Meu Vizinho Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 34
Fique longe!


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo!

Desculpem a pequena demora, pessoal.



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POV Ares.

Infelizmente eu tive que por ela no meu sofá. Eu? Adivinha!

“Ei, Ares! Quer ouvir outro haicai? Tem um que combina muito com essa situação.” Disse Apolo sorrindo ainda na forma de Alice.

A situação era o seguinte.

Eu estava sentado naquela maldita poltrona desconfortável, que eu só mantinha lá com intuitos de servir para torturas futuras (que provavelmente seriam com a Filhinha de Hermes), Apolo não parava de falar haicais no meu ouvido, enquanto o relógio passava lentamente.

Muito. Lentamente. Mesmo.

Olhei para Apolo. Estava extremamente irritado com ele.

“Eu juro. Juro que se você contar mais um único haicai eu vou retorcer a sua cara com as mãos até ficar mais feio que Hefesto!” Ameacei rangendo os dentes.

“Por que você fica sempre tão irritado comigo?” Perguntou ele inocentemente, mas eu sabia que no fundo ele estava fazendo aquilo de propósito.

“Não sei. Por que você é sempre tão retardado comigo e com o resto do mundo?” Rebati.

“Tsc.” Fez ele sorrindo. Aquele idiota estava sorrindo feliz por eu estar irritado com ele. “Você só está assim hoje, porque está emocionado.”

“Emocionado?” Repeti com repulsa da palavra. “Você tem sérios problemas.”

“Emocionado sim.” Confirmou ele parando na minha frente, de modo que eu tinha que olhá-lo. Ou pior... Olhar ele na forma da Kelly com roupas de baixo masculinas. “Uma pessoa fez uma coisa legal para você por pura espontânea vontade. Isso não costuma acontecer sempre, não é?”

“Eu não pedi para ninguém me fazer um favor.” Disse revirando os olhos. Qualquer coisa. Qualquer coisa era melhor do que olhar ele daquele jeito. “Agora ponha uma roupa!”

“E depois dessa pessoa te fazer um favor, você retribui isso!” Continuou ele ignorando a minha ordem. “E o melhor e mais engraçado... É que você odeia essa pessoa!”

“Quer calar essa boca? Eu não ajudei ninguém, e nem fui ajudado.” Retruquei. “Se ela quis se arriscar para pegar aquela maldita espada, então ela é uma suicida e não uma heroína. O único favor que poderia me fazer seria se morresse.”

“Mentira.” Cantou Apolo.

“E eu só tirei ela de lá para não ter que ficar agüentando aquela mortal intrometida reclamando comigo.” Continuei, mas Apolo não ouviu novamente.

“Men-ti-ra!” Cantou ele.

Cerrei os punhos com todas as forças que tinha. Queria esmurrar a cara dele com muita força, mas eu ouvi o silêncio repentino. Talvez ele tivesse parado. Desse modo eu não precisaria ter que fazê-lo calar a boca pelo jeito difícil. Ótimo.

Mas é claro que aquilo não ia dar certo.

Eu estava olhando o canto da sala, quando a Alice de olhos azuis que falava haicais pulou encima de mim naquela poltrona.

“Mentira!” Disse de novo sorrindo. “Você gosta dela, admita!”

“Tá, agora você está ferrado!” Apolo ouviu isso e saiu correndo de cima de mim.

Eu me levantei daquela poltrona e ia sair correndo atrás dele, mas ela travou em mim. Tentei tirar aquele móvel ridículo da minha cintura, enquanto Apolo fazia caretas para mim, zombando.

“Maldita poltrona!” Protestei lançando-a para trás com força. “Apolo, venha aqui agora!”

“Ah, fala...” Apolo estava fugindo enquanto eu o perseguia pela sala de estar. “Já que você também gosta dela, você tem ciúmes de mim? Digo... Te incomoda muito quando eu estou com ela?”

Tive uma idéia. Ele não ia parar de correr. Pelo menos não sem um incentivo...

“Não sei.” Respondi sorrindo. “Te incomoda quando ela dorme aqui em casa?”

Apolo parou de correr e rir, e olhou para mim. Ele queria continuar fingindo estar sério, mas não estava dando certo.

“Isso é mentira também.” Falou ele inseguro e bem incomodado.

“Tá bom. Se você acha.” Encolhi os ombros em sinal de não-dou-a-mínima, e fui andando letamente até a poltrona.

Apolo pulou no meu pescoço.

“Seu desgraçado!” Exclamou ele. “Você não fez isso!”

“Se liga, seu idiota!” Joguei ele contra o chão com força, mas ele não era uma semideusa. Apolo se levantou facilmente e voltou a tentar me bater. “Ah! Agora você está me ouvindo, né?”

“Ouvindo?! Eu vou fazer com que ninguém nunca mais ouça você!” Exclamou ele me chutando, mas eu segurei seu pé e o lancei para longe. “Ares! Você vai pagar por isso!”

“Vem com tudo, senhorita.” Zombei. Quem estava irritando quem agora?

“Eu vou...!” Antes de Apolo responder, nós dois ouvimos um som.

“Hm...” Fez Kelly.

Eu olhei para ela. Estava quase sentado na poltrona, que ficava de frente para o sofá. Ela aos poucos abriu os olhos. Finalmente, quando olhou para mim, tentou murmurar alguma coisa.

“Ei...” Falei por impulso. “Você acordou.”

“Acordou?” Perguntou Apolo com os olhos brilhando.

Apolo voltou ao normal. Alice tentou se levantar aos poucos, mas por fim preferiu ficar só sentada no sofá. Ela olhou para mim e sorriu.

“Você... Ficou sentado... Aí.” Disse ela.

Idiota. Acorda já tentando me tirar do sério.

“Não vou nem comentar.” Resmunguei. “Agora que você...”

Eu nem mesmo terminei de falar. Apolo saiu correndo e abraçou-a com força. Alice levou um leve susto, mas depois acabou abraçando-o hesitante.

“Que bom que você acordou! Eu pensei que você não ia mais acordar! Sabe que susto você me deu?!” Exclamou ele. “Nunca mais faça isso entendeu? E... Você já dormiu aqui?”

Ela franziu o cenho sem entender a última parte. Como Apolo era idiota! Eu tive vontade de rir, mas preferi continuar sério.

“Ahm...” Sua voz ainda estava um pouco falhada. “Não.”

“Ufa!” Exclamou ele. “Agora eu estou completamente aliviado.”

Ele se afastou um pouco do abraço, e ela desviou o olhar. Seus rosto ficou levemente vermelho.

“Apolo...” Falou ela.

“O que?” Perguntou ele.

“Por que você está sem roupas?” Perguntou ela. Apolo se pôs de pé e deu para notar que o rosto dele também estava um pouco vermelho. Ele pegou uma almofada e tentou cobrir sua cueca.

“Nossa...” Falou ele. “Me sinto tão exposto...”

“Eu te disse para por uma roupa desde o começo!” Exclamei para ele. Apolo fez uma careta de volta. “Seu infantil.”

“Você que é um chato.” Falou ele como uma criança.

“Nossa! Chato! Estou tão ofendido!” Falei de um jeito teatral.

“Chega.” Falou Kelly tentando se levantar, mas depois resolveu ficar sentada por mais um tempinho. “Vocês... Nunca vão parar?”

“Foi ele que começou!” Exclamou Apolo apontando para mim. “Mas... Esquece. Vamos. É melhor eu te levar para casa para você poder descansar melhor. Afinal, você tem que...”

“Não.” Falou ela.

Eu olhei-a sem entender. Foi só aí que eu lembrei do que ela tinha dito antes sobre mitologia só dar dor de cabeça.

“Não?” Repetiu Apolo sem entender. “O que? Você quer ficar aqui com ele?!”

“Não.” Repetiu ela olhando para ele como se fosse um maluco. “Eu... Não preciso de ajuda para voltar. Vou sozinha.”

“Mas... Eu posso te ajudar.” Sorriu Apolo.

“Não preciso de ajuda.” Repetiu ela olhando para o chão.

“O que?” Apolo pareceu triste, mas depois pensou em outra coisa. “Ah! Saquei! Você está sendo educada. Não precisa ser tímida. Pode aceitar a minha ajuda.”

“Francamente, o que você quer que eu diga? Que eu não quero a sua ajuda?” Perguntou ela em um tom mais irritado. “Deixa. Eu vou sozinha.”

Ela se levantou do sofá. Do jeito que ela estava eu pensei que pudesse cair á qualquer momento, mas antes que eu descobrisse isso, a porta se abriu.

“Alice?” Perguntou a mortal/militar. Ou mãe dela. Pode escolher o nome que quiser. “Ah! Você está bem!”

“Sim.” Respondeu ela pega de surpresa.

“Ufa...” Suspirou Hermes entrando e fechando a porta atrás de si. Eles dois abraçaram-na e depois se sentaram no sofá novamente. Por que eu é que tinha que ficar nessa maldita poltrona?!

“Eu... Estou bem.” Disse ela.

“Que bom que você está bem. Para o bem de todos...” A mãe dela lançou um olhar ameaçador para cada um de nós.

“Ei, Hermes. Sabe porque ela melhorou?” Disse Apolo sorrindo. Sabia o que ele ia falar, mas antes que eu pudesse lançar uma almofada nele, o idiota se esquivou.

“Por quê?” Perguntou Hermes sem entender.

“Ares retirou a maldição.” Contou ele. Que vontade de bater no Apolo...

“Já era hora, não é?!” Comentou a mortal namoradinha de Hermes. “Mas... Ao menos isso não causou mais dor de cabeça. Digo... Por causa dessa maldição ela só teve esse problema. Imagina se tivesse tido mais?”

Todos nós desviamos o olhar dela, até mesmo a Filhinha de Hermes.

“É!” Riu Hermes. “Imagina! Há Há!”

Mesmo não olhando diretamente para ela, pude ver suas mãos encostando na cintura.

“Hermes... O que mais aconteceu?” Perguntou ela.

“O que? Nada!” Falou Hermes ainda olhando para o teto.

“Não tente mentir para mim.” Disse ela severa, mas Hermes continuou olhando para o teto. Ela era mais esperta do que eu pensava, pois se pôs de pé e perguntou para a pessoa mais idiota da sala. “Apolo... O que aconteceu?”

Apolo começou a tossir de repente. Tive vontade de rir, mas aquilo chamaria a atenção dela, e não seria nada legal.

“Ahm?! Ah... Nada.” Gaguejou ele. Ela deu um passo em sua direção e ele recuou instintivamente. “Ahm... Quero dizer... Eu não sei. Sabe? Cheguei meio atrasado, e eu não vi... Ares! É com você!”

Ele se escondeu atrás de mim e ela me fuzilou com o olhar.

“Covarde!” Exclamei com raiva.

“Mãe! Eu... Acho que vou para casa agora, que tal?” Perguntou Alice se levantando e mudando de assunto.

“Alice Kelly. Você deixou de me contar muita coisa, não é?” Perguntou ela, só que em um tom mais calmo. Por que era só com ela que aquela mulher não era tão furiosa?!

“Eu? Não. Eu já te disse que eu não fiz...” Antes que ela pudesse dizer “nada”, Apolo a interrompeu.

“Ela pulou do sétimo andar de um shopping lutando contra uma hidra! Pronto! Falei!” Todos olharam para ele com cara de eu-não-acredito-que-você-contou-isso. Até mesmo eu. “Desculpa! Eu sou fraco!”

Ele começou a chorar teatralmente, e eu revirei os olhos. A mãe da Alice estava com cara de choque.

“Você o que?!” Exclamou ela.

“Não foi nada...” Murmurou Alice sem saber o que fazer.

“É! Ela sabe se virar!” Apolo tentou corrigir a situação, mas só piorou. “Ela lutou contra um ciclope em um bar, entrou em uma corrida de moto contra Ares, desafiou ele para um duelo, e acabou com um javali em Tokyo sem nem mesmo treinar direito! Viu? Ela é um gênio.“

“Apolo!” Exclamou ela sem saber o que fazer.

Foi ai que as coisas ficaram estranhas. Acho que maluquice é problema de família, pois assim que Apolo terminou de falar aquilo... Bem, ela podia reclamar de qualquer uma daquelas coisas, mas ela resolveu dizer...

“Corrida de moto?!” Exclamou chocada. “Você não sabe como motos são perigosas?! Como você entrou em uma corrida de moto?! E contra... Ele!

Ela apontou para mim. O que eu poderia dizer?

“Motos não são nem metade dos problemas dela, mas de um jeito estranho é o que mais te preocupa.” Comentei estreitando os olhos.

“Você é o que mais me preocupa. Esquece o que eu falei de vocês poderem ficar juntos. Você é irresponsável demais.” Disse ela cruzando os braços.

“O que?!” Exclamamos eu e Alice juntos.

“Sem mais. Fique longe dele.” Falou ela olhando para Alice.

“E o que você acha que eu tenho tentado fazer durante todo esse tempo?!” Exclamou ela.

“Aaw. Isso é bem fofo.” Comentou ela como se o que Alice tinha dito fora algum tipo de indireta para mim. Que mortal louca!

“Quer saber? Não tem problema.” Disse ela por fim. “Eu ficar longe sim. Não só dele, mas de todos os outros.”

Alice andou até a porta, e até a mãe dela ficou sem entender. Ela ainda devia estar com raiva de nós por causa de tudo, pois antes de sair se virou para nós novamente.

“Você. Me dixe em paz. Você. Não me ajude. E você...” Ela parou ao apontar para Apolo, mas acabou terminando a frase. “Não quero você.”

Ela foi embora, deixando nós quatro parados lá. O silêncio só foi quebrado pelas perguntas de Apolo.

“O que eu fiz?!’ Perguntava ele tentando entender. “Espera... Já sei! Eu não comprei os ingressos do cinema!”

“Apolo... Cala essa boca.” Disse Hermes dando um tapa na nuca dele. Eu fiz o mesmo para poder me animar um pouco.


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Notas finais do capítulo

Aaaaah...

E agora? Como as coisas vão ser?

Esperem pelo próximo!

E mandem reviews, é claro.