Rukia acordou e se espreguiçou dentro do guarda-roupas. Verificou o celular e viu que não havia nenhum sinal de algum hollow e colocou a roupa rapidamente da escola. Ela abriu a porta do guarda-roupa e quando estava saindo, como de custume, Kon voou gritando “NEE-SAN” em cima dela. E ela, como de custume, o socou e ele bateu na parede caindo no chão.

- Ichigo! – ela o chamou – Acorda. Hey

Ele não deu sinal de se mover.

- Ichigo você vai se atrasar. Não me obrigue a te tacar pela janela. – Ela o provocou.

Ichigo e sentou levemente na cama, com a cabeça baixa e mudo. Rukia estranhou ele não começar a discutir com ela ou chama-la de “Anã irritante”. Ela arqueou a sobrancelha

- Ei, está tudo bem com você?

Ele não respondeu, apenas virou o rosto para ela e a olhou. Rukia pôde ver as olheiras abaixo de seus olhos e seu rosto dominado pelo cansaço. Ele assentiu ainda mudo para ela e se levantou.

- Estou indo na frente então. – Ele assentiu mais uma vez, ela abriu a porta do quarto dele e antes de sair e olhou novamente – Tem certeza que está tudo bem?
- Sim – ele respondeu com uma voz arrastada – Apenas tive um sonho ruim e não dormi direito.

Rukia ficou com um pé atrás nessa história, mas resolveu deixar quieto. Se Ichigo sentisse necessidade em contar a ela, ele contaria. Então não tinha razão para ficar insistindo nesse assunto. Ela deu um “Bom dia” caloroso ao pai e as irmãns de Ichigo e saiu de casa, dizendo a Yuzu que não precisava se incomodar em fazer o café da manhã para ela.

Mesmo assim, tinha algo incomodando Rukia. Ela andava pensativa. O olhar de Ichigo era como no dia em que ele a tinha salvado de Yammy, não era um olhar de um vencedor, nem de alguém que estava pronto para uma batalha. Era um olhar vazio, frio. Como se ela estivesse vendo nada enquanto olhava nos olhos do rapaz. Era o mesmo olhar, só que embaixo haviam olheiras.

O que estava acontecendo com Ichigo afinal?

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- Kurosaki-kun! - Orihime disse quando encontrou Ichigo no caminho da escola. – Bom dia!
- Hm, hey Inoue.
- Olha, eu fiz pra você – ela mostrou uma pequena cestinha ornamentada e com vários pãezinhos dentro – Estão quentinhos.
- Ah, obrigado. – ele disse pegando a cesta das mãos dela
- Kurosaki-kun – ela disse meio que corando – eu vou na sorveteria com a Tatsuki-chan depois da aula.. Quer vir também?
- Desculpe Inoue, realmente agradeço o convite mas eu não estou no clima para sair hoje. Te vejo na escola.

E deu as costas para a garota, continuando seu caminho. Orihime olhou para Ichigo, desapontada.
Ela realmente achara que eles estavam mais próximos.

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Rukia chegou na sala e se sentou, depois de ter cumprimentado a todos. O sinal estava perto de tocar e Ichigo finalmente entrou na sala, com sua tradicional cara de tédio.

- I-CHI-GOOOOOOOOOOO – Keigo pulou nele fazendo ele apenas desviar resultanto com que o garoto desse de cara com a parede.
- Bom dia. – Ele disse com a voz desanimada, e se sentou em sua cadeira.

Rukia o olhou, ele parecia normal mas ao mesmo tempo não parecia.

- Ichigo. – ela o chamou e ele virou a cabeça para ela – O que você sonhou ontem?
- Nada de interessante. – ele deu de ombros
- Pensei que tivesse tido um pesadelo.
- É.. Mas foi algo.. besta. – Rukia percebeu a hesitação na voz de Ichigo – Esqueça isso. Não é importante.

Rukia assentiu e se virou para frente. Sim, era algo importante. Se não ele não teria passado a noite acordado. E por mais que ela quisesse socar Ichigo até que ele falasse, algo dentro dela disse que era melhor deixa-lo em paz

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Na Soul Society o silêncio predonimava. Kuchiki Byakuya andava por sua residência calmamente como sempre. Mas sua calmaria foi tirada pela voz tensa de seu sub-capitão.

- Capitão Kuchiki! – ele o chamou.
- O que quer Abarai?
- Uma reunião foi convocada. Parece que surgiu um novo problema.

Byakuya encarou Renji, sua expressão fria continuou a mesma.

- Estou a caminho.

Na sala dos capitães, o capitão Genryuusai Yamamoto já tinha reunido todos os capitães dos demais esquadrões, por ultimo Byakuya chegou e então tomou seu lugar.

- Já que estão todos presentes começarei a relatar os fatos. Uma nova ameaça foi encontrada. – Ele pronunciou – E não é algo que possamos lidar facilmente. Seu poder é capaz de dizimar um país inteiro, e se ele aumenta-lo, capaz de destruir o mundo.
- Do que exatamente estamos falando Comandante Yamamoto?
- Scrapjers – ele disse sério. – São monstros semelhantes a hollows só que inteligentes e com sentidos aguçados, estão em nossos registros em uma batalha de séculos atrás.
- E no que exatamente eles podem ser uma ameaça, comandante?
- Seu principal alimento é reiatsu. Procuram inimigos com grande quantidade de poder para sugar sua força. Mas eles não procuram apenas roubar a força vital de alguém, também gostam de se deliciar com carne.
- Então está dizendo que eles devoram depois que sugam a reiatsu?
- Exatamente.
- E o que aconteceria caso consigam uma fonte formidável de poder?
- Será algo desagradável de se imaginar. – Yamamoto disse – Porém seu grupo diminuiu consideravelmente desde a última batalha. E pelo visto não puderam procriar... Até agora. Estão começando a ir para o mundo humano. - O comandante explicou logo continuando -  E como estão em um número pequeno, e ainda não conseguiram uma fonte de poder grande ainda estão abatíveis. Mas a partir do momento em que sugarem um poder maior já serão mais difíceis lidar. Então cada um de vocês deverá ter extremo cuidado quando estiverem lutando contra um.
- Comandante Yamamoto – Ukitake se pronunciou – Creio que estamos esquecendo um importante detalhe.
- Que seria?
- O poder de Kurosaki Ichigo. Ele não sabe esconder sua reiatsu, e ela chama atenção.
- Realmente, mas Kuchiki Rukia está no mundo humano com ele. Ele será avisado e saberá o que deverá fazer. Então não há com o que se preocupar.

Ukitake assentiu e a discussão das defesas e de onde deveriam esperar o ataque dos Scrapjers continuava. Mas mesmo com a afirmação do comandante o substituto de Shinigami tinha outro problema além de lidar com Scrapjers

Lidar consigo mesmo.