P.O.V: Saymin

Finalmente! Eu espremia meu nariz contra a janela do carro que o pai de Yuri tinha alugado para nós, que, por um acaso estava com os olhos fincados em um livro e com seus fones de ouvido lilás nas orelhas.

—Yuri! Olha, chegamos. —Falei, balançando seus ombros. Ela levantou os olhos e olhou a casa.

—É, é bonita. —Falou com indiferença, cerrei os olhos para ela.

Ao entrarmos na casa, olhei a sala. A lareira e os sofás de couro branco, a TV de plasma no alto da mesma, as paredes feitas de toras grossas de uma madeira marrom clara, o carpete cor de creme, o salto da minha bota nem sequer fazia barulho no chão. (Roupa: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=27717118&.locale=pt-br)

—Com quem vamos passar as férias? —Perguntou Yuri, sentando no sofá.

—Bom, pelo que a senhora Woods falou, mais 13 garotos vão ficar com a gente. —Sussurrei, Yuri se virou para mim, os olhos arregalados.

—Você me arrastou pra cá para ficar com 13 garotos que eu nem conheço? Sozinha nessa casa? —Exclamou, encolhi os ombros e apertei um dos olhos.

—Ah, valeu pela consideração, eu sou ninguém. —Cruzei os braços no peito e continuei batendo o pé nervosamente no chão, olhando para ela. Yuri suspirou.

—Tá o sentida, pára.

—Com sua licença, a ninguém aqui, falou com a dona da casa e descobriu que ela vai ficar na casa dos fundos, 70 metros da casa principal, onde a gente está. Só pra comentar. —Falei virando as costas, Yuri riu e se levantou, jogando sua mochila pelo ombro indo em direção as escadas.

—Tá, sua dramática. Eu vou tomar um banho quente. —Abri um sorriso imenso.

—Vai querer comer alguma coisa? — Eu adoro cozinhar, senti meus olhos brilhando, quando Yuri fez uma cara pensativa.

—Algo quente...

—Chocolate quente com marshiallow e umas torradas com manteiga derretida.

—Tá ótimo.

Tirei minhas luvas e comecei a pegar os ingredientes. Eu estava feliz, ia passar os próximos 5 meses com a minha melhor amiga em uma casa só nossa, —ou quase— nos divertindo a beça, pegando o pão integral para cortar, me lembrei de como eu e minha mãe ficávamos na cozinha, brincando de cozinha, com ela tinha aprendido tudo, mas, claro, depois que ela... Morreu eu tive que começar a me virar sozinha, mas... Eu me dava bem. Mesmo com todo o carinho da família de Yuri, eu me sentia, de certa forma, sozinha, eu era filha única, não tinha irmãos, meus parentes estavam todos no Japão e não em dava bem com eles...

Parei por um segundo, respirando fundo, era uma ferida que não cicatrizava, sempre estava ali, aberta em meu peito, mas, a companhia de Yuri sempre ajudava, ela era quieta e fofa, do tipo de pessoa que você gosta de cuidar, eu era mais uma irmã mais velha para ela e gostava disso, a mãe dela gostava disso também, dizia que sempre quis ter duas meninas, e lá estava eu, realizando seu sonho.

Coloquei o pão na torradeira e comecei a fazer o chocolate quente, encostada no balcão, olhando a neve branquinha caindo em espirais no vento de lá fora, pela janela na frente da pia, foi em tão que percebi, um vã parando perto do nosso carro, uma van não muito grande, mini-van, parecia dar no máximo umas quinze pessoas. Curiosa como sempre, me inclinei sobre a pia, tentando ver alguma coisa, e só vi 13 garotos se dirigindo a casa dos fundos.

Que hora que ele resolveram chegar, na hora que eu estou cozinhando, com um impulso, comecei a fazer mais treze copos de chocolate quente e mais... 20 torradas.  Quando estava no 11° copo, Yuri apareceu sorrindo e lendo seu livro (Roupa da Yu:http://www.polyvore.com/yuri/set?id=27830900).

— Pega o seu, pode ir comendo. —Falei, sem olhar, Yu estendeu a mão e bebeu um pouco de chocolate, depois se virou para mim sorrindo.

—Marshiallow duplo?

—Com toda a certeza. —Ela sorriu e deu um grande bocada em uma torrada quente e pronta.

—Tô morrendo de fome. —Falou uma voz rouca vindo da sala.

—Você tá sempre com fome, Kangin. —Respondeu uma voz risonha, de canto de olho, percebi que Yu ainda não tinha notado as vozes, nem mesmo notava a fumacinha ondulante que saia da torrada na sua mão, estava absorta em seu mais novo livro de romance.

—Alguém mais tá sentindo cheiro de pão quente? —Perguntou a voz do que parecia ser Kangin, dei um sorriso e coloquei tudo o que eu tinha feito em uma bandeja prata e puxei Yuri pelo braço, que veio tropeçando nos próprios pés, não queria tirar os olhos do livro.

—Espera! Deixa eu terminar essa pagina. —Percorreu o livro mais rápido já com o marca-texto que eu tinha feito pra ela, uma foto nossa com Duda, a labrador da família.

—Sejam bem vindos! —falei, só depois que vim perceber a beleza dos garotos em pé perto dos sofás, Yuri só levantou o rosto, depois, mais corada que um tomate abaixou os olhos, respirando fundo, dei um sorriso para eles. —Podem pegar, fiz para todos.

E como um furacão, eles voaram em cima da bandeja, deixando somente a minha caneca, Jan se sentou em uma poltrona eu no braço da mesma tomando devagar o chocolate.

—Sabe? Eu não sei se te mato e de deu um caixa de chocolate por isso. São os Suju! —Sussurrou para mim.

—Ah, ai estão vocês! Bom, meninos, essas são Saymin e Yuri, e eles são —senhora Woods puxou o ar— Henry, Kibum, Ryeowook, Donghae, SiWon, Eunhyuk, Sungmin, YeSung, Hangeng, HeeChul, LeeTeuk, KyuHyun, Kangin.

Balancei a cabeça um pouco, tonta pela chuva de nomes, cutuquei Yuri e sussurrei só para ela.

—Os nomes são complicados assim mesmo? —Ela riu, chamando do... do... KyuHyun, que deu um sorriso, se virando para ela, com os olhos um pouco brilhantes demais, Yu e ele ficaram se encarando.

—Tá bom, essa eu não vou esquecer. —Ela me deu um leve empurrão no ombro e quase que caio no chão, comecei a rir também, eles olharam para nós duas, vendo nossa aparente diversão sem motivo.

—Calada.

—Sim, senhora. —Falei batendo continência, levantei meus olhos para dar um sorriso para os garotos, mas o olhar negro e brilhante como uma noite estrelada sem Lua me prendeu, meu estomago se remexeu, me deixando confortável mas também... Ah, que seja, o garoto me deu um sorriso, dando uma cotovelada no outro.

—Ai, Droga Kangin! — reclamou um, depois se virou, sorrindo para nós duas —Sou LeeTeuk, mas, já que vamos ficar juntos nos próximos 5 meses, me chamem de Lee, prazer.

De primeira, achei aquilo estranho, mas depois, lembrei que eu não ligava para esse tipo de coisa, peguei sua mão estendida, dano um sorriso amigável, eles pareciam satisfeitos com isso.

—Me chamem de Say, não se preocupem com comida, me encarrego dessa parte. — Falei sorrindo para eles.

—Tá brincando? Vai cozinhar pra todos nós? — Perguntou... YeSung, é, tinha o rosto bem redondinho, e fofo.

—Se duvidar, vão sair gordos daqui. —dei um sorriso feliz, puxando Yu pela mão. —Fiquem a vontade, não vamos atrapalhar.

Enquanto eu subia, outra vez, percebi o olhar de... Ai, é KyuHyun seguindo o de Yu, dei um sorriso e entrei no meu quarto que por acaso estava perfeito, sentei Yuri na cama e  me joguei na cadeira giratória.

—Alguém já tem pretendente... —Cantarolei, ela corou e me encarou.

—É a Super Junior lá em baixo, queria que eu ficasse como? Normal? —Perguntou jogando o livro de lado pela primeira vez na viagem toda, dei de ombros tirando minhas botas e as meias.

—Não sei, mas podia ter falado alguma coisa pra eles.  —falei apertando as costas dos meus pés, doloridos. —Vou tomar um banho quente.

Carro

Van