POV Percy

-Você sabe o enigma? –perguntei, arregalando os olhos.

-É tipo, é você. –completou Barbara.

Depois de dar um olhar incisivo para ela Nico se virou na minha direção.

-Sim Percy, eu sei, enquanto estávamos vindo para cá eu avistei um bar, eu pensei ser um bar normal, mas depois eu senti uma força de almas mortas muito forte. Só não falei nada porque eu estava do lado da Barbara, e não tem muita diferença para mim. –explicou.

Bá respirou fundo tentando ignorar e falou:

-É eu também senti, mas não tinha certeza, por Nico estar lá. –falou – e não, eu não estou me rebaixando ao seu nível, estou me referindo á você ser filho de Hades. –continuou, antes que Nico falasse qualquer coisa.

-Iuupi! –exclamou Nico- a escolhida também sentiu, então porque eu estou aqui? Você tem todos os poderes, não é 14 em 1?

-Desculpa por gostarem de mim – falou revirando os olhos - e eu também não sei o que você esta fazendo aqu...- começou Barbara, mas foi interrompida por Annie.

-Chega! Que saco vocês! Vamos logo, peguem os casacos!- ordenou.

Todos obedeceram, até eu fiquei com medo. Então saímos da casa e pegamos um táxi até o bar. 

――――― ∞ ―――――

Chegamos no bar e em neon estava escrito aBr dso tsoMro.

-Que? – eu, Nico e Annabeth falamos juntos.

- Bar dos Mortos. –traduziu Barbara, já que ela não tinha dislexia.

Após isso entramos, era tudo muito barulhento, um monte de caras duas vezes maiores do que filhos de Hefesto, a música estava alta, tinha quase nenhuma luz e tudo isso em um espaço menor que um quarto.

-Se enturmem! –gritou Annabeth para que nós pudéssemos ouvir.

Assentimos e nos separamos, comecei a andar por ai, não que houvesse muito espaço para andar, mas então eu ouvi um barulho muito forte e fui à direção do som.

Quando cheguei lá três grandões haviam se transformado em lestrigões, então fui atacar um, Annabeth atacava outro e Nico e Barbara o terceiro. Percebi que Barbara estava com duas adagas e sem os brincos, então enquanto desviava de um golpe falei:

-Depois você tem que me mostrar suas bênçãos!

- Pode deixar!- respondeu.

Só que no momento que ela falou isso Nico foi acertado e voou para longe, eu vi a cara de desespero de Barbara antes de atacar com tudo o monstro. Virei-me para atacar, mas o lestrigão estava virando pó e atrás dele estava Annabeth, com o seu boné na mão, só agora percebi que o dela já havia sido destruído. Barbara desferiu um golpe na cintura do grandão e ele virou pó.

Fomos correndo ajudar Nico, ele estava desacordado e com sangue na cabeça.

- E agora? Não temos ambrósia nem Néctar! –perguntou Annie.

-Esperem. –falou Barbara.

Então ela começou a apertar a pulseira de Dionísio e as uvas que haviam lá se transformaram em pequenos cubos dourados, Ambrósia. Ela colocou os cubos na boca de Nico e imediatamente o sangue começou a sumir e o corte foi fechando. Ele abriu os olhos devagar e nos encarou.

-Consegue se levantar? –Barbara foi a primeira a se pronunciar.

Ele assentiu. Nós o ajudamos a se levantar fomos para um hotel. Annie e Ba ficaram com um quarto e eu e Nico com outro. Depois que Nico dormiu, eu convidei Annie para dar um passeio e ela assentiu.

Chegamos em um pequeno jardim, que havia lá no hotel e Annie falou:

-Sabe Percy, eu fiquei bem chateada com você, por olhar ela, quem for que seja, daquele jeito. – disse sentando-se.

-Olha – comecei- eu vou ser bem sincero com você, eu achei ela bonita mesmo, mas você...- fui interrompido.

-Eu sou feia não é?!- gritou já chorando – eu não sou filha de Aphrodite, não sou nenhuma feiticeira, nem um espírito, ou sei lá o que, eu sou filha de Atena e com muito orgulho. –ela parou um pouco e se acalmou – mas eu não ligo ara isso. Eu só achava... Eu só achava que você também não.

Eu queria gritar que eu não me importava com beleza, e mesmo que me importasse, para mim, ela era a mais bonita de todas. O que me impedia era olhar naqueles olhos, que eu tanto amo e ver dor, tristeza, duvida... magoa. Aquilo me fez sofrer de uma forma, que as minhas palavras não saiam.

-Agora eu tenho certeza que estava errada. –falou, depois de eu não falar nada.

Ela se levantou e saiu. Eu não sabia o que fazer então, me lembrei de uma coisa. Peguei um papel amassado no bolso e corri. Achei Annabeth correndo, mas consegui segura-la.

-Annie, uma das vezes que eu sonhei com você eu escrevi isso:

Vejo ondas no mar, as ondas mais belas que já vi, mas parece que derramaram icor, ouro, as coisas mais preciosas que você pode pensar. Vejo nuvens, vejo tempestades, mas elas não me dão medo, são lindas. Vejo morangos, os mais delicados e carnudos que já vi, dão água na boca. Vejo montanhas, as mais perfeitas curvas, grandiosas e delicadas. Tudo isso se move de um jeito gracioso, maravilhoso, magnífico... Meu mundo gira desse jeito. Distancio-me um pouco e percebo algo: Meu mundo é uma mulher, não qualquer uma, percebo ser uma certa menina, filha de Atena, Annabeth. Bom, isso não muda muita coisa, pois ela é meu mundo, o mundo mais lindo que a imensidão azul já viu.

-Percy isso é lindo!- me abraçou.

-Você é mais linda do qualquer uma, do que qualquer mundo. – falei.

-Eu acho que é mais que amor o que eu sinto por você –falou – mas pela primeira vez eu não quero saber, pela primeira vez eu quero sentir.

- Eu também sinto mais que amor. –falei a verdade.

Então nos beijamos, um beijo que eu senti muito mais que amor.

POV Barbara

Estava andando pelos corredores do hotel, indo em direção ao quarto de Nico e Percy e comecei a pensar:

Porque fiquei tão desesperada quando vi Nico desmaiado? É claro que eu ficaria preocupada com qualquer um, mesmo que o odiasse, mas aquilo foi diferente.

Entrei no quarto, mas não tinha ninguém lá, estava quase saindo quando ouvi um ronco bem baixo, me virei e percebi que Nico estava na cama, todo espalhado e com a boca levemente aberta.

Sentei-me em uma poltrona do lado da cama e comecei observá-lo. Naquele dia no banheiro, eu havia me perdido nos seus olhos, eu sentia que ele me prendia, mas a partir daquele momento eu não precisava mais olhar em seus olhos, era como se uma força me puxasse para ele.

Eu o odiava, não odiava? Espeera, odiava? No passado? Tudo bem mesmo que eu tivesse amolecido em relação a ele, se apaixonar é outra coisa, não é? Ai, eu to confusa, e olha que isso é difícil acontecer. Eu só sei que aqui, olhando para ele, eu estou me sentindo mais calma e...

- Mas que diabos você tá fazendo aqui?