Nightfall escrita por QueenJane


Capítulo 22
Capítulo 19 - Se perdendo...




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Não queria abrir meus olhos. Tampouco despertar queria tio Jazz aqui para poder me deixar dormir por um tempo... Por um bom tempo. Tempo suficiente para me restabelecer e tomar os primeiros passos. Descobrir a verdade nua e crua.

Estava bem aconchegante entre edredons, sobre travesseiro fofo e macio. Não era uma lembrança que eu tinha. Como eu vim parar aqui? Espiei rapidamente as luzes estavam apagadas, mas isso não me impedia de enxergar. Minha visão era perfeita. Não era o meu quarto, isso era uma certeza. Uma certeza agradável. Não sabia quando eu ia voltar lá. Virei-me para o lado oposto e vi dois pares de olhos vermelhos me observarem. Entrei em choque surpresa. Como vim parar na cama com o Alec? O que eu tinha feito?

FLASH BACK ON 

Chovia muito e a minha visão apesar das lágrimas não falhavam no que eu via... Árvores e mais árvores, não sei por quanto tempo eu corria, quando ouvi alguém se aproximar. Será alguém da minha família? Não estava preparada para falar com ninguém. Ou será o Jacob? Seria perigoso para ele e para mim um encontro, poderia enforcá-lo se eu o encontrasse em meu caminho.

Tentei correr o máximo que podia, mas aquele que estava no meu rastro também corria velozmente e deixou claro que não iria desistir. Subi em uma árvore e resolvi persistir na fuga saltando nos galhos até um par de mãos fortes e frias me seguraram. Quando me virei para protestar deparei-me com Alec. Ele me olhava preocupado... Preocupado parece pouco para o que vi em seu modo de me olhar. Suas mãos ainda se detinham em meu braço, ele não ia permitir que eu saísse dali.

- Renesmee? O que aconteceu? – ele perguntou.

Queria contar, desabafar, mas minha garganta estava fechada e doía muito. Simplesmente o abracei fortemente e chorei... Ele me abraçou e me acalentou em silêncio, a chuva ainda caía incessantemente. Ficamos ali por um bom tempo, até que eu finalmente senti o meu lado racional voltar a superfície. Não queria preocupar o Alec com problemas que são meus.

- Eu estou bem... – minha voz saiu rouca.

- Não, você não está. Aonde você pensa que vai? Nessa chuva e nessa floresta que você tão pouco conhece? – ele segurou meu rosto delicadamente.

- Não sei para onde irei, só não quero voltar... Ainda... Alec eles virão atrás de mim, e eu não quero vê-los não estou pronta... Ajude-me, por favor... – ele conhecia a floresta, era alguém que eu confiava e me dava segurança, além de experiente. Alec definitivamente era a companhia ideal nesse momento.

Ele hesitou.

- Tudo bem se você não quiser... Não quero obrigá-lo. – disse um pouco sentida, uma pontada de decepção achei que ele fosse me ajudar.

- Tem certeza Renesmee? É isso mesmo que você quer? – ele disse olhando-me intensamente.

Pensei um pouco. Eu precisava de me afastar... Eu queria a verdade... Mas era algo que eu não iria obter deles. Se eu voltar voltarão a me enganar e dar voltas e mais voltas... Sair daquela tormenta parecia ser a opção mais razoável.

- Tenho certeza absoluta. Você irá me ajudar? – perguntei.

- Claro que sim... Vamos suba em minhas costas que nós cairemos fora daqui. – ele virou-se de costas para que eu subisse.

Eu ri. Deixando-me mais leve. O engraçado é que a ação do Alec deixou claro que ele me vê mais como uma humana frágil, ou então como uma vampira fraca.

- Não se preocupe, não sei se sabe... – eu aproximei-me de seu ouvido, e baixei o tom de voz. – Mas sou meio vampira, ou seja, sou tão veloz quanto você.

Ele sorriu.

- É verdade... Mas sabe que não precisa se desgastar. – ele saltou na árvore vizinha e olhou-me com uma cara tipo ora o que está esperando vamos!

Corremos pela floresta até chegamos ao fim dela paramos na margem de um extenso rio, eu recuei um passo. Por mais que tivesse muitas qualidades de vampira algumas falharam. Eu respirava e necessitava de oxigênio, não iria ter fôlego para atravessar esse rio. Alec notou meu desconforto.

- Tem medo de água? – perguntou Alec rindo.

Para um Volturi, Alec parecia ser engraçadinho demais. Os Volturi sempre andam com aquela cara azeda e apagada.

- Claro que não seu bobo, eu só não consigo ficar por muito tempo sem oxigênio. Não vou conseguir atravessar isso tão rápido quanto você. – eu disse azeda.

Ele olhou para o rio depois para mim, depois aproximou-se de mim sorrindo.

- Bom eu tenho a solução. – ele disse.

- E qual é? Um canudinho para eu puxar o ar? – perguntei em tom sarcástico.

Ele revirou os olhos.

- Claro que não sua boba! Suba nas minhas costas, eu nadarei o mais próximo da superfície possível, deixando seu rosto sempre fora d’água. Venha. – ele agora estava com a metade do corpo imerso.

Olhei para trás e refleti. Alec estava fornecendo a melhor opção. Fui até ele. Alec já estava com a cabeça imersa, passei meus braços por seu pescoço e ele prosseguiu. Incrível como os vampiros nadavam rápido, em fração de segundos já estávamos do outro lado. Ele pegou-me no colo.

- Eu quero andar, não sou um bebê. – resmunguei.

- Estou tentando diminuir um pouco seu rastro, tolinha... Senão em dois segundos eles estarão aqui vindo te buscar. E você está com uma carinha de quem está cansada... Você dorme não é? – Alec disse sorrindo, sinto que por alguma razão Alec se divertia com essa situação.

- Você tem razão... E eu durmo, mas não estou com sono... – e sem querer eu bocejei.

Ele riu e continuou caminhando. O caminhar ritmado dele foi deixando cada vez mais sonolenta, não sabia aonde iria parar, mas não estava sozinha nessa escuridão.

FLASH BACK OFF

- Como viemos parar aqui? – perguntei para Alec.

- Você dorme com uma pedra, abri uma conta neste hotel. Assim você teria um lugar confortável para descansar. Acho que por enquanto não teremos problemas, ninguém nos achará aqui. Porém não é bom nos arriscar. – ele respondeu enquanto pegava algo na cômoda. – Tome, não sei se é do seu gosto, mas enfim... – ele me entregou um pacote.

Abri o pacote, eram roupas.

- Onde você conseguiu? – perguntei.

- E isso importa? Bom, achei melhor que esse vestido, está sujo... Trouxe um par de sapatos também. – ele disse.

- Obrigada. – sorri.

- Já sabe para onde quer ir? – Alec perguntou.

Fiquei em silêncio, eu ainda não tinha pensado em muitos lugares. Ou melhor, não pensei em lugar algum.

- Não podemos simplesmente ficar vagando sem rumo. – Alec disse novamente após meu silêncio. – Se não possuir nenhuma opção você tem Volterra está a sua disposição.

Volterra? Lá eu não teria as respostas da minha pergunta, além do mais seria como entrar na toca de inimigos.

- Não, Volterra é um pouco longe... E não condiz com o que eu quero Alec. – eu respondi imediatamente.

- Volterra não é tão ruim assim, é seguro e ninguém te fará algum mal. Aro ficará muito feliz com a sua visita. – ele argumentou.

- Ainda assim. Quero ficar por aqui. – eu disse em um tom decidido.

- Tudo bem eu já entendi. – ele disse um pouco aborrecido.

Fiquei olhando-o em silêncio.

- Desculpe-me, você está com problemas e eu é que me irrito. Só estou tentando lhe ajudar. – ele olhou-me arrependido.

- Agradeço a ajuda, mas já decidi para onde ir. – eu levantei-me rapidamente.

- E para onde iremos? – Alec perguntou.

- Forks, lá está a solução. – respondi.

- Forks? – perguntou Alec sem compreender.

- Claro lá eu vou ter as respostas que preciso e solucionarei os meus problemas. – eu respondi.

Porque eu não pensei nisso antes? Forks era a melhor opção no momento. Iria até La Push conversaria com Sam, ele iria contar-me sobre a coisa de lobo o impriting e depois poderia perguntar sobre o que ele sabe a respeito da relação da mamãe com Jacob. Ele conhece os dois a anos. E para encerrar poderia fazer uma visitinha para o vovô Charlie. Sinto tanta saudade dele e estar tão perto dele, seria um desperdício não o ver.

- Renesmee, os Cullen estão proibidos de colocar os pés em Forks. Você é uma Cullen. – Alec comentou.

Os Volturi nos proibiram de colocar os pés lá (por um tempo pelo menos) tinha me esquecido deste detalhe. Mas não iria me expor, em La Push guardariam segredo, vovô também.

- Alec não vou ficar desfilando em Forks, irei até a reserva conversar com o líder da matilha e depois verei meu avô humano só isso e depois eu prometo que sairei de lá. Eu sei que estou proibida Alec, mas não passarei mais 1 dia lá. Por favor, por favor, por favor... – supliquei será que a tática da tia Alice iria funcionar com Alec? Não custa nada tentar.

- Regras são regras e não podem ser quebradas. – ele disse.

- Ai Alec vai ser só dessa vez eu prometo não voltar lá. E se você ficar calado bom não vai ter como eles descobrirem não é? – perguntei.

- Não sei... Mas não ficaram contentes se eu estiver lhe ajudando nisso. – ele se recolheu.

- Fique assistindo você não obrigado a estar junto comigo. Não adianta insistir porque eu irei. – disse em tom sério.

- Você é teimosa menina. – ele resmungou.

- Sou filha de Bella Cullen, o que você esperava? – questionei.

Ele me olhou por um momento e depois pegou o telefone.

- O que você vai fazer? – perguntei.

- Providenciar nossa viagem para Forks. Seremos humanos por uns instantes. Alô? Providencie o avião, por favor o quero pronto em uma hora. – Alec disse gentilmente.

Ele falou e falou... Até que colocou o telefone no gancho.

- Como um avião? E com que dinheiro? – perguntei.

- Eu tenho um jatinho e alguns investimentos... – ele comentou.

Achei que os Volturi vivessem isolados da sociedade com jóias e obras como riquezas.

- Bom eu acho um bom investimento, um dia pode ser útil. – ele sacudiu os ombros. – Agora vá se trocar, pois iremos partir em uma hora.

Peguei o pacote que ele havia me entregado anteriormente e fui ao banheiro. Gemi ao ver meu rosto no espelho. Eu estava um horror. Seria motivo de infarto para tia Alice. Olheiras profundas, o cabelo parecia um monte de feno. Abri o pacote e para a minha surpresa não havia só roupas, mas uma série de acessórios.

A roupa era discreta: uma calça jeans, um moletom preto, um par de tênis preto, óculos escuros. Troquei-me depressa e peguei um pente que estava no pacote, passei (com dificuldade) em meu cabelo. Para cobri o meu rosto o máximo possível preferi deixá-lo solto. Em dez minutos eu fui ao encontro do Alec. Ele também havia feito uma troca de roupa. Largou o preto absoluto, para uma camisa branca, jaqueta e calça jeans, tênis branco, além de boné e óculos escuros. Ele estava um charme.

Sorri para ele.

Em resposta ele fez uma cara aborrecida.

- Estou ridículo, não minta. Pareço um... Moleque. – ele disse azedo.

- Não você está uma graça... Como diria uma amiga minha, você está um gato. – eu ri.

Depois desse meu comentário seu humor estava melhor.

- É melhor nos apressarmos. – disse Alec, havia um carro nos esperando. Ele deixou-me dentro do carro e retornou a recepção do hotel. – Irei encerrar nossa hospedagem, não vou demorar.

Examinei o local onde estávamos, era hotel pequeno afastado da pequena cidade, mas de lá podia se ver o rio, por onde Alec e eu passamos.

Alec de fato não demorou, em menos de cinco minutos ele já estava lá assumindo o volante. Como qualquer vampiro ele corre bastante e rápido já estávamos em um aeroclube. Olhei para o céu e notei que as nuvens já estavam mudando de cor. O jatinho já estava pronto nos aguardando (antes do prazo previsto).

- Bom eu liguei e os apressei. Quanto antes irmos melhor. – ele disse enquanto nos sentávamos na poltrona. – Coloque o cinto.

Revirei os olhos, mas obedeci.

Não seria uma viagem longa, afinal Forks estava a umas duas horas dali. Tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe e inacessível. Terra proibida para mim e minha família. Ao chegarmos no aeroporto havia um carro a nossa espera. Porém diferente de antes Alec abriu a porta do motorista para que eu entrasse.

- A partir daqui será mais seguro andarmos separados. Você irá ver lobisomens na terra deles. Lá não sou bem vindo. Ficarei nos arredores da cidade. Assim que sair de lá eu saberei, e seguirei seu rastro. Ok? – ele disse tudo muito depressa.

Acenei com a cabeça um sinal positivo.

- Cuide-se. – ele selou os lábios em minha bochecha carinhosamente e lentamente. Deixando-me zonza.

- Obrigada Alec, não sei o que faria sem sua ajuda. – eu disse. Ele se afastou e eu botei o pé no acelerador. Forks não tinha mudado em nada, continuava tão acolhedora, verde e molhada. Tinha pouco tempo então sem muitos rodeios segui em direção de La Push.

De repente o ar saía dos meus pulmões mais levemente. E agora percebia o quanto sentia falta daqui. Afinal foi que nasci, cresci e fui feliz. Meus problemas de repente se tornaram pequenos perto do bem-estar que sentia.

Estava em frente a casa do tio Billy, bom ele saberia me dizer se Sam estava ou não em casa... E também me forneceria informações importantes. Poderia a partir de agora sofrer ainda mais, ou então sair mais leve, mas com a verdade e nada mais. Sai do carro, cheguei até a porta, bati duas vezes. Após alguns segundos de espera a porta se abriu.

Tio Billy olhou-me surpreso.

- Renesmee... Mas como...? – ele perguntou.

- Tio Billy, tenho um pouco de pressa e quero segredo sobre esta visita, posso entrar? – eu disse sem rodeios. Tio Billy então abriu espaço para que eu passasse. Entrei ali e senti-me em casa.

- Você veio sozinha? – ele perguntou após dar-me uma xícara de chá quente.

- Sim e ninguém sabe... Só você. Titio eu espero que o senhor não complique as coisas e não conte a ninguém. Eu voltarei logo para casa. – disse séria.

- Nem para o seu avô? Ele sente muita falta de vocês... – Billy comentou.

- Irei visitá-lo no momento certo... Mas antes tenho coisas mais importantes a resolver. E gostaria muito que me ajudasse. – eu disse.

- Diga, se eu puder ajudar... – Billy aproximou-se.

Tomei um grande gole do chá antes de começar.

- Quero que me fale sobre a relação da mamãe e do Jacob. A verdade titio. – disse em tom sério e firme.

- Pois bem. Vou lhe contar o que sei. – Tio Billy respirou fundo antes de começar.


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Notas finais do capítulo

Nessie tá mais perdida que cego em tiroteio...Isso não vai dá certo >.< amores passando aqui hj rapidinho, não podia deixar ngm curioso xD amanhã tem mais. Continuem comentando =*