Nightfall escrita por QueenJane


Capítulo 10
Capítulo 9 - Direção




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A casa do vovô não era longe poderíamos ir até andando. Porém a coisa era mais séria, mesmo aceitando todas as coisas bizarras como o meu súbito crescimento, o vovô não era de ferro. E existem regras, os Volturi não gostariam nem um pouco de saber que existe um humano confidenciando os nossos segredos. Com a velocidade que a mamãe dirigia com certeza em poucos minutos estaríamos lá.

Estar com o vovô fazia com que me sentisse bem. Os humanos eram criaturas estranhas, se preocupavam com coisas tão pequenas, vivem em suas bolhas particulares e nunca se contentam com o que tem. Mas o vovô não, ele era feliz ali com a sua vida simples e sem perspectiva de qualquer mudança. De Forks ele não sairia jamais. Será que um dia poderemos voltar a Forks? Quem sabe uma visita.

- Mamãe? – a chamei antes que saíssemos do carro.

- Diga. – sua voz parecia distante.

- Um dia a gente pode vir aqui de novo? Uma visitinha rápida talvez...

- Poderemos até morar um aqui novamente...

- Sério morar de novo aqui? Quando? – essa idéia me encheu de alegria.

- Daqui uns 100 ou 150 anos talvez... – mamãe respondeu com tanta simplicidade que me assustou.

- Tudo isso? – perguntei chocada.

- Claro! Até lá todos que conhecemos já morreram. Não haverá nenhuma prova de que um dia vivemos. Humanos morrem, nós não. – ela respondeu num tom de voz que parecia ser uma coisa óbvia. Fiquei calada. A mamãe era mais vampira que qualquer outro.

Ela respirou fundo por duas vezes sem qualquer necessidade.

- E então vamos? – ela perguntou por fim.

Saímos do carro e caminhamos lentamente até a porta. Mamãe tocou a campainha formalmente, ela sempre ficava esquisita quando vinha aqui fico me perguntando se ela realmente morou aqui um dia. Após alguns minutos de espera a porta se abriu.

- Bells! Nessie! – vovô exclamou com um grande sorriso.

- Vovô! – gritei fervorosamente enquanto o abraçava.

- Há quanto tempo querida! – ele retribuiu o abraço um pouco tímido. – Venham entrem!

Entramos, lá me sentia tão a vontade quanto na casa da vovó Esme ou lá na minha casa mesmo. Seguimos o vovô até a cozinha, ele estava terminando seu café.

- Está servida Nessie? – perguntou o vovô. Ele já havia se acostumado com os: “Nãos” obrigada da mamãe.

- Não vovô, tomei café antes de vir. – sorri.

- Vocês ficaram muito tempo sem aparecer por aqui. – vovô agora disparava o olhar sobre a mamãe especulando.

- Tivemos alguns problemas... Alguns contratempos. – mamãe respondeu como se estivesse se desculpando.

Vovô terminou seu café e mamãe lavou seu prato rapidamente.

- E o Jake? Como ele está? Faz um bom tempo que não o vejo.

Encolhi-me, mamãe disse que ele devia estar correndo por ai, tenho minhas dúvidas, mas preferi não questioná-la.

- O que foi? – perguntou vovô. – Vocês brigaram de novo? – vovô agora fuzilava a mamãe com o olhar.

Vovô simplesmente adora o Jake e simplesmente odeia o papai. Nunca entendi o porquê.

- Não foi nada demais, logo logo ele volta. É como o poema “E volta o cão arrependido com as suas orelhas tão fartas...”

- Isso não é nem um pouco gentil Bells, tratá-lo assim quando ele te ajudou tanto. – vovô disse rispidamente interrompendo o sarcasmo da mamãe.

- Rá! – mamãe bufou.

- Não briguem... – revirei os olhos.

Com tão pouco tempo e eles desperdiçando desta forma? Parecia um total desperdício.

- Tudo bem... – mamãe olhou para mim e depois se virou para o vovô. – Desculpa pai. – ela tocou rapidamente seu ombro. Em tempo suficiente para causar arrepios nele.

- Tá legal. Mas tudo bem com você Bells? Parece preocupada.

Mamãe se encolheu e lançou um olhar rápido para mim.

- Pai, vou contar sem rodeios. Mas saiba que é somente o necessário você saber. – mamãe disse cautelosa.

- Tá, tá, eu sei. – disse o vovô rapidamente.

- Nosso tempo em Forks se esgotou.

Vovô mantinha o rosto inexpressivo, mas havia sangue em seu rosto.

- Ah. Então não tem jeito mesmo. – ele disse.

- Ficamos o máximo que pudemos. Existem coisas que estão além da gente.

- Mas vocês virão não é? Fazer uma visita... – vovô perguntou esperançoso.

Mamãe e eu trocamos olhares tão rápidos que vovô não notou. Nós duas pensávamos a mesma coisa, não poderíamos voltar aqui novamente e não tínhamos como explicar isso para ele.

- Vamos tentar... Mas manteremos contato sempre. – mamãe deu um sorriso duro e vovô não se mostrou satisfeito.

- E quando vocês irão?

- Não sabemos bem. Talvez daqui a um mês ou em menos talvez. Estamos nos organizando.

O choque passou por seu rosto, se seguindo posteriormente de dor.

- E para onde irão?

- Hanover.

- Hummmm. – vovô franziu o cenho.

Fomos para a sala e ficamos lá conversando sei por quanto tempo. Só percebi que era a hora do almoço quando senti o cheiro que vinha da cozinha e os sons que a barriga do vovô produzia. Mamãe preparou um estrogonofe para a alegria do vovô. Reprimi uma careta e quando pensei em recusar o almoço, mamãe me lançou um olhar que me fez desistir no mesmo instante.

- E então Nessie? Está animada com a mudança? – perguntou o vovô.

Tentei fazer o meu melhor.

- Ah sim... Vai ser bom conhecer gente nova. – suspirei.

- É você pode tentar se relacionar mais, ou vai acabar ficando como a sua mãe. Para ela somente os Cullen e o Jacob, as vezes, serviam como companhia. – ele ficou azedo ao dizer essas palavras. – Você tem que lidar com pessoas normais.

- É sim vou tentar. – menti. Viver entre humanos não é algo que me atraia. Já é difícil demais lidar com o sangue do vovô ou da Sue.

- Carlisle até foi para lá deixar o seu currículo, Alice foi para organizar a casa. – mamãe começou tentando levar a conversa para outro rumo (para o meu alívio).

- Para um médico brilhante como Carlisle não faltam opções, vai ser uma grande perda para Forks. – disse o vovô tristonho.

Mamãe arrumou a cozinha e continuamos o nosso bate-papo. Achava fascinante ouvir o vovô falar das banalidades como se fosse o fim dos tempos, mamãe se saía bem afinal já tinha sido um deles. E não tinha sido há tanto tempo. Já era fim de tarde quando nos despedíamos do vovô. Meu coração já ficava apertado.

- Tchau Bells, não demora para vir me visitar está bem?

- Claro, claro. – é uma resposta tão Jake, ri comigo mesma.

- Tchau vovô. Voltaremos logo prometo. – lhe dei um abraço.

Vovô deu um sorriso duro.

Sentamos no carro e partimos como lesmas. Mamãe saiba que o vovô olhava enquanto seguíamos o percurso, não o agradaria ver a mamãe seguir a uma velocidade tipo 200 km.

Às vezes me sentia incomodada com essa coisa toda de motorista ter que me levar pra cima e pra baixo. Isso me limitava bastante, além do mais sempre tive medo de pedir pro papai algo do tipo, o seu censo de proteção é sem limites. A mamãe sempre foi mais divertida.

- Mamãe... – comecei.

- Sim querida diga.

- Queria uma coisa antes de chegar em casa... E o papai não pode saber. Eu vou procurar não pensar nisso depois. – tia Alice havia me passado uns truques uma vez.

Mamãe agora deixava o seu olhar da pista para mim.

- Seria algo tão ruim assim a ponto do seu pai não poder saber? – ela levantou uma das sombracelhas para mim.

Não sabia como começar.

- Ah mamãe é... Como se usa isso?

Ela olhou para os lados sem compreender.

- Isso o que?

Apontei minhas mãos para a marcha do carro.

- Ah. – mamãe disse.

- Então? – perguntei.

- E então o que?

- Vai me ensinar? Por favor por favor por favor por favor! – já estava implorando.

- Está me deixando confusa. Filha você só tem 5 anos.

Revirei os olhos.

- Mãe eu tenho uma maturidade muito superior a de alguém com 5 anos.

- Isso é notável não precisa me dizer. – ela me olhava confusa, parecia estar sofrendo um conflito interno.

Passaram-se alguns instantes.

- E então mamãe... Por favor, só uma vez. Papai não precisa saber.

Ela suspirou.

- Está bem, mas que fique em segredo pelo menos até o momento certo.

Bati palmas sorridente.

- Você anda convivendo demais com a Alice. – mamãe comentou pensativa.

Após uma rápida instrução mamãe e eu mudamos de posição. Assumi o volante, não foi difícil. Já dirigia na rodovia a uma velocidade de 120 km uma velocidade segura para a mamãe. Era tão divertido nem vi o tempo passar. O céu já adquiria tons mais escuros.

- Chega garotinha hora de ir para casa. Quem assume daqui para frente sou eu. – mamãe disse.

Suspirei.

- Procure não pensar no assunto promete? – ela me olhou séria. – Quando puder converso com seu pai sobre isso.

Assenti com a cabeça. Refletindo e repassando os meus pensamentos.

Chegamos em casa e já estava escuro ao entrarmos o papai estava no hall de entrada nos aguardando.

- Nossa vocês demoraram. –ele nos observava.

- É bem fazia um bom tempo que não via o meu pai, Nessie e eu estávamos matando a saudade. – mamãe sorriu.

- Foi bom o passeio?

Passeio?

- Até a casa do seu avô ora.

Dãããã.

- Ah sim foi ótimo, já passamos a ele tudo o que ele precisa saber... – dei nos ombros. – Vou trocar de roupa.

Corri para o quarto, peguei um pijama estava um pouco cansada e louca pela cama.

Joguei-me lá e quando meus olhos estavam começando a ficar pesados, ouvi batidas na porta.

Fui abrir e era o Tio Emm, ele estava com uma cara de quem estava se divertindo muito.

- O jantar está servido madame. – ele se reverenciou.

Eu não acredito.

- Tô morrendo de sono eu não vou jantar.

Papai nesse mesmo instante apareceu com uma bandeja na mão. Não isso é demais para mim.

- Café na cama e para finalizar jantar na cama, que tal?

Péssimo.

Papai fechou a cara.

- Assim você fere os sentimentos da sua mãe, ela é uma excelente cozinheira. Coma. – ele me entregou a bandeja.

Jogarei tudo pela janela.

- Se eu fosse você eu mudava de idéia. – papai sentou na minha cama e me olhou. – Coma Renesmee.

Droga, pensei alto.

- Alto o suficiente para eu ouvir. – papai respondeu.

Derrotada fui comer, mal senti os lábios frios do papai e da mamãe tocarem meu rosto carinhosamente.


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Notas finais do capítulo

Andei pensando, todos dirigem e tem carros glamurosos. Por que não a Nessie? Se bem que para esse pai S-U-P-E-R protetor um volante pode ser um risco iminente. (P.S.: se para quem anda pensando que tudo agora irá ser na mais pura paz está enganado, os problemas de verdade chegarão para a Nessie e sob pele de cordeiro. Aguardem.)



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