All I Want Is You escrita por Nunah, imagine


Capítulo 25
capítulo 24 - i'm not a girl, not yet a woman (1)




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Ponto de vista: Poseidon

- Diga-me, Poseidon… - começou Cronos, andando de um lado para o outro. – O que sabe sobre Zeus?

Continuei em silêncio. Aonde ele queria chegar com aquilo?

Eu não poderia contribuir para nada... Certo?

- Ele nunca lhe falou sobre uma mulher do seu passado... uma mulher com quem se casou...?

- Nós não éramos amigos. Ele era meu chefe, só isso.

- Aah. Que bom que sabe disso. E acha bonito ficar pegando a filha do chefe? Você nunca assistiu a filmes? Esses caras sempre se dão mal.

- Eu não estou ‘pegando a filha do chefe’, Cronos. Nós somos parceiros, reconhecidos pelo próprio Zeus.

Droga. Eu estou falando demais.

- Ah, então foi ele que juntou vocês? Que tolinho...

- Nós não misturamos a vida pessoal com o trabalho – falei.

Não posso falar mais, droga. Não posso.

- Isso é bom...

- Aonde quer chegar, Cronos?

- Ele nunca te contou nada? Sobre a mãe de Athena, talvez? Nunca mencionou o seu nome? – Cronos suspirou, sentando-se na poltrona. – Métis. Uma boa pessoa. Nunca entendi o que ela viu nele... Eles trabalhavam juntos, sabe? Eram assassinos de aluguel, parceiros. Zeus nunca desconfiou que eu soubesse, sempre foi muito cauteloso. Mas o tempo passou. Métis morreu, supostamente. Athena teve relações com Mike e Frederick. Às vezes me acho um homem com muita sorte. Qual é a possibilidade de ela conhecer dois dos meus homens? Ha. Parece até brincadeira.

- Athena tem um gosto terrível para isso – murmurou Apolo.

- E parece que não mudou muito – disse Mike, sorrindo torto.

- Ei, meu pai é um bom homem, tá legal?! – exclamou Percy.

Merda.

- Oh-oh, então quer dizer que vocês têm, sim, uma relação?!

- Eu nunca disse que não.

- Então, Poseidon... O que acha que conhecer a sogra, hm? Antes que aconteça algum acidente...

- O que... mas... – começou Apolo. – Métis está morta. Morreu no parto de Athena, foi o que... O que disseram...

- Ah, sim, e quem disse? Zeus? Ah, sim, claro, Zeus também achava isso. Não foi difícil injetar algumas coisinhas em Métis enquanto os outros dormiam. No enterro, o caixão estava fechado. Fiz questão de cuidar disso nos mínimos detalhes – disse ele, fazendo gestos com a mão. – Ainda não respondeu se gostaria de conhecê-la...

I used to think I had the answers to everything

But now I know that life doesn’t always go my way

- Tudo bem, não precisa responder se não quiser – ele suspirou, estalando os dedos e assentindo para um outro homem.

- Você não seria capaz disso, seria?

- Aah, não? – ele disse, parecendo surpreso.

Apolo ia intervir, mas bem nessa hora, Cronos olhou para o lado e sorriu.

Seguindo seu olhar, encontrei uma outra mulher, mais velha, que por seu ar jovial, dava pra ver que tinha sido uma das mais bonitas no passado, e que eu não diria que era bem mais velha do que aparentava, se não soubesse exatamente quem era.

---

Ela tinha cabelos dourados, que caíam em cachos até a cintura – mas que agora estavam opacos, provavelmente pela falta de cuidados.

Seus olhos, cinzentos. Eram de uma cor totalmente diferente dos das outras pessoas. Quem teria olhos cinzas?

Mas, sim, aqueles tinham, sem dúvida, a cor de um dia nublado.

Algumas marcas de expressão apareciam, mas não eram tão fortes quanto deveriam, pois em nada a envelhecia.

O corpo, bem, o que dizer? Ela estava bem para a idade e isso basta.

As unhas eram compridas e não estavam pintadas, mas também não estavam em mal estado.

Mesmo se estivesse sendo mantida ali, estava sendo bem cuidada. Bem, não no melhor sentido da palavra, pois ela era uma... prisioneira. Mas, eu já tinha visto pessoas bem piores.

---

- Essa não é...

- É.

- Mas não pode, ela morreu!

- Ela não morreu.

- Claro q-

- Mas que porra, parem vocês dois! – explodiu Percy. Ele estava em melhor estado do que eu.

- Ei, Métis, querida – disse Cronos, passando os dedos pelo pescoço de Métis, que virou o rosto, cheio de repugnância. – Quer conhecer seu genro, hm? Olhe só, outra vítima de sua filhinha. Primeiro Mike. Depois Frederick. Olhe só quem está aqui, agora, Poseidon.

Quando meus olhos encontraram os dela, eu senti uma conexão. Mais forte do que qualquer outra. Era algo diferente. Como um espírito materno.

Ela conseguiu esboçar um pequeno sorriso, juntando os pontos, penso eu.

- Sabia que Athena acabaria encontrando alguém com potencial, do mesmo jeito que encontrei Zeus.

Sua voz tinha um som musical e transmitia experiência, dava vontade de pedi-la para falar mais... Como se fosse uma música mesmo.

Naquela hora, fui eu quem juntou os pontos. Eu sentia dois sentidos naquela frase...

“do mesmo jeito que encontrei Zeus.”

Então... ela realmente fora parceira dele... e Athena não falara nada... ou talvez não soubesse de nada. Pelo que eu sabia, Zeus não era o tipo de pessoa que ficava falando sobre a vida pessoal. Mas eu não poderia ter certeza, afinal, eu não era amigo dele, realmente.

- Métis. É você mesmo? – Apolo perguntou, fazendo a mulher sorrir afetuosamente. – Meu pai sempre disse que você tinha sido a pessoa mais maravilhosa... mais encantadora... mais... Tenho certeza que de todas as mães dos filhos que ele teve, você de longe foi a única que ele amou realmente. Mas agora... É uma pena que ele não tenha descoberto isso antes.

Ele olhou tristemente para baixo, fazendo com que o sorriso dela vacilasse.

- Era o que eu temia que acontecesse... – ela comentou, quase que para si mesmo.

- O que faz aqui? – perguntei.

- Cronos acha que me mantendo aqui pode fazer Athena falar algo – ela disse, revirando os olhos.

A semelhança é inegável.

Métis nem parecia incomodada com o fato de estar nas mãos de um cunhado-assassino.

- Falando nisso, onde está ela?

- Cronos deixou que Anfitrite a levasse...

Minha voz estava embargada, o que era estranho. Bem estranho.

- Você deixou que aquela vadia levasse a minha filha?! – ela gritou, dando um tapa em Cronos. – Ouça bem, seu traidor idiota, se aquela sua mulherzinha machucar Athena... Eu juro que mato você. Entendeu? Vocês dois.

Sua voz baixa e perigosa vez com que ele estremecesse de um modo constrangedor.

Era impressão... ou ele realmente tinha medo dela? Parecia até um garoto com medo da mãe quando fazia arte!

- Onde ela está?! Diga! Aonde ela está?

- Corredor – disse ele, a voz falhando. – Segunda porta à direita.


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