– Mamãe, mamãe! – Rony chamava puxando a saia da senhora Weasley.

– Silêncio Rony. Não viu que sua irmã está dormindo? Não quer que ela acorde e comece a chorar, quer?

– Não mamãe, mas é que...

– Agora não, agora não posso, vai pedir para seus irmãos, eles te ajudam.

– Mas…

– Vai.

– Mas eu só quero…

– Vai!

Rony saiu, por que sua mãe não lhe dava atenção? Claro que Gina precisava de cuidados, ela ainda era um bebê, mas custava dar-lhe atenção por um minutinho?

– Ei Rony! Quer ver o que a gente fez? – Jorge perguntou.

– O que? – Rony já tinha aprendido a ficar cauteloso em relação a Fred e Jorge.

– Nada que te machuque, mas olha só o que inventamos: um super-caça-gnomos!

– Um… um… um o que?

– Vem que eu te mostro!

Rony deixou-se levar.

– Por aqui, por aqui. – e Jorge lhe guiou até o jardim.

– Preparado Rony? Você vai ver uma das coisas mais legal do mundo! – Fred afirmou.

– O que essa coisa faz?

– Isso, meu querido irmãozinho, vai pegar todos aqueles gnomos daqui do jardim! Assim, quando mamãe mandar a gente desinfectar o jardim dos gnomos, só apertamos o botão e zap! Tudo pronto em cinco segundos!

– Por que num pede pro Gui? Ele num faz magia?

– Por que ele não pode fazer fora da escola. Dã! Isso é tão óbvio!

E eles se sentaram atrás de uma moita, esperando os gnomos aparecerem. Uma hora, duas…

– To cum fome, quando é que os gnomos aparecem? – Rony perguntou chateado.

– Boa pergunta! Por que eles não vieram, Fred?

Fred saiu do esconderijo e foi examinar a armadilha.

– Ahá! Achei o problema! Por que você colocou um queijo como isca?

– Ué? Gnomos não gostam de queijo?

– Onde é que você leu isso?

– Já esqueceu Jorge? Naquele livro do papai sobre armadilhas.

– Mas… mas… aquele livro é para trouxas pegarem ratos! Ratos! São ratos que gostam de queijo!

– Ops, esqueci desse detalhe…

– Eu to cum fome! – Rony disse mais alto.

– A gente não é surdo! Já ouvimos da primeira vez! – Fred replicou.

– Desse jeito você vai ser um gordo! Imagina só: você descendo as escadas rolando? Uma bolinha humana.

– Eu não vou!

– Vai sim!

– Não vou não!

– Vai!

– Paaaaai!!!! – e Rony saiu correndo fugindo dos dois.

O senhor Weasley virou-se ao ver o filho chamando por ele.

– Eu vou ser gordo?

– Claro filho, tem que comer bastante para ficar fortinho e gordinho.

– Não, num é isso! Eu…

– Vai brincar, vai filho, papai esta quase descobrindo como funciona o tefelone aqui.

Rony resolveu então procurar Gui, como sendo o irmão mais velho ele deveria saber de tudo. Parou a frente da porta do quarto do irmão, a porta estava entreaberta.

– Eu vou ser gordo, Gui?

– Claro que sim, e parabéns!

Rony saiu correndo chorando, sem nem reparar que não fora o irmão que tinha falado, e sim o rádio que estava ligado.

– Mãe! – chamou chorando entrando no quarto da irmã.

A pequena Gina ao ouvir o barulho de choro, começou a chorar também.

– Que? Mas… - a senhora Weasley estava nervosa – Eu não disse para não fazer barulho? Não disse!? Agora sua irmã acordou e a culpa é sua! Caramba Rony! Não pode ficar quieto nem por um segundo!?

– Mamãe, mamãe…

– Não importa! Sai daqui Rony, só esta atrapalhando! Vai para o jardim, vá fazer alguma coisa!

Quando chegou ao seu quarto, falou consigo mesmo:

– Queria que Gina não existisse, ela só rouba a atenção da mamãe, mas todos vão ver só! Quando crescer eu vou ser o melhor! Melhor para todo mundo ver!