All I Want Is You escrita por Nunah, imagine


Capítulo 13
capítulo 12 - hurt




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Ponto de vista: Athena

Eu estava alterada. Era visível. E eu estava descontando isso em todo mundo. Mas será que ninguém entendia como eu estava? Poxa, meu pai tinha acabado de morrer.

‘Frederick’, ele dissera. Eu não conseguia acreditar. Não conseguia acreditar que depois de tudo... de tudo... ele pudera fazer aquilo. Não, não podia ser possível.

Mas aconteceu. Foi possível.

Argh, por que as coisas não poderiam ser mais fáceis?

E agora, o que vai acontecer? Com a empresa, com a missão, comigo? Ele era a única família que eu tinha realmente além de Annabeth.

Nós estávamos voltando para Miami. O funeral dele iria ser lá, nada mais do que justo.

Mas eu só tinha duas coisas na cabeça, dois objetivos: Eu iria terminar essa missão, com os outros três junto ou não. E eu iria atrás de Frederick; pra mim não importaria mais se ele é ou não o pai de Annabeth, agora ele será reconhecido como assassino do meu pai.

[...]

Era um salão amplo, espaçoso, no andar térreo do prédio da empresa, poderia até dar uma festa ali, mas naquele momento ele estava sendo usado para um velório particular. No meio dele tinha uma mesa de vidro com um caixão em cima, com meu pai dentro. É assustador pensar desse jeito.

Havia muitas pessoas ali, claro que eram só os que trabalhavam na Buddies, mas não importa, tinham desde os faxineiros (pessoas que nós tratávamos como qualquer outra, não importava a posição) até os maiores sócios. Meu pai sempre comandou essa empresa com punho de ferro, mas também havia os subordinados, como eu costumava chamá-los.

Eram nada mais que homens que estavam de olho na empresa, sempre tentando roubá-la da família, mas meu pai sempre teve um olho bom pra isso. Ele nunca deixava nada passar.

Eu me postei ao lado do caixão aberto e coloquei minhas mãos sobre as suas. Estavam geladas e ele estava pálido, mas sua expressão era serena, como se soubesse que no fim tudo daria certo. Eu sorri. Queria poder ser otimista desse jeito. Mas a verdade é que nem tudo pode acontecer do jeito que queremos.

Senti aproximações, quatro pessoas. Annie e Percy se posicionaram do outro lado da mesa, ela também chorava silenciosamente, assim como eu. Percy a abraçava com cuidado, sim, ele cuidava dela, eu tinha que admitir. Eles se gostavam mesmo. Decidi que continuar negando aquilo só me renderia mais dores de cabeças e problemas irrelevantes. E naquela hora eu não precisava de mais confusões.

Os outros dois eu reconheceria em qualquer lugar também: Poseidon e Mike. E aquilo não daria certo. Mike era um ex-namorado meu de muito tempo atrás, de quando ainda estávamos na faculdade. Sim, eu fiz faculdade e me formei em História da Arte, mas não vem ao caso agora. A questão é que Mike nunca superou a separação e estava sempre tentando me fazer voltar atrás.

Como eu deduzi, ele colocou uma mão em minha cintura e a outra sobre as minhas, suspirando. Pelo canto do olho vi Annabeth ficar confusa (e Percy mais ainda) e Poseidon parar no meio do caminho, relutante, travando o maxilar com uma expressão de desgosto.

- Ele foi um bom chefe. Um bom amigo se me permito dizer – Poseidon disse amargamente, me encarando no fundo os olhos.

- Um bom sogro – Mike disse. Fechei os olhos. Não queria ver a reação dos outros.

Abri os olhos de novo. Annabeth e Percy encaravam algo atrás de mim.

Me virei. Era Poseidon saindo por uma porta bruscamente, sem se importar com a tempestade que caía quase que furiosamente.

Ótimo. Agora ele estava revoltado e a culpa era minha. Toda minha. Mas eu não entendia, por que ele ficara tão bravo? Isso não deveria ser algo com que ele se importasse.

Não. Ele não se importa.

Tentei sair atrás dele, mas Mike me segurou pelo braço, onde mais tarde eu descobriria marcas vermelhas. E aquele aperto doía. Doía muito.

- Eu não vou deixar você ir embora de novo – ele disse cerrando os dentes e assumindo uma expressão diabólica.

Ponto de vista: Poseidon

Eu não entendia o que tinha acontecido comigo. Era algo novo. E estranho. Desconhecido para mim. Eu só sei que quando o vi com ela foi como se... como se me jogassem um balde de água gelada e eu começasse a congelar. Sozinho.

Ele... ele foi capaz de... de colocar a mãos dele na cintura dela e sobre as mãos dela. Eu pensava... eu pensava que ele era meu amigo e todo esse tempo ele... como eu não percebi isso antes? Eu o via todos os dias!, pensei, socando uma parede. Eu nem sentia mais dor. Porque aquela visão deles juntos, como um casal feliz, amortecia minha mente. Não era possível. Não podia ser possível.

Deus, o que estava havendo comigo? Eu simplesmente estava com vontade de explodir o mundo, de estrangular aquele desgraçado.

Michael. Mike. Tanto faz, é tudo a mesma porcaria. Ele não tinha o direito. Não tinha o direito de... de... de quê?

- Acho que alguém aqui está com ciúmes – ouvi Percy dizer, se sentando ao meu lado no banco, embaixo da chuva.

- Não me provoque Percy, não é uma boa hora – eu falei, fechando as mãos com força.

- Não estou provocando. Estou falando sério. Sua cara chegou a ser assassina – ele falou. Levantei os olhos esperando aquele sorriso debochado que ele tinha mas ele realmente estava sério.

- Eu. Não estou. Com ciúmes.

- Como queira então, só não diga que eu não avisei depois.

- Você está brincando, não está? – perguntei, mas ele apenas se levantou dando de ombros e voltando para o salão.

Por que as coisas não poderiam ser mais fáceis?

Ponto de vista: Percy

Era incrível como meu pai poderia ser ruim quando queria.

Ele tinha voltado para o salão e nem parecia o cara revoltado de minutos atrás. Ele estava ‘normal’, mas entenda que o normal dele é seduzir todas as mulheres que passam por seus olhos.

- Mas o que é que ele tem? – Annabeth perguntou acompanhando-o com o olhar enquanto ele pegava zilhões de números de telefones.

- Ele só está agindo... normalmente – falei, tentando me convencer.

- Ele está agindo feito um idiota. E eu tenho um nome pra isso: Ciúmes.

- Eu disse pra ele, mas meu pai é orgulhoso demais pra admitir uma coisa tão... constrangedora.

- Acha que ciúmes é constrangedor? – Annie perguntou, cruzando os braços – Então quer dizer que você não sentiria ciúmes de mim se eu reencontrasse um ex-namorado?

- Não foi isso que eu quis dizer. Você tem que parar de me comparar ao meu pai, sabe? Mas – eu falei, sorrindo ao vê-la ficar feliz -, vamos parar de falar deles. Isso é uma discussão sem fim.

- Desculpe, não foi minha intenção. Só que ciúmes é uma demonstração de amor e carinho e eu pensei que você me amasse – ela disse, fazendo bico.

- Eu te amo, sua maluca. E se algum ex-namorado chegasse perto de você eu o mandaria de volta pra casa numa caixa de sapatos – eu disse, sorrindo diabólicamente.

- Assim tá melhor.


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