Da Água Pro Vinho, do Ódio Pro Amor. escrita por Paan


Capítulo 9
A resposta parte II


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/126510/chapter/9

_ senhor. Voltou cedo hoje. Seu pai o espera na sala de jantar. – disse formalmente o senhor – Oh, vejo que tem companhia – disse ele olhando pra mim – vou mandar por mais um prato à mesa.

_ obrigado Hiro. E peça para que preparem um quarto para nossa hospede dormir. No meu andar. – ele foi entrando na “casa”, mais eu fiquei com muita vergonha de entrar com ele, ainda mais do jeito que eu estava, toda suja, com roupas velhas, descabelada e de chinelos. E ele tinha um “andar”! Isso não ajudava muito.

_ sim senhor. E a senhorita não vai entrar? – o senhor perguntou e fez um sinal para que eu entrasse, mas eu não sai do lugar, nem consegui responder direito.

_ er... eu... eu acho melhor eu... ficar por aqui mesmo... er... eu não... não quero incomodar.... – eu estava quase saindo se lá correndo de tanta vergonha só de olhar a escada que ficava de frente pra porta.

Hiro:_ pois não será incomodo, senhorita. Temos muito espaço para acomodá-la bem.

O Sasuke voltou lá pra porta pra me chamar.

_ O q vc esta fazendo ai fora? Vem logo. Tenho que te apresenta pra Kiony antes que meu pai te veja. Anda. – e eu não disse nada, só fiquei olhando pra ele até que criei um pouquinho de coragem e fui pra dentro daquela maravilhosa casa.

Acho que nunca vou esquecer a sensação de entrar pela primeira vez naquele lugar. Tudo era tão lindo, nem parecia de verdade. Dava a impressão de que os móveis brilhavam, as paredes eram de um branco impecável com detalhes dourados e havia até um piano. Eu nunca tinha visto um piano de perto. As escadas tinham um tapete vermelho no meio de cada degrau, os corrimãos eram bem largos e dourados, dava até pra escorregar lá, os sofás eram enormes, maiores do que a minha cama e a do meu irmão juntas, e haviam muitas almofadas neles, havia também uma mesinha entre os sofás e a poltrona onde estava posto um jogo de chá de porcelana que dava até medo de olhar para não quebrar.

Era lindo, mas eu fui tirada do meu estado de transe.

_ Eu pretendo chegar até a cozinha ainda hoje, Sakura. – disse Sasuke, impaciente, encostado no batente da porta que eu imaginei que levava até a cozinha.

Nessa hora eu quis me afundar no chão. Eu estava com vergonha até de mexer, eu nunca havia me sentido assim antes, isso era muito estranho. Mas mesmo assim eu fui andando bem devagar até onde ele estava, com medo de chagar muito perto de alguma coisa e quebrar.   

 A sala a qual imaginei que fosse a cozinha na verdade era outra sala, com sofás, estantes de livros, quadros e mesinhas com diversas peças de decoração, assim como na outra, mas nessa tinha uma TV gigantesca na parede. (aquelas TVs de led que ficam penduradas na parede, sabe? Num sabe? Imagina então !! ^^)

Passei por ela do mesmo jeito, encolhida, de vagar e tentando passar o mais longe possível das coisas, até que enfim chegamos à cozinha.

Pra variar era um lugar gigantesco. (gentee, vô parar por aqui com as descrições, cansa, sabia? Então imaginem os cômodos beeeeeeem grandes, lindooos e como quiserem ok?)

Lá haviam três empregados, uma faxineira guardando umas panelas e duas cozinheiras, eu acho. Uma delas aparentava ter quase a mesma idade que eu, talvez um pouco mais velha, era loira e com os longos cabelos presos em um rabo de cavalo no alto da cabeça. Ela me olhou de cima a baixo de uma forma estranha, como se eu tivesse feito algo muito ruim pra ela, somente por estar do lado do Sasuke.

E tinha também uma linda garota, com cabelos pretos assim como os do Sasuke, não muito longos, pele branca como leite, os olhos tão negros quanto os dele também, mas com uma expressão totalmente contrária a dele, alegre, sorridente e com um olhar curioso e amigável ao mesmo tempo. Ela estava encostada no balcão, com um belo vestido branco, até a altura dos joelhos, todo rendado e com uma fita branca amarrada na cintura, sapatos também brancos, sem salto e com lacinhos na ponta. A beleza dela fazia eu me sentir a pessoa mais feia do mundo, como uma erva daninha comparada com a mais bela rosa do jardim. Imaginei que ela devia ser a princesa.

_ Então essa é a garota! – disse ela com um sorriso no rosto – quando você ia me contar heim Sasuke?? No dia do casamento?? Muito prazer, eu sou Uchiha Kiony. – ela humildemente me estendeu a mão.

Eu não sabia o que fazer, não sabia se pegava a mão dela, se me ajoelhava ou se dizia algo. Minhas mãos tremiam levemente e parecia que havia formigas em meu estômago, mas mesmo assim eu estendi a mão e peguei a mão dela.

_ Ha... Haruno Sakura. O prazer é todo meu, a... alteza. - gaguejei

_ ^^ - pode me chamar de Kiony, já que vamos ser cunhadas!! – ela sorria feito boba alegre e eu fiquei da cor de um pimentão. Eu nem tinha aceitado ainda.

Sasuke:_ Tudo bem, já chega Kiony. Vai fazer alguma coisa em outro lugar e pare de encher. E diga ao pai que eu tenho uma convidada e que ela vai ficar aki por um tempo.

Sakura:# “por um tempo? Quanto tempo será que ele acha que eu vô ficar aqui? Eu tenho que ajudar minha família... não vou ”ficar aqui por um tempo...”#

(ela nem fazia idéia do quanto estava errada....u.u)

_ Ta. Seu mala. Humpf... – ela saiu batendo os pés.

_ Não leve em consideração nada do que ela disser. – ele, novamente, não olhou pra mim – vamos, tenho que te apresentar pro meu pai. – ele foi andando e eu fui atrás, com uma baita vergonha de me apresentar pro rei de Konoha vestida do jeito como eu estava.

Nós fomos até o outro cômodo, que era a sala de jantar. Lá estavam a princesa e o rei sentados à mesa, eu travei assim que o vi, mas ele não era bem como eu imaginava. Eu o imaginava sendo um cara velho, deselegante, barrigudo e barbudo vestindo uma espécie de capa vermelha e usando uma coroa dourada, assim como nos desenhos animados, mas ele era bem elegante, não era barrigudo nem barbudo, tinha um bigode discreto, usava um terno preto, não estava de coroa, nem usava capa vermelha. Parecia mais um executivo do que um rei. Ele tinha uma expressão calma, fria de certo modo e dura, ou melhor, uma mistura das três.

Ele olhou pra mim, parada na porta, e logo desviou o olhar pro Sasuke, mas voltou a me olhar.

_ Você deve ser Haruno Sakura, sim?- perguntou ele num tom imponente, mais gentil. Eu não consegui responder – Pois bem, mais uma que meu filho traz pra casa. Te aconselho a voltar pra casa, minha jovem. Você não é a primeira que é trazida aqui pra casa e não tenho dívidas de que não será a ultima. Será melhor pra você não se envolver com o Sasuke, esse garoto tem o coração mais duro do que aço e mais frio que gelo. Não quero que seja mais uma a sair daqui chorando, nem mais um coração a ser partido pelo meu filho.

As palavras dele continham uma sabedoria incrível, um tom aconselhador e sofrido. Pra variar, todas as palavras que eu conhecia de repente desapareceram da minha cabeça.

Sasuke: _ Não entendo você. – disse ele ao pai.

Rei: _ Não sei do que esta falando, filho.

Sasuke: _ Você me enche o saco pra arrumar uma esposa e quando eu trago alguém pra casa você manda ela embora. Qual é a sua?? – ele parecia aborrecido.   

_ “qual é a sua?” “ qual é a sua?”??? – repetiu o rei – fale direito com seu pai, garoto. Não se usa esse palavreado à mesa, muito menos quando se dirige a seu pai. Você é o príncipe e futuro rei de Konoha, se lembra? – ele já estava alterado

_ Como poderia me esquecer se você faz questão de me lembrar isso 24 horas por dia, pai?

O rei se levantou da cadeira, se colocou diante do Sasuke e disse, já com a voz alterada:

_ Você sabe muito bem qual a sua posição diante do trono. Você é um príncipe, Sasuke. Então comporte-se como tal. Não vou aceitar de você uma atitude que não seja, no mínimo, respeitosa. Você não é qualquer um por ai que pode agir como bem entende e falar como bem quer. Amanhã ou depois será você no meu lugar, diante de um trono, de uma coroa, de um reino. E você não pode se comportar como bem entende diante de um reino. Você será rei, se lembra? Você não é mais um garotinho, já esta na hora de deixar de agir como tal. Você terá um reino a mercê de suas mãos, se lembra??

_ Como eu já disse, como posso me esquecer se você me lembra disso 24 horas por dia? – eu não consegui decifrar o tom de suas palavras, mas sua expressão permanecia fria.

_ E como eu já disse – respondeu o rei – Você é o futuro rei de Konoha. Então haja como tal. – dessa vez posso dizer que ele gritou.

O olhar do Sasuke mudou, mais não sei dizer como, talvez as palavras do pai tenham lhe atingido de algum modo. Ele fitou o pai por um instante e logo recompôs a expressão fria de sempre.

_ Se for pra ficar igual a você, prefiro não agir como um rei. – ao dizer isso ele saiu imediatamente da sala de jantar. O rei pareceu abalado, pôs as mãos sobre a mesa e abaixou a cabeça.

_ desculpe-nos pelo inconveniente, senhorita Haruno. – desse ele, sem levantar a cabeça – O Sasuke é... – ele suspirou -... difícil...

E eu não sabia o que dizer. De novo.

_ Papai, eu vou atrás dele – disse Kiony

_ não, deixe-o. Só peça para a Ino tirar a mesa e servir o seu jantar no seu quarto, filha. Isso se você quiser. E peça também a ela pra ir ver se seu irmão ainda vai querer comer, se ele quiser, diga a ela para servi-lo no quarto. E cuide as nossa hospede, sim? – ele parecia realmente abalado

_ Sim, papai. Vamos Sakura. – ela colocou a mão no meu ombro e foi me levando pra cozinha. – não se espante, Sakura. Esse tipo de coisa sempre acontece. Eles nunca param de brigar... ai agora o Sasuke se tranca no mundo isolado dele outra vez, meu pai fica preocupado com ele, eu fico tentando ajeitar as coisas, ai eles se entendem e depois acontece tudo outra vez.... – ela se encostou no balcão e fitou o chão. Parecia preocupada.

Sakura:_ bom, mas se tudo se ajeita, não há com o que se preocupar, certo? – depois que eu disse isso, não tive certeza se essa era a coisa certa a se dizer.

Kiony: _ Ajeita sim! – ela deu um sorriso – bom, vamos! Eu vô te mostrar o seu quarto! Cunhadaa!! – ela me puxou pela não até a sala onde ficava a escada, nós subimos e saímos em outra sala parecida com aquela lá de baixo, só que menos decorada.

_ Esse aqui é “andar do Sasuke” – ela fez sinal de aspas com as mãos – e agora é seu também, né?! Aqui tem tudo que você precisa. Quarto, banheiro, tem uma cozinha, pequena, mais tem, tem sala de jantar, sala de TV... tem tudo! – ela foi falando e me puxando pelo “andar do Sasuke”, até que chegamos a um corredor beem largo cheio de quadros e portas e paramos de frente para uma delas – Esse aqui é o seu quarto! Sinta-se a vontade! Tem roupas limpas na cômoda e no guarda roupas e tem um banheiro no quarto também. Se precisar de alguma coisa, tem uns botõezinhos perto da sua cama que é só você apertar para que alguém venha até seu quarto. Aperte o vermelho, é o botão do Hiro, ele é mais confiável! E mais uma vez, fique a vontade. Durante a noite a casa fica quase que vazia, mais as luzes ficam acesas. Se quiser dar uma voltinha pra conhecer, vá em frente! digo isso por que eu tenho o costume de perambular por ai durante a noite, as vezes...^^ boa noite – eu nem tive tempo de falar nada, só olhei tudo o que pude e tentei não chegar perto de nada enquanto era puxada para o “meu quarto”.

Ela me disse mais uma vez para me sentir a vontade e saiu. Eu fiquei olhando para a porta alguns instantes só para ter certeza de que eu estava mesmo prestes a entrar num quarto da casa real para passar a noite, depois de ter recebido um pedido de casamento do príncipe de Konoha e ter assistido a uma briga de família real de camarote.

_ éh.... vamos lá.... – sussurrei pra mim mesma, girando a maçaneta redonda e dourada, abrindo vagarosamente a porta e entrando. Era simplesmente maravilhoso, o quarto dos sonhos de qualquer pessoa. (imaginem ai, tah?)

Eu entrei devagarzinho, fechei a porta e fui andando pelo quarto feito tonta. Dei uma olhada nas coisas, nas gavetas e prateleiras, apartei as almofadas e travesseiros que estavam em cima da cama, pulei na cama feito criançinha no parque de diversões e finalmente eu abri as imensas janelas e fiquei olhando a paisagem. Meus pensamentos já voavam longe, e quando percebi, estava chorando. Eu não queria mais chorar, mais as lembranças de tudo que me aconteceu nas ultimas 72 horas me forçavam a isso. Fiquei imaginando como meus irmãos reagiriam se estivessem soltos por essa casa gigantesca, correndo pelos gramados que eu via da “minha janela”, brincando com todas essas coisas que enfeitavam a casa... Sorrindo. Mais lágrimas caíram.

Chacoalhei a cabeça, limpei meu rosto e me afastei da janela, decidi tomar um banho. Até a porta do banheiro que tinha no quarto era elegante, toda decorada e com maçaneta dourada, fiquei um pouco relutante, mais abri a porta e entrei no banheiro. Era enorme, assim como todos os cômodos da casa. Tinha uma banheira muito grande, um Box de vidro com o chuveiro, um balcão ( siim, um balcão), onde ficavam a pia, um vaso de flores e uma toalha de rosto, umas prateleiras com cremes, shampoos e coisas assim e dois espelhos, um era oval e beeeem grande, pregado na parede sobre o balcão e o outro estava do lado do balcão, ia do teto até o chão e não era muito largo.

 Eu nunca havia visto uma banheira daquele jeito antes, acho que cabia minha família inteira lá dentro de uma vez só e eu não sabia como ligava, tinha três torneiras, uma com uma bolinha vermelha embaixo, outra com uma bolinha azul e a terceira tinha uma bolinha preta. Do lado da banheira tinha uma prateleira com uns frascos, identificados como sabonete liquido, um outro sabão para bolhas e algum outro produto com sais de alguma coisa. Acabei rindo da minha tamanha ignorância diante de coisas tão comuns. Eu não sabia nem como fazer sair água da torneira, isso era ridículo.      

Sakura POV’s off

Sasuke POV’s on

_ Se for pra ficar igual a você, prefiro não agir como um rei. – fiz questão de não olhar dos lados ao sair da sala de jantar.

Eu estava extremamente irritado e se eu visse alguém olhando pra mim com a aquela cara de assustado que todos ficam quando eu discuto com meu pai, tenho certeza de que eu não seria nada educado, e eu não estava a fim de mais dores de cabeça.

Subi as escadas num só impulso e quando cheguei à porta do meu quarto, entrei e bati a porta como sempre faço. É o sinal para que ninguém entre lá.

Me sentei no parapeito largo da janela e fitei o horizonte para botar as idéias em ordem. Não sei o que tem naquele lugar, mas sempre que preciso pensar ou me acalmar é pra lá que eu vou, pro parapeito da janela, é como se fosse um lugar nulo, onde nada nem ninguém consegue chegar, só eu. Nem a luz do quarto eu acendi, estava bom no escuro.

Lá fiquei pensando em tudo que aconteceu nas ultimas 24 horas e na discussão que tive com meu pai. Ele sempre me chamava de garotinho ou de garoto mimado, quando ele fazia isso meu sangue fervia de raiva. Deixei de ser um garotinho aos 6 anos de idade, quando vi minha mãe morrer diante de meus olhos e a minha vontade era de esfregar isso na cara dele, mais não seria certo falar da minha mãe, ele ainda sofre muito devido a morte dela, ainda mais sabendo que o assassino fora seu filho predileto. Desde que o Itachi foi expulso da vila, toda pressão cai sobre mim, eu tenho que ser o filho perfeito, ou melhor, o príncipe perfeito, mas eu não sou e não vou ser como ele quer só por que ele quer, meu irmão arruinou o reinado do meu pai e a vida de todos nós, eu não vou fazer isso. Vou fazer as coisas a minha maneira e acertar as contas do meu jeito e meu pai vai ter que aceitar. Meu pai sempre considerou o Itachi a imagem ideal de um rei e essa imagem se desintegrou quando ele fez o que fez e meu pai vê em mim, ou melhor, tenta fazer com que eu seja o que o Itachi era antes disso, sei que ele é meu pai e que faz tudo pelo bem do reino de da família, mas ele quer que eu seja igual a ele, que me comporte como ele se comportava quando ainda era o filho predileto, mas eu não sou como ele e me nego a ser. Ele traiu a todos nós, sua própria família e reino, tirou a vida de pessoas inocentes e de sua própria mãe, e o meu objetivo é fazê-lo pagar por tudo isso, não ser como ele.

Esses pensamentos atormentavam minha mente quase todas as noites, fortalecidos pela pressão que meu pai exercia sobre mim e alimentados pelo crescente ódio que eu sentia pelo meu irmão. E nesses últimos tempos, com essa história de casamento e tal, eu era uma bomba prestes a explodir, qualquer motivo era motivo de briga, eu era mal educado e arrogante com qualquer pessoa que falasse comigo e eu discutia freneticamente com meu pai. Eu estava nervoso e precisava descontar minha raiva. Precisava bater em alguma coisa, liberar minha energia. Eu precisava treinar.

Sasuke POV’s off

Depois de se atrapalhar com as torneiras da banheira e gastar um bom tempo para descobrir de qual delas saia água quente, Sakura finalmente conseguiu encher a banheira e tomar seu tão esperado e trabalhoso banho.

Ao afundar na banheira a sensação era de que seu corpo inteiro estava dormente, mais de um jeito bom, parecia que todo o peso fora arrancado de suas pernas e que ela estava flutuando.

Sakura esvaziou a mente por um tempo, se concentrando apenas na água quente envolvendo seu corpo e tomou seu banho, mas resolveu ficar mais um tempo na banheira.

Enquanto olhava em volta, para o banheiro gigantesco que a cercava, parou os olhos na ilustre porta de madeira esculpida a sua frente, mais precisamente na maçaneta, ou melhor, no símbolo gravado nela. O símbolo Uchiha gravado na delicada maçaneta dourada, fazendo-a lembrar-se quase que instantaneamente do príncipe.

Sakura:#Uchiha... Uchiha Sasuke, príncipe de Konoha...#

Seus pensamentos voaram imaginando como seria ser da realeza, e como seria ser da realeza com Sasuke ao lado dela, sendo que ele a tratava tão friamente.

Ela desviou seus pensamentos para o pedido de casamento, suas vantagens, que eram muitas, e desvantagem, bem poucas. Ela até tentou combinar seu nome com o sobrenome real.

Sakura:# Haruno Sakura... Uchiha Haruno Sakura... Uchiha Sakura...

Kkkkkkkkkkk’ que estranho!... Ai Sakura, sua idiota... pare de tonteira... foco! Foco!!#

Afundando-se na água até o pescoço, molhando a ponta do queixo e fechando os olhos, ela se concentrou no que faria dali em diante, priorizando a proposta que recebera. Um flashback repentino passou por sua cabeça, desde a manhã daquela terrível quinta-feira até o momento em que entrou na mansão Uchiha, fazendo a abrir os olhos imediatamente.

Sakura: # Aii... e agora? O que eu faço meu Deus?# Pensou

Ela deslizou pela banheira, afundando a cabeça e ficando somente com a ponta dos joelhos para fora, mas logo voltou à posição original, esfregando os olhos para tirar a água que caia e torcendo o cabelo para tirar o excesso de água.

Levantou-se, caminhou até o balcão, pegou a toalha e se enrolou, aproveitando para secar um pouco o cabelo, olhando-se no espelho. Sakura fitou ela mesma no espelho por vários minutos, reparando bem em cada detalhe de seu rosto, olhando seus traços e seu cabelo, comparando-se com uma princesa, se imaginado como tal. Esses pensamentos não a deixaram muito feliz, principalmente quando se lembrava de Kiony.

Sakura # Kiony é tão elegante, arrumada, delicada... e extremamente bela... ela sim se parece com uma princesa, eu não. Uma princesa deve ser bonita, educada e elegante, e seu não sou nada disso... mal sei falar direito com as pessoas... ela é... a final, os dois são...# Sakura deu uma ‘risadinha’ # O Sasuke é tão bonito... e os olhos... os olhos dele... tão lindos e tão atormentados... o que será que o deixa assim? Por que ele é tão frio e tão distante? Como alguém que tem tudo o que quer pode não ser feliz? O quê será que ele oculta na escuridão daqueles olhos? Queria tanto saber...#

Ela viajou em pensamentos como esse por mais alguns instantes, depois desviou-os para sua família. Sakura terminou de se secar, foi até o quarto e fuçou nas gavetas para ver o que tinha para vestir.

Sakura:# Uau! Quanta roupa!# pensou, abrindo e fechando todas as gavetas da cômoda, abrindo e fechando as porta do guarda roupas, mas no guarda roupas só havia vestidos longos e enfeitados, nos quais ela jamais se imaginaria dentro.

Ao final do “tour pelo guarda roupas”, ela vestiu um pijama que se encontrava na ultima gaveta da cômoda, junto com outros pijamas e camisolas. O short do pijama era azul claro, curto e soltinho, com bolinhas brancas na barra e a blusinha de alças finas era branca, com bolinhas azuis e com um desenho fofinho na frente. (imaginem o desenho, ok?^^)

Sakura não se sentiu muito a vontade naquele pijama, mais não se importou muito com isso.

Ela se jogou na cama logo depois de se vestir, tentando dormir, mas o sono não veio. Virando de um lado pro outro naquela cama gigante se passaram horas, talvez. Ela já estava impaciente consigo mesma quando ouviu barulhos vindos de fora do quarto, parecidos com uma luta. Levantando-se rapidamente, assustada, ela correu pra janela.

Da ultima vez que ela ouviu barulhos como aqueles no meio da noite, era o começo de uma invasão ninja, mas tudo que ela viu foi a silhueta pouco iluminada do príncipe lutando com um boneco de madeira. O alivio percorreu todo seu corpo como uma onda de calor, deixando-a mais confortável. Ela ficou parada na janela por alguns minutos, depois decidiu descer até lá para ver o príncipe treinar mais de perto. Ela não conhecia o caminho, mais foi mesmo assim, fazendo o mínimo possível de barulho.

Sakura andou pela casa reparando em tudo por cerca de uns 5 minutos até finalmente achar a porta que dava pra fora. Ela saiu e foi andando sem saber muito bem por onde até que chegou perto de onde Sasuke treinava, encostou-se em um pilar q ali havia e ficou olhando.

Ele treinava com vontade, como se sua vida dependesse mesmo dos golpes q dava no boneco de madeira, que balançava e rodopiava à medida que era acertado por socos e chutes. Os golpes continuaram por mais alguns minutos, depois surgiram alvos brancos e vermelhos espalhados pelo “quintal” e kunais e shurikens voavam não se sabe de onde, por todos os lados. Sasuke pulava e corria, desviando de tudo que era arremessado em sua direção, lançando kunais para acertar os alvos e Sakura assistia com admiração cada movimento do príncipe.

Desviando de algumas kunais que foram lançadas, Sasuke vira-se na direção de Sakura, que se esconde atrás do pilar para não ser vista e permanece escondida alguns segundos. Quando sai de trás do pilar, Sakura não vê mais Sasuke treinando ali e dá alguns paços pra frente para ver se o localizava, quando é surpreendida por uma voz vinda de trás.    

_... hora interessante para andar pelo quintal... duas e vinte e sete da manhã...

O coração de Sakura disparou, borboletas voavam em seu estomago e suas mãos de repente estavam geladas e suando. Virando-se devagar e tentando controlar a respiração, ela o viu lá parado exatamente onde ela estava segundos atrás, encostado no pilar com os braços cruzados, como se estivesse ali há horas.

Sakura:_ err... Sasuke... eu.... err.... aaaahhh.... eu só.. – as palavras escapavam de sua cabeça enquanto ela arrumava uma boa desculpa.

Sasuke:_ Você não veio até aqui á toa... o que vc quer? Eu tenho que treinar.

Sakura:_ eu vim aki pra... pra... errr... conversar! Isso! Pra conversar com você! – disse ela, fazendo o possível para parecer convincente

Sasuke: _ Sobre...?

_ sobre? Bom... sobre... sobre... - # sai dessa agora, idiota!# pensava consigo mesma – sobre... - #pensa! pensa!# - sobre...

Sasuke:_ Se não tem nada para dizer, com licença. Eu tenho mais o que fazer. 

Ele já ia se afastando quando do nada as palavras saltaram de sua boca:

 _ Sobre a sua proposta de casamento! – ao terminar a frase ela tapou a boca com as duas mãos, arrependendo-se imediatamente do que disse

Ele parou e virou-se para ela.

_ diga.

Sakura:# essa não!! Idiota! Idiota! O que eu faço? O que eu digo?Bom, só se eu... # suas mãos suavam e tremiam levemente.

Sakura havia pensado bastante no assunto, o bastante para chegar à conclusão de que se casar com ele seria vantajoso, de varias maneiras. Mas, e se ela se arrependesse depois? Bom, ela começou, agora teria que terminar.

_ Não tenho todo o tempo do mundo, Sakura. – ele estava perdendo a paciência.

Ela respirou fundo e disse de uma vez só:

_ Eu aceito me casar com você! – ela espremeu os olhos ao dizer a frase

Foi uma das frases que mais lhe custaram a sair.

_ Tudo bem. – ele virou-se e continuou andando

Sakura: # “tudo bem”?... “TUDO BEM”? só isso!!?? Eu quase tenho um treco pra dizer que aceito e ele só diz “TUDO BEM”??# O.O

Sakura de novo:_ Você... você não tem nada a dizer?... Só... “tudo bem”? O.o

Sasuke:_ o que você que eu diga? Você já tomou sua decisão, agora é só deixar as coisas acontecerem e logo estaremos casados, você estará com sua família e eu com meu trono. Não há mais o que dizer. – ele nem sequer se virou para ela, só parou, disse o que tinha pra dizer e continuou a andar.

Sakura ainda se espantava com a tamanha frieza de suas palavras. Ela não saiu do lugar, ficou parada, tentando entender o que acabara de acontecer ali, até que Sasuke saiu de sua vista.

Um pouco decepcionada sem saber bem com o que, ela voltou para seu quarto, decidia a dormir. Deitou na cama e esperou o sono vir, pensando no que ela acabara de fazer.

Sakura:_ é... agora eu estou noiva... – disse para ela mesma, fitando o teto e uma vontade louca de rir e sair pulando por ai tomou conta de seu corpo – eu estou noiva! Vou me casar! – dessa vez ela disse mais alto e sentou-se ma cama, rindo. – Eu vou me casar! Eu vou me casar! *--*

Feliz da vida ela deitou-se outra vez e esperou o sono chegar (dii novoo), o que não demorou muito, e assim ela dormiu feliz e frustrada ao mesmo tempo, sem saber o que esperar no dia que viria a seguir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Too minna-san!!
mil desculpas pela demora!! é que criatividade ta em falta no meu estoque!! ^^
Esperoo q gostem!!
Bjooo



Deixe um comentario e faça um(a) autor(a) feliz!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Da Água Pro Vinho, do Ódio Pro Amor." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.