tudo que ela fez fizesse sentido. Seus olhos começaram a encher de lágrimas, e seu coração parecia sufocar, ela fugiu tanto desse momento, mas não dava mais. Harry prestava atenção e mesmo que não quisesse uma raiva acabou tomando conta dele, uma raiva menos, mais ainda sim raiva. Se lembrar de tudo e descobrir os motivos fazia ele se sentir impotente perante o amor. Mas Gina continuou, e as lágrimas dela não faziam com que ele se sentisse satisfeito, mas com que sentisse vontade de abraçá-la e dizer que no final tudo iria dar certo. Ele poderia ser um bobo, um idiota, mas ficar perto de Gina fazia com que as sensações em seu corpo fossem intensas e espetaculares. Com Thay tudo era carinhoso, e tinha um gosto de meio termo.

- Harry, eu tive medo. Medo de que isso acontecesse, que tudo acabasse como de fato acabou. Eu não sabia o que sentia, o que sentir, eu só sabia que tinha continuar viva, e alguns momentos só me sentia viva fazendo o que eu fiz. – Gina suspirou. – Se eu soubesse que depois iria me sentir morta, fria, suja... Eu teria não sentido nada. Você era o principe perfeito, e a princesa foi atras do sapo com verrugas. – Gina disse. – Me perdoa.

- Eu já tinha te perdoado. – Harry disse. Como não perdoaria? Ele sabia o que ela dizia. Sentir um calor incontrolavel, ter um desejo além da consciencia. Ele sentia isso por ela enquanto estava com Thay. A vida realmente prega peças e não dá para fugir.

Eles ficaram um bom tempo em silêncio, a conversa não tinha sido nem um pouco facil, e a mente precisava de um tempo para entender tudo que acontecia. Luna e Draco estavam longe de voltar, e provavelmente Rony e Hermione também demorariam dependendo do tipo de conversa. Gina se sentia feliz por ter sido perdoada, mas ao mesmo tempo se sentia ainda pior por ter sido perdoada. Harry com toda certeza era uma pessoa que Gina não merecia, ou ainda não pudesse merecer.

- Obrigada. – Gina disse quase em um sussurro.

- Não tem de que. – Harry respondeu. – Agora podemos conversar? Sem você perguntar da universidade, claro.

- É... – Gina disse sorrindo.

- Que bom... – Harry sorriu de volta. – O que estava ouvindo de bom?

- Harry... Não acho que vai achar minhas musicas boas. – Gina riu. – Como a Hermione disse: Elas são depressivas.

- Tudo bem. Eu arrisco. – Harry disse pegando os fones da Gina e colocando em si.

- E ai? – Gina perguntou depois que o garoto tinha retirado os fones.

- Bom... – Harry refletiu. – Músicas horriveis, mas a da Avril pareceu legal.

- GirlFriend. – Gina respondeu. Pensou sobre o que dizia a música, corou. – Legal.

- Isso está estranho. – Harry disse rindo. – Formal demais.

- Pois é. – Gina disse soltando um suspiro.

- Que tal uma volta? Quem sabe voltamos a conversar como gente e não como robôs. – Harry disse.

- Boa idéia. – Gina disse. – Espero.

- Claro que é. Vamos. – Harry se levantou ajudando Gina a se levantar, eles seguiram por umas das muitas trilhas que levavam a cidadezinha na entrada o Vale.

- Lunita... – Draco parecia meio assustado. – Não creio que isso seja uma boa idéia.

- Draco? Está com medo? – Luna disse rindo.

- Medo? Claro que não. – Draco disse. – Só não sei se isso é realmente seguro.

- É muito seguro... E você está com muito medo. – Luna riu enquanto o instrutor amarrava as cordas em volta do corpo da loira.

- Não sinto medo. – Draco se defendeu. – Eu fiquei muito tempo tentando te conquistar se tivesse medo desistiria depois da primeira pancada.

- Eu sempre fui muito simpatica com você Draquinho. – Luna disse.

- Prontos? – O instrututor perguntou.

- Não... – Draco gritou. – Luna...

- Draco é uma sensação única, como se estivessemos voando. – Luna disse.

- Lunita... Eu estou com medo. – Draco confessou. – Não gosto de altura.

- Me abraça... – Luna disse envolvendo o loiro com seus braços. – Um... Dois... Três.

Depois disso o instrutor empurrou os dois montanha a baixo. Juntos os gritos se confundiam, mas a sensação realmente era incrivel, Draco não conseguia acreditar no quanto era bom, parecia está livre, como Luna disserá, parecia está voando e o melhor de tudo era que ele tinha um anjo ao seu lado. Luna só poderia ser um anjo para fazer com que a vida dele ganhasse mais sentido, mais sabor.

- Te amo. – Draco disse quando eles começavam a parar.

- O que? – Luna gritou.

- Te amo. – Draco disse.

- Alto Draquinho! – Luna disse rindo.

- Eu Te AMO Luna Lovegood. – Draco gritou o mais alto que pode.

- Eu Te AMO Draco Malfoy! – Luna gritou de volta.

- Luna... – Draco disse ainda rindo. – Você foi a melhor coisa que me aconteceu.

                - Draco... – Luna disse. – Você faz tudo que aconteceu ter sentido.

                O instrutor os soltou, e por fim o beijo aconteceu. E talvez a emoção dele fosse ainda maior que a emoção de pular de sabe-se lá quantos metros. Eles ficaram um bom tempo apenas sentindo o gosto um do outro, antes de resolverem voltar aos chalés.

                Rony e Mione estavam sentados em umas pedras que ficavam na maior parte do lugar. Era gostoso sentir o ar fresco, o vento balançando as flores e fazendo com que o perfume delas se espalhe pelo ar. Um clima diferente, como se as emoções se acalmassem junto com a calmaria das montanhas.

                - Eu tenho medo Rony. – Hermione disse tomando folego.

                - Hein? – Rony não entendeu, já que eles estavam em silêncio e Hermione falou meio alto demais.

                - Eu tenho medo. – Hermione disse escarlate.

                - Hermione... Respira. Não entendi nada. – Rony disse.

                - Oh Meu Deus. – Hermione disse ficando ainda mais vermelha. – Sei que quer conversar sobre a nossa primeira vez. E sei que fuji, sei que te tratei mal, mas eu tenho medo Rony.

                - Medo de mim? – Rony perguntou.

                - Não... – Hermione disse chocada. – Medo de não ser como espero.

                - Medo de se machucar? Ou descobrir que não me ama o suficiente?

                - Medo de não chegar a satisfazer suas expectativas. – Mione disse abaixando a cabeça.

                - Hermione... – Rony a abraçou. – Isso seria impossivel. Mas eu espero seu medo passar.

                - Jura? – Hermione perguntou chorosa.

                - Juro, juradinho. – Rony disse rindo da cara dela.

                - Isso é sério Ronald. – Hermione disse porém esboçando um sorriso.

                - Eu juro Mione... – Rony disse. – Te amo o suficiente para esperar. Esperei até agora...

                - Obrigada...

                - Podia ter falado isso antes.- Rony disse.

                - Eu tinha medo de te magoar.

                - Quantos medos. – Rony riu. – Sempre te achei corajosa.

                - Bom... Com algumas coisas... – Hermione disse.

                - Te amo sua medrosa. – Rony disse a beijando na testa.

                - Te amo também. – Hermione disse.

                Os dois ficaram apenas sentados vendo a tarde chegar o fim. O pôr do sol de cima das montanhas era muito mais bonito e muito mais romantico.

                - Se lembra? – Rony perguntou.

                - Que seu cabelo tem a cor do pôr do sol? – Hermione sorriu. – Todos os instantes.

                Então se beijaram compartilhando o amor somente com o sol.

                Os dias foram passando, e as coisas pareciam bem melhores entre todos, principalmente entre Harry e Gina, que conseguiam conversar normalmente, eles eram obrigados a segurar velas para os casais, mas estavam levando na boa e até mesmo fazendo piadas com o jeito deles se tratarem, os apelidos idiotas e as juras de amores eternas. Foi ideia deles a noite na fogueira com música em violão, e tudo mais.

                - Qual música agora? – Draco perguntou com o violão. Não que só ele soubesse tocar, mas era o unico que sabia cantar.

                - Que tal Palpite? – Luna disse animada.

                - É isso que estou pedindo um palpite de música Lunita. – Draco riu.

                - Draco, acho que ela quis dizer a música que chamá-se Palpite. – Mione disse. Ela estava com uma blusa de flanela e Rony a abraçava com um cobertor.

                - Sério? – Draco perguntou confuso. – Tudo bem então.

                - Você não conhece a música né? – Gina começou a rir.

                - Não... – Draco confessou tristemente.

                - Escolhemos outra... – Rony disse sorrindo. – Uma boa de preferencia.

                - Uma triste. – Gina disse e todos olharam para ela. – Eu gosto de músicas triste. Posso?

                - Qual música? – Draco indagou.

                Eles ficaram pensando por um bom tempo.

                - Someday. – Hermione disse.

                - Isso sim é música. – Draco disse animado.

                - Minha namorada tem ótimo gosto para músicas. – Rony disse.

                - Bom... Então... – Draco começou a tocar enquanto a fogueira queimava e voavam fagulhas para os lados devido o vento fraco que assoprava sobre eles. 

                How the hell did we end up like this?

Como diabos nós fomos terminar desse jeito?

Why weren't we able to see the signs that we missed?

Porque nós não fomos capazes de ver os sinais que perdemos

And try to turn the tables

E tentar "virar o jogo"?

                A música era muito bonita, e apesar do vento frio a noite estava muito agradavel, as estrelas no céu ajudavam a lua a iluminar a escuridão da noite. Harry e Gina estavam sentado um de frente para o outro, e seus olhares insistiam em se encontrar. A música tinha muito haver com o momento, porque era exatamente a pergunta que rondava a cabeça deles, como tinha tudo chegado a onde estavam, como eles tinham perdido o rumo das coisas e simplesmente se afastado, simplesmente perdido um amor que existia a muito tempo.

                Harry jamais poderia negar que seu coração batia diferente quando se tratava de Gina, não que algum médico fosse concordar com isso, afinal são apenas batimentos, mas só quem sabe o que é se sentir diferente por um unico olhar e um unico sorriso entenderiam o que o coração dele sentia. Poderiam o chamar de frouxo, de corno, de burro, mas quem poderia entender o que sentir? Ele sentia que a unica pessoa que fazia com que sua vida ganhasse alegria, era Gina. E por isso as férias valiam a pena, porque ela estava ali, mesmo distante emocionalmente.

                Ele queria tentar mudar tudo, voltar ao tempo e perceber os sinais de que perderia Gina, que ela se entregaria a outra pessoa, mas já que o tempo jamais voltaria, poderia ter a chance de lutar. Ele seria capaz de lutar, mas não sabia se valeria a pena perder a graciocidade de Thay e voltar a ter a impussividade de Gina.

I wish you'd unclench your fists

Eu gostaria que você não apertasse seus punhos

And unpack your suitcase

E desfizesse suas malas

Lately there's been too much of this

Ultimamente vem acontecendo muito isso

But don't think it's too late

Mas não pense que é tarde

                Gina via que Harry a olhava, mas que no fundo tinha os pensamentos vagando além dali. Ela sabia que ele se perguntava sobre eles, ela sabia porque fazia o mesmo. Ela se perguntava porque estavam ali, depois de tudo que havia acontecido. Por algum motivo eles sempre estavam juntos, mesmo que distantes. Ela gostaria de ter feito com que tudo fosse apenas um pesadelo, e que na realidade nada tivesse acontecido. A noite em que Harry viu ela com Dino, os dias que se arrastavam em que ela permaneceu sozinha, e querendo entender se o que fazia era o errado ou o certo, a noite que descobriu que tinha sido tudo errado e que a dor da humilhação fez com que finalmente ela enxergasse que tudo era extremamente passageiro e sem graça.

                Queria não pensar que era tarde demais, porque mesmo depois de tudo ela sabia que gostava de Harry de uma maneira diferente, uma gosta além da sensação fisica, além do carnal. Era um gostar meigo, único e que jamais se dissiparia.

Nothing's wrong, just as long as

Nada está errado

You know that someday I will

Só até que você saiba que algum dia eu vou

Someday, somehow

Algum dia, de alguma forma

I'm gonna make it all right but not right now

Vou fazer com que tudo fique bem mas não agora

I know you're wondering when

Eu sei que você está se perguntando quando

 (You're the only one who knows that)

(Você é a única que sabe disso)

Someday, somehow

Algum dia, de alguma forma

I'm gonna make it all right but not right now

Vou fazer com que tudo fique bem mas não agora

I know you're wondering when

Eu sei que você está se perguntando quando

                Draco cantava extremamente bem, e era gostoso ouvir sua voz. Seus olhos brilhavam em direção de Luna, parecia que eles brilhavam por Luna e sempre que se desviavam dela ficavam sem vida.  Gina observava eles, eram uma intensidade nunca antes vista. Talvez fosse a chama do desejo um pelo outro guardada por tanto tempo que precisava sair sempre que ficavam perto. Mas não só eles faziam com que a ruiva pensasse no amor, no romance, na vida.

                Ela observava Rony e Mione. Não era o mesmo tipo de amor de Draco e Luna, era um amor mais calmo, um amor mais singelo. Aquele tipo de amor de romances de adolescentes, um amor que acontece uma unica vez e dura para sempre. E a ruiva se perguntava porque tinha deixado escapar o seu tipo de amor, um amor açucarado, uma amor doce, um amor que também é raro de se ver, mais raro ainda de se viver. Ela sabe que está se perguntando quando tudo voltará a ficar bem, quando o coração vai voltar a bater sem o medo de se quebrar e voltar a sangrar. E ela sabia que era exatamente o que passava pela mente de Harry, ele também se perguntava quando as coisas iriam ficar bem.

                Draco parou de tocar, ele tinha ido apenas até o refrão, pulado justamente a parte que Harry esperava. A parte que Gina esperava. E com a voz fraca ambos ficaram apenas dizendo o quanto a música era boa, e mesmo com os olhos embaçados pelas lágrimas que tinham se juntado sem realmente chegar a cair Gina ainda sorria. A ruiva cantava mentalmente o restante da música.

Well I'd hope that since we're here anyway

Bem, eu espero que já que estamos aqui

That we could end up saying

Que nos poderíamos terminar dizendo

Things we've always needed to say

Coisas que nós sempre precisamos dizer

So we could end up staying

Então poderíamos acabar ficando

Now the story's played out like this

Agora a história é contada assim

Just like a paperback novel

Exatamente como uma novela

Let's rewrite an ending that fits

Vamos reescreve-la com um final apropriado

Instead of a Hollywood horror

Em vez de um horror de Hollywood

                Ela iria esperar. O momento certo de dizer extamente tudo que sempre quis, e mostrar que por pior que tenha sido tudo, ela ainda merecia um final feliz, um principe encantado e um beijo de amor verdadeiro. Ela havia errado, mas afinal errar é humado.

                Harry a encarava sorrindo, mas as palmas dos outros fez com que seu pensamente se distanciasse da imagem de Gina gemendo ao seu ouvido o quanto o amava, e ele fazendo com que a história deles não chegasse ao fim. Nunca.

                As coisas entre Rony e Mione tinham melhorado muito depois da conversa que finalmente tiveram, mas alguma coisa fazia com que as coisas não tivessem a mesma intensidade que se esperaria de um amor tão especial quanto o deles.

                Hermione sabia que Rony estava apenas a esperando. Ela só não sabia até quando, porque ela tinha certeza de que ele já tinha passado do medo inicial, mas ela estava passando pelo inicio de tudo, era o primeiro amor dela, a primeira vez que vivia a vida dela e não a vida das persogens dos seus amados livros.

                Ela se perguntava como tudo iria acontecer, e o quanto queria que fosse perfeito, não conseguia prestar muito atenção nas outras coisas, somente conseguia pensar em Rony e em como ela se sentia feliz perto dele, sentindo o perfume dele. E os beijos que eram capazses de fazê-la sair da terra e ir parar na lua. Os beijos que faziam o corpo dela sentir um calor que parecia nunca saciar. Os beijos que simplesmente pediam para ela se entregar, imploravam para ela seguir em frente, suplicavam para ela simplesmente viver.

                As férias estavam chegando ao fim, e eles tinham poucos dias para aproveitar a montanha e a paz da ausencia de aulas e trabalhos. Era mais facil agora, já tinham se acostumado com o clima, e nem passavam tanto tempo separados, Gina e Harry tinham quase retomando a amizade de antes, ainda era constrangedor se lembrar do que havia acontecido, mas eles estavam superando a cada dia. Draco e Luna tinham gostado da experiência de pular da montanha e passaram a fazer isso por varias vezes, a emoção do beijo de cabeça para baixo parecia atrir eles como o mel atrai as abelhas. ***

                Era extremamente divertido observá-los pulando, um dos dias eles chamaram os outros para tentarem também. Hermione achou até divertido a idéia, tentou desistir depois de ver a altura, mas Rony foi mais rápido e com um dos seus beijos foi capaz de convencê-la rapidamente. Gina preferiu pular sozinha, ela estava constrangida com a ideia de ter que pular agarrada em Harry, e foi um alivio o instrutor falar que poderia ir sozinha. A ruiva adorou a idéia e fazia muito tempo que não se sentia tão ela mesmo ao pular sozinha, ficar livre e poder naquele momento esquecer de tudo e só sentir a sensação de voar.

                O tempo passou a mudar rapidamente transformando o dia em algo nublado e frio, e a ideia de se jogar da montanha foi deixada de lado por Luna e Draco, e os outros resolveram ficar no chalé das garotas e ver filmes. Impressionante como normalmente existem varios filmes tipicamente romanticos em lugares assim.

                Hermione poderia assistir o filme escolhido mil vezes, ela simplesmente adorava ver histórias antigas sendo regravadas com atores que lhe pareciam ser bons, ou que um dia chegassem a ser. Mas ela não estava assistindo, não por saber a história toda, mas por está encostada no peito de Rony, por está sentindo o perfume dele colando em sua roupa, e também o calor que fazia o cobertor sobre eles a encomodar fazia com que ela não parasse de se mexer.

                Em muitos momentos os olhos de Rony a encaravam, e seus olhos desciam até a boca dele que normalmente tinha um sorriso de quem aprova a escolha do filme, mesmo não sendo um de seus generos preferidos. O sorriso dele. Aquele sorriso que poderia descongelar até mesmo o polo norte, fazia com que o coração dela se acelerasse sem motivo algum. As sardas sobre o nariz, os cabelos laranjas caindo sobre os olhos azuis esverdeados faziam apenas com que Hermione ficasse sem ar. Como alguém poderia prestar atenção em um filme tendo todas as sensações brincando com sua mente e com seu corpo? Hermione suspirou. E se virou para a televisão. Eis o que ela precisava. ***

                Hermione se sentou, afastando-se de Rony, ela se perguntava como não tinha pensado nisso antes, aquela frase tinha sido tão importante. Ela tinha até anotado em muitos de seus cadernos. E ela simplesmente se esquecerá de seguir as próprias promessas, simplesmente se esquecerá de como aquela frase era correta. Mas agora tudo estava nitido, tudo estava visivel, e ela sabia o que fazer. E ela se sentia ansiosa por fazer.

                - Nunca deixe que o medo de errar te impessa de jogar. – Hermione repetiu. – Nunca deixe que o medo de errar te impessa de jogar.

                - Essa frase é realmente boa. – Rony disse. – Mas entendemos ela no filme Mione, não precisa repeti-la.

                - Nunca deixe que o medo de errar te impessa de jogar. – Hermione disse. – Como não pensei nisso antes.

                - Quieta... – Gina disse. – Vem a parte mais bonita do filme.

                - Desculpe. – Hermione murmurou.

                - Gostou mesmo da frase. – Rony sussurrou.

                - Você entenderá o porque. – Hermione sussurrou de volta. Se encostou novamente no peito do ruivo, e o calor voltou a tomar conta de seu ser, mas agora ela não se sentia mal, se sentia com coragem, com a certeza. Ela se sentia realmente viva.

                Quando o filme acabou Gina estava com as lágrimas nos olhos, ela gostava do filme. Hermione normalmente choraria, mas no momento sua mente trabalhava em outra coisa. Tudo tinha que ser perfeito.

                Os meninos foram embora pouco tempo depois, a hora já estava avançada, e logo todos estariam dormindo. As meninas provavelmente estariam, mas Hermione em um momento de coragem resolveu falar com elas.

                - Preciso de ajuda. – Hermione disse com a voz passando de estridente a baixa.

                - Hein? – Gina perguntou por não ter entendido nada que a outra tinha falado.

                - Preciso de ajuda. – Hermione disse agora com seu tom normal, mas com as bochechas vermelhas.

                - Ajuda? Para que? – Luna perguntou.

                - Bom... – Hermione respirou. – Oh Meu Deus... Não sei como dizer. – Hermione disse voltando a ficar vermelha.

                - Que tipo de ajuda você quer Mi? – Gina perguntou com um olhar curioso.

                - Não sei como dizer isso. – Hermione disse.

                - Bom... – Luna pensou um pouco. – Eu preciso de ajuda para... Esse é um bom começo. Tente.

                - Luna isso ela consegue dizer, ela não consegue o resto. – Gina falou rindo. – Fico imaginando que tipo de perversidade vem depois do “eu preciso de ajuda para”.

                - Gina... – Hermione disse. – Oh Meu Deus.

                - Estava brincando. Quando fico depressiva reclamam, quando volto a ser eu mesma reclamam, quando eu fico emocore reclamam. Assim eu não consigo. – Gina disse.

                - Desculpa. – Hermione falou. – Mas é que...

                - Em partes a Gina acertou? – Luna sugeriu calmamente. E Hermione assentiu timidamente.

                - Oh Meu Deus. Oh Meu Deus. Oh Meu Deus. – Gina disse e se sentou no sofá sem acreditar no que acontecia.

                - Eu sei...  Eu sei... Eu sei... – Hermione disse. – Mas... Nunca deixe que o medo de errar te impessa de jogar.

                - Deveriamos ter visto esse filme antes. – Gina riu.

                - Gente... Pode me explicar? – Luna perguntou.

                - Hermione resolveu ter a primeira noite com Rony. – Gina falou, pensou um pouco. – Estamos falando do meu irmão. Isso chega a ser nojento.

                - Não estamos falando nada demais. – Hermione disse. – Por favor. Como se eu fosse falar sobre isso.

                - Hermione... Espero que seja tão perfeita como a minha. – Luna disse sorrindo.

                - Eu espero que não tenha nada de parecido com a minha. – Gina disse magoada. As outras ficaram em silencio. – Enfim... O que precisa?

                - Do chalé vazio. Dos meninos longe. Bom... De todos bem, mas bem longe. – Hermione disse. Seria constrangedor demais pessoas por perto.

                - Isso é facil. Vamos para a cidade comprar lembranças. – Gina disse.

                - Comprar Batatas. – Luna disse feliz.

                - Obrigada. – Hermione disse.

                - E o que mais? – Gina disse. – Flores? Música? Comida?

                - Não... – Hermione disse. – Eu já planejei e já sei o que fazer.

                - Nossa... Demorou para se resolver, mas pelo visto. – Gina riu.

                - Gina... Sabe quando sente que precisa tanto de uma coisa que pode até morrer se não tê-la? Bom... Eu sinto que não consigo viver se não fizer isso. – Hermione disse e seus olhos brilharam.

                - Isso foi lindo. – Luna disse.

                - Vamos levar Harry e Draco para muito longe. – Gina disse. – E sei que vai ser perfeito, como todas as primeira vez deveriam ser.

                - Obrigada meninas... – Hermione disse abraçando-as.

                Quando amanheceu, Gina e Luna trataram de arrastar Droco e Harry para a cidade, com a desculpa de precisarem ver muitas lojas. Não deixaram eles acordarem Rony, então deixaram apenas um bilhete avisando para o ruivo ir chamar Hermione quando acordasse. Sabiam que se dependesse do ruivo ele acordaria somente dali uma semana. Por fim Gina pegou o celular do irmão e colocou para despertar na hora certa.

                Hermione ficou sozinha o dia inteiro apenas arrumando o chalé delas. Ela não precisava de ajuda, porque sabia que ficaria tudo perfeito, porque ela queria que tudo ficasse perfeito. Depois de tudo pronto era a vez dela se arrumar. Essa parte foi dificil, ela pensou que deveria ter pedido ajuda para as meninas. Mas para sua grande surpresa Gina tinha sido mais rápida.

                - Use isso. – Hermione leu no cartão ao lado da roupa. – Gina, você não existe.

                Rony acordou confuso com a música que tocava encomonando seu ouvido.

                - Eu vou te matar Gina Weasley. – Rony reclamou.

                Ele se levantou e viu que estava sozinho. Encontrou o bilhete dos amigos, foi se arrumar para poder buscar Hermione. Olhou no relógio.

                - A Mione vai me matar. Já são 17h. Como dormi tanto? – Rony disse irritado. – Por que ninguém me acordou?

                Ele saiu do chalé e deu poucos passos até chegar no chalé das meninas. Era o momento, aquele tipo de momento que fica na memoria e no coração eternamente. Rony não sabia disso, mas tinha chegado a hora de compartilhar sua alma definitivamente.

                Ele bateu na porta. Esperou.

                A imagem a seguir foi entorpecente, torturante, e certamente estava sendo gravada naquela parte do cerebro que jamais apaga alguma lembrança. Hermione abriu a porta e ela estava como alguém que acabara de sair de um conto de fadas. Daqueles contos de Shakespeare. Uma noite de verão, onde os sonhos se tornam realidade.

                Primeiramente Rony ficou sem ar, sem fala, mas seu coração adiquiriu uma aceleração que provavelmente foi além da velocidade da luz. Ele poderia não entender nada, ele só precisava olhar e ver o que ele sempre quis, o que sempre precisou. Era uma fada sorrindo em sua direção.

                Obviamente Hermione estava nervosa, ansiosa. Ela não sabia direito o que dizer ou até mesmo o que fazer. Mas o sorriso de Rony fez com que qualquer duvida sumisse de sua mente. Era incrivel como ele era bonito e mesmo com o cabelo bagunçado, com a roupa amassada ele ainda parecia mais um principe do que apenas o amor de sua vida. Nesse momento ela se lembrou que era muito melhor ele ser o amor da sua vida.

                - Hermione? O que? – Rony disse confuso, enquanto Hermione fechava a porta.

                - Não ficou bom? – Ela perguntou insegura.

                - Ficou perfeita... Não estou reclamando. – Rony sorriu. Como poderia reclamar quando ela estava magnifica? – Só estou confuso.

                - Nunca deixe que o medo de errar te impessa de jogar. – Hermione disse sorrindo timidamente.

                - Eu acho que sou mesmo um lerdo... – Rony disse rindo. – Ou a sua roupa me afetou mais do que imaginei.

                - Rony... – Hermione corou. – Não vou deixar o medo fazer com que eu perca a melhor parte da minha vida. – Ela suspirou. – Você.

                - Me perder? – Rony sorriu se aproximando. – Como se um dia isso fosse possivel. Eu não te largaria jamais. – O ruivo colocou lentamente a mão na cintura de Hermione. – Ainda mais com uma roupa assim.           

                - Rony... – Hermione disse corada e escondendo o rosto no peito do garoto, o perfume dele parecia está melhor que nunca.

                - Hermione... Está perfeita. – Rony disse sem ela erguer os olhos, ela só agradeceu com a voz abafada.

                Sua roupa era branca e leve, a lareira do lugar estava ligada e era a única coisa que iluminava o chalé, ou quase, ainda tinha a luz do sol que entrava pelas janelas. Ela sorriu com o elogiu, tudo agora parecia ser mais facil do que realmente era.

                - Obrigada. – Hermione disse.

                - Mas me explica isso? – Rony pediu.

                O chalé não era mais o lugar onde eles tinham assistido o filme na noite anterior. Ele estava mudado, com um aspecto diferente. Não tinha flores espalhadas, nem velas e nem nada desse tipo. Tinha lençois.

                Lençois brancos espalhados por sobre os sofás, pelo tapete, em todos os cantos do lugar. E o perfume era o perfume dela, provavelmente tinha espalhado o vidro inteiro sobre a superficie do ar. E o mormaço era provocado pela lareira, a música ao fundo não era uma música qualquer. Como Hermione Granger ficaria sem música no momento mais importante de sua vida. Seria muito crueldade do destino com ela. Então a música, a unica música que faria sentido nesse momento. Ela se repetia constantemente. Cada palavra. A música que Rony havia suspirado enquanto eles dançavam embaixo da chuva.

                - Hermione... – Rony suspirou fazendo com que ela finalmente voltasse a encara-lo.

                - Rony... Eu estou pronta. – Hermione disse o beijando lentamente, o beijo foi se aprofundando e durou varios minutos.

                - Tem certeza? – Rony perguntou. Ele não queria perguntar, mas não poderia fazer nada caso Hermione sentisse dúvidas.

                - É a única certeza da minha vida. – Hermione sorriu. – Eu te amo, e essa é a unica certeza. Isso é o que faz a vida valer a pena.

                - Eu te amo Hermione, como nunca achei possivel amar. – Rony falou voltando a beijá-la.

                Os beijos duraram muito tempo. Rony não iria ser apressado nesse momento tão especial. Como ele havia esperado isso, porque ele também esperava o momento certo, com a garota certa. A primeira vez deve ser inesquecivel, e realmente seria.

                - Eu te esperei e agora sei porque. – Rony falou ao ouvido de Hermione, fazendo um arrepiu subir pelas costas da garota.

                - Me esperou? – Hermione disse.

                - Queria uma primeira vez memoravel. Com uma garota memoravel. – Rony disse fazendo novamente Hermione se arrepiar.

                Ela achava que ele já tinha ido além dos beijos calientes, e dos amassos surpreendentes. Mas ele realmente estava esperando por ela. Desde quando não importava, só importava que eles estavam juntos pois tinham a mesma sintonia, estavam apenas esperando a pessoa certa e não existiria outra pessoa. Eles eram destinados um ao outro por isso seus beijos encaixavam, por isso seus olhares soltavam faiscas, por isso seus corpos clamavam um pelo o outro.

                - Rony... – Hermione suspirou sentindo as mãos do ruivo começando a passear por seu corpo ainda por cima do pano leve de seu vestido.

                - Hermione... – Rony disse no ouvido dela, e logo depois desceu os beijos pelo pescoço, pelos ombros e voltando para a boca.

                A música ainda tocava, e aparentemente o calor estava aumetando com os beijos e os suspiros que invadiam o lugar.

                - Eu te amo. – Rony disse no mesmo instante em que fez o vestido branco de Hermione escorregar pelo corpo dela. O vestido era branco, daqueles antigos, de tecido vaporoso, com alças finas e tendo uma outra veste por baixo, uma roupa mais curta, mas ainda branca. Era de cetim. Rony voltou a beijar o pescoço dela, enquanto suas mãos passeavam pelo corpo deixando um rastro de calor, e de perfume.

                - Eu sei... – Hermione respondeu ofegante.

                Era a vez dela, e ela tirou lentamente a camiseta branca que ele usava. O peito nu dele fez com que ela mordesse o labio inferior e corasse ao mesmo tempo. Suas mão passearam por toda a parte nua, e seus lábios beijaram cada pedacinho do torax do ruivo, ele soltava gemidos e sentia algo crescer no seu interior.

                Como ela poderia ter esperado tanto tempo? Era a melhor sensação que alguém poderia sentir. Um gosto de está tendo o melhor momento da vida. Um arrepiu gostoso de se sentir, quem tinha dito que o calor da um arrepiu frio realmente entendia do que estava falando.

                Rony levou as mãos de Hermione até o botão de sua calça, ela existou um pouco, mas os beijos que seguiram fez com que ela continuasse e por fim Rony estava apenas com a cueca vermelha a mostra. Hermione voltou a morder os lábios ao observar o ruivo, era diferente aquela vontade de senti-lo, ela tinha vergonha de sentir aquilo, mas era inevitavel.

                Rony se aproximou e ficou brincando com as mãos pelo corpo dela, até o momento de realmente retirar o vestido curto de cetim, deixa-la apenas de calcinha branca de delicada. Hermione se encolhiu, era dificil ficar com Rony a observando, parecia que ele estava hipnotizado.

                - Como pode ser linda desse jeito? – Rony disse enquanto se aproximava dela e começava a beijá-la por toda a extensão de seu corpo nu. Era impossivel não pedir mais, Hermione jamais tinha sentido algo tão intenso, tão maravilhoso. Seus gemidos ainda eram baixos, mas cheios de desejo.

                - Rony... – A voz dela fazia Rony sorrir e intensificar os beijos molhando a pele dela.

                - Hermione... – Ele disse ao ouvido dela. – Você é perfeita. – Voltou a beijá-la.

                - Parece me torturar... – Hermione disse em tom fraco.

                - Talvez essa seja a minha idéia. – Rony disse com uma voz irresistivelmente sussurada.

                Ele começou a deitá-la sobre os lençois enquanto seus beijos não chegavam ao fim. A música continuava a se arrepetir. E os gemidos de Hermione faziam com que o som nem ao menos chegasse aos ouvidos deles. Mas o som estava lá, a lareira estava lá e os raios do sol mesmo fracos também estavam lá. Nada importava apenas os lábios de Rony na pele de Hermione e as unhas dela arranhando as costas dele.

                I will be there, always waiting

Waiting for you to let me inside

Where your fire burns in a city of angels

Well just like a river rushing straight into the sea

I'm the one thing meant for you and you for me

Eu estarei lá, sempre esperando

Esperando que você me deixe entrar

Onde o fogo queima em uma cidade de anjos

Bem como o rio corre diretamente para o mar

Eu sou o único destinado para você e você para mim

                E o momento tinha chegado, e valia à pena ter esperado, a música dizia exatamente o que eles viviam, esperaram pelo melhor momento da vida deles. Hermione suspirava com força era como se o ar fugisse de seus pulmões, Rony sorria enquanto a beijava, era como se o sangue dele pulsasse apenas por ela.

                Uma sensação de invasão permitida, um calor se alastrando pelo corpo, pelo interior, pela alma. Um cheiro de amor se espalhando pelo ar, um sentimento de magnitude. A movimentação era lenta, mesmo assim fazia com que os lençóis afastassem lentamente do chão. Hermione tinha os cabelos grudados sobre o rosto e via os de Rony se misturando com os dela. Ele parecia mais lindo que nunca, o suor, o sorriso, o olhar penetrante.

                Era quase possível ver as almas se juntando em apenas uma.

Whatever you want

Whatever you need

Whatever it takes

I'll do anything

O que você quiser

O que você precisar

O que for necessário

Eu farei qualquer coisa

                Hermione não tinha muita forças para conseguir falar nada. Rony estava fazendo com que as forças dela fossem apenas para pedir mais e mais. Era estranho como ela precisava de mais, e como não podia evitar pedir. Mesmo assim ela conseguiu sorrir ao sentir suas costas fora dos lençois e sobre o chão gélido, era como sentir o calor se dissipar por um breve instante até voltar com força total. Ela sentiu a linguá de Rony brincando com a sua enquanto ele fazia com que seu corpo estremesse embaixo do dele. Ela sussurrou em um momento de intensidade.

                - O que você quiser... O que você precisar... O que for necessario... – Hermione gemeu alto e foi obrigada a parar.

                - Eu farei qualquer coisa... – Rony disse ao seu ouvido com a voz tão ofegante quanto a dela. – Eu farei qualquer coisa por você Hermione... – Rony disse quase sem ar. Voltou a colar seus lábios com volupia e necessidade.

                O ritmo deles passou de suave a intenso quase no mesmo instante que o sol começava a dizer adeus ao dia. Era como seu tivesse sido tudo programado, mas era somente o fato das coisas acontecerem no momento certo.

                Rony sentia seu corpo tremendo enquanto Hermione o prendia, os gemidos dela fazia com que seu coração nunca perdesse o ritmo acelerado, e fazia com que sua boca implorasse pelo gosto da boca dela. Hermione sentia que o momento estava chegando, Rony tremia sobre ela, e ela embaixo dele. Os dois pareciam ser pessoas diferentes, em uma mesma alma. O encaixe perfeito.

                - Eu te amo. – Hermione disse e no momento seguinte se sentiu preenchida como nunca. Rony caiu sobre ela de olhos fechados. A beijou lentamente.

                - Eu te amo muito. – Rony suspirou sentiu que Hermione também havia chegado ao apce total. Ela puxava o ar com dificuldade, mas um sorriso brincava em seus lábios.

                - A tortura valeu a pena. – Hermione disse deitando a cabeça de volta no chão.

                - A espera valeu a pena. – Rony disse se apoiando sobre ela. – Como mais nada na vida valeria.

Whatever you need

Whatever it takes

I'll do anything

O que você precisar

O que for necessário,

Eu farei qualquer coisa

                Os dois estavam deitados sobre os lençóis, abraçados. O sol estava se pondo. Hermione viu pela janela, ela sorriu.

                - O pôr do sol sempre vai está presentes nos melhores momentos da nossa vida. – Hermione disse se sentindo feliz como nunca.

                - Quando o sol se pôr eu vou me lembrar do seu sorriso, do seu olhar e vou sentir seu corpo junto ao meu. – Rony disse a beijando.

                - Quando o sol se pôr... Sempre seremos nós dois. – Hermione disse e logo eles ficaram em silencio apenas relembrando os momentos.

                Era sempre assim... O pôr do sol sempre irá fazer com que a vida deles ganhe um pouco mais de brilho e de romantismo.

                O dia tinha chegado ao fim, e provavelmente os amigos estariam ali a qualquer momento. O problema era que mesmo pensando nisso, era inevitavel querer permanecer juntos. Hermione se levantou com muito pesar, e se encaminhou para o banheiro. Eles precisavam de um banho. Ela não esperava que o banho fosse da maneira que foi. Quente, lento, e com o sabor da intensidade dos sentimentos que ambos sentiam. Rony tinha lhe acompanhado e para sua surpresa Hermione não degou sua companhia, as coisas estavam diferentes, e especiais. Viver era aquilo. Viver era se despir dos medos, e sentir o que era o amor de verdade.

                Os beijos eram molhados, mas não mais que a água quente e o vapor que se espalhava pelo banheiro, as palavras doces estavam novamente misturadas com os gemidos de prazer. Esperar sempre valeria a pena, mesmo que muitos discordassem disso. Rony e Mione pareciam hipnotizados um pelo o outro, e seus corpos não queriam mais se desconectar, os movimentos deles sempre começavam lentos e adquiriam uma velocidade com o passar do tempo, uma intensidade quando chegava ao final. E os sorrisos tomavam conta dos lábios, dos olhos. O sorriso tomava conta deles.

                O banho tinha sido tão inesperado quanto tudo, porém seria mais uma lembrança que tomaria conta das noites frias e dos dias quentes, que tomaria conta de paginas em branco e de páginas escritas. O sabor jamais sairia da boca, da alma. E eles finalmente sabiam que sempre seriam um do outro, mesmo quando o tempo fizesse tudo mudar.

                Necessitavam um do outro. O amor de um pelo o outro fazia com que a terra continuasse a girar, com que o sol brilhasse e com que eles continuassem a viver como se a vida fosse além da propria vida.

                Quando Gina chegou carregada de sacola o relógio marcava 20h. Rony e Hermione estavam sentados no sofá vendo novamente o filme da noite anterior.

                - Oi... – Gina disse depositando as sacolas sobre o chão.

                - Oi. – Hermione respondeu meio timida, a amiga sabia muito bem o que tinha acontecido, mesmo assim era constrangedor.

                - Por que não foram se encontrar com a gente? – Harry perguntou cansado. – Poderiam ter ajudado a controlar a Gina.

                - Bom... – Hermione disse. Como não havia pensado em uma boa desculpa.

                - Hermione estava se sentindo mal... – Rony disse sendo mais rápido. – Acho que era febre. Resolvi ficar fazendo companhia a ela.

                - Isso... Essa mudança de tempo. – Hermione disse corando. Ela não sabia que Rony era tão bom com mentiras. Mas ainda bem que era.

                - Está melhor agora Mione? – Harry perguntou preocupado.

                - Sim... Tomei um chá e ficamos vendo filmes... – Hermione disse sem encarar realmente o amigo.

                - Ainda bem... Seria horrivel perder o fim das férias. – Draco disse se jogando em um dos sofás. – Esse filme de novo?

                - Hermione gosta dele... – Rony disse. – Eu gostei muito também, acho que se tornou meu filme preferido.

                - Gente... – Luna disse cansada. – Tem umas dez sacolas lá fora ainda.

                - Gina? O que tanto comprou? – Rony perguntou rindo.

                - Muitas coisas... Eu estava cansada de ficar aqui dentro sem gastar, sem shopping... – Gina sorriu. – Então aproveitei!

                - Achamos que ela jamais voltaria ao normal. – Harry disse.

                - Mas ela voltou. – Draco falou.

                - O que vamos comer? – Gina perguntou. – Não deu tempo de comer lá, eles não me deixavam ver as coisas direito.

                - Podemos fazer alguma coisa. – Hermione disse.

                - Eu faço... – Rony se levantou indo para a cozinha. – Sou o Cheff. – Ele gritou.

                - Vamos ajudar o cheff. – Harry riu.

                - Eu vou mostrar as comprar. Prepare-se Mione. – Gina disse.

                - Prepare-se mesmo. – Luna riu.

                - Certo. – Hermione disse começando a ficar com medo.

                - Como foi? – Gina perguntou enquanto mostrava um lindo cachecol a Mione.

                - Lindo... – Hermione disse vermelha. – Podemos conversar sobre isso depois? Por favor.

                - Claro... – Gina disse.

                - Os meninos estão voltando. – Luna disse sorrindo.

                - Não tem nada... Que tal ir lá para casa? O nosso chalé foi abastecido por um esfomeado e comida é uma das poucas coisas que tem lá. – Draco disse.

                - Não me chame de esfomeado... E graças a mim agora teremos o que comer. – Rony disse irritado.

                - Vamos para lá. Sem problemas. – Luna disse rindo.

                - Certo... – Todos disseram e foram para a casa ao lado.

                O noite parecia passar mais lenta do que normalmente. Hermione tinha contado por cima os acontecimentos, Gina era muito inconveniente quando queria, mas quando se lembrou que era seu irmão ficou horrorizada e desistiu de perguntar os detalhes. Luna sabia qual era a sensação e simplesmente escutou a história com os olhinhos brilhando, ela provavelmente se lembrava como tudo tinha sido perfeito com ela também.

                Passava das 4h quando Hermione conseguiu finalmente dormir com um sorriso estampado em seu rosto. Ela se lembrava de cada detalhe, era uma gravação perfeita que jamais se apagaria. Ela sorriu, se abraçou com o Linguado e teve a noite mais leve e tranquila de toda a sua vida.

                A férias chegavam ao fim, mas tinham realmente valido a pena.

                Fim do Capítulo 14.


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