Depois da Morte 2 - a Vingança de Near escrita por adjr
As ruinas, sim, onde Mello morreu, o primeiro lugar que pensei em ir. Talvez ele estivesse lá, porque, pelo que me informaram, L morreu no prédio onde ressucitou. Mas o Kira voltou no prédio onde e não onde morreu... Tive de escolher, e... As ruínas me pareceram a melhor opção.
O taxi onde eu estava avançava sinais, virava na contramão, ultrapassava o limite de velocidade. Admira-me o que as pessoas são capazes de fazer quando se paga um pouco a mais por certos serviços.
Estávamos em uma rua sem movimento, dos dois lados a paisagem deserta.
-Ainda falta muito?- Perguntei, sem demonstar pressa.
-Não, não senhor.- O taxista dizia.
Ele era um homem gordo, estranho. Uma taturana separava o seu nariz batatudo de sua boca.
De repente avistei a silueta de uma pessoa que quando viu o taxi começou a acenar. Só podia ser ele.
-Pare, vamos dar carona para aquele rapaz.
-Como quiser senhor.
Conforme o taxi se aproximava o loiro ficava cada vez mais visível. Não tinha mudado nada, nem um fio de cabelo.
Finalmente o taxi parou ao seu lado. Eu abaixei a janela vagarosamente. O rosto com a cicatriz me encarava. Já podia até imaginar o que ele estava pensando: "Mas o que afina esse albino está fazendo aqui?"
-Entre...- Eu disse, abrindo a porta.
Ele não disse nada, apenas entrou e sentou-se ao meu lado.
-Mas...- Ele fez menção a falar.
Eu o cortei.
-Aqui não.- E apontei para o motorista que nos encarava pelo retrovisor.
Ordenei para que o motorista voltasse para o hotel.
***
–Near, você vai ou não vai me contar o que está acontecendo?! - Melo dizia enquanto me segurava contra a parede.
-Não. não até você se acalmar.
Mello não havia ficado muito feliz em saber que Kira estava de volta. Mas ficou ainda mais bravo quando me perguntou como eles haviam ressuscitado e eu disse que se ele não parasse de ser tão apressado, eu não contaria.
-Sem essa Near, ou você me conta agora ou...
-Ou o quê? -Eu disse, sem demonstrar emoção. - Vai me bater ou coisa parecida?Ele me soltou, andou até a mesinha e pegou uma das barras de chocolate que eu havia preparado para ele. Se eu bem o conhecia, agora ele devia estar muito furioso por não ter uma arma para me ameaçar.
Eu aguardei alguns minutos, então falei.
-Muito bem, agora que está mais calmo podemos conversar. Você está de volta por causa disso. - Eu disse tirando o caderno branco de dentro da minha camiseta.
Ele olhou para mim, mas especificamente para o caderno que eu tinha em minhas mãos.
-Não me diga que esse é mais um daqueles malditos cadernos.
-Sim, mas ao contrário do Death Note, este trás a vida.
Ele me olhou, tentando demonstrar desinteresse.
-E por que você me ressucitou? Para se gabar pelos seus feitos? Porque se for, pode me mandar de volta agora mesmo!
-Não, na verdade preciso de sua ajuda...- Eu disse colocando o caderno sobre a mesa, ao lado das barras de chocolate.
-Esqueça, eu nunca trabalharei com você!- Ele disse me dando as costas.
-Nem mesmo por vingança? - Eu não podia ver seu rosto, mas sabia que ele gostaria de se vingar do maldito Kira, assim como eu.
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