In My Head escrita por IsabelNery


Capítulo 16
Oh América, América


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem!



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P.O.V. 3a Pessoa

“Não, não, não, não! Isso não pode estar acontecendo!” – Era o que se passava pela mente das garotas. Afinal, uma coisa que é triste, já é dolorosa de se ver pela televisão. Porém, quando alguém vive esse momento, a dor se torna tão grande que não cabe no corpo, tendo vontade de explodir por não suportá-la. Pior ainda é se essa pessoa não puder fazer nada para aquilo parar, imaginem ter que ficar parado observando um desastre sem conseguir impedi-lo. Bem, infelizmente, é o que geralmente acontece na vida. E é o que infelizmente aconteceu com as garotas, mas pior do ter que ver esse atendendo era o simples fato de que elas já sabiam como aquilo terminaria.

— Vamos embora, agora! Agora! – Belle puxou Rosa pelo braço, mas não chegou a dar dois passos, pois a espanhola parou e tentou raciocinar.

— No, el pequeño Tyler está aquí (Não, Tyler pequeno está por aqui)

— E você acha que nós vamos encontrá-lo em Nova York? No meio de um atentado?

— Hã? - Rosa enrugou a testa expressando sua confusão.

— Devia ter estudado mais, olvida, no dará (Esquece, não vai dar)- Uma grande multidão se formava ao lado delas, várias pessoas chorando, inclusive elas. É terrível a dor mental, ela não se conforma de consumir o corpo e alma, sempre quer mais. Simplesmente sentaram no chão chorando por um tempo, até que o segundo avião chegou. A partir daí, Isabelle não aguentou, ela explodiu e saiu caminhando com a face vermelha, Rosa não sabia se era de choro ou de raiva, apenas a seguiu. Caminharam bastante, uma atrás da outra, sem nem se falar, até que chegaram à frente de uma creche. As criancinhas de lá ainda estavam felizes, a brasileira correu para o garotinho mais próximo e falou em inglês.

— Look, everything will be fine after sometime. And when there is no more hope inside you, just look for happiness in everywhere, and I’ll give this hope to you. I swear. All you need to do it’s to look to the moon, the stars, even a flower or the sky. I’ll be there with you, remember it, good luck. (Olhe, tudo irá ficar bem depois de algum tempo. E quando no tiver mais esperança dentro de você, apenas procure pela felicidade em todo lugar, e eu vou lhe dar está esperança. Eu juro. Tudo que você precisa é olhar para a lua, para as estrelas, até para uma flor ou para o céu. Eu estarei lá por você, lembre-se disso, boa sorte.) – Claro que o garotinho só entendeu o que ela queria dizer quando soube do ocorrido, e por incrível que pareça, de uma estranha na rua, ele aprendeu uma lição para o resto da vida, apesar de que anos depois, não pôde dizer se isto ocorrera ou se fora apenas um sonho.

Enfim, Isabelle disse isso para mais três criancinhas, Rosa conseguiu falar com duas. Não encontraram nada de Tyler, roubaram um pouco mais de comida de uma loja e depois sentaram juntas no chão. Comeram e depois voltaram a caminhar, conversando um pouco.

— Cuántos años tienes? (Quantos anos você tem?) – Isabelle perguntou tentando por em prática o pouco de espanhol que sabia.

— 17, e usted? (17 e você?)

— Quatorze. Como era sua vida? Su vida? Tu vida? Não sei.

— Calma, entendido, yo vivía en Barcelona, ​​fue genial, mis padres eran ricos, hija única, tenía un novio que me engañó y terminó en el último día con él, pero él se mantuvo a mi mejor amigo y le dijo que sólo dejan ir si hice algo con él, entonces me desmayé y desperté en glis. Y el tuyo? (Calma, entendi, eu morava em barcelona, era ótimo, meus pais eram ricos, filha única, eu tinha um namorado que me traiu e no último dia terminei com ele, mas ele prendeu minha melhor amiga e disse que só a soltaria se eu fizesse algo com ele, aí eu desmaiei e acordei no cinza. E a sua?)

— Yo voy hablar en portugues, ok? (Eu vou falar em português, ok?). Eu era feliz, tinha uma irmã que era a peste, ótimos pais, tocava de tudo, apenas era feliz. No último dia, beijei meu melhor amigo e acabou assim. Eu não sei você, mas eu estou me sentindo uma velha falando de uma vida passada. – Caíram na gargalhada, e por incrível que pareça elas andaram tanto que chegaram ao Central Park, andaram um pouco nele, estava quase deserto, e as poucas pessoas ali presentes estavam chorando. Sentaram nos balanços, subiram nas pedras e dormiram embaixo de uma árvore.

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— Any Idea?(Alguma ideia?) – Tyler perguntou. Estavam numa cidade claramente grande, mas com estilo um pouco mais antigo aos dias atuais.

— I don’t know, it looks like nothing! (Eu não sei, isto parece com nada)– Simplesmente, Filipe não conseguia se concentrar em nada. Mesmo que tentasse parecer calmo, duas perguntas rodopiavam sua mente: Onde está Belle? Ela está segura?

Afinal, era a primeira vez que não estava com ela dentro do buraco. “Não despenque, firme, forte, logo iremos regressar”. Repetiu isso mentalmente várias vezes até Tyler acordá-lo.

— What do we do now?(O que fazemos agora?)

— I don’t know! Let’s get some food. (Eu não sei! Vamos pegar alguma comida)

— Great Idea! But Where? (Ótima ideia! Mas onde?) – Tyler fez outra pergunta, e o português não aguentou.

— God, I DON’T KNOW, I don’t know nothing! Stop asking! (Deus, EU NÃO SEI, eu não sei nada! Pare de perguntar) - Filipe enxugou uma lágrima que descia pela sua bochecha esquerda.

— Ok, sorry.(Ok, desculpe)

— Let’s go get some clothes too or everybody will think that we run away from a hospital. (Vamos pegar algumas roupas também ou todo mundo vai pensar que nós fugimos de um hospital) – Deram boas risadas e entraram numa casa aparentemente vazia por uma janela aberta. Roubaram apenas comida, duas calças e duas camisas meio estranhas e saíram correndo. Trocaram-se num beco e andaram pelas ruas, várias pessoas estavam correndo para algo. Olharam num jornal apenas o ano 1963, o vendedor os expulsou antes que pudessem ver algo a mais e, para a felicidade de ambos, principalmente de Tyler, ele falava inglês. De longe, eles viram um grande desfile acontecendo, várias pessoas aglomeradas, se espremeram até chegarem um pouco mais perto e apenas esperaram pelo que viria. Várias bandeiras dos Estados Unidos da América eram balançadas pelas pessoas, ao menos, já sabiam em que país estavam. Uma espécie de carruagem chegou, com duas pessoas dentro. De longe, Filipe apenas reconheceu o rosto do homem de algum lugar. Mas, em menos de dois segundos Tyler já sabia quem ele era e exatamente onde estavam. Foi fácil para o português descobrir apenas com uma palavra.

— KENNEDY! – Tyler gritou. – Let’s do something, NOW!!(Vamos fazer alguma coisa, AGORA)

— No, come here, let’s back. (Não, venha aqui, vamos voltar.)

— Are you insane??(Você está louco?) - Tyler arregalou os olhos incrédulo.

— No, but there’s nothing for we to do here. (Não, mas não tem nada para nós fazermos aqui)– Filipe o arrastou até um beco escuro, onde dormiram, claro que antes disso Tyler se levantava a cada dois segundos e se sentava após mais dois. Até que dispararam, e Tyler finalmente ficou quieto, quieto demais.

E todos voltaram ao quarto cinza, sem portas novas, tudo igual por fora. Filipe acordou primeiro e acordou os outros também.

— BELLE! BELLE! Oi, como estás? Machucada? Para onde fostes? - Rosa e Tyler gostavam de dormir e Filipe os acordara. – Ah, err bom dia!

— Estou bem, fui com Rosa para o atentado de 11 de setembro. –Belle falou

— Puxa, eu fui com Tyler para o assassinato de Kennedy.

— Where did they gone? – Tyler perguntou

— Well, September 11. – Rosa respondeu.

— WHAT?! My father died on this! I should gone to his day! I have to! I could fix all my past, I could fix all my LIFE! (O QUE?! Meu pai morreram nisso! Eu deveria ter ido nesse dia! Eu tenho que ir! Eu poderia concertar todo o meu passado! Eu poderia concertar toda a minha vida!) - E desabou em lágrimas.

 


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Notas finais do capítulo

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