No final da tarde, Tezuka já estava em seu dormitório. Ir para a Alemanha fora uma decisão difícil, mas necessária. Lá ele tinha uma vida normal, como a de antes, ou pelo menos tentava fazer isso. Sentia muita falta de sua família, estava sozinho Sentindo-se sozinho. Mesmo que o lugar tivesse repleto de pessoas de sua idade, um pouco mais velhas também. Todos lá se esforçavam bastante. Assim como Kunimitsu, que desejava tão logo ficar bom e voltar para casa.

Durante o dia, ele estudava, e no período da tarde, havia as sessões de fisioterapia. A dor já não era mais um problema, agora ele precisava focar na sua recuperação para poder continuar a jogar.

Depois da fisioterapia e dos treinos leves, que aumentavam gradativamente de acordo com suas melhoras, o jovem rapaz não tinha muita coisa para fazer. Geralmente ele lia algum livro, estudava um pouco de alemão, estava tendo um pouco de dificuldade, mas Tezuka tinha a ajuda de um outro rapaz, que estava ali há mais tempo, estagiário de fisioterapia.

Então ele se ocupava a maior parte do tempo em melhorar, aprender uma nova língua e fazer planos. Sim, muitos planos para o futuro. Tezuka sempre gostou muito de ler, e era ótimo com a escrita, quem saber poderia ser um escritor? Mas é claro que essa é uma profissão difícil, e sabia que o tênis não duraria para sempre.

E naquele final de tarde, Tezuka foi convidado para conhecer um pouco da cidade. Só que ele preferiu ficar em seu quarto. Mesmo algumas garotas tentando, nada do que elas falavam iria convencê-lo de sair à noite.

Quando chegou ao quarto, após um banho quente, ele se recolheu em sua cama, vestindo uma camisa pólo creme, e uma bermuda. Estava ainda cedo para dormir, sim, mas não era bem para dormir que ele estava na cama.

Pegou da mesinha de cabeceira, o pequeno computador, e colocou sobre seu colo.

O programa de mensagens instantâneas fora conectado. E rapidamente algumas telas pipocaram, com mensagens offline.

Mas havia uma pessoa ali, não importa a hora que fosse – já que o fuso horário dificultava a comunicação rápida.

Atobe_K: Boa noite, ou ainda é de tarde aí?

K_Tezuka: Como vai Atobe? Você sempre me pergunta a mesma coisa, rs.

Atobe_K: Desculpe, não sabia que isso lhe incomodava.

K_Tezuka: Não incomoda de forma alguma. Ao contrário...

Atobe_K: Ao contrário... de que?

K_Tezuka: Eu gosto.

Atobe_K: ;D hmmm

K_Tezuka: Gosto de receber o seu boa noite sempre.

Atobe_K: Sei. Que bom, já que eu sacrifico meu sono para poder tomar café da manhã com você, essa hora.

K_Tezuka: Mas você não precisa fazer isso. Eu entendo que precisa descansar e treinar. Você não precisa se preocupar comigo.

Atobe_K: Você nunca vai entender que eu faço isso porque desejo fazer, não por obrigação?

K_Tezuka: Acho que já entendi.

Atobe_K: Ótimo! Me conte como foi o seu dia? Está progredindo?

K_Tezuka: Sim, estou.

Tezuka sabia que não poderia ficar ali de papo por muito tempo, já que Keigo tinha outras obrigações a fazer. Mas aqueles minutos, onde trocavam algumas palavras era mais importante que sair à noite, e conhecer uma cidade. Já que Atobe havia lhe prometido uma visita, eles iriam visitar todos os pontos turísticos juntos. Era então só esperar mais um pouco, e matar a saudade conforme dava.