Vamos aos fatos, eu e Scorpius estávamos sentando cada um de um lado da mesa de estudos, claro, nós nunca a usávamos para estudar, nós dois estudávamos nos nossos quartos, nunca interagíamos nos estudos do outro, aquela mesa tinha outra função, quando sentávamos ali, eu desabafava, e Scorpius, dava o conselho que provavelmente eu iria seguir.

- Então, conte-me. – falou Scorpius e eu respirei fundo.

- Eu passei o inicio da manhã com Jayme. – ele riu ao meu lado. – Como ele fala mais que, a coisa que mais fala no mundo – eu franzi o nariz. – eu não sei o que seja, dei uma desculpa esfarrapada e sai. – estava na hora de contar a primeira parte ruim. – estava andando em um corredor quando me encontrei o Dean com a Dominique. – eu funguei sentindo as lágrimas voltarem. – eles estavam dentro de uma sala, a porta aberta, estavam quase se – eu nunca falo qualquer palavra estranha ou chula na frente do Scorpius, eu me sentia estranha, mas eu não via outro jeito de falar. – comendo, na verdade, eles iam se comer, estava mais que obvio, com a cena que eu vi. – uma lágrima desceu no meu olho e eu vi Scorpius se levantar e vir ao meu lado. Fazia um tempo que eu não chorava, mas Scorpius nunca deixava eu chorar, se eu chorasse, ele me consolava, ele me contou que odiava ver garotas chorar, por que fazia com que ele sentisse nojo de sua própria espécie, ele achava que os homens tinha que cuidar das garotas, não magoá-las , era o que ele fazia comigo, cuidava de mim.

- Pensei que não sentisse mais nada por ele. – ele me abraçou e eu comecei a chorar, soluçando.

- E eu não sinto. – começou a alisar meu cabelo. – só que, toda vida que eu vejo ela com ele, minha prima, com meu ex-namorado, eu sinto toda a traição, ela era minha prima, sempre foi a doce Domy, e eu tenho esse direito. – ele me apertou contra si.

- Sim, você tem esse direito, meu bem. – ele beijou minha bochecha, eu sempre me sentia consolada com ele.

- Tem mais coisa. – ele se afastou milimetricamente do meu rosto e me encarou, podia sentir sua respiração em meu rosto. - Eu acho que estou me apaixonando. – eu tive impressão que ele fez uma expressão triste, mas foi só impressão.

- Prossiga. – fala com uma expressão fria.

- Bom, só que – passei as mãos no cabelo, nervosa. – ele tá afim de outra garota, e eu não sei o que fazer. – falei colocando as mãos no rosto, ele tocou meu ombro.

- Afaste-se. – ele disse e eu o encarei com os olhos arregalados. – Ele é garoto, e não importa o quanto o garoto seja centrado, se garota bonitas como você demonstrarem que gostam dele, ele vai ficar com você, e se a garota que ele gosta, disser que gosta dele, ele vai te fazer sofre, por isso, mantenha distancia, Rosie. – ele tocou meu rosto e beijou minha testa. Eu fiquei desesperada, ele estava pedindo para eu me afastar dele mesmo, mesmo sem saber.

- Ma-mas... – ele me interrompeu.

- Rosie, entenda, é o melhor. – ele tocou o meu rosto. – se você continuar próxima. Vai começar a se apaixonar mais, o que vai te fazer sofre mais. – encarando os meus pés, respondo.

- Tem razão. – ele estava certo, e eu nada feliz com isso, como eu iria me afastar dele? Impossível, por que ficamos no mesmo salão comunal.

- Ele é de que casa? – eu pensei seriamente em responder que ele era de corvinal, mas nada mais justo que a verdade.

- Grifinória. – ele sorriu de lado e beijou minha testa.

- Descanse pequena Rosie, está precisando. – e com isso saiu em direção ao seu dormitório, me deixando confusa e triste, eu teria que ignorar o cara que estava sendo tão legal comigo nos últimos meses, enxuguei as lágrimas, devia fazer isso, era necessário e eu iria fazer, quer dizer, iria nada, foi o que eu fiz.

.

- Rose. – falou Albus ao meu lado, estávamos no lago negro, encarando o lago, ele era meu melhor amigo, e eu precisava desabafar com ele. – O que queria me dizer? – ele me perguntou, pois, desde que ele chegará, eu não havia aberto a boca. – estou ficando preocupada. – ele falou tocando meu rosto e percebendo que estava molhado, ele fez uma expressão de choque.

- E-eu es-estou a... – um soluço saiu e ele me abraçou, encostei meu rosto em seu peito. – promete que não vai contar a ninguém. – o senti assenti.

- Eu te prometo bebê. – ele afagava meus cabelos.

- Eu me apaixonei por Scorpius Malfoy. – e com isso foi uma série de soluços ensopando a camiseta da grifinória.

- Hey, calma bebê. – ele beijou o topo da minha cabeça. – Não se preocupe. – ele tocou o meu rosto. - vai dá tudo certo.  – o que eu mais amava do Albus era o seu positivismo, ele era um babaca, mas era uma boa pessoa e sempre me animada, ele puxou meu rosto e me deu um beijo de esquimó, fazíamos isso desde pequenos, o que fez o favor de me alegrar. – Eu tive uma ideia.

- NÃO.- falei quando ele me puxou para o seu colo e pulo comigo no lago negro, eu com medo e frio, quase congelando lá, sentindo o corpo tremer absurdamente, o problema é eu também não sei nadar, comecei a me afogar e quando vi, não fazia ideia de onde estava, só senti duas fortes mãos me puxarem para cima e lá estava eu, deitada em frente ao lago negro, sem ar algum, estava basicamente inconsciente quando sentir o ar voltar aos meu pulmões e abri os olhos, Scorpius Malfoy me encarava preocupado.

- Graças a Merlin, Rosie. – ele a abraçou fortemente. – Achei que estava morta já. – foi ai que eu percebi que ele estava ensopado e Albus me encarava com os olhos cheios de lágrimas.

- DESCULPAAAAAA! – gritou me abraçando e chorando no meu ombro. – desculpa, eu tinha esquecido. – eu sorri de leve e beijei sua bochecha.

- Não é nada Albus. – sorri de leve. – Obrigado Scorpius. – falei me levantando.

- De nada Rosie. – ele sorriu e eu sai de lá, odiava estar molhada.

Continua...