Capítulo Um - Broken Arrow

O que fazer quando se está perto

Pois aquele que você ama

Te afastou

E você não consegue lidar com a dor

E agora você está tentando me consertar

Remendar o que ele fez

E encontrar o pedaço que me falta

Mas eu ainda sinto falta dele

Eu sinto falta dele, estou sentindo falta dele

Oh, como eu sinto a falta dele, eu sinto falta dele...

Depois que Dimitri me rejeitou eu me senti perdida, sem rumo. Ele falou com tanta frieza que eu acreditei. Eu não pude fazer outra coisa senão abaixar minha cabeça e sair da Igreja em que estávamos. Como ele pôde arrancar meu coração sem ao menos pensar duas vezes? Como a vida pôde ser tão injusta comigo! E as minhas tristezas só aumentavam cada vez mais... Eu sempre pensava em como a vida pode ser boa para uns e péssima para outras pessoas... Lissa, por exemplo, é livre para amar quem ela quiser e viver do jeito que ela bem entender. Enquanto isso, eu estou amarrada a um destino que eu não sei se me pertence mais. Acho que às vezes eu não queria ser damphir. Queira ser uma moroi ou uma humana e viver em um mundo que a minha vida me pertencesse! Que eu pudesse fazer o que eu quisesse, sem ter a vida de outra pessoa em minhas mãos! Ter o poder de fazer as minhas escolhas... Desde a roupa que eu quisesse usar, sem ter que me preocupar com um uniforme, que eu deveria usar diariamente... Até o curso de graduação que eu tivesse real interesse, ou o homem que eu pudesse dividir a minha vida! Eu me sinto como se houvesse me partido ao meio, rasgada para ser mais exata e, vagarosamente!

E você está sentado na primeira fileira,

Quer ser o primeiro da fila

Esperando na minha janela,

Dedicando todo o seu tempo a mim

Você poderia ser o meu herói

Se eu pudesse esquecer

Mas o amor dele ainda está em mim

Como uma flecha partida

Como uma flecha partida

Várias semanas se passaram após o episódio da Igreja. Eu me joguei de cabeça no meu relacionamento com o Adrian. Pelo menos, com ele, eu me sentia amada e podia fazer as coisas do meu jeito. Nos pequenos momentos em que estávamos juntos, a minha vontade era a que prevalecia. Ele fazia qualquer coisa que estivesse ou não ao seu alcance para me ver feliz! Quase transamos e só não se consumou o ato porque ele esqueceu o preservativo. Eu não ligo mais para nada! Eu perdi o amor do homem que eu amo! O meu maior erro nessa história toda é envolver o Adrian. Nessa bagunça que é a minha vida... Não é justo com ele! Nós conversamos e eu fui sincera com ele, mas mesmo assim, ele não se importou em estar comigo, em estar ao meu lado. Ele é um companheiro e tanto... Ele mudou muito desde que o conheci e, tudo isso se deve a mim, porque ele o fez para me conquistar. O Adrian é a pessoa mais generosa que eu já conheci em toda a minha vida! Para me conquistar, ele resolveu levar uma vida mais responsável e deixar de lado sua fama de bad boy que ele realmente gostava antes, para me fazer feliz! Para não comprometer a minha reputação! Ele sempre está ao meu lado e me amparou quando eu mais precisei. Eu prometi a mim mesma que faria tudo o que estivesse ao meu alcance para fazê-lo feliz. Ele merece! E eu o faria se não estivesse tão destruída. Uma vez me disseram: “Ninguém dá o que não tem!”  E eu comprovei que isso era verdade. Da maneira mais dura possível! Mas assim mesmo eu iria tentar... Arduamente, até conseguir fazê-lo feliz. Nem que fosse deixando-o, para não feri-lo ainda mais...

“Rose? Você está me ouvindo?” Adrian me olhava com expectativa... Ele havia me levado a um belo restaurante.

“Desculpe-me, mas eu estava distraída...” Fui interrompida por Adrian, que pegou a minha mão e a acariciou de modo acolhedor e extremamente carinhoso.

“Você anda muito distraída ultimamente dampirinha! Há algo que queira me contar? Posso tentar ajudá-la.” Às vezes eu me pergunto como Deus pode ser tão injusto! Por que eu não me apaixonei por ele? Amar alguém como ele tornaria a minha vida tão... Fácil! Seria como... Seria como respirar! Adrian, às vezes, aliás, a maioria das vezes, é o sol que ilumina a minha vida!

“Nada, meu amor, não se preocupe comigo, okay? Estou cansada por causa do trabalho. Com Lissa na Universidade, eu tenho que ficar para cima e para baixo fazendo rondas e protegendo-a. Sabe Adrian, eu ando meio cansada disso tudo! Eu sei que com você eu posso dizer o que eu realmente sinto e que posso confiar em você. Entoa lá vai: Eu não agüento mais essa vida! Estou em dúvidas quanto ao meu cargo... Quanto as minhas responsabilidades! Eu não sei por quanto tempo mais eu vou agüentar isso. Essa coisa de ter a vida de outras pessoas em minhas mãos. Eu não sei se posso mais continuar com isso! Mas, com relação a esse restaurante, bem, eu estou amando este lugar! Aqui é muito lindo! Obrigada por me trazer aqui e por dar-me de presente este belo vestido.”

Eu sorri para ele e apertei de volta a sua mão. Ele me olhava de forma questionadora. Acho que ele queria dizer algo, mas não disse. Aos poucos começamos a conversar animadamente sobre as mudanças que queremos que se concretizem nas leis... Adrian mostrou-se bastante interessado por política e pelos negócios da família ultimamente. Nathan e Daniella Ivashkov, os pais de Adrian, dizem que essa mudança de interesse se deve a mim e agradecem-me desde então. Eles finalmente resolveram aceitar a nossa relação. Meu Deus! Eu não tinha o direito de magoar o Adrian, nem a sua família.  

Eu o admiro cada vez mais e o respeito mais do que antes. Ele tem sido a pessoa mais importante da minha vida. Talvez, até mais do que Lissa! Ele me entendia e com ele eu podia falar sobre mim, sobre os meus sentimentos... Era incrível o tipo de relação que eu tinha com ele. Acho que esse entendimento sem palavras eu só tive com aquele que quebrou meu coração. Dimitri. Algumas vezes eu ainda brinco com ele, embora nada comparado a antes! Estávamos juntos e rindo das palhaçadas um do outro quando, de repente, eu vejo um homem alto e uma mulher de estatura mediana e cabelos negros, entrando no restaurante...

Não pode ser! E por falar no diabo... Além de ter que trabalhar com ele todos os malditos dias, ainda ter que vê-lo por aí, desfilando com Natasha Ozera! Isso já era demais, mas pelo bem da minha relação com Adrian, eu ignorei a presença deles. A dor que eu senti ao vê-lo, mais lindo do que nunca, naquele traje sério. Quando eu começo esquecer sua existência, ouço... Tasha! Aquela cretina estava vindo até nós! Aquela vadia sempre fazia questão de me magoar. Mais e mais. E Dimitri parecia que tinha o mesmo objetivo! Isso sim era o cúmulo da sacanagem! Maldito Dimitri Belikov! Estou certa que isso era proposital e assim, a minha relação de amor e ódio com ele só aumentava!

“Olá Adrian... Rose.” Ela disso com um belo e enorme sorriso... Cínico nos lábios! Cretina!

“Olá Natasha... Dimitri.” Adrian os cumprimentou sem muito ânimo por saber que eu estava mal pela cena. Ele sempre sabia quando eu me sentia desconfortável. E não era só pela leitura da minha aura, era pela nossa cumplicidade. Ele apertou minha mão, firmemente, sob a mesa.

“Oi Adrian e Rose. Tenham um ótimo jantar. Vamos Tasha?” Ele disse de modo excessivamente calmo. Com sua máscara de Guardião no seu devido lugar. Se ele não tivesse me dito tudo aquilo na Igreja e não estivesse me tratando como um paria, eu diria que ele estava tão ou mais desconfortável com aquela situação do que eu.

“Sim, vamos.” Ela sorriu para nós. “Tenham um ótimo jantar!” Saíram dali, se dirigindo a uma mesa ali próximo.

“Igualmente!” Respondemos uníssono. O que fez com que eu e Adrian nos olhássemos e sorríssemos gentilmente. Eu sentia os olhares de Dimitri como se furassem as minhas costas. Adrian com certeza observou esses olhares, mas nada disse. Por dentro eu posso estar mal. Péssima, mais precisamente, mas nunca, jamais eu vou demonstrar! Muito embora eu não precisasse, Adrian sempre sabia! Mas, isso magoaria muito o Adrian e ele era a última pessoa nessa terra que merecia ser magoada! Eles se foram e eu senti uma dor tão grande! Era como se a minha carne estivesse sendo dilacerada.

Nosso jantar foi maravilhoso! Nem a aparição de Tasha e Dimitri pôde fazer com que fosse diferente, por mais que eu tenha ficado abalada, eu dei o máximo de mim para que nos divertíssemos. E, com Adrian eu não conseguia ficar cinco minutos sem rir de suas piadas. Isso era fato. Às vezes eu me pergunto por que eu o impedia no passado de entrar em minha vida... Ele sempre esteve ao meu lado e sempre me apoiou. E mais uma vez me questiono por que eu não poderia ter me apaixonado por ele. Estávamos andando pela corte em direção ao alojamento dos Guardiões. No começo conversamos e rimos, porém aos poucos o silêncio aumentou e foi ficando cada vez mais desconfortável, ensurdecedor. Eu estava perdida em pensamentos...

Ele é o espinho na minha carne

Que não consigo remover

Ele está roubando o meu fôlego

Quando você está por perto

E agora você está tentando me convencer

Que ele não valia à pena

Mas você não pode me completar

Ele é a parte que me falta

Eu sinto falta dele, estou sentindo falta dele

Oh, como eu sinto a falta dele, eu sinto falta dele

Eu sinto tanto a falta dele! Tanta! Eu não consigo sequer olhá-lo, sem que a minha garganta se feche, sem que as minhas lágrimas não queiram cair... Às vezes, parece que eu nem vou conseguir respirar! Eu tenho lutado arduamente para esquecê-lo! E estou determinada a conseguir. Eu tenho que conseguir, porque senão eu não vou sobreviver... Eu prometi a Adrian que eu ia tentar me apaixonar por ele... Prometi que ia tentar... Só não sei se serei capaz... Capaz de me apaixonar de novo! Capaz de amar de novo! Não por ser Adrian. Não! A verdade é que eu acho que não serei capaz de amar mais ninguém! Adrian é a pessoa mais gentil, amável, generosa que eu já conheci em toda a minha vida, mas meu coração endureceu como concreto armado, depois do que Dimitri me disse, naquele dia, naquela Igreja!

Os meus dias são deprimentes... Ter que conviver, trabalhar com ele, tem sido mais do que eu posso agüentar... Só faço isso por Lissa! Mas não sei se serei capaz de agüentar por muito mais tempo... Era só isso, o tempo todo, que rodava em minha cabeça... Esses questionamentos sobre a minha vida! Só o que me consola é que minhas noites são sempre calmas ao lado do meu lindo namorado. Adrian! Como ele é lindo! Seus olhos, quando me vê, transmitem tanto calor que eu me aqueço e fico me sentindo em absoluta paz! Adrian me faz feliz de várias formas... Deus! Permita que eu o ame! Deixe-me ser feliz e não me permita fazê-lo infeliz!

Chegamos à frente do alojamento e eu o olhei. Sob a luz da lua ele está muito lindo... Sua habitual palidez deu lugar a um belo tom prateado e sorri ainda o admirando.

“Bem, me parece que você já me trouxe ao meu destino.” Eu disse sorrindo.

“Sim, você está realmente muito linda está noite Rose. Eu não sei como, mas a cada dia eu estou mais apaixonado por você! Acho que você é a mulher mais incrível que eu conheci! Obrigada por ter me proporcionado essa maravilhosa noite, meu amor.”

Eu o olhei e não pude, simplesmente, me conter. Eu o beijei. O beijo começou gentil e cálido, mas aos poucos foi se tornando urgente. Eu comecei a sentir um frio na barriga, me sentir protegida, amada, desejada... Eu só senti isso quando eu beijava o Dimitri... Será que enfim estou me apaixonando por Adrian?

Mas ainda me sinto vazia... Dimitri! Ele ainda mexe comigo. Nem Adrian consegue preencher esse vazio. O meu beijo com Adrian deixou-me confusa. Eu queria estar aninhada em seus braços. Separei-me dele e me despedi, entrei em meu quarto e, me joguei na cama tentando ver o que estava acontecendo. Tentando ver o que pode ter mudado... E me senti cada vez mais confusa. Chorei, me sentindo impotente diante do meu destino! Será que eu seria capaz de mudá-lo??? Com essas perguntas eu acabei dormindo. Uma noite sem sonhos.

Os dias, os meses se arrastando e a minha dor aumentando. Eu não sei mais amava se Adrian ou Dimitri... E, quanto mais eu parava para pensar, mais confusa eu ficava. Cada toque, cada beijo e sorriso que eu direcionava a Adrian eram puros e sinceros. Quando via Dimitri, meu coração batia forte dentro do meu peito. Tomei uma decisão! Vou falar com Lissa. Tenho certeza que ela vai me entender.

A caminho de casa, imersa em pensamentos, senti um puxão em meu braço e braços fortes em volta de mim. Ele! Dimitri! Ele me olhou com fúria e doçura e me beijou profundamente. Eu o empurrei, mas não antes de apreciar aquele beijo, seus braços em torno de mim, seu cheiro... Eu sentia tanta saudade disso! Eu sentia tanta saudade de tocá-lo! E mais uma vez me peguei pensando em Adrian... Estou tão confusa! Eu queria estar mais do que nunca, nos braços de Dimitri, mas também queria estar nos braços de Adrian! Eu só posso estar enlouquecendo.

“O quê diabos você está fazendo, Belikov?!” Disse quase cuspindo, limpando a minha boca.

“Eu te amo, Roza, eu te amo! Não sou capaz de me afastar de você, não posso...” Disse e me olhou com tristeza. Eu só o olhava. Perplexa! Sem saber o que dizer e ele continuou.

“Você o ama? Quero dizer, você ama mesmo o Adrian? Com todo o seu coração?!” Eu o olhei, sem saber se aquilo era real. Demorei uns segundos para entender o que aquilo significava e lhe respondi com toda franqueza.

“Sim, eu amo Adrian. Eu o amo de várias formas... Ele me faz feliz, me faz rir, me faz mulher... Sim eu o amo, mas não serei capaz de amar novamente na mesma intensidade que eu já amei antes.” Baixei meus olhos e senti lágrimas quentes e doloridas escorrerem pela minha face. Depois de dizer essa palavras, eu pude perceber que eu não tinha certeza se aquelas palavras eram verídicas... Eu estava me sentindo mal por ter correspondido ao beijo de Dimitri. Me sentia mal por Adrian... Ele não merecia nenhum tipo de traição e eu estava me sentindo uma traidora agora.

Ele levantou meu rosto e me olhou intensamente. Vi dor em seus olhos.

“Você me ama, Roza? Você ainda me ama?!” Qual era o problema do Dimitri?! Ele não estava com a Natasha?! Ele não ficava, o tempo todo, desfilando com ela de mãos dadas pela Corte? Agora essa maluquice de me agarrar e dizer que me ama! Ficar me perguntando se eu ainda o amo? Eu só queria gritar que ‘sim’, mas ao mesmo tempo eu queria gritar que ‘não’, que ele me deixasse em paz! Respirei fundo.

“Eu... Er... Eu não sei!” Disse por fim. Eu não sabia mesmo se seria capaz colocar o amor acima de todas as mágoas, de todas as feridas que ele me infligiu. Talvez eu o amasse, mas meu orgulho ferido falasse mais alto naquele momento. Ele soltou meu rosto e eu segui o meu caminho.

O que fazer quando se está perto

Pois aquele que você ama

Te afastou

E você não consegue lidar com a dor

E agora você está tentando me consertar

Remendar o que ele fez

E encontrar o pedaço que me falta

Mas eu ainda sinto falta dele

Eu sinto falta dele, estou sentindo falta dele

Oh, como eu sinto a falta dele, eu sinto falta dele...

Eu não aguentava mais essa situação, eu estava muito confusa! Vendo os dois juntos, sempre dificultava cada vez mais! Eu me culpava por fazer Adrian sofrer, mas o queria por perto. Eu olhava para Dimitri e me lembrava sempre de sua inusitada declaração de amor, mas ao invés de querer correr para os seus braços, eu simplesmente sentia raiva e rancor por tudo que ele me fez passar. Ele mentiu para mim... Eu tinha que dar um basta nisso tudo. Eu precisava de um tempo para mim.

“Lissa, eu posso entrar?” Ela me olhou e me abraçou, me levando para dentro de seu quarto.

“Eu não posso mais, Lissa! Eu simplesmente não agüento mais! Eu estou muito confusa sobre os meus sentimentos! Eu quero Adrian por perto, quero beijá-lo, amá-lo, o quero só para mim! Como se fosse minha posse. Porém, quando eu vejo Dimitri meu coração bate forte. Não quero mais isso para mim... Não posso mais me sentir tão confusa. Cada vez que o vejo com Natasha eu sinto ciúmes e depois, ele me aborda às escuras, quando ninguém está vendo! Ou Adrian que sempre está ali para mim, mas e se eu não gostar realmente dele? Eu o faria sofrer mais! Mais do que já o faço sofrer! Eu sou uma pessoa medíocre e egoísta o suficiente para querer tê-lo perto de mim, querer tê-lo em minha vida??? Acho que sim, senão eu já teria dado um basta nisso tudo!”

“Rose...” Ela me abraçou e eu chorei ainda mais.

“Liss, eu preciso que você me dê uma licença... Uma licença por tempo indeterminado. Eu vou viajar... Sozinha!” Lissa me olhou e analisou minha aura. Com dor no coração ela só assentiu e perguntou.

“Para onde você vai, Rose? Eu preciso saber. Você vai voltar?” Eu não sabia e só sacudi a cabeça negativamente, suspirando por fim que não sabia. Ela me abraçou forte e eu me senti em paz. Senti-me em paz com a minha decisão.

Fui para o meu quarto, arrumei minha bagagem e liguei para o Adrian. Ele veio ao meu quarto imediatamente e ao ver minha bagagem e a minha aura ele entendeu. Eu o estava abandonando. Ele só me abraçou me desejou sorte e me fez um único pedido.

E você está sentado na primeira fileira,

Quer ser o primeiro da fila

Esperando na minha janela,

Dedicando todo o seu tempo a mim

Você poderia ser o meu herói

Se eu pudesse esquecer

Mas o amor dele ainda está em mim

Como uma flecha partida

Como uma flecha partida

“Dampirinha, nunca se esqueça que eu te amo e sempre te amarei. Estarei aqui para qualquer coisa que você precisar. Acho que não adianta te perguntar para onde você vai, não é?!” A tristeza no rosto do Adrian era infinita.

“Não, mas... Você pode sempre, sempre me visitar em meus sonhos!” Eu sussurrei, não sei por que eu disse isso, mas não pude deixar de dizê-lo. O efeito foi o esperado. Seu rosto se iluminou. Ele me puxou para um abraço e me beijou. Tinha tanta dor e saudades neste beijo que aquilo abriu uma ferida ainda maior no meu peito. Eu realmente o amo, só que eu não sei dizer de que forma... Eu estou muito confusa, mas preciso levar a minha decisão adiante. Eu preciso encontrar a resposta. E essa resposta deve estar dentro de mim mesma, escondida em algum lugar da minha mente ou de meu coração.

“Posso te levar ao aeroporto?”

“Não, eu prefiro fazer isso só. Desculpe, não quero despedidas. Adrian se cuide, eu preciso que você fique inteiro... Eu preciso...” Lágrimas corriam livres pelo meu rosto e no dele também.

“Eu ficarei. Eu prometo!” Ele foi embora. Vê-lo saindo do meu quarto me causou muita dor... Eu queria correr ao seu encontro e beijá-lo e dizer que era tudo um engano e que eu não iria mais embora e que eu ficaria com ele ali, para sempre, mas eu não podia fazer isso com ele! Eu queria tê-lo só para mim de modo egoísta sem me importar com nada ou ninguém. Mas mais uma vez, eu ponderei e decidi que eu não tinha esse direito.

Ele é o espinho na minha carne

Que não consigo remover

Ele está roubando o meu fôlego

Quando você está por perto

E agora você está tentando me convencer

Que ele não valia à pena

Mas você não pode me completar

Ele é a parte que me falta

Eu sinto falta dele, estou sentindo falta dele

Oh, como eu sinto a falta dele, eu sinto falta dele

Quando eu estava entrando no carro com as minhas malas a caminho da Turquia, Dimitri se aproximou furioso.

“Eu não acredito que você está deixando a guarda de Lissa para fugir de mim?!” Aquilo me enfureceu.

“Não estou fugindo de você, eu só não agüento mais estar nessa situação! Você não é tão importante!” Eu tinha que, de alguma forma, dar o troco. Que direito ele achava que tinha sobre mim para falar daquela forma comigo?! Ele me pegou mais uma vez e me beijou com ira, com fúria, com paixão.

“Prometa para mim, prometa que você vai voltar e que quando voltar você vai me dizer se vai voltar para mim... Prometa Rosemarie!”

Eu o olhei e sorri sem humor, respirei fundo e disse:

“Prometo. Prometo te dar uma resposta, mas não prometo que voltarei para você” Com isso, entrei no carro e fui embora.

Ele assentiu e antes de partir me deu um selinho...

“Eu espero que você volte Roza, mas volte para mim.” Ao ouvir isso, me virei e entrei no carro. De uma coisa eu tinha certeza, essa viagem iria mudar muita coisa em meu modo de ver as coisas, iria mudar muita coisa em minha vida...

Ele é a parte que me falta

Eu sinto falta dele, estou sentindo falta dele

Oh, como eu sinto a falta dele, eu sinto falta dele