Nightfall escrita por QueenJane
A casa do vovô não era longe poderíamos ir até andando. Porém a coisa era mais séria, mesmo aceitando todas as coisas bizarras como o meu súbito crescimento, o vovô não era de ferro. E existem regras, os Volturi não gostariam nem um pouco de saber que existe um humano confidenciando os nossos segredos. Com a velocidade que a mamãe dirigia com certeza em poucos minutos estaríamos lá.
Estar com o vovô fazia com que me sentisse bem. Os humanos eram criaturas estranhas, se preocupavam com coisas tão pequenas, vivem em suas bolhas particulares e nunca se contentam com o que tem. Mas o vovô não, ele era feliz ali com a sua vida simples e sem perspectiva de qualquer mudança. De Forks ele não sairia jamais. Será que um dia poderemos voltar a Forks? Quem sabe uma visita.
- Mamãe? – a chamei antes que saíssemos do carro.
- Diga. – sua voz parecia distante.
- Um dia a gente pode vir aqui de novo? Uma visitinha rápida talvez...
- Poderemos até morar um aqui novamente...
- Sério morar de novo aqui? Quando? – essa idéia me encheu de alegria.
- Daqui uns 100 ou 150 anos talvez... – mamãe respondeu com tanta simplicidade que me assustou.
- Tudo isso? – perguntei chocada.
- Claro! Até lá todos que conhecemos já morreram. Não haverá nenhuma prova de que um dia vivemos. Humanos morrem, nós não. – ela respondeu num tom de voz que parecia ser uma coisa óbvia. Fiquei calada. A mamãe era mais vampira que qualquer outro.
Ela respirou fundo por duas vezes sem qualquer necessidade.
- E então vamos? – ela perguntou por fim.
Saímos do carro e caminhamos lentamente até a porta. Mamãe tocou a campainha formalmente, ela sempre ficava esquisita quando vinha aqui fico me perguntando se ela realmente morou aqui um dia. Após alguns minutos de espera a porta se abriu.
- Bells! Nessie! – vovô exclamou com um grande sorriso.
- Vovô! – gritei fervorosamente enquanto o abraçava.
- Há quanto tempo querida! – ele retribuiu o abraço um pouco tímido. – Venham entrem!
Entramos, lá me sentia tão a vontade quanto na casa da vovó Esme ou lá na minha casa mesmo. Seguimos o vovô até a cozinha, ele estava terminando seu café.
- Está servida Nessie? – perguntou o vovô. Ele já havia se acostumado com os: “Nãos” obrigada da mamãe.
- Não vovô, tomei café antes de vir. – sorri.
- Vocês ficaram muito tempo sem aparecer por aqui. – vovô agora disparava o olhar sobre a mamãe especulando.
- Tivemos alguns problemas... Alguns contratempos. – mamãe respondeu como se estivesse se desculpando.
Vovô terminou seu café e mamãe lavou seu prato rapidamente.
- E o Jake? Como ele está? Faz um bom tempo que não o vejo.
Encolhi-me, mamãe disse que ele devia estar correndo por ai, tenho minhas dúvidas, mas preferi não questioná-la.
- O que foi? – perguntou vovô. – Vocês brigaram de novo? – vovô agora fuzilava a mamãe com o olhar.
Vovô simplesmente adora o Jake e simplesmente odeia o papai. Nunca entendi o porquê.
- Não foi nada demais, logo logo ele volta. É como o poema “E volta o cão arrependido com as suas orelhas tão fartas...”
- Isso não é nem um pouco gentil Bells, tratá-lo assim quando ele te ajudou tanto. – vovô disse rispidamente interrompendo o sarcasmo da mamãe.
- Rá! – mamãe bufou.
- Não briguem... – revirei os olhos.
Com tão pouco tempo e eles desperdiçando desta forma? Parecia um total desperdício.
- Tudo bem... – mamãe olhou para mim e depois se virou para o vovô. – Desculpa pai. – ela tocou rapidamente seu ombro. Em tempo suficiente para causar arrepios nele.
- Tá legal. Mas tudo bem com você Bells? Parece preocupada.
Mamãe se encolheu e lançou um olhar rápido para mim.
- Pai, vou contar sem rodeios. Mas saiba que é somente o necessário você saber. – mamãe disse cautelosa.
- Tá, tá, eu sei. – disse o vovô rapidamente.
- Nosso tempo em Forks se esgotou.
Vovô mantinha o rosto inexpressivo, mas havia sangue em seu rosto.
- Ah. Então não tem jeito mesmo. – ele disse.
- Ficamos o máximo que pudemos. Existem coisas que estão além da gente.
- Mas vocês virão não é? Fazer uma visita... – vovô perguntou esperançoso.
Mamãe e eu trocamos olhares tão rápidos que vovô não notou. Nós duas pensávamos a mesma coisa, não poderíamos voltar aqui novamente e não tínhamos como explicar isso para ele.
- Vamos tentar... Mas manteremos contato sempre. – mamãe deu um sorriso duro e vovô não se mostrou satisfeito.
- E quando vocês irão?
- Não sabemos bem. Talvez daqui a um mês ou em menos talvez. Estamos nos organizando.
O choque passou por seu rosto, se seguindo posteriormente de dor.
- E para onde irão?
- Hanover.
- Hummmm. – vovô franziu o cenho.
Fomos para a sala e ficamos lá conversando sei por quanto tempo. Só percebi que era a hora do almoço quando senti o cheiro que vinha da cozinha e os sons que a barriga do vovô produzia. Mamãe preparou um estrogonofe para a alegria do vovô. Reprimi uma careta e quando pensei em recusar o almoço, mamãe me lançou um olhar que me fez desistir no mesmo instante.
- E então Nessie? Está animada com a mudança? – perguntou o vovô.
Tentei fazer o meu melhor.
- Ah sim... Vai ser bom conhecer gente nova. – suspirei.
- É você pode tentar se relacionar mais, ou vai acabar ficando como a sua mãe. Para ela somente os Cullen e o Jacob, as vezes, serviam como companhia. – ele ficou azedo ao dizer essas palavras. – Você tem que lidar com pessoas normais.
- É sim vou tentar. – menti. Viver entre humanos não é algo que me atraia. Já é difícil demais lidar com o sangue do vovô ou da Sue.
- Carlisle até foi para lá deixar o seu currículo, Alice foi para organizar a casa. – mamãe começou tentando levar a conversa para outro rumo (para o meu alívio).
- Para um médico brilhante como Carlisle não faltam opções, vai ser uma grande perda para Forks. – disse o vovô tristonho.
Mamãe arrumou a cozinha e continuamos o nosso bate-papo. Achava fascinante ouvir o vovô falar das banalidades como se fosse o fim dos tempos, mamãe se saía bem afinal já tinha sido um deles. E não tinha sido há tanto tempo. Já era fim de tarde quando nos despedíamos do vovô. Meu coração já ficava apertado.
- Tchau Bells, não demora para vir me visitar está bem?
- Claro, claro. – é uma resposta tão Jake, ri comigo mesma.
- Tchau vovô. Voltaremos logo prometo. – lhe dei um abraço.
Vovô deu um sorriso duro.
Sentamos no carro e partimos como lesmas. Mamãe saiba que o vovô olhava enquanto seguíamos o percurso, não o agradaria ver a mamãe seguir a uma velocidade tipo 200 km.
Às vezes me sentia incomodada com essa coisa toda de motorista ter que me levar pra cima e pra baixo. Isso me limitava bastante, além do mais sempre tive medo de pedir pro papai algo do tipo, o seu censo de proteção é sem limites. A mamãe sempre foi mais divertida.
- Mamãe... – comecei.
- Sim querida diga.
- Queria uma coisa antes de chegar em casa... E o papai não pode saber. Eu vou procurar não pensar nisso depois. – tia Alice havia me passado uns truques uma vez.
Mamãe agora deixava o seu olhar da pista para mim.
- Seria algo tão ruim assim a ponto do seu pai não poder saber? – ela levantou uma das sombracelhas para mim.
Não sabia como começar.
- Ah mamãe é... Como se usa isso?
Ela olhou para os lados sem compreender.
- Isso o que?
Apontei minhas mãos para a marcha do carro.
- Ah. – mamãe disse.
- Então? – perguntei.
- E então o que?
- Vai me ensinar? Por favor por favor por favor por favor! – já estava implorando.
- Está me deixando confusa. Filha você só tem 5 anos.
Revirei os olhos.
- Mãe eu tenho uma maturidade muito superior a de alguém com 5 anos.
- Isso é notável não precisa me dizer. – ela me olhava confusa, parecia estar sofrendo um conflito interno.
Passaram-se alguns instantes.
- E então mamãe... Por favor, só uma vez. Papai não precisa saber.
Ela suspirou.
- Está bem, mas que fique em segredo pelo menos até o momento certo.
Bati palmas sorridente.
- Você anda convivendo demais com a Alice. – mamãe comentou pensativa.
Após uma rápida instrução mamãe e eu mudamos de posição. Assumi o volante, não foi difícil. Já dirigia na rodovia a uma velocidade de 120 km uma velocidade segura para a mamãe. Era tão divertido nem vi o tempo passar. O céu já adquiria tons mais escuros.
- Chega garotinha hora de ir para casa. Quem assume daqui para frente sou eu. – mamãe disse.
Suspirei.
- Procure não pensar no assunto promete? – ela me olhou séria. – Quando puder converso com seu pai sobre isso.
Assenti com a cabeça. Refletindo e repassando os meus pensamentos.
Chegamos em casa e já estava escuro ao entrarmos o papai estava no hall de entrada nos aguardando.
- Nossa vocês demoraram. –ele nos observava.
- É bem fazia um bom tempo que não via o meu pai, Nessie e eu estávamos matando a saudade. – mamãe sorriu.
- Foi bom o passeio?
Passeio?
- Até a casa do seu avô ora.
Dãããã.
- Ah sim foi ótimo, já passamos a ele tudo o que ele precisa saber... – dei nos ombros. – Vou trocar de roupa.
Corri para o quarto, peguei um pijama estava um pouco cansada e louca pela cama.
Joguei-me lá e quando meus olhos estavam começando a ficar pesados, ouvi batidas na porta.
Fui abrir e era o Tio Emm, ele estava com uma cara de quem estava se divertindo muito.
- O jantar está servido madame. – ele se reverenciou.
Eu não acredito.
- Tô morrendo de sono eu não vou jantar.
Papai nesse mesmo instante apareceu com uma bandeja na mão. Não isso é demais para mim.
- Café na cama e para finalizar jantar na cama, que tal?
Péssimo.
Papai fechou a cara.
- Assim você fere os sentimentos da sua mãe, ela é uma excelente cozinheira. Coma. – ele me entregou a bandeja.
Jogarei tudo pela janela.
- Se eu fosse você eu mudava de idéia. – papai sentou na minha cama e me olhou. – Coma Renesmee.
Droga, pensei alto.
- Alto o suficiente para eu ouvir. – papai respondeu.
Derrotada fui comer, mal senti os lábios frios do papai e da mamãe tocarem meu rosto carinhosamente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Andei pensando, todos dirigem e tem carros glamurosos. Por que não a Nessie? Se bem que para esse pai S-U-P-E-R protetor um volante pode ser um risco iminente. (P.S.: se para quem anda pensando que tudo agora irá ser na mais pura paz está enganado, os problemas de verdade chegarão para a Nessie e sob pele de cordeiro. Aguardem.)