Doomed Sun escrita por Meel_Bear


Capítulo 7
Conhecendo o inimigo


Notas iniciais do capítulo

HÁ, eu disse que não ia demorar! AEOUHAEOUHEOAHEUOHUOAEHBom capítulo!



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Rukia encontrou Urahara assim que terminou de descer pelas escadas, quando foi em direção a cozinha e o viu sentado na mesa. Sua expressão costumeira não se encontrava em seu rosto, mas sim uma tensão incontestável. Rukia o chamou o que o fez desviar a atenção de seu chá para a pequena Shinigami.

- Kuchiki-san. – ele disse – A pequena irmã do Kurosaki-san me contou uma parte do que aconteceu. Como ele está?
- Bem. – ela lembrou do que acontecera no quarto minutos atrás – Mas não acho que por muito tempo.

A expressão tensa de urahara pareceu se intensificar.

- Creio então que não temos muito tempo.
- O que quer dizer?
- Depois do ataque ao Kurosaki-san, resolvi fazer alguns estudos sobre essas criaturas. – ele começou a explicar, enquanto Rukia sentava a sua frente – Eles parecem ter uma longa história, esquecida na verdade. Parece que aconteceu há alguns séculos atrás.
- E essa história seria?

Urahara mexeu dentro do quimono, retirando um envelope e jogando a frente de Rukia.

- Os Scrapjers existem a milhares de anos. São monstros que comandavam o mundo dos hollows os devorando e adquirindo poder, mas como apenas permaneciam no lugar onde estavam, não haviam conflitos com a Soul Society ou o mundo humano. Mas parece que o poder dos hollows não foi o suficiente. – Rukia tirou o conteúdo do envelope e começou a examiná-lo – Estas são algumas das provas que eles existiram, e suas lendas.
- Lendas? – A morena arqueou a sobrancelha
- Quando os Scrapjers decidiram que apenas o poder dos hollows não era suficiente para que obtessem o poder que desejavam, eles começaram a buscar desesperadamente por outras fontes. Porém como não conseguiam achar, as vezes acabavam atacando um ao outro o que resultava na morte de grande parte de espécie. Por isso quase foram extintos.
- Mas pelo visto, não foram.
- Não, mas ficaram em pequeno número. Para procriarem eles precisam alimentar suas crias, e eles as alimentam com sua própria vitalidade o que necessita de maior absorção de poder. E como não conseguiam encontrar poder o suficiente isso resultou na não procriação, pois as crias matariam os pais ao sugar toda sua vitalidade.

Rukia desviou a atenção de Urahara para os papeis que tinha em mãos, e arqueou a sobrancelha novamente ao ler uma parte do conteúdo.

- O mýthos ti̱s di̱miourgías tou diavólou – Ela leu com dificuldade – O que diabos significa isso?
- É grego. Significa “A lenda da cria do demônio”.
- Eles apareceram na Grécia?
- Tanto na Grécia. – Ele apontou no documento – Quanto na Romênia e na Rússia.
- O quê?
- Alguns anos atrás eles deram um jeito de conseguir vir para o mundo humano, como acontece com os hollows e acabaram por cair nestes lugares.

Rukia começou a ler o trecho que explicava a lenda.

A cria do demônio.

   Estas criaturas de formas demoníacas e deformadas custumavam se estabelecer em lugares sombrios e fétidos, para onde carregavam suas vítimas e as destroçavam vorazmente. Nunca um atacado pelas criaturas sobreviveu ou ao menos teve as partes do corpo no lugar. Diziam que costumava correr pela noite e atacar os desavisados ou imprudentes que se aventuravam nas madrugadas.
   Muitas pessoas já disseram ter visto a criatura de alguma maneira, mas nunca ouve uma real descrição em que se pudesse ter uma noção de como era, pois todas as descrições mudavam de alguma forma. Algumas pessoas as descreviam como uma silhueta humana com partes expostas, ou um ser cadavérico terrivel. Outras também os viam como um monstro deformado assustador. Porém, não importava o tamanho ou fisionomia, a única coisa que sempre bateu com todas as descrições foram os terríveis olhos vermelhos com a íris felina e o fundo totalmente negro.
Estes, sempre fatais para aqueles que os fitavam diretamente.. “

Rukia despregou os olhos do que lia, estupefata. Aqueles monstros já vinham fazendo vítimas inocentes a tempos, e nunca ninguém fizera nada?

- Quando surgiu essa lenda, Urahara?
- Em 1424.

A garota arregalou os olhos.

- Há quinhentos e oitenta e seis anos?!

Urahara assentiu.

- E como ninguém nunca fez nada? E se eles machucassem mais pessoas?
- Fizeram algo, Kuchiki-san. – Ele a respondeu prontificamente - O que pareceu erradicar de vez a existência dos Scrapjers, mas pelo visto foi um engano. Há o centro deles, o principal, como eu poderia chamá-lo... – Urahara pareceu pensar
- Um alfa?
- Algo assim.
- Então eles estão tentando se multiplicar?
- Na verdade, este não é o principal objetivo no momento.

Rukia pensou por alguns segundos e algo lhe veio a mente.

- Estão procurando poder o suficiente para conseguirem procriar.
- Ou para coisa pior. Pense comigo Kuchiki-san, se eles obtivessem um poder monstruoso, poderiam atacar a Soul Society e tomar o poder de todos. Depois disso uma quantidade de 300 se tornariam 1.500, e assim sucessivamente até dominarem o resto do planeta.
- Mas se eles querem uma fonte tão grande de poder como conseguirão então? Isso significaria que eles teriam que lutar com alguém extremamente forte e habilidoso e experiente, como um comandante.
- Forte, com certeza. Habilidoso, podemos dizer que sim. Experiente... Nem tanto.
- O que quer dizer... – Rukia parou de falar, como se algo a atingisse feito uma bala. – Ichigo! Estão atrás do Ichigo.
- Bingo!

Ouviram um respirar fundo de indignação.

- Quem tá atrás de mim? – Ichigo disse com a voz irritada
- Ichigo! – Rukia ponderou se levantando e indo até o garoto – O que você está fazendo fora da cama? Quer desmaiar denovo?
- Desmaiar? – Urahara perguntou
- É, essa anta desmaiou no banheiro. – Ela olhou para ele – Que por sinal, vai desmaiar novamente se não voltar pra lá.
- Ah Rukia, eu não estou tão ruim assim!
- Não? Quantos dedos tem aqui? – Ela colocou quatro dedos na frente do garoto.

Ichigo semi-cerrou os olhos e pareceu estudar a mão da garota

- De qual das mãos?

Rukia revirou os olhos.

- Viu seu idiota. Vem, vou te ajudar a ir lá pra cima.
- Kuchiki-san, um momento. – Urahara pediu fazendo com que a morena se virasse.
- O que agora?
- Kurosaki-san, você não olhou nos olhos do Scrapjer, certo?
- Olhei. – Ichigo respondeu rapidamente – Tem algum problema?

Urahara se calou, seu chapéu escondia seu rosto omitindo sua expressão.

- Nii-sama falou algo de não poder olhar nos olhos, e na descrição da lenta comentou que eles eram fatais para aqueles que os olhassem diretamente... Você sabe o por quê?

Ele assentiu

- Então, o que é?
- Quando mesmo que isso aconteceu?
- Ontem de madrugada. – Rukia respondeu – O que foi Urahara?
- Os olhos dos Scrapjers são hipnóticos, e eles tem um meio excruciante de imobilizar as vítimas.
- Wow wow. – Ichigo cortou – Esse meio pode ser algo como uma dor de cabeça?
- Eles entram na cabeça da pessoa ou ser e brincam com seu cérebro e suas lembranças... Então basicamente, podemos qualificar como uma dor de cabeça.
- Mas o que tem demais nisso? – Rukia perguntou arqueando a sobrancelha – Quer dizer, já passou não é?
- Não, na verdade. Os Scrapjers embora não pareçam tem uma inteligência superior aos humanos, por isso continuaram a existir até hoje. Podemos supor até que evoluíram.
- E..?
- Mas tem algo que eu li nos arquivos que não deve ter mudado nessa evolução, algo que provavelmente piorou.
- Quer parar com essa enrolação e falar logo Urahara? – Ichigo perguntou começando a se irritar
- Você provavelmente vai ficar fora de ação durante 2 a 3 meses.
- O QUÊ? – Ichigo e Rukia gritaram juntos
- O olhar hipnótico dos Scrapjers é como um tipo de veneno paralisante. Como eles mexem com o cérebro da vítima isso a deixa lenta e e com os sentidos fracos  por um longo período, o que pode facilitar  voltar a caçá-la se quiserem.
- Espera, isso quer dizer que..
- Kurosaki-san, você não está em condições para uma batalha durante esse meio tempo.

Ichigo ficou quieto, enquanto encarava Urahara

- Isso é brincadeira não é?
- Temo que não.
- O que então? Vou ter que ficar na minha maldita cama enquanto tem coisas atrás de mim e eu não vou poder fazer nada?
- Exatamente.
- Mas.. Não tem como! Se essas coisas vierem atrás de mim vão machucar todos!
- Daremos um jeito.
- Não, não dá. – O ruivo negou – Não vou por ninguém em risco por minha culpa!
- Kurosaki-san, você não tem escolha.
- Não importa merda! – Ichigo vociferou apertando os punhos – Eu não vou machucar mais ninguém, mesmo que indiretamente!

E começou a subir as escadas cambaleando.

- Ichigo!
- Kuchiki-san, é melhor ir conversar com ele.
- Mas.. Droga Urahara, o que diabos eu faço?
- Eu não sei, apenas certifique-se que ele vai ficar seguro. Vou voltar e ver se consigo mais alguma coisa, e avisar que precisamos cuidar da guarda dele.
- Mas ele nunca vai aceitar isso.
- Kuchiki-san, duas coisas estão em jogo agora. A vida do Kurosaki-san, e a existência do mundo que conhecemos.

Rukia não sabia o que dizer. Urahara apenas balançou a cabeça e saiu.

Ela respirou fundo e começou a subir as escadas pensando no que falaria para Ichigo, porque dessa vez ela não teria argumento contra a vontade dele. Ser protegido era contraditório para ele, trazer perigo ás pessoas a sua volta.. Fora de cogitação. O que sentiria um protetor que precisava de proteção?

Ela abriu a porta do quarto lentamente, e olhou para Ichigo que estava sentado na cama mais uma vez encarando a janela. Rukia viu o reflexo do garoto na janela, me mostrava seu olhar instisfeito e perdido.

- Ichigo? – Chamou suavemente enquanto entrava por completo no quarto

Ele não respondeu desta vez, nem uma resposta malcriada ou provocante. Apenas silêncio

- Olha, eu sei que está magoado. Mas tente entender pelo menos desta vez. – Ela pediu chegando perto dele – Você precisa estar em segurança para que todos estejam.
- Não consigo ver isso como uma coisa boa. – Respondeu seco
- E não é. – Rukia sentou ao seu lado, encarando seu rosto que ainda se perdia através da janela – Mas é preciso. Sei o quanto você odeia isso, sei quanto vai contra seus princípios Ichigo... Mas se você quiser proteger alguém agora, vai ter que se deixar ser protegido.
- Eu me sinto um inútil assim. Um completo e imbecil inútil.
- Você não é. – Rukia contestou
- Sim eu sou, você não viu o que eu fiz. – Ele finalmente a fitou com seus olhos castanhos perdidos em confusão - Você não imagina o que eu fiz.
- Posso não ter visto, talvez não imagine. – Ela fitou vagamente a janela com seus grandes olhos azuis – Posso não saber o que você está passando, ou sentindo. Mas sei de uma coisa Ichigo – Ela voltou seu olhar para ele – As vezes quem precisa de um proteção, é o protetor.

Ichigo riu secamente

- Eu não tenho sido muito útil ou heróico ultimamente.
- Um herói não é qualificado por suas ações Ichigo. Os heróis são aqueles que tornam magnífica uma vida que não podem suportar. – Rukia disse lembrando-se do que Yuzu havia lhe dito mais cedo – E você, é a maior prova do que poderia ser um herói que eu conheci nesse tempo que existi.

O garoto a fitou, imerso em pensamentos. Apenas seus olhares se encontraram naquele momento, e assim ficaram.. Em um tipo de conversa silenciosa. Ichigo abaixou a cabeça, o que fez seus cabelos laranjados esconderem seus olhos rompendo a conversa silenciosa entre seus olhares. Rukia o olhou preocupada, imaginando o que se passava na cabeça do ruivo.

Então ele subitamente a puxou e a abraçou, apertando firme mas gentilmente a pequena em seus braços.

- Ichigo? – perguntou confusa pela ação inesperada do rapaz.
- Obrigado Rukia. – Ele fungou com a voz rouca apertando o abraço. – Obrigado.

A pequena shinigami se surpreendeu tanto com o momento quanto com o que estava presenciando ali.

Era a primeira vez, que via lágrimas descerem pelo rosto de Ichigo.

Suspirou e apenas passou a mão na cabeça do garoto, o confortando. Queria saber o que passava na cabeça daquele grande idiota para tentar ajudá-lo, embora soubesse que provavelmente seria medo de seu interior como da ultima vez, ela sabia que não era apenas isso. Da ultima vez, ele não estava assustado a ponto de derramar lágrimas. Aquilo não era nada parecido com o garoto impulsivo, confiante e irritante que ela conhecia.

Decidira então, que daria um jeito de trazer o velho Ichigo de volta.

Mas naquele momento, a única coisa que Ichigo precisava era de alguém que confiasse para poder demonstrar suas fraquezas. E Rukia sentia que ela precisava ser o ombro amigo que ele tanto necessitava naquele momento.

Mas ambos não imaginavam que aquele momento estava sendo vigiado por olhos atentos e curiosos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Até o próximo capitulo!



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