As vezes me sentia uma tremenda sortuda principalmente pelo fato de Edward não ler minha mente. Até então estava tudo bem Renesmee não havia deixado nenhuma pista. Mas eu teria que contar e enquanto pensava numa maneira, sentia seus lábios macios e gentis em meu pescoço, se ele fizesse isso quando eu ainda era humana teria tido um infarto.

- Algum problema senhora Cullen? Parece apreensiva. – disse Edward sussurrando ao meu ouvido.

Perdi toda a minha linha de pensamentos. No que é que eu estava pensando mesmo?

- Hã?!

- Alguma coisa está afligindo-a? – ele sorriu.

- Ah não... Quer dizer o Charlie... – Tentei dizer algo, tinha que pensar em algo coerente e convincente.

- Ele reagiu mal com a notícia? – ele agora me olhava preocupado.

- Não, mas me senti mal ele ficou triste. Ele quer dar uma de durão, mas está um caco por dentro. – me encolhi, parte era até verdade.

- Sabe teve uma coisa que não entendi bem. – Edward agora me olhava sério.

Epa.

Será que a Ness deu uma escorregada e pensou demais?

Tentei manter minha face inexpressiva.

- Não o que? – perguntei.

- Nossa garotinha anda muito cansada mal chegou e já foi para cama dormir, isso não é típico dela.

Suspirei aliviada.

- Ah nesses últimos dias com os Volturi e tudo mais, ela ficou com o seu horário desregulado. – dei nos ombros.

- Hummmmm. – ele agora me olhava me avaliando. Mas de repente ele franziu o cenho ficando pensativo.

- Que foi? – perguntei sem entender.

- Os sonhos da Ness estão diferentes nunca a vi sonhar com coisas do tipo. – ele ficou estático.

- Que tipo de sonho exatamente?

- Ela está sonhando que está dirigindo um carro em uma larga estrada. – ele disse confuso.

- Ah. – essa me pegou desprevenida o subconsciente era algo que não dava para controlar.

Eu a abracei e sussurrei em seu ouvido.

- Será que dá daria para o senhor deixar nossa pequenina sonhar e poderia prestar atenção em mim?

Corremos para o nosso chalé.

Pelos recentes acontecimentos e pela viagem de nossos irmãos resolvemos ficar na casa de Esme. Mas ainda assim quando estávamos ali na minha casa que parecia de conto de fadas eu me sentia muito mais feliz. Ainda mais quando se está nos braços do homem mais lindo do mundo.

- E então? – ele perguntou em fim.

- E então o que? – perguntei.

- Sonho estranho o da Nessie... – ele passava lentamente os dedos pelas curvas do meu corpo.

Tentei parecer a mais verdadeira possível.

- Ora Edward, não se pode controlar os nossos próprios sonhos.

- Não isso, é que ela parecia usá-lo muito bem entende? Ela o manuseava sem erro algum... – ele agora me olhava profundamente.

Mentir para ele doía tanto.

- E se ela aprendesse a dirigir que problema teria?

Ele levantou uma das sombracelhas parecendo intrigado.

- Ela só tem 5 anos.

- Mas com corpo de uma adolescente, como podemos deixar que viva normalmente entre humanos dessa forma? Vai ter sempre um motorista particular é isso? – tentei argumentar me baseando pelos sentimentos dela e o incrível é que ela aprendeu tão facilmente.

Ele me olhou incrédulo.

- Não esperava ouvir isso de você...

- Amor eu a ensinei a dirigir, e ela dirigiu muito bem... – eu agora afagava seu rosto perfeito.

Ele ficou rígido.

- Você o quê?

Sentei-me na cama. Pronto agora era tentar domar a fera.

- A ensinei a dirigir, ela me pediu, seus argumentos foram bons, fomos pela rodovia. – mas eu fiquei o tempo todo atenta.

- E se alguma coisa acontecesse a ela? – ele disse aos sussurros.

Comecei a rir.

- Nada aconteceria a ela, além de possuir uma pele resistente eu estava lá com ela, a protegeria. Olhe veja.

Concentrei-me enquanto passava lhe a memória da minha aula prática de direção com a Renesmee.

Ele ficou paralisado.

E o som do celular quebrou o silêncio tenso. Edward manteve os olhos em mim quando atendeu.

- Alice?

Claro, Alice veria isso. Revirei os olhos.

- Edward! Quero falar com a Bella agora.

É ela vai um dá um daqueles ataques de tia ciumenta. Eu mereço. Estendi a mão para o telefone.

Coloquei a o telefone no ouvido ela parecia furiosa e soltou as palavras na velocidade de um raio.

-Bella! Como você me deixa fora disso? Eu mesma teria o prazer imenso de ensinar a ela, você sabe... E Bella o que você anda fazendo com a minha sobrinha?! Ela está um trapo, saiba que aqui não haverá moletons Bella nenhunzinho.

Meu Deus eu prestes a ser jogada aos leões (Edward ainda me olhava pronto para dar uma lição de moral na mãe irresponsável) e Alice se preocupando com moletons. Francamente.

- Ei tia dominadora eu tenho total direito sobre minha filha e a propósito ela dirige muito bem. – retruquei.

- Ah sim claro eu vi. - respondeu Alice azeda.

- E a propósito precisamos do Jazz, uma carteira de motorista pra Renesmee seria perfeito. – sorri imaginando a alegria que isso proporcionaria a minha pequena.

Ouvi um silvo baixo. Evitei olhar para o vampiro belíssimo e furioso que estava do meu lado.

- Isso não é problema em alguns dias teremos uma. Mas você esqueceu o fundamental.

Como assim? Agora eu não entendi. Ela entendeu meu silêncio e respondeu animada.

- Um carro claro!

Edward agora estendia a mão para o telefone. Direção, carteira, o carro ultrapassou os limites da paciência dele.

- Acho que o Edward quer falar com você... – disse insegura.

Entreguei o telefone receosa.

- Basta Alice! Ela aprendeu e se divertiu. - Edward disse com a voz letal.

Revirei os olhos a super proteção do Edward ultrapassava os limites normais.

- Ai Edward o que é isso? A Nessie não é uma bonequinha de porcelana, ela é bem mais resistente e durável. Além do mais eu já providenciei tudo.

Pude ouvir a animação da Alice, ela é irrefreável. A minha dúvida agora foi na parte do providenciei tudo. Era bem provável que o carro já estivesse comprado e estacionado na garagem da nossa nova casa. Ela tagarelava sem parar.

- Você tem que ver Edward é lindo, um Porshe branco. Estou quase ficando com ele para mim. A carteira estará pronta em breve. E mais uma coisa irmãozinho ela tem a olhos de humanos 15 ou 16 anos, vai ter que viver entre eles, você não pode manter ela isolada por toda a sua existência.

Edward respirou fundo duas vezes e olhou para mim. Somente assenti, afinal eu aposto na Alice ele sabe disso.

- Você não vai desistir mesmo não é? – ele disse derrotado.

Ela bufou somente.

- Então veja bem o tamanho dessa garagem, porque nós também não ficaremos atrás. E então está tudo certo ai?

- Claro, Carlisle já tem um emprego, a casa está pronta, os carros na garagem. Bem quando eu contei da visão para Carlisle e Esme eles resolveram comprar um. Andei conversando com a Rose e é claro que a ela e o Emm já estão providenciando o presente deles. Não se preocupe a garagem é enorme. Bem tchauzinho irei caçar com o Jazz.

Edward deixou o telefone sobre a cômoda e deitou-se na cama fitando o teto.

- Tudo bem, você primeiro fica furioso depois pergunta se tem uma vaguinha na garagem para você... – perguntei incrédula.

- Se você não pode com os inimigos junte-se a eles.

Comecei a rir.

Ele suspirou.

- Mas sabe eu ainda acho que não deveria....

- Você acha, mas a Alice discorda. Que poder você tem em refrear aquela pequenina? – disse ainda rindo.

Ele fechou os olhos por um momento e então concluiu.

- Verdade isso é totalmente indiscutível... – ele se aproximou e sem ao menos perceber já estava em seus braços. Ele sussurrou enquanto beijava meu pescoço. – Isso também é indiscutível e muito desfrutável.

Meus pensamentos já estavam incoerentes.

- Hummmmmmm. – foi o único som que consegui transmitir.

- Que tal deixarmos essas questões de lado e partirmos de onde estávamos? – Ele agora sussurrava ao pé do meu ouvido.

Foi bom ter me tornado imortal, se fosse humana meu coração não teria resistido por muito tempo.

- Perfeito... – disse antes de procurar faminta por seus lábios.

Fim P.O.V. Bella