P.O.V Yuri

Realmente eu não estava animada para essa viajem, iríamos ficar cinco meses em um lugar totalmente desconhecido, não sou a pessoa que mais gosta de mudanças e depois que a Say falou que iríamos ficar com 13 garotos que eu nem conhecia, aí sim, fiquei realmente com medo.

Os meninos haviam chegado e eu não podia acreditar, era o SUPER JUNIOR, tá, é óbvio que não dei um ataque, mas fiquei realmente paralisada. Fizeram as apresentações e eu nem mesmo consegui falar o meu nome.

Eu encarava o Kyu sem parar, algo nele realmente me prendia a atenção, não sei se era o seu jeito, seu olhar profundo, ou simplesmente o seu sorriso que iluminava tudo ao seu redor.

Say me arrastou pro seu quarto, me sentei na cama e ela na cadeira giratória, eu já sabia o que ela queria, ia me zoar muito, ela me conhece muito bem e realmente eu não sou muito boa em esconder o que sinto, mas acima de tudo eu estava surpresa com a situação.

- Vou tomar um banho quente. – Ela disse pegando a toalha.

- Vou terminar de ler meu livro. – Disse saindo do quarto.

Entrei em meu quarto e me joguei na cama, era óbvio q eu estava realmente abalada com a chegada deles. Peguei meu IPod e comecei a ouvir My Everything, estava lendo pela terceira vez Soul Love – À noite o céu é perfeito, era meu livro preferido, terminei de ler e desci para sala.

Entrando na sala vejo alguns dos meninos conversando junto com a Say, acho que devo ter mudado de cor muitas vezes em três segundos.

- Oi gente. – Disse sem encara-los.

- Oi. – Responderam em coro. - Finalmente Yu, achei que você ia passar os cinco meses naquele quarto! – Disse Say.

- Estava terminando de ler meu livro. – Disse dando de ombros. – Desculpa eu não ter me apresentado! Meu nome é Yuri, mas pode me chamar de Yu.

- Desde quando você é tão formal? – Perguntou Say.

- Cala a boca! – Disse rindo e jogando uma almofada nela.

- Também te amo Yuzinha! – Disse ela dando uma de engraçadinha.

- Idiota! – Respondi.

- Cadê o KyuHyun? – Perguntou Say.

- Deve estar jogando, é só o que ele sabe fazer! – Respondeu Lee.

- Eiii, eu ouvi isso! – Disse o Kyu descendo da escada. – Para sua informação eu não estava jogando.

- Sei, tava fazendo o que então? – Perguntou Lee.

- Eu tava... tava... – Começou Kyu.

- Tava?? – Perguntou Lee.

- Ah, não te interessa Hyung!

- Ih, ta bom, não diz então viciado.

- Pelo menos eu não sou a única zoada aqui nessa casa. – Falei.

- Nossa, depois eu sou a dramática. – Disse Say.

- Chata! – Disse mostrando língua pra ela. Saí da sala e fui conhecer um pouco mais da casa.

Encontrei uma salinha em que a porta estava entre aberta, entrei, e posso dizer que foi amor a primeira vista, havia um piano de calda, alguns violões pendurados na parede, uma bateria, uma guitarra e um baixo. No canto da sala havia um sofá, e o melhor, sala tinha isolamento de som.

Fui até o piano e comecei a tocar Resignation, fechei os olhos e continuei tocando, aquilo me acalmava, não fazia idéia do porque, mas era como se problemas não existissem, era difícil explicar, mas tocar simplesmente me fazia bem.

Terminei a música e senti a respiração de alguém atrás de mim, era o Sungmin.

- Impressionante! Você toca muito bem. – Disse ele.

- Obrigada. – Respondi corando muito.

- Pelo visto você já conhecia a gente. – AAAAAAAAAAAAh ta brincando?? É lógico que eu conheço vocês, vocês são minhas paixões! Tá, eu não disse isso, foi só um pequeno ataque na minha mente.

- Err... Conheço.

- Você não é muito de falar não é? – Disse sorrindo.

- Não é isso... É que tenho andado meio aérea.

- Conhece essa? - Disse ele se sentando ao meu lado, começou a tocar Baby Baby.

- Você ta brincando? Te pergunto, como não conhecer? – Disse deixando a música rolar.

Ele começou a cantar, e bom, senti uma lágrima escapar, essa música me lembrava da minha avó que infelizmente já se fora.

- Me ajuda? – Pediu Sungmin me resgatando dos meus pensamentos.

Comecei a cantar junto com ele, terminamos a música e ele disse:

- Uaau, você canta muito bem!

- Obrigada. – Respondi cabisbaixa.

- Ei, o que foi? – Perguntou ele percebendo minhas lágrimas.

- Não é nada, é que lembro da minha avó quando ouço essa música... Ela faz muita falta. – Disse deixando mais algumas lágrimas escaparem.

- Ei, não fica assim, tenho certeza de que ela está em um lugar melhor agora. – Disse ele me abraçando.

- É melhor a gente ir pra sala! Obrigada viu?! – Disse dando um beijo em seu rosto.

- Por nada, precisando é só chamar! – Disse ele sorrindo.

- Não diz isso, se não você vai acabar dando plantão do meu lado! – Brinquei.

Cheguei na sala, mas parecia que só o Kyu estava em casa. Ele estava jogado no sofá vidrado em seu notebook.

- Onde foi todo mundo? – Perguntei me virando para o Kyu, mas ele não respondeu.

- EEEEEEEEEI!! – Gritei.

- Que foi? – Perguntou.

- Cadê todo mundo?

- Aah sei lá. – Disse ele voltando ao computador.

- Não liga não Yu, ele é assim mesmo. – Disse Sungmin.

Faltava três dias pro meu aniversário, eu não estava nem um pouco animada, se dependesse de mim eu passava dentro daquele salão de música, mas era óbvio que a Say não iria deixar.

Fui até lá fora, sempre adorei neve, costumava patinar quando era criança, voltei em casa e peguei meu patins e fui pra fora outra vez, tinha um lago congelado, comecei a patinar lá, ele até que estava deslizando bem já que não tinha tirado o excesso de gelo.

Estava patinando tranquilamente e acabei tropeçando em uma pedra de gelo, caí e o gelo começou a se desfazer abrindo um buraco, comecei a sentir a água geladérrima tocar minha pele, por mais que eu tentasse me levantar eu não conseguia, estava muito escorregadio.

Eu já não estava agüentando aquela água gelada em mim, tentava me arrastar para longe da água, mas acabei entrando de vez, apaguei ali.

Acordei estava em meu quarto, o aquecedor parecia estar ligado a 40 Cº pois eu já estava sentindo calor.

- Dava pra você ser mais desastrada? – Ouvi uma voz dizer.

- O que?

- Você poderia ter morrido, não sabe que não é prudente patinar em lagos? – Perguntou Kyu.

- Você não é meu pai, então para de me dar lição de moral. – Respondi.

- É, ainda bem que não sou! E de nada por te salvar tá? – Disse ele saindo do quarto.