All I Want Is You escrita por Nunah, imagine


Capítulo 14
capítulo 13 - father's son




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Ponto de vista: Annabeth

Eu não sabia porque minha mãe queria aquilo. Era meio sem noção ela pedir pra eu ir comprar testes de gravidez não era? Mas eu fui né, vai saber o que aquela mulher é capaz de fazer... ainda mais depois que ela estava tendo enjôos... é, acho melhor comprar os testes.

Comprei uns cinco e coloquei tudo dentro da bolsa, quando uma coisa me chamou a atenção: Um diário. Não passava de um caderno pequeno com capa de couro onde estava escrito em letras douradas Métis e embaixo Zeus. Dentro tinham páginas relatando acontecimentos, fotos envelhecidas, cartões de hotéis de todo o mundo, desenhos... enfim, era como se fosse uma linha do tempo de uma vida. Eu tinha pego aquele caderno do caixão do meu avô, escondida, antes de taparem. E alguma coisa me dizia que eu deveria entregar aquilo pra minha mãe.

Eu estava tão distraída que nem percebi quando saí da farmácia, então senti duas mãos fortes segurando meus braços e me colocando dentro de um carro preto de vidros escuros.

- Ei, me solta! – gritei, me debatendo, o que não adiantou muita coisa.

Era um homem. Meia idade. Cabelo cor de areia e olhos azuis. Eu já o tinha visto em algum lugar.

- Quem é você? – perguntei estreitando os olhos. Ele ainda me prendia contra o banco.

- Não reconhece mais o próprio pai Annabeth, estou ofendido – disse ele com um meio sorriso.

- P-pai?! – sim, eu estava muito assustada. E bota muito nisso. O que raios meu pai estava fazendo?

- Que decepção, não é mesmo priminho? – disse aquela voz conhecida. Rachel. Aquela coisa ruiva que me tirava do sério.

- Priminho? – perguntei, intercalando o olhar entre os dois.

- Ah sim, Fred é primo do papai Cronos, não é uma imensa coincidência?

- Uma coincidência, coisa ruiva? – falei, cerrando os dentes, eu não estava no meu melhor – O que vocês querem?

- Ah nós vamos apenas dar um... passeio – ela disse antes de dar partida no carro.

- E vejamos, o que temos aqui...? – meu pai disse, vasculhando minha bolsa antes que eu pudesse impedir. A sorte, a sorte que eu tinha escondido aquele diário em um fundo falso, vai que cai nas mãos de alguém... e agora que eu sabia que meu pai também estava metido com aquele cara que mamãe tinha que matar... – Testes de farmácia, Annie? São pra quem, sua mãe? – ele falou, ficando furioso do nada – Aquele... aquele filho da mãe do Poseidon engravidou ela, Annabeth? Annabeth Chase! Responda para o seu pai!

Ele ficava vermelho, azul, roxo, amarelo, verde, só faltava explodir de raiva. Ele estava... com ciúmes? Ótimo! Minha mãe sendo disputada por três caras retardados, só faltava essa!

- Não – eu falei. Não podia deixar ele saber a verdade, vai que ele tem problema do coração? – São meus.

- S-seus? Como assim seus? Você não tem namorado! – ele falou, ficando mais puto ainda.

- Não! Eu tenho um marido! – eu gritei, pegando minha bolsa de volta.

- Quem? Quem é ele? – ele perguntou com aquela careta assassina, mas eu não estava com um pingo de medo.

- Não. Interessa.

- Sua mãe não te deu educação, menina? – ele falou, baixinho. Ele sabia que falar desse jeito da minha mãe me deixava louca. Era o meu ponto fraco.

- Perseu Jackson! Está feliz? Ele é o meu marido! – eu não iria aguentar, acabei explodindo, levantando a mão e mostrando a aliança. Minha vontade era socar aquela cara de idiota dele e depois arrancar a cabeça dele e passar com o carro por cima.

- O QUÊ? – os dois gritaram em uníssono.

- O filho daquele... daquele...?

- O Percy me ama, Chase! Não é possível que ele tenha se casado com você!

- A verdade dói, não é mesmo ruiva? – falei, com desdém.

- Então aí vai uma verdade: Pensei que ia ser mais difícil matar seu querido avô – Frederick disse, sorrindo. Não. Não PODIA ser verdade.

- Como você pôde?! – eu gritei, levantando a mão automaticamente, mas ele pegou-a bem a tempo.

- Fácil. Por dinheiro você faz tudo, concorda Rachel?

- Claro. Papai paga bem seus empregados, Chase – ah, aquele bicho ruivo ia ser a segunda da minha lista.

- Vocês me dão nojo – sussurrei. Aquilo estava me embrulhando o estômago só de pensar.

[...]

Andamos mais por algumas quadras. Ele estava ao meu lado todo o tempo, me vigiando. Rachel às vezes me olhava pelo reflexo do espelho. E aquele silêncio pesado começava a me assustar.

- Onde estamos indo?

- Você já vai saber, mas antes acho que podemos fazer uma pequena parada...

- Fred, você ouviu. Era só pegá-la e seguir direto, não podemos nos desviar do curso.

- E desde quando eu sou homem de seguir ordens? – ele falou, agressivo – Se não gostou, pode ir então.

E ela realmente se revoltou. Saiu do carro xingando alto, nos deixando numa ruela escura. A última coisa que avistei dela foi seu cabelo cor de fogo entrando num táxi.

- E agora somos só eu e você – ele disse, com aquele sorriso diabólico, me assustando e coloccando a mão na minha coxa, massageando-a.

- O que quer com isso? – perguntei meio trêmula, tentando me afastar, mas não tinha mais espaço.

- Vamos brincar um pouquinho – ele sussurrou, levantando minha saia.

Dei uma joelhada no seu peito, mas parece que nem fez cosquinha. Ele travou o maxilar, se exaltando de novo, enquanto seus dedos se enroscavam no meu cabelo, jogando minha cabeça com força contra o vidro do carro, que eu ouvi trincar.

Eu sentia minha visão escurecendo enquanto via meus cachos loiros se tingirem de vermelho, eu sabia que estava perdendo os sentidos e não podia fazer nada. Eu sentia nojo daquilo, nojo dele, nojo de mim.

Percebi minha visão ficar embaçada, eu estava chorando. Porque eu nunca, em toda a minha existência, esperaria algo assim do meu próprio pai. Assassinato. Contrabando. Sequestro. Assédio. Minha mãe nunca me colocou numa redoma de vidro, mas eu agora eu me tocava com o que ela queria dizer quando olhava no fundo dos meus olhos e proferia aquela frase histórica: O mundo é um lugar perigoso, minha pequena. Eu tenho que te proteger.

Eu não tinha forças pra me defender, mas eu queria morrer. Eu queria desmaiar. Qualquer coisa que me fizesse apagar. Porque eu ainda estava acordada. E eu sabia o que estava acontecendo. Eu sentia. E eu não conseguia me defender, me sentia como uma marionete. Aquilo era uma tortura. Era como se ele quisesse que eu soubesse o que ele estava fazendo.

- Não estava com saudades do seu pai, Annie? – ele disse rindo.

- Você não é meu pai – eu falei, ainda que fracamente – Não me chame de Annie, assassino.

Ponto de vista: Percy

Eu estava desesperado. Onde Annie tinha se metido? Ela saíra dizendo que voltava logo MAS JÁ FAZEM HORAS! Estou começando a pensar muita merda. Muita merda mesmo. E olha que essas merdas não são difíceis de acontecer já que agora nós somos o alvo de todos praticamente.

E eu tenho quase certeza que Annie foi sequestrada. Quase.

Ouvi um barulho. Ah sim, é meu celular.

- Alô? Percy?

- Rachel?! Como você tem coragem de me ligar? – falei, sobressaltado por aquela voz conhecida.

- Desculpe Percy, eu sei que não é uma boa situação mas eu só eu peço uma trégua de minutos.

- O que você quer?

- Annabeth. Eu sei aonde ela está. Eu e Frederick deveríamos sequestrá-la e fizemos isso mas, ele acabou surtando e me expulsando da missão. Percy, eu conheço ele. Mais do que você ou até Annabeth. Eu sei do que ele é capaz, Percy. Ela está grávida. Ele vai matá-la. Mas tenho quase certeza que ele vai fazer mais do que isso se é que você me entende.

Eu não conseguia raciocinar direito. Annabeth. Sequestro. Rachel. Frederick. Gravidez. Matar.

- Percy?

- Aonde eles estão?

[...]

Saí do prédio quase soltando fumaça. Eu tinha ficado num quarto separado com Annabeth. E sim, Athena e meu pai estavam em quartos separados. Mas não vem ao caso.

Eu não queria incomodá-los com aquele sumisso de Annie. Talvez depois que ela estivesse bem e porra, ela estava grávida! Grávida! Eu vou ser pai! Ou... eu seria pai... um bebê. Uma criança. Por que ela não tinha me contado poxa? Mas, eu vou ser pai, quer felicidade maior?

Peguei um carro que tinha ali emprestado e saí em direção à rua que Rachel tinha me informado. Eu ainda não acreditava que ela tinha meu número.

E eu sabia que aquilo podia ser só uma armadilha mas poxa, é Annabeth! Ela sumiu. E se fosse mesmo verdade? Eu não poderia deixar ela morrer pelas mãos do próprio pai! Frederick! Como ele podia fazer aquilo? E depois dizem que é o meu pai que não tem coração. É cada um que me aparece...

[...]

Era uma ruela mal iluminada e deserta. Não tinha nem sinal de carros ou pessoas. Eu já estava quase desistindo de procurar por um carro quando tropeço em alguma coisa...

Um sapato de salto alto preto. Annabeth.

Até que eu a vi. Ela estava lá. Caída no meio da rua, de braços e pernas abertas. Tinha sangue por todo seu corpo. Era algo meio que surreal mas... eu não podia entrar em choque. Não agora. E sua bolsa também estava lá, me surpreendendo.

Corri até ela e quando vi que estava respirando com os olhos meio abertos meu coração falhou uma batida. Era uma felicidade imensa que eu não sabia como não tinha explodido. Então eu tive certeza: Eu realmente a amava. Senão por que eu estaria tão desesperado e feliz ao mesmo tempo?

- Annabeth, você está viva... Annie, olha pra mim, Annie, eu te amo. Eu não vou deixar nada acontecer com você nem com o nosso filho.

- Q-que filho? – ela perguntou com uma expressão confusa. E foi assim que ela apagou.


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