Escolhas escrita por Lin Nasct, Rose Ivashkov


Capítulo 5
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se e até lá em baixo.



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EPÍLOGO

Eu acordei e olhei para o quarto onde eu estava e não reconheci. Estava enrolada em um lençol e, quando eu olhei para o que ele escondia vi que eu estava nua. Olhei para o lado e encontrei um Adrian dormindo feito um anjo. Virei para o lado para acariciar o seu peito nu com a mão esquerda e me espanto quando encontro um anel de ouro em meu dedo anelar!

- AIMEUDEUS! – gritei assustada.

Adrian acordou assustado e foi parar no chão.

- O que aconteceu Pequena damphyr? – perguntou ele.

Adrian se levantou e puder ver que ele também estava nu, o que me fez ficar sem fala e apreciar sua beleza. Eu mostrei a mão esquerda para ele.

- Por favor, Adrian, me diga que você também tem um anel em seu dedo anular da mão esquerda?! – disse histérica.

Eu não me lembrava como eu fui para nesse bendito quarto de motel e com um anel em meu dedo anelar da mão esquerda, que quer dizer... Que eu estou casada! Merda! Como eu casei e nem me lembro?! Bem, isso é bem Rose Hathaway mesmo... Eu o olhei para Adrian e ele me mostrou a mão esquerda dele. Graças aos Céus! Pelo menos eu sei quem é o meu marido!

- Adrian... Pelo amor de Deus! Diga-me que se lembra de tudo o que aconteceu na noite passada. Eu estou prestes a surtar! – disse o olhando.

Ele se aproximou de mim e abraçou-me forte. Aos poucos pude sentir uma calma descomunal me invadir e eu sabia que ele estava usando o espírito para isso, mas eu não me importei! Era a melhor sensação que eu estava sentindo naquele momento, eu estava tão desesperada por resposta que eu precisava disso... Então, por que eu deveria fugir disso. Ficamos assim por mais alguns minutos, até que ele se separou de mim e me olhou.

- Eu também não me lembro de muita coisa... Minha mente está uma confusão! – disse ele calmo. – Vamos tomar banho e tomar café... Quem sabe aos poucos vamos aos lembrando as coisas que aconteceram na noite passada? – disse ele tentando me acalmar.

Como eu estava sem saída, quem era eu para discordar do meu... Marido?! Bem, como não somos idiotas e estamos casados... Por que não curtir a nossa lua de mel? Fomos tomar o banho mais longo de nossas vidas... Assim que saímos do banho fomos enfim colocar uma roupa e descer para tomar café.

***

Estávamos num lindo café aqui em Vegas, conversando e dando risada da nossa situação.

- Sabe o que é mais engraçado, pequena? – perguntou ele. Eu balancei a cabeça negando. – Nunca pensei que eu iria casar com a mulher da minha vida, você, e me esquecer de completamente de como foi.

Namoramos muito e conversamos sobre como fomos parar ali em Las Vegas, a única coisa que eu e Adrian nos lembramos de é que ele me pediu em casamento. Quando fomos pagar a conta descobrimos que Adrian estava sem cartão, cortaram.

Então, pelo que podemos deduzir, a ideia de nos casarmos não foi bem aceita por seus pais. Eu peguei o cartão sem limite que eu ganhei do Abe e passei para o nosso alívio ele estava funcionando normalmente. Aproveitamos e fomos ao shopping, pois estávamos com a mesma roupa de ontem.

Compramos o necessário e fomos para o motel em que estamos hospedados e fizemos o check out – pelo visto ainda ontem o cartão de Adrian estava funcionando normalmente, já que ele tinha pagado-, e decidimos ir para um hotel mais... Decente, possamos assim dizer.

Assim que eu cheguei ao hotel liguei para Abe. Ele estava agridoce, bravo e feliz conosco.

- Kiz, diga-me onde você está? O que vocês tinham na cabeça quando saíram daquele jeito ontem do jantar?! – disse ele com raiva.

- Baba, eu não sei como eu vim para aqui, ou pelo menos, não me lembro! Céus! Isso é tão desesperador! Dê-me uma luz e me diga o que aconteceu? – disse eu.

- Aposto que você e Adrian encheram tanto a cara que se esqueceu de tudo, não é?! – disse ele divertido.

- Com certeza. Baba, eu estou usando o cartão sem limite que você me deu! – disse eu em tom de desculpa.

- Tudo bem, Kiz, eu lhe dei o cartão para usar e, não para ficar de enfeite na sua carteira?! – disse ele divertido. – Eu pedi para monitorar o cartão, já que eu sabia que os Ivashkov iriam cortar o cartão de Adrian. Sua mãe estava preocupada com você! Então, quer dizer que você estão em Las Vegas!? – disse ele soltando uma gargalhada.

Coloquei nossa conversa no viva voz.

- Sim, como eu puder perceber você conseguiu nos rastrear bem rápido, não? – disse Adrian pela primeira vez.

Ambos caíram na gargalhada.

- Vocês... – Abe parecia sem jeito de perguntar isso, pelo o que eu puder perceber. – estão casados? – terminou ele de perguntar.

- Sim, estamos muito bem casados graças a ALLAH! – aprendi como ele.

- Fico muito feliz por vocês! Agora você é um oğul para mim e trate de não fazer minha Kiz sofrer, senão... – disse ele ameaçador pelo telefone.

- Acho que já tivemos essa conversa há algum tempo, não é mesmo Abe? – disse Adrian firme.

- Por isso, que eu gosto de você meu rapaz, você fingi não ter medo de mim e me enfrenta. Eu aprecio isso em você, em outra ocasião eu o teria matado, mas eu o admiro. – respondeu ele.

- Melhor vocês pararem com esse joguinho de ego e poder! – disse eu.

Até por telefone Abe achava um jeito de perturbar Adrian e, conhecendo o meu marido mais do que ninguém, ele responde a altura e cheio de sarcasmo.

- Só estou me divertindo com o meu oğul! – disse ele divertido.

- Como estão às coisas por aí, Baba? – perguntei imaginando como estava a família de Adrian, Lissa e Christian e minha mãe.

- Todos estão bem Kiz! Sua mãe ficou super preocupada assim que você e Adrian saíram correndo dizendo que iriam se casar, não importando o que os seus pais e a sociedade Moroi dissessem. Adrian gritou que não tinha mais pais e que eles pegassem seu dinheiro e fizessem o que bem quisessem! Falou que a Rose era tudo na vida dele! Bem, nessa hora eu o aplaudi! – Ele deu uma pausa. – Lissa e Christian foram embora assim que vocês correram e ela disse que no que dependesse dela eles não teriam muita coisa. A pensão que eles ganhavam na época em que Tatiana era viva e que Lissa gentilmente ainda dava seria cortada e vocês receberiam a partir de agora. – disse ele.

- Então, quer dizer que o dinheiro que eles tanto se gabavam de ter era de tia Tatiana?! Eles me envergonham! – disse Adrian com asco visível.

***

 Depois de ficarmos mais alguns minutos conversando Abe desligou e Adrian e eu decidimos ir dormir. Eu estava totalmente entregue  ao sono quando de repente começo a lembrar do que aconteceu.

FLASHBACK ON

- Rose... Você aceita casar-se comigo? – disse Adrian.

Ele disse isso de uma maneira tão fofa, olhando em meus olhos e sério. Como se estivesse com medo de que eu dissesse não. Quando eu percebi que eu o olhava chocada e séria, então, era por isso, que ele estava sério. Eu abri um lindo sorriso e, respondi:

- Aceito. – eu disse de um jeito tão meigo que quase não reconheci minha própria voz.

O rosto de Adrian que antes estava sério abriu-se um genuíno e incandescente sorriso, que me fez perder o fôlego. Ele se aproximou e mim, pegou-me no colo e começou a nos girar! Dei um selinho nele.

- Farei de você a mulher mais feliz do mundo. – disse ele.

- Eu não contaria com isso! – disse Nathan, sua voz destilava veneno e nojo. – não permitirei que meu filho se case com uma prostituta! – disse ele com raiva.

- Faço minhas palavras a de meu marido e seu pai Adrian! – disse Daniela. – Solte-a! Você tem que amadurecer! O que acha que todos vão dizer quando você se casar com essa damphir qualquer que a pouco estava sofrendo pelo guardião que era um Strigoi, huh? Olha só a que gentinha você foi se associar Adrian! – disse ela exaltada.  Adrian me colocou no chão e encarou a mãe com demasiada fúria.

- Pouco me importo com a sociedade Moroi e, com a de vocês!Eu irei me casar com Rose! Não me importo com nada do que vão fazer... Ela sempre será a pessoa mais importante de minha vida... Não vou deixá-la por causa da futilidade de vocês, por que eu amo! – disse ele firme.

Daniela se aproximou de Adrian e deu-lhe uma bofetada tão forte que seu rosto virou para o lado contrario.

- Agora você vai fazer o que eu mandar! A brincadeira acabou você já se divertiu o bastante com essa vadia! Brincou de amor verdadeiro, mas agora chega Adrian! A vida real o chama e com ela as obrigações! Os negócios da família e um casamento digno de respeito, coisa que essa qualquer não pode lhe proporcional nem em dez encarnações. – disse ela.

Assim que Daniela terminou de falar Janine que estava quieta em seu canto e olhando a cena com choque e fúria se aproximou e puxou-lhe pelos cabelos.

- O que pensa que está fazendo Damphir! – perguntou Daniela com repugnância.

Janine a virou, fazendo com que ela o encarasse. Daniela olhou para o rosto de Janine e viu a fúria de uma leoa.

- Vou ensinar-lhes a não mexer com a minha filha e, que eu saiba a vadia aqui é você! – disse Janine.

Dirigindo-lhe uma bofetada tão forte que a fez cair no chão. Daniela ergue a cabeça e olhou abismada e amedrontada com a audácia de Janine! Ela foi se aproximando aos poucos de Daniela e, essa, ainda calada, foi tentando se arrastar para longe de sua agressora. Eu até podia pedir para minha mãe parar, mas eu estava tão feliz por vê-la defender a minha honra que não consegui mover sequer um músculo. Um sorriso bobo de orgulho e admiração dançou em meus lábios.

- Nunca mais chame a minha filha de vadia, entendeu? – disse mamãe transtornada e deu mais uma bofetada nela.

- Você não chega nem aos pés da minha filha! – disse ela e pegou Daniela pelos cabelos.

- Peça desculpa a minha filha sua vaca! Peça! – disse mamãe entre dentes.

Daniela olhou para mim e para Adrian, lançou-nos um sorriso com escárnio e disse.

-Eu não obedeço às ordens de uma damphir ordinária! Eu não me curvo para uma damphir imunda e qualquer! Minha raça é superior a sua! – disse ela.

Abe despertou e puxou Janine de perto de Daniela, essa se levantou e olhou para Adrian.

- Esta é a última chance que eu lhes dou! Ou você nos obedece e deixa essa vadia ou vá com ela e esqueça-nos, principalmente o dinheiro que você usufrui! Faço questão de que seja deserdado. – disse ela, arrumando-se, enquanto Nathan a ajudava a se levantar.

Adrian pegou a minha mão e o olhei. Eu vi amor em seus olhos e, percebi que não havia nada que seus pais pudessem fazer, pois ele não desistiria de mim. Nunca.

- Tem certeza disso, meu amor? – perguntei acariciando a sua face.

- Nunca estive tão certo em toda a minha medíocre vida! – disse ele sorrindo.

Antes de sairmos da casa dos pais de Adrian, ele olhou para todos ali presentes e sorriu. Ele se aproximou de seus pais e disse em alto e bom som.

- A partir de agora eu não sou filho de vocês! Eu não considero com pais aqueles que não querem a minha felicidade, aqueles que façam a mim e a mulher que eu amo sofrer. O dinheiro e a fama, não são mais as coisas mais importantes para mim! Assim que eu vi esta mulher, – disse ele me olhando. – aprendi que o amor é muito mais do que noitada e várias mulheres. Mas sim, algo que vale a pena lutar com unhas e dentes! Dar sem receber nada em troca, amar sem que, - na maioria das vezes -, não somos correspondidos. Essa mulher que está do meu lado me fez ver isso! Então, é com ela que eu vou viver até o dia da minha morte, mas vou morrer o homem mais feliz desse mundo! É essa a mulher que eu escolhi para ser a mãe dos meus filhos– terminou de dizer. Isso fez Nathan e Daniela repugnarem, mas não tiveram forças para dizer nada. Lágrimas de emoção brotavam em meus olhos e corriam por minha face, nunca imaginei que o Adrian inconseqüente e farrista que eu conheci, se tornasse esse homem admirável que eu amo hoje.

Eu apertei sua mão lhe transmitindo força, ele olhou para mim, sorriu e enxugou minhas lágrimas. Olhei para Lissa e Christian, minha mãe e meu pai e sorri. Vir-me-ei para Adrian e logo depois saímos pela porta da frente da casa de seus pais, rumo à nossa tão esperada felicidade.

FLASHBACK OFF

Acordei sem acreditar. Assim que eu consegui lembrar-se de tudo o que me aconteceu antes eu respirei aliviada, aliás, de quase tudo, porque eu não consegui me lembrar de como cheguei aqui e o que fizemos para nos esquecer de tudo.

Olhei para Adrian que estava ao me lado. Ele sentiu meu olhar em sua direção e me olhou, eu lancei a ele um sorriso deslumbrante, o que fez com que ele sorrisse de volta.

- Você está acordada há quanto tempo, amor? – perguntou ele.

- Não faz muito tempo... – disse docemente. – Adrian, eu consegui me lembrar do que aconteceu ontem depois que você me pediu em casamento. – ele sorriu.

Eu contei tudo a ele. Ele disse que se lembrou do que aconteceu assim que saiu da casa dos pais dele e, contou-me.

FLASHBACK ON

POV Terceira Pessoa

Amor... Era a única coisa que se passava na mente de Adrian assim que entrou no quarto de Rose e, pensou no que havia feito a pouco com os seus pais; foi tudo para poder viver com o amor de sua vida! Ele não se importava de perder a mordomia que havia tido durante toda a sua vida por causa dela. Ela é tudo o que ele sempre quis.

Rose sempre foi guerreira, esforçada e sempre lutou pelas pessoas, independente da causa delas. Defende com unhas e dentes as pessoas que amam. Ele precisava dela para que assim pudesse se tornar uma pessoa melhor! Não que ele tivesse que mudar o seu jeito de ser por causa dela, mas podia aprender que, às vezes, pensar nas outras pessoas é bom. Rose tinha fé no melhor das pessoas, coisa que ele não tinha.

Mesmo que sentisse ciúmes de Dimitri e, ter odiado quando partiu naquela missão suicida para salvá-lo, porém sentiu orgulho por sua determinação e garra. E acreditar que tudo na vida tem solução... Tinha fé em Dimitri, fé que poderia salvá-lo, por que segundo ela, todos têm salvação. Só poderia amá-la ainda mais.

Tentou desesperadamente esquecê-la assim que ela saiu da Corte por causa dele, tentou seguir em frente, mas não conseguia. Rose, querendo ou não, havia se tornado parte dele, a parte que ele mais amava.

Lá estava ele a admirando, enquanto ela arrumava as suas malas para pegar um jatinho rumo à Las Vegas. Sentia o seu estômago se revirar em ansiedade para ver uma aliança em seu dedo e no dela, poder dizer em voz alta que ela é oficialmente sua e só sua para toda a eternidade! Não pôde deixar de sorrir com essa possibilidade. Tê-la para sempre era a única dádiva em que ele mais queria na vida!

- Adrian, será que dá para você para de olhar para mim como um bobo e, me ajudar? – perguntou ela nervosa.

Os dedos de Rose estavam tremendos de nervosismo! Céus! Ela estava sonhando... Só podia ser um sonho! Ela repetia essa frase vária vezes em sua cabeça. A única coisa que podia fazer naquele momento era agradecer a quem quer que seja por colocar um homem como aquele em seu caminho! Como poderia imaginar que o cara inconseqüente, irresponsável e farrista como ele poderia agir melhor que um homem, cuja atitude responsável e comedida não fora capaz de fazer?

Adrian a estava ajudando a arrumar as malas para irem para Las Vegas... Os corações de ambos estavam eufóricos para dar um passo importante em suas vidas. Rose só conseguia pensar: “Como eu pudera ser tão obtusa? Cega? Incapaz de ver o homem maravilhoso que Adrian é? Não posso acreditar que eu vou me casar com o homem que eu amo!”

Adrian está tão ou até mais eufórico que Rose... “Vou me casar com a mulher que eu amo! Vou formar uma família com ela! Quem diria que eu, que sempre disse que nunca me casaria, a não ser com alguém com os meus ideais sobre farras e bebidas, vou me casar e me tornar um homem respeitável!”

Terminaram de arrumar as malas e trocaram de roupas. Adrian olhava para Rose e seus olhos brilhavam de desejo... Ela estava linda com que vestido simples vermelho e sapatilha prata... Rose olhou para ele, e viu os olhos escuros de desejo de Adrian cheios de desejo por ela. Rose corou. Por mais estranho que possa ser, aquela mulher nunca havia corado... Isso era mais um dos efeitos que Adrian causava-lhe.

Seus olhares estavam conectados, ambos sorriram um para o outro. Adrian pegou a mão dela, o que fez com centenas de milhares de borboletas voassem no estômago de ambos, a eletricidade que seus corpos poderiam causar um no outro era simplesmente fantástica! Olharam para aquele quarto antes de fecharem a porta e sorriram. Fora ali, que eles se amaram pela primeira vez.

***

Chegaram a Las Vegas e, foram para uma capela qualquer onde casaram. O lugar era engraçado, o cara que “celebrou” a cerimônia estava vestido de Elvis e o imitava; o que o deixava ridículo. Ambos mordiam os lábios para não caírem na gargalhada. Tudo correu bem.

Decidiram ir para uma Boate comemorar o casamento, beberam e, partiram para um cassino onde beberam e jogaram a noite toda. No fim da noite, não agüentavam ficar em cima de seus pés. Porém, um sorriso esplêndido estampava os rostos dos dois.

Será que poderia haver algo que os deixasse mais feliz? Eles pensavam que não! Pegou um taxi, rumo a um motel qualquer, já que os pais de Adrian haviam cortado, todo e qualquer dinheiro do cartão de crédito. Antes disso, ele pegou o dinheiro que tinha guardado e, como sabia que seus pais iriam cortar assim que pudessem todo o dinheiro que ele podia pegar. Ele simplesmente sacou uma boa quantia antes. Comprou para Rose um lindo vestido para ela usar no jantar de noivado e o resto guardou.

FLASHBACK OFF

 - Nossa... Que dizer que fizemos isso?! Ufa! Menos mal!- eu disse aliviada.

Aninhei-me ao peito de Adrian e olhei para cima, tentando encontrar seus olhos. Um sorriso bobo brincou em seus lábios e eu o vi dizer “Eu Te amo” mexendo os lábios, mas sem sair qualquer som que seja.

- Acho que eu vou ligar para a minha mãe, Adrian, pelo que Abe disse... Ela deve estar desesperada por notícias nossas! – disse eu me levantando para encará-lo.

- Faça isso, meu amor. E fale que eu estou mandando um beijo para a minha sogrinha querida! – disse ele com um brilho travesso em seus olhos.

Eu sorri feito boba ao ouvi-lo chamar minha mãe de sogra. O que em minha opinião é um rótulo que não combina com Janine, a guardiã mais “fodona” de todos os tempos. Peguei meu celular e disquei o número dela. Olhei para o Adrian na porta do banheiro, lançando-me um sorriso maroto. Eu sabia muito bem o que ele queria... Eu sorri de volta e abanei a cabeça negativamente.

- Pode ir... Agora vou ligar para a minha mãe, que nesse exato momento deve estar deixando Abe louco. – disse eu.

Eu e Adrian nos olhamos e caímos na gargalhada.

- Então, ligue para ela. – disse ele fazendo um biquinho lindo.

Ele entrou no banheiro. Depois do segundo toque minha mãe atendeu.

- Rose! Como você está minha filha?! Eu estava tão... – eu a interrompi.

- Eu estou bem, mãe, não precisa se preocupar comigo. Você não pode imaginar o quanto eu estou feliz por estar casada com o homem que eu amo! – dessa vez ela me interrompeu.

- Seu pai me contou! Como assim?! Como você ousa se casar com Adrian e nem tem a decência de chamar seus amigos e seus pais Rosemarie Hathaway Mazur? – perguntou ela realmente indignada.

- Não se esqueça do Ivashkov, mamãe! – disse dando uma generosa e autêntica gargalhada. Ela me acompanhou depois de alguns segundos.

- É sério, Rose! Somos uma família... Eu, seu pai, você, Lissa, Christian, Eddie. Ficamos felizes por você, mas tristes, por estar de fora de momento tão importante e feliz da sua vida! – disse ela.

Ouvindo dizer isso passei a compreendê-la. Janine nunca fora uma mãe exemplar durante todos esses anos, mas ela ao menos estava tentando modificar a sua antiga postura. Nossa relação melhorou muito de uns anos pra cá, só Deus sabe o quanto eu estou feliz por isso, e o quanto é importante tê-la em minha vida. Imagino como deve estar outros, principalmente, Lissa! Ela é como uma irmã para mim e, sei que se fosse o contrário, ela me carregaria pra onde quer que ela fosse casar com Christian.

- Rose? Você está aí? Filha? – chamou minha mãe. Eu estava perdida em meus devaneios.

- Eu estou aqui mãe! Não fique chateada, mas você sabe muito bem como saímos daí com pressa e, magoados, por causa da reação de Nathan e Daniela. Adrian, pode não falar sobre isso, mas eu vejo o quanto ele está triste com essa situação. – disse eu com sinceridade.

Ele podia negar, mas era a mais pura verdade e, eu estava dizendo isso em voz alta. Nos olhos dele era visível a tristeza. Aqueles lindos olhos verdes, não combinavam com aquela tristeza ali presente.

- Nós voltaremos amanhã. Assim que eu desligar vou ligar para Liss, temos que conversar e, tive uma idéia sobre o casamento! Acho que vocês vão gostar! – sorri travessa.

- Não precisa! – disse minha mãe. – Ela está aqui implorando para que eu passe o telefone para ela! – disse ela rindo. – Vou passar para ela agora. Querida, desejo toda a felicidade do mundo para você e Adrian, ele agora será o meu filho também e, diga a ele que se me chamar de ‘sogrinha’ você ficará viúva mais rápido do que pensa! – disse ela séria. Eu não me agüentei e comecei a gargalhar, pois momentos antes Adrian havia começado a chamá-la assim. – Deixe-me adivinhar... Ele já me chamou, né? – perguntou ela com a voz engraçada.

- Sim, ela acabou de chamá-la assim antes de ir tomar banho e, mandou um beijo para você. – disse eu tentando acalmá-la.

Pelo jeito fui bem sucedida. Ou o charme de Adrian sobre minha mãe fazia milagres, porque ela o adorava.

- Mande um beijo para ela também meu amor! Vou passar para Lissa, se não ela arranca o celular de mim. Beijos e se cuida minha filha. – disse ela docemente.

Até um tempo atrás eu estranharia esse comportamento vindo da minha mãe.

- Rose? Maninha! Que saudades eu estou de você! Quando você vai para de fugir sem me avisar?! Sabe o quanto eu fiquei preocupada com você?! – eu a interrompi.

- Se contenha Lissa, eu estou ótima e feliz! Eu estou casada com o homem que eu amo! Isso é o que importa certo? – perguntei sabendo que ela concordaria.

- Sim! Mas eu queria tanto ter assistido ao seu casamento... – eu a interrompi novamente.

- Quanto a isso tenho uma solução! Você pode organizar o meu casamento! Só para os amigos, viu nada de chamar a Corte inteira. O que você acha disso? – perguntei.

Lissa e eu ficamos planejando os detalhes do casamento, nesse meio tempo Adrian apareceu e, eu pedi para ele ir buscar algo para eu comer. Eu estava faminta. Eu escolhi casar na Corte, aliás, nos Jardins da Corte. Eles são lindos! A primeira vez em que eu estive lá foi num sonho em que Adrian compartilhou comigo.

Perto do pôr do sol, o que tornaria a ocasião ainda mais linda. Quanto ao vestido, deixei por conta de Liss, tenho certeza de que não vou me decepcionar. Escolhemos uma banda humana para tocar no casamento chamada Nickelback, pois eu sabia que Adrian os adorava.

***

- Esse vestido ficou lindo em você, Rose! - disse Lissa super empolgada.

Já faz três dias que chegamos à Corte e mal vejo Adrian. Lissa me acorda de manhã, praticamente me puxando pelos cabelos, para correr atrás dos preparativos. Chegamos a Corte faz três dias, as pessoas ficaram chocadas ao verem que eu e Adrian estamos casados. Muitas pessoas olhavam para nós com cara de nojo e repulsa, mas não nos importamos. Duvido que eles tenham um décimo da felicidade que temos! Nunca vi pessoas tão hipócritas! Para ele um casamento de negócios é muito mais importante, do que casamento por amor.

Os Moroi da Realeza, ou a maioria deles, vêem o casamento como negócio e método fácil de manter boas relações entre famílias, além de dar continuidade à linhagem de sua família. Os guardiões - nós -, não podemos nos dar ao luxo de nos casar, quando temos que proteger nosso povo dos Strigoi. Casamento entre nossa raça era muito raro, fora que era desvantajoso... Por não podermos nos reproduzir entre nós mesmo. Precisamos dos Moroi para isso. Fora assim que eu fui criada, para reproduzir com eles e só, sem sentimentos ou relação.

Por isso, meu casamento com Adrian não era bem visto no nosso mundo. Por mais que eu tenha a fama de quebrar tabus, nem eu posso fugir a regra, ou pelo menos, é isso que eles pensam. Felicidade para eles, era um mero e nada importante detalhe.

Choquei a todos quando descobriram que eu havia mantido uma relação no escuro com o meu instrutor na academia, quando eu ainda era apenas uma aluna e menor de idade. Agora, estou casada com um dos homens Moroi mais cobiçados da realeza, um Ivashkov, sobrinho da antiga rainha do nosso mundo. Adrian.

Sempre fui conhecida por minha fama de rebelde. Mas, atualmente me chamam pelas costas de golpista. Só não dizem em voz alta, por que sou filha do homem mais temido entre eles: Abe Mazur. Que há pouco mais de dois anos descobri que era o meu pai.

- Rose... Por que você está chorando? - perguntou Lissa, tirando-me de meus devaneios.

Passei a mão pelo meu rosto e percebi que realmente estava chorando. Mas, era de felicidade. Eu a olhei e sorri. Eu me aproximei dela e a abracei.

- Eu estou muito feliz! Quem poderia imaginar que tudo isso iria acontecer na minha vida? Aliás, na nossa vida? - perguntei.

Lissa assentiu. - Isso é verdade! Quem diria que a garota inconseqüente e festeira, se tornaria uma mulher responsável e, que conseguiria transformar outro inconseqüente e festeiro em um homem responsável? - disse ela. Sorrimos uma para outra. - Você encontrou o seu pai, que por sinal é maravilhoso! Acertou-se com a sua mãe e, a fez quebrar a regra que ela mais respeita no mundo!! Não agredir um Moroi e protegê-lo acima de tudo, porém, por você, ela deu uma surra em uma! – rimos as duas em altas gargalhadas lembrando de Daniela apanhando de Janine “badass” Hathaway - Isso, convenhamos, é uma atitude atípica de Janine Hathaway, futura Mazur, com disse Abe. - As lágrimas corriam livremente por nossos rostos agora. - Formamos todos nós uma linda família! - Ela olhou para mim, sorriu e acariciou a barriga. - Que está prestes a aumentar!

Eu arfei de surpresa! Lissa está grávida e de gêmeos! Não me contive e a abracei novamente.

- Você vai ser a madrinha dos meus bebês! A tia mais babona do mundo! - disse rindo. Eu a acompanhei na risada.

- Christian Ozera sabe disso? - perguntei. Eu fico imaginando como vai ser ou como foi a reação dele com a novidade. Lissa balançou a cabeça negativamente.

- Eu ainda não contei! Quero fazer surpresa.  - disse ela acariciando a sua barriga. Já dava para perceber uma pequena protuberância em sua barriga, mas ultimamente Lissa andava usando bata soltinha que disfarçava bem.

A gente ouviu passos vindos do corredor e eu me enfiei no closet, enquanto isso, Lissa me ajudava, pegando as minhas roupas que estavam na cama. O que se resumia a um vestido florido, por que eu sabia que haveria de provar o vestido de noiva. Eu estava arrumando a alça quando ouço a conversa em frente à porta.

- A Lissa chegou ao meu apartamento e arrastou Rose de casa às oito da manhã! São seis da tarde e eu ainda não a vi. - disse Adrian.

- Apoiado! Eu estou na mesma condição que você, meu caro amigo, só vejo Liss na hora em que vamos dormir! Ela disse que o casamento de Rose tem que ser maravilhoso e, por isso, não medirá esforços! - disse Christian tentando imitar a voz de Lissa.

- Imagina como deve estar Abe! O dinheiro está saindo do bolso dele! - disse Christian.

- Que nada! Abe está com sorriso de orelha a orelha! Fomos almoçar e tive mais um conversa daquelas. - disse Adrian. Não sei o que ele fez mais Christian começou a gargalhar no outro lado da porta. - Vamos chamá-las. - disse ele tentando parar de rir. - Lissa? Rose? Vocês estão vivas aí dentro?- perguntou Christian soltando um a risada sarcástica.

Há essa hora eu já havia saído do closet e, estava na frente do espelho conferindo a maquiagem e arrumando o meu cabelo que estava desgrenhado. Terminei de passar o gloss, enquanto Liss saía do banheiro.

- Por que mulher grávida tem bexiga solta?! Céus! Sabe quantas vezes eu andei indo ao banheiro essa semana? - resmungou ela.

Eu estava com a mão na maçaneta e segurei a risada. Lissa de mau humor era hilário!

- Estamos vivas e aqui! - disse indo em direção a Adrian dar-lhe um selinho, Christian entrou no quarto e abraçou Liss pela cintura dando-lhes um beijo na testa.

- Será que dá para a Senhora Ozera parar de monopolizar a minha mulher? Só a vejo quando vou dormir! - disse Adrian de modo brincalhão.

- Vou pensar no seu caso, Ivashkov. - disse ela de modo sarcástico.

Todos começamos a rir. Assim que acabaram os gracejos, Christian anunciou que o jantar estava pronto e que Soledad, a empregada, esperava por nós para colocar a comida na mesa. Assim, que ele terminou de dizer eu saí em disparada! Eu estava faminta! Foi aí que me lembrei de que eu só comi um sanduíche o dia todo.

Christian preparou um risoto de camarão que estava divino!

- Então, Rose, minha cobaia, o que você achou da minha comida? – perguntou ele. Eu fui a única que realmente comeu, já que os Moroi se alimentam muito pouco. Eu coloquei a mão na barriga e disse brincando.

- É Ozera... Dá pro gasto! – a cara dele foi hilária! Eu não me contive e comecei a rir. – Brincadeira! Está uma delícia como sempre. – ele sorriu.

- Aff... Você adora curtir com a minha cara, né?! Palhaçada viu! – disse ele fazendo-se de vítima. Todos nós rimos.

***

Ficamos até tarde conversando. Principalmente sobre casamento. Lissa estava super empolgada para amanhã. O GRANDE DIA. Só me dei conta disso agora! Um frio na barriga me atingiu... Sei que eu estou casada com Adrian e não deveria ficar nervosa, mas eu vou casar com tudo que eu tenho direito. Vestido, véu, grinalda e, acho que eu o nervosismo também conta agora.

Adrian percebeu que eu fiquei tensa e apertou a minha mão tentando me confortar. Nós trocamos olhares e eu vi compreensão em seus olhos, sorrimos um para o outro. De repente o nervosismo deu lugar a outro sentimento... Desejo. O que mais quero nesse momento é estar sozinha com ele, estar em seus braços, pele com pele, boca com boca, nossos olhares conectados... Ele também queria isso pelo olhar que ele me lançou. Ele piscou para mim e eu sorri em resposta.

- Bem... Está tudo ótimo, mas eu tenho que ir. Amanhã temos um casamento para ir! – disse eu fazendo piada. – E, eu serei aquela que deve estar deslumbrante. Sei que se aparecer aqui amanhã com olheiras...

- Irei matá-la! – interrompeu-me Liss completando a frase.

- Isso mesmo. Então, vou embora descansar. Vamos Adrian? – perguntei o olhando com malícia.

- S-Sim! Precisamos descansar para amanhã, meu amor. – Disse ele desconcertado.

- E quem disse a senhorita que você irá dormir com Adrian?! Não senhora!!! Você dormirá aqui em casa!!! – disse Lissa.

- A não... Poxa Liss! Não posso nem curtir o meu dia de solteira?! – Disse eu arqueando a sobrancelha maliciosamente.

- Tenho planos sobre isso, mas infelizmente –  para você – Adrian não está nos nossos planos! – disse ela sorrindo maliciosamente. Eu entendi a idéia e sorri retribuindo.

- O que você vai aprontar com a minha mulher Vasilisa Dragomir Ozera? – Perguntou Adrian.

- Nada demais! Assim como Christian, você e Eddie, Rose também tem o direito de se divertir no seu último dia de solteira, oras! – disse ela com falsa indignação. – Não me aborreça, porque eu sou uma mulher grávida! Não pode me contrariar! – disse ela fazendo beicinho no final.

- Cara, é melhor irmos antes que ela venha com mais chantagem emocional! – disse Christian.

- Mas, peraí um pouco... Você não disse para Rose que ela deveria descansar e ficar sem olheiras...

- Senão irei matá-la. Disse e repito, mas ainda é sete da noite Adrian! E sei bem o que você fariam caso ela fosse com você! Não reclame e, apenas vá! – disse Liss me puxando.

Depois disso os meninos foram... Eu, Lissa e Sidney que acabara de chegar saímos para festejar. Estávamos animadas, porém Lissa e Sidney trocavam um olhar de cumplicidade que me deixou assustada! Depois que Liss e Sidney se conheceram... Eu meio que sinto um ciúme bobo, porque ambas são parecidas, mesmo que, Sid pareça ser mega durona, na verdade, ela é meiga e super-romântica sem deixar de ser prática.

Eu estava vendo a paisagem passar distraída, e um sorriso bobo escapou dos meus lábios... Não poderia estar mais feliz! Cercada das pessoas que eu amo! Em breve casada com Adrian; o amor da minha vida. De uns tempos pra cá eu andei pensando e, daqui há alguns anos teremos filho! Pequenos Adrian e Rose correndo por aí...

O carro parou. Eu pensei que estivéssemos parando em alguma boate, mas na verdade, era um SPA. Olhei para Liss e Sid sem entender nada!

- Por que estamos num SPA? – perguntei franzindo o cenho em confusão.

Uma olhou para a cara da outra (Liss e Sid) e começaram a rir. Filha da mãe!!! Sacanearam-me legal!

- Desculpa, mas curtir com a sua cara e ver você assim? – Elas olharam para a minha cara. – Não tem preço! – disse Sid entre risos.

- Os meninos sabem que estamos aqui? – perguntei. Já estava pensando em um plano de fuga... Adrian me ajudaria com prazer!

- Christian deve ter falado a Adrian assim que saímos! – Adrian deve estar rindo da minha cara agora!

***

Acordamos cedo para começarmos um dia de tratamento intenso. Primeiro fizemos as unhas, depois massagem, limpeza de pele, pausa para o almoço... Hidratação, maquiagem e, pronto! Eu estava deslumbrante para encontrar Adrian dentro de duas horas diante do altar. Desde que acordei estava relaxada, mas aos poucos, ao passar de cada hora fui ficando cada vez mais nervosa.

Faltava pouco tempo para irmos para a corte e, minhas mãos tremiam, meu coração estava acelerado, minhas pernas bambas e a minha garganta seca. Será que todos ficam assim quando vão se casar?! Lissa parecia estar tão tranqüila no dia do seu casamento...

Meus pensamentos foram interrompidos após Liss tocar as minhas mãos.

- Céus! Suas mãos estão geladas! – disse. Ela sorriu gentilmente para mim e alisou o meu braço. – Calma amiga... Falta pouco para finalmente você ter o começo de uma vida muito feliz perto do homem que você ama! – disse ela alegremente.

As lágrimas se acumularam em meus olhos. Não permiti que rolassem pelo meu rosto senão Liss me daria uma bronca por estar borrando a maquiagem. E, também, queria que Adrian me visse assim do jeito que eu estou... Linda. Sei que com isso, não estou sendo nenhum pouco modesta, mas é a mais pura verdade.

Adrian... Como será que ele está? Será que ele está uma pilha de nervos igual a mim? Será que ele bebeu o bar todo da casa de Liss? Céus! Será que ele estará lá quando eu chegar?

- Lissa eu estou uma pilha de nervos! Céus! Acho que agora entendo você quando casou com Christian... Está passando um monte de coisas pela a minha cabeça nesse exato momento! – disse eu tremendo de nervoso.

- Que isso Rose! Você nem parece A guardiã fodona que eu conheci na Rússia! – disse Sid tentando me distrair. Engraçado... Quando eu me lembrava dessa viagem à Rússia meu peito doía, mas agora? Eu não sentia nada. Absolutamente nada.

Eu sorri para Sid e Liss, mas o sorriso mais pareceu uma careta do que um sorriso. Ambas seguraram as minhas mãos e numa prece silenciosa pedimos para que tudo desse certo, particularmente pedi calma, porque do jeito que me encontrava teria um ataque cardíaco logo, logo.

***

Enfim chegamos à Corte e, estávamos indo direto para o jardim. Queria logo ver Adrian, porém não podia. Assim que o carro parou Abe abriu a porta do carro, seus olhos se arregalaram quando olhou para mim e, um sorriso de satisfação se abriu.

- Você está magnífica Rose! Também... Esse charme do meu lado! Você é bela como a sua mãe e, juntos fizemos essa linda mulher que está na minha frente. – os olhos de Abe estavam úmidos. Não pude deixar de tirar uma com ele. – Que isso Zmey, está chorando? Deixa-me contar isso por aí.

- Deixe de gracinhas Rosemarie! Abe Mazur não chora. Eu estava com um cisco nos olhos. – disse ele assumindo a sua pose de Gangster. Eu saí do carro com a sua ajuda e o abracei, pegando-o de surpresa.

- Eu te amo pai. – disse eu sussurrando em seu ouvido.

- Eu amo você minha kiz. – disse ele emocionado. Ele estendeu o braço para que eu pegasse. Liss e Sidney foram à frente e eu e Abe fomos atrás de modo devagar. O que me deixara impaciente. Eu queria sair correndo e me jogar nos braços de Adrian. Assim que eu estava chegando perto começou a tocar nossa música.

Savin’ Me – Nickelback (http://letras.terra.com.br/nickelback/1299937/#traducao)

Eu sentia a verdade naquelas frases. Todos achavam que eu havia salvado Adrian, mas na verdade, ambos nos salvamos. Ele não era mais aquele cara de antes que eu conheci lá atrás. Assim como ele havia me salvado de uma vida de amargura por causa de todo o sofrimento que a vida me infringiu, por causa do sofrimento que eu passei com as incertezas e o “altruísmo” de Dimitri.

Aos poucos, Adrian foi ultrapassando uma barreira que eu havia imposto a ele sem que ao menos perceber. Ele era doce, gentil e super protetor para comigo. Mesmo sabendo que eu poderia me livrar de quem quer que fosse sozinha... Eu durante a minha vida havia afastado todos de mim e dos meus problemas, até mesmo Liss que sempre quis me ajudar. Em minha mente sempre deveria protegê-la e ser a amiga que ela precisava, mas nunca deixava saber sobre meus problemas e aflições. Isso mudou com a chegada de Dimitri.

Sim, por mais que eu não o ame mais, tenho que admitir que ele me ajudava quando eu precisava, senão, sabe-se lá Deus como eu estaria hoje. Ele me fez ver o lado adulto da vida, as temíveis responsabilidades, meu lugar como guardiã e me fez lutar por isso. Devo muito a ele.

Mas com Adrian... Eu aprendi a balancear, nem tudo na vida é só diversão ou só responsabilidade. Podemos ser os dois. Eu podia dividir meus problemas, desabafar e, me divertir do lado das pessoas que eu amo.

Olhei para Adrian e sorri. Ele estava lindo de terno preto, ressaltando ainda mais seus lindos olhos verdes. Olhos esses que me enfeitiçaram, não havia mais nada nem ninguém ao nosso redor a não ele. Nossos olhares estavam conectados, ele sorriu para mim. Não um sorriso qualquer, mas um sorriso irresistível de lado que tira qualquer mulher sensata do sério.

Logo eu estava diante dele, Abe o cumprimentou e falou um “Você sabe o que vai lhe acontecer caso não faça a minha menina feliz.” Deu-me um beijo na testa e se retirou. Adrian estendeu seu braço para que eu o pegasse. Ele sussurrou um “Você está linda!” e, nos viramos para o juiz de paz.

Saí dos meus devaneios com a voz do juiz de paz.

- Rosemarie Hathaway Mazur, você aceita Adrian Ivashkov como o seu legítimo esposo? Para amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde ou na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?

- Sim! – disse eu emocionada e com as lágrimas rolando por meus olhos. Adrian também estava emocionado, mas não estava com eu, um sorriso bobo brincava em seus lábios.

- Adrian Ivashkov, você aceita Rosemarie Hathaway Mazur como a sua legítima esposa? Para amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde ou na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?

-Sim! – sua voz estava calma e tranqüila.

- Então, com o poder a mim investido pelo Estado e pela Corte Real, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva! – disse o juiz de paz.

Adrian sem perder tempo enlaçou a minha cintura e beijou-me. Um beijo intenso e de tirar o fôlego. O juiz de paz teve de pigarrear para que parássemos de nos beijar. Rimos muito com isso. Logo se formou uma fila para as felicitações. Os primeiros foram os meus pais e meus amigos depois alguns amigos que eu havia adquirido na Corte e alguns familiares de Adrian.

Festa a de casamento ocorreu no salão da corte. O salão estava lindo! Com Flores brancas e sem muita ostentação, do jeito que eu havia pedido a Lissa. Simples e elegante. Demoramos chegar ao salão, pois antes tivemos que tirar fotos para colocar no álbum de casamento. Tudo muito natural e espontâneo; de bom gosto. Era impossível alguém não ver a nossa felicidade, ela não só estava na nossa face como também a irradiávamos.

Hoje éramos nós e nossa felicidade, nada de dramas, sofrimento, lutas e tristeza. Enfim, teríamos o começo do meu final feliz. Lissa nos chamou para a primeira valsa e fomos. Não paramos de sorrir um para o outro; nossos olhares estavam conectados. Só percebemos que havia pessoas ao redor quando Abe apareceu pedindo para dançar comigo.

- Kiz, você não imagina o quanto eu estou feliz por você! Céus! Que ALLAH os abençoe! – disse ele alegre e, sem o seu habitual sarcasmo.

- Obrigada, baba! Fico grata por sua benção. Se antes eu tinha dúvidas ou não acreditava em Deus isso mudou, agradeço a ele por tê-lo colocado em minha vida. Mesmo que tendo demorado 18 anos, a partir de agora nunca mais ficaremos separados. – disse eu chorando de felicidade. Abe me abraçou.

- Kiz, não chore... Isso não combina com a felicidade que estamos sentindo. – disse ele pegando o meu rosto e o levantando.

- Eu estou tão feliz! – disse eu entre lágrimas.

- Eu sei. – disse ele. – Kiz, eu tenho uma proposta para você e Adrian. Encontrem-me na sala lateral daqui a uns cinco minutos. – disse ele limpando as lágrimas do meu rosto. Eu assenti positivamente.

- Sim senhor. – disse eu sorrindo e lhe dando um beijo na bochecha.

- Me concede essa dança? – perguntou Dimitri.

Abe e eu olhamos um para o outro e, depois olhamos para Dimitri. Ele nos lançou um sorriso amigável.

- Eu juro que só vim para conversar e de modo civilizado. – disse ele simplesmente. Estendeu a mão para mim, Abe tentou me segurar, mas eu assenti e ele nos deixou.

- Comporte-se Belikov. – disse Abe antes de ir.

Dimitri enlaçou a minha cintura e conheçamos a deslizar na pista de dança. Eu o encarei e vi o quanto estava cansado e, com a barba por fazer.

- Rose. Eu quero pedir desculpa por estar agindo desse modo com você, fui rude e idiota. Eu a amo, mas deveria ter posto a sua felicidade em primeiro lugar, seja comigo ou com Adrian. Você merece. Você lutou por isso. Pena que quando eu caí em mim era tarde demais. – disse ele sério.

- Eu te perdôo e espero do fundo do meu coração que você seja muito feliz. Nunca vou me esquecer de você e do quanto cresci. Você me ensinou bastante coisa. – disse eu sorrindo para ele.

- Eu estou de partida. Vou para a Rússia ficar com os meus parentes de férias e, pedi para o Hans me designar para outro Moroi. – disse ele. – Quero recomeçar, Rose. Quero deixar as tristezas desses dois anos para trás e seguir em frente. Enfim, eu vi que eu mereço sim isso. – disse ele sorrindo, não um sorriso qualquer, mas um daquele que antigamente me deixavam sem fôlego. Hoje não sinto nada.

- Que bom Dimitri! Fico feliz por saber que você se perdoou e, está querendo seguir em frente. Desejo sim a sua felicidade! Você é um homem maravilhoso e, a mulher que tiver o seu amor será muito feliz! – disse sinceramente o olhando.

- Rose... Vamos querida? – disse Adrian aparecendo e ficando ao meu lado.

- Felicidades ao casal. – disse Dimitri antes de sair.

- Como você se sente? – perguntou Adrian me encarando.

- Aliviada. – disse eu. – Vamos? Abe detesta esperar. – dei-lhe um selinho e de mãos dadas fomos até Abe.

***

- Então... O que vocês acharam da minha proposta? – perguntou Abe.

Eu olhei para Adrian e ficamos para estáticos diante da proposta de Adrian.

- Paris? Mas... Baba! Um apartamento e um café livraria em Paris... Para mim e Adrian tocarmos? – amei a idéia. Viver na Cidade-Luz com o homem que eu amo? Não poderia ter feito proposta melhor! Sorri para Abe. - Amor o que você acha da idéia? – perguntei a Adrian.

- Sim, se você aceitar meu amor... Eu também aceito! Céus! Morar em Paris! – disse ele para si mesmo a última parte. Ao nos encaramos vimos à decisão tomada, sim nós iríamos para Paris!

***

Algum tempo depois...

- Boa noite meu amor! – disse eu assim que vi Adrian entrando.

- Boa noite, minha pequena! – disse ele me dando um selinho. – Mais uma carta de Lissa? – perguntou ele curioso.

- Sim! Os gêmeos estão ótimos e estão aprendendo a andar. Lissa está ficando louca... Luca e Jasmine estão naquela fase de descoberta. – disse eu rindo com a cena de Lissa correndo atrás dos pequenos.

- Você recebeu notícias de Sidney e Eddie? Perguntou Adrian interessado. Adrian e Sidney eram iguais a mim e Christian, eles se adoravam.

- Sim, eles estão ótimos e namorando muito! Pena que na maior parte do tempo seja à distância, mas eles estão muito felizes, esse ano Sid termina a Pós dela aqui na Europa e pediu para os alquimistas a mandarem para perto da Corte. – disse eu levantando e o abraçando. – Eu estava com saudades do meu marido, senhor Ivashkov.

- Eu estava morrendo de saudades de você também pequena. – disse ele me beijando. – Agora que sabemos que todos os nossos amigos estão felizes e bem, que tal a minha maravilhosa e linda esposa ir se arrumar para irmos comemorar nosso aniversário de um ano? – disse ele mordendo a minha orelha.

- Para que hora está reservada a nossa mesa? – perguntei interessada e cheia de idéias.

- Para as dez. – disse ele orgulhoso de si mesmo.

- Nem acredito que iremos jantar no restaurante da Torre Eiffel! Um sonho! Eu amo tanto você! – disse o beijando. – Enquanto isso, que tal o senhor meu marido satisfazer a sua esposa? – perguntei tirando a sua camisa.

- Claro... Adoro satisfazer as vontades da minha esposa. – disse ele me beijando.

Estamos a sós no meio do caminho para o nosso “Felizes Para Sempre” e, para mim, isso está muito bom por enquanto.

Fim!


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Notas finais do capítulo

Rosa e eu gostaríamos de agradecer a todas vocês que acompanharam fielmente a nossa Short Fic e, dizer que adorei trabalhar junto com a Rosa. Desculpe-nos pelo atraso, mas nossas vidas andam muito corridas ultimamente. Espero que tenham gostado, quero muito reviews e indicações!
Beijos,
Lin Nascimento e Rosa Pugno.



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