In My Head escrita por IsabelNery


Capítulo 17
Dia Livre


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem!!



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(n/a: Abram em uma guia nova e coloquem para carregar! http://www.youtube.com/watch?v=oCSWX36_DHc)

Na maioria das vezes que um amigo querido tem o seu humor alterado, para raiva ou tristeza, não se sabe ao certo o que fazer. Devemos confortá-lo e ajudá-lo? Ou apenas lhe dar um tempo para pensar sozinho? Realmente depende de como é a sua relação para com esse amigo e do problema que surgiu, mas nunca o abandone, esteja de alguma forma presente, não necessariamente no físico. E Tyler estava pirando, literalmente.

— I can’t believe, I can’t believe! NOOOO, It can’t be happening!! Please, Please, TAKE ME AWAY!!! NOW!! (Eu não acredito, eu não acredito! NÃOOOO, isto não pode estar acontecendo!! Por favor, por favor, ME LEVE EMBORA!!!AGORA!!)– Ele andava, pulava, gritava, chorava, daí sentava, tentando acalmar-se, e logo em seguida repetia o ciclo. Toda vez que alguém tentava falar ele berrava: SHUT UP!! GO AWAY!! (CALE A BOCA!! VÁ EMBORA!!)

Rosa parou de tentar e apenas se sentou no chão, rabiscando alguma coisa com um lápis. Isabelle pegou um dos livros de para aprender Inglês e resolveu alguns teste. Filipe já tinha recebido dois grandes gritos, mas quando Tyler ia recomeçar o ciclo pela quarta ou quinta vez, ele interviu firmemente.

— TYLER! – O americano ia revidar, mas Filipe continuou. – Shut up, sit and Listen! I know you have almost twice of my size, but you will listen me, understand? You won’t back, they’re gone and you have to live without then. I met you have five days, six today, and you are amazing, just have to forgot the past. Now, you can hit me. (Cale a boca, sente e escute! Eu sei que você tem quase o dobro do meu tamanho, mas você vai me ouvir, entendeu? Você não vai voltar, eles se foram e você tem que viver sem eles. Eu lhe conheci tem cinco dias, seis hoje, e você é incrível, apenas tem que esquecer o passado. Agora, você pode me bater.)– Inicialmente, pareceu mesmo que Filipe ia apanhar, mas Tyler o abraçou.

— Thanks. Sorry. Did you see me there? (Obrigada. Desculpe. Vocês me viram lá?)

— No, actually, I don’t know. But we’ve talked to a lot of children in a day care center. (Não, na realidade, eu não sei. Mas, nós falamos com várias crianças em uma creche.) – Rosa respondeu, já falava um inglês razoável, muito melhor do que no começo.

— No, I wasn’t there. (Não, eu não estava lá)

— Ok. – E foi estudar ao lado de Isabelle. De acordo com a “ordem” hoje deveria ser um dia livre, dois sim, um não. Filipe revisou espanhol e estudou francês, até deu uma lida em um pouco das palavras do português brasileiro que não conhecia. Tyler viu muito de espanhol e um pouco de português (que era um dos livros mais grossos). Isabelle foi estudar espanhol com Tyler e depois de umas duas horas, todos estavam com muita fome. Não havia portas novas, algumas melhoras nas antigas, como o acréscimo de partituras de piano, telas de pintura maiores para Rosa, um bebedouro nesta sala, pesos novos, e alguns desafios extras na escalada, como pedras pontiaguadas, outras fervendo e outras congelando. Nos banheiros, água quente, uma aleluia para todos, principalmente as garotas. No quarto dos livros e mesa, não houve mudanças. Após todos irem ao banheiro, havia comida nas tigelas cinzas. Não eram massas pastosas, apenas sanduíches de queijo e estavam ótimos.

Após comerem, eles deram um tempo do estudo e foram para a sala de recreações, como a apelidaram. Todos fizeram exercícios, precisavam entrar em forma para as “missões”. Algumas horas depois, Isabelle foi tocar piano, e Rosa pintar. Quando estava olhando as partituras novas, a brasileira viu uma que realmente a deprimiu, ela saiu correndo para a cama de cima do seu beliche. Filipe foi atrás dela, ela estava chorando e olhando para o nada, ele se sentou ao seu lado e ficou calado.

— Sabe, eu estou com saudade deles, minha família, e se nunca mais os ver? Eu os amo, e nem isso pude lhes dizer antes de ir embora. – Isabelle disse.

— Não penses assim, tudo irá dar certo. - Ele não tinha a menor ideia se ia ou se não ia (no fundo achava que não), mas sabia que eram essas as palavras que ela precisava ouvir naquele momento -  No final tudo sempre dá certo. Apenas tente sorrir um pouco, veja o quanto você avançou em vários aspectos nesses poucos dias. - Ele estava sorrindo, ou ao menos tentando sorrir para preencher o vazio de seu peito. Isabelle suspirou.

—  Vou ter que encarar aquela música mais cedo ou mais tarde, obrigada, de verdade. – Ela desceu e foi tocar, ele a seguiu e ouviu a melodia bela que a garota tocou sem olhar partitura alguma.

— Pode tentar ensinar-me? - Ele perguntou com uma face tímida.

— Claro, porque não?- Pegou uma música mais fácil e, após uma hora... – Pronto, agora tente sozinho.

— Não conseguirei, é difícil. – Ele murmurou.

— Apenas tente. – Poucos erros, mas foi bom. – Parabéns, agora vou escalar, continue treinando. É difícil encontrar bons amigos, nunca tive muitos. - Isabelle deu um beijo na bochecha de Filipe e seguiu na direção da torre de escalada.

— Só tive um, mas ele se mudou há tempos. De qualquer maneira, pode pedir minha ajudar para bater em alguém. – Ela riu. Tyler estava estudando espanhol há horas, Rosa deixou sua nova pintura ao lado da antiga, ela havia pintado a cena da brasileira e do português sentados no banco do piano durante a aula. Depois, a espanhola foi estudar inglês. Isabelle parou de escalar e foi também estudar, se revezando entre Inglês e espanhol, consequentemente, entre Rosa e Tyler. Filipe os chamou para comer de novo, havia muita comida, desde que chegaram nunca haviam visto tanta. Não sobrou nada, se encheram de carne, arroz, batatas, e muito mais. Quando estavam quase acabando quando Filipe teve uma ideia.

— I was thinking that we could make a game today, with the languages, to see if we learned. (Eu estava pensando que poderíamos fazer um jogo hoje, com as línguas, para ver se aprendemos.)

— Good Idea. (Boa ideia)– Tyler disse, e as garotas concordaram. Marcaram o jogo para daqui a uma hora. Também perguntariam coisas sobre geografia e história, fazia muito tempo desde a última vez que se divertiram. Só de livrar um pouco o pensamento de pra qual lugar aterrorizante eles conheceriam no dia seguinte já era um alívio. Cada um estava mais concentrado que o outro, eles estudaram muito, de tudo que encontraram. A hora passou e resolveram aumentarem mais uma hora antes das perguntas. Quando esta se passou todos se reuniram na sala.

Cada um estava com um caderno e lápis, Tyler começaria a perguntar, depois Rosa, Filipe e Isabelle. Era assim, Tyler fazia uma rodada de três perguntas sobre a língua inglesa, ou os EUA, geograficamente ou historicamente. Os outros 3 escreviam a resposta em um papel, e no final contariam quem teve mais sucesso. O americano foi lá para a frente examinou um livro escreveu a primeira pergunta no quadro. “How many states of USA you know?” 10 minutes.(“Quantos estados dos EUA você sabe?” 10 minutos)

Eles começaram a escrever, sabiam poucos, Tyler ficou passando entre as bancas e depois escreveu em seu caderno as outras perguntas: “Who were the first, second and third presidents of USA?” “How many irregular verbs you know?” (Quem foram o primeiro, segundo e terceiro presidentes dos EUA? Quantos verbos irregulares você conhece?”)

— Time over guys. Next question.(Acabou o tempo gente. Próxima questão.” – Ele colocou outra pergunta no quadro, e após dez minutos a outra. Esperou mais tempo e disse: Ok, give me the papers. And start to think about your questions. (Ok, me deem os papéis. E começem a pensar sobre suas questões)– Na questão dos Estados, Isabelle conseguiu 21, Filipe 20 e Rosa 16. Na dos presidentes, nenhum conseguiu, Rosa colocou somente o primeiro, Filipe e Isabelle colocaram o primeiro e o terceiro. E na última questão, Filipe colocou 103, Isabelle 76 e Rosa 41.

— Ok, I’ll put the result in the board. And, the presidents were George Washington, John Adams and Thomas Jefferson, ok? Congratulations for all, Filipe and Isabelle are tied for first. Rosa, it’s your turn to make the questions. (Ok, eu vou colocar os resultados no quadro. E os presidentes eram George Washington, John Adams e Thomas Jefferson, ok? Parabéns a todos. Filipe e Isabelle estão empatados em primeiro. Rosa, é a sua vez de fazer as perguntas) – Ela se levantou e colocou as três questões no quadro de uma vez: ¿Cuáles son los ríos más importantes de España? Tiene dos ¿Quién era Franco y él gobernó que hace años que año?. Dile al tiempo indefinido pasado de los verbos cantar, comer y subiendo. (Quais são os rios mais importantes da Espanha? Tem dois. Quem foi Franco e ele governou de que ano a que ano? Diga o pretérito indefinido dos verbos cantar, comer e subir.) – O resultado? Ninguém sabia o nome dos rios Tejo e Douro. Tyler disse quem foi o ditador Franco, mas não soube o tempo de seu governo, Isabelle e Filipe acertaram essa. E somente Filipe conseguiu todos os tempos do pretérito indefinido dos três verbos, Isabelle não conseguiu o de subir. E Tyler só conseguiu o de cantar.

Filipe teve mais sucesso nessa rodada, ele foi lá para frente e escreveu as três perguntas no quadro, uma de história, uma de geografia e uma de português, assim como os outros: Quantos distritos de Portugal você poderia citar? A Guerra civil Portuguesa de 1828-34 foi um conflito entre quem? Quantos países que falam português você pode citar?

Na questão dos distritos, Rosa ganhou com 4 estados, Isabelle sabia 2 e Tyler nenhum. Na questão da Guerra, empate entre Rosa e Isabelle, Tyler também não sabia. E na última questão Isabelle sabia todos, Rosa sabia 4 e Tyler 3. Isabelle se levantou e escreveu no quadro as três questões: Em quantos estados se divide o Brasil? Quem proclamou a república e foi o primeiro presidente da mesma? Qual é a capital do Brasil?

Ela não conseguiu pensar em uma pergunta sobre a língua, de qualquer forma, o resultado foi: Na primeira questão, apenas Filipe respondeu e acertou. Na segunda, apenas o português novamente. E na terceira, Rosa e Tyler erraram respondendo Rio de Janeiro, mas Filipe acertou com Brasília. Com o final do jogo, Filipe foi declarado o vencedor e todos foram para suas camas, queriam dormir, mas não conseguiam, era horroroso ficar trancafiado o dia inteiro, sem poder sair, sem ver a luz do sol. 

Esperar por uma solução, chorar era desnecessário, pois de que adiantaria? Enfim, as luzes se apagaram e eles adormeceram. Cada um teve um sonho mais estranho que o outro, e mais impossível também. Apenas Filipe que não sonhou com nada. Quando Isabelle acordou, ela não sabia se já era dia, porque as luzes ainda estavam apagadas, ela apenas desceu da cama de cima do beliche e foi para a sala, pegou o livro para revisar Inglês e o terminou com uma lanterna que estava dentro do armário. Tyler também acordou, e foi para a sala de exercícios, ao ouvir o barulho, Isabelle carregou seu livro de espanhol para a sala ao lado e lá ficou estudando. “Ela parece um pouco com Mary”, Tyler pensou enquanto observava a brasileira estudar, “Não na aparência, mas no jeito. Sei lá, devo estar endoidando, mas é como se tivesse que protegê-la. Caí na real Tyler, você não consegue nem proteger a si próprio. Concentração, só mais oito vezes.” As luzes se acenderam e ela largou a lanterna. Filipe acordou e veio para sala onde estavam Tyler e Isabelle.

— Bom Dia! Good morning! (Bom dia!)– O português era o único feliz.

— Será mesmo dia? Ou será noite? Tarde? Ninguém sabe. – Isabelle disse e Filipe baixou a cabeça e seu sorriso desapareceu. – Desculpa, bom dia pra você também! – E ele voltou a sorrir, deu um abraço nela e foi fazer exercícios com o americano que ainda estranhava a língua portuguesa.

— Hey, err I never said thank you for take me away from Kennedy. I would have done something stupid. (Hey, err eu nunca disse obrigada por você ter me afastado de Kennedy. Eu teria feito alguma besteira)

— Relax, friends are for it. (Relaxe, amigos são para isso). - E se abraçaram

— Is Rosa awake? (Rosa está acordada?)– Tyler perguntou enquanto parava de fazer exercícios e se deitava no chão.

— I don’t know. (Eu não sei) – E Tyler foi para o quarto. Filipe parou os exercícios também e foi falar com a brasileira. Ela estava muito pálida, tossindo e sem o brilho nos olhos que costumava ter, estavam apenas opacos e vazios.

— Dormistes bem? – Ele perguntou e se sentou ao lado dela.

— Sim, acabei de revisar inglês mais cedo e achei esta lanterna. Para onde você acha que a gente vai hoje? – Ela fechou o livro.

— Não tenho ideia, mas você vai comigo, não?

— Vou, claro. – E se levantou para guardar o livro. Havia uma massa nova de roupas cinzas no chão. Ela pegou a de seu tamanho e foi para o banheiro. Rosa ainda estava dormindo com o travesseiro em cima de seu rosto. Filipe examinou a sala e não havia comida, começou a estudar Espanhol e a brasileira saiu do banheiro, Tyler e Filipe entraram no banheiro. Quando Rosa acordou, Isabelle lhe desejou Bom dia em espanhol. Rosa foi para o banheiro quando os garotos saíram e passou mais de uma hora lá, como fazia quase todo dia. Isabelle foi tocar piano, a mesma música de ontem, depois voltou para o quarto. Todos estavam calados, mas quanto mais pensavam mais doidos achavam que estavam se tornando. O alarme soou, e deu um susto em todos, fez até mesmo Isabelle cair da cama. O aviso ressurgiu e o buraco começou a se formar. Só um problema, Rosa ainda estava no banheiro. Isabelle voltou para a cama correndo, e rapidamente, o buraco não era mais só um buraco, ele cobria todo o chão.

— Rosa? – Tyler falou.

— Que? (Que foi?) – Ela gritou do banheiro e abriu a porta. A massa não entrava no banheiro, mas ela não queria ir sozinha em uma missão. Num piscar de olhos Tyler deu um super pulo para cima dela, caiu a poucos centímetros da porta do banheiro, a única coisa que conseguiu fazer antes de afundar foi agarrar o pé de Rosa com a mão e a puxou para o buraco consigo.

— Pronta? – Filipe perguntou. Isabelle balançou a cabeça, e pularam com as mãos dadas. A queda foi num piscar de olhos. Eles caíram numa estrada de areia ou barro, não sabiam ao certo. Havia poucas árvores perto. Ao horizonte algo estava se aproximando, não se sabia o que, pois era da mesma cor do chão e o sol estava torrando. Aos poucos a forma foi se definindo, eram dois cavalos alaranjados puxando uma carroça de madeira. O guiador dos cavalos parou-os e a porta da carroça se abriu, estava entupida de estranhos, homens e mulheres com roupas de aparência antiga. Um dos homens desceu e se dirigiu à Filipe.

— Excuse me, are you lost? Want a ride? We’re going to the big city. (Com licença, vocês estão perdidos? Querem uma carona? Estamos indo para a grande cidade)– O homem falou em uma dicção de inglês clássico.

— I guess so, yes. (Acho que sim) – Filipe respondeu e puxou uma Isabelle estupefata para dentro da carroça que se foi pela estrada. “Claro, porque é sempre bom pegar carona com estrangeiros no meio do nada.” A brasileira pensou, “Vamos ver no que isso vai dar desta vez.”


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Notas finais do capítulo

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