Mutação Oculta escrita por Athenaie


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

A partir deste capitulo a história irá afastar-se cada vez mais do original da Charlaine Harris. Ao longo dos proximos capitulos tudo será revelado.



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Até custa a crer que já passou um ano que conheci o Eric. Ultimamente ando sempre com os horários um bocadinho trocados e normalmente sinto-me ensonada. Continuo a trabalhar na mesma empresa, o Eric fica comigo uma ou duas noites por semana e eu com ele à sexta e ao sábado. A novidade passou aparentemente, e ultimamente já consigo ter conversas normais com os meus amigos e conhecidos sem o assunto ser a minha relação. Na maior parte dos casos, as pessoas aceitaram que havia alguém na minha vida, sendo que não era o que esperavam mas resolveram ignorar a diferença.

A nossa ligação sanguínea, parecia não diminuir de intensidade, verdade que sempre que fazemos sexo ele morde-me e umas gotas aqui, umas gotas acolá vai sempre ajudando a manter o mesmo nível de ligação.

Desde que lhe contei que também o conseguia sentir e que os efeitos do sangue dele em mim tinham sido diferentes do que o resto dos humanos experienciam, nomeadamente, ao adquirir algumas das suas capacidades sem nenhuma sensação de euforia, o Eric tem ocupado algum do seu tempo a tentar perceber como e porquê. Inclusive há quinze dias atrás, quis experimentar o que aconteceria se bebesse dele outra vez. Deu-me uma pequena quantidade de sangue a beber. Já não me faz confusão as nossas trocas sanguíneas, aliás até sinto que gosto de bebe-lo. É doce e é como sexo. Sinto-o a correr nas minhas veias. Senti um aumento dos meus sentidos e capacidades e acho que agora conseguiria correr a maratona sem me cansar. Estou forte, rápida, o meu raciocínio aumentou e apesar de sempre ter sido multi-task, agora consigo pensar e realizar tantas tarefas ao mesmo tempo que tenho que disfarçar no trabalho. Não quero obviamente que se apercebam das minhas novas capacidades mas se não abrandasse muitas vezes, conseguia realizar todas as tarefas de um dia em pouco mais de 1 hora. Todos os meus sentidos aumentaram exponencialmente e tenho um crescente gosto pela vida. Tudo me parece mais bonito, mais brilhante, mais claro, tantos sabores, tantos cheiros, tantas diferentes sensações. Tudo é mais fácil até os engarrafamentos de trânsito. Conduzo muito rápido e consegui diminuir o meu percurso ao trabalho de hora e meia para 45 minutos. Não me canso no sexo e sou capaz de protelar o orgasmo durante horas!! O sexo então é a comunhão de dois corpos num apenas. Ele sente-me e sinto-o. É como se nos fundíssemos apenas num corpo só em que ambos sabemos o que gostamos e o que o outro gosta, o que o outro quer e como quer. É como se conversássemos mentalmente dentro do cérebro um do outro.

O Eric aprecia esta parte, claro mas continua como que preocupado por não perceber porque isto acontece comigo e ele não gosta de não perceber o porquê de algo. Eu devia também preocupar-me mas ando sempre tão bem disposta que escolhi não pensar no assunto e aproveitar. Estou viva como nunca estive antes. Não tenho dores, nem fico doente há meses! Às vezes penso que me estou a transformar lentamente em vampiro mas quando me sento à mesa e como desalmadamente tudo o que me põem à frente e não sinto desespero por sangue verifico que não é o caso. Já vos disse que a comida sabe tão bem ultimamente? Aparentemente também não engordo. Como imenso e saboreio cada pedaço que coloco na boca mas devo gastar todas as calorias que ingiro.  

 O Eric tem estudado o assunto, da forma que pode já que não há propriamente estudos médicos a vampiros, nem a humanos envolvidos com vampiros. A sua história não está documentada e o que se escreveu ao longo dos milénios são apenas mitos exagerados, a partir de um fundo de verdade. Ele disse-me que tentou saber se alguma vez houve um caso semelhante mas ninguém parecia conhecer coisa parecida. Completamente à nora e sem aceitar ficar na dúvida o Eric começou a falar-me em testes genéticos.

 - Queres que eu vá analisar o meu ADN?

 - Sim. Há um vampiro que quero que conheças. Foi um dos poucos de sempre que  se interessou na nossa própria espécie e com os últimos avanços da genética tem feito um estudo aprofundado sobre nós para tentar perceber de onde viemos e o que somos realmente.

 - Vocês não conhecem a vossa própria história?

 - Não mais que vocês! – Disse ele – Vocês também não sabem bem como apareceram neste mundo. Acreditam agora na teoria da evolução da mesma forma que antigamente acreditavam ter sido criados por uma identidade divina que os fez à sua imagem.

É verdade, há séculos que os humanos se perguntam de onde viemos e qual o nosso lugar neste mundo. È normal que os vampiros pensem o mesmo.

 - Então, esse vampiro, tem estudado o vosso ADN?

 - Sim

 - E já chegou a algumas conclusões? – Perguntei

 - Algumas, nomeadamente que temos uma base de ADN comum. Só que o nosso adquiriu outras capacidades nomeadamente a impossibilidade de nos degradarmos e envelhecermos. Somos imunes a doenças e temos a capacidade de nos regenerar indefinidamente, como algumas outras espécies deste mundo.

É verdade. Se cortarmos uma estrela-do-mar em várias partes, ficamos com várias estrelas-do-mar, excepto que não me parece que nasça um vampiro a partir de um pedaço cortado de um.

 - Será pelo nosso ADN compartilhado que precisam do nosso sangue e apenas o nosso sangue para viver? – Perguntei-lhe

 - Não sei. Porque as aves de rapina comem roedores? Porque as baleias de bossa se alimentam apenas de pequenos camarões? Aparentemente todos temos um lugar e uma função neste mundo. Os predadores têm a função de manter determinadas espécies dentro de um número razoável a fim de existir o equilíbrio na natureza. Acredito que não temos andado a cumprir a nossa função ultimamente. O planeta está a ficar demasiado povoado de humanos e os recursos estão a esgotar-se. A nossa função era caçar-vos e manter-vos controlados.

 - E quem controla os vossos números? Perguntei

 - Bom, nós não temos predadores naturais mas também não nos reproduzimos.

Era verdade e era provavelmente o grande defeito na existência dos vampiros. Uma espécie para evoluir precisa de se reproduzir e os vampiros não se reproduzem. São apenas criados.

 - Podes tirar uns dias no trabalho para irmos ver o Tomas?

 - Uns dias? Porquê? Onde vive esse Tomas?

 - Em Houston!

 - Fuck! – Saiu-me

 - Então, achas que consegues?

 - Claro, tenho dias de férias para gozar, quantos dias achas que precisamos?

 - 15 dias é capaz de ser o suficiente. O Tomas precisa de uns dias para analisar o teu sangue e ADN.

 - Podes estar tanto tempo fora do país com as responsabilidades que tens? – Perguntei

 - A Pam substitui-me e também não vou publicitar a nossa viagem. Quando se souber já estamos de volta.

 - Não há o risco de os teus pares te considerarem irresponsável por estares a afastar-te dos teus deveres por uma reles humana?

 - Há! Mas eu resolvo na altura se isso acontecer.

 - Como?

 - Confia em mim! – E beijou-me de uma forma tão meiga que pude sentir o amor que ele sentia por mim como uma onda de calor que saia do seu corpo gelado em direcção ao meu.


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Notas finais do capítulo

Porque é que Alexandra adquire as capacidades dos vampiros? Estará ela a transformar-se lentamente numa vampira ou será que há outro segredo ainda por descobrir?



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