Ponto de vista: Annabeth

Nós tínhamos voltado para o hotel. Quer dizer, pro hotel deles não é? Porque pro nosso eu não tenho coragem de voltar não. Não tô nem ligando se aquela mãe-vadia-da-vadia-que-roubou-meu-namorado pagou a nossa estada, mas eu não pago.

Percy tá meio estranho, sabe? Ele tá sentado numa cadeira na varanda desde a hora em que chegamos, olhando o céu distraído. Acho que foi forte demais pra ele descobrir que Rachel só estava com ele pra ‘retirar informações’ se é que me entendem. Ela é uma vadia mesmo.

Sabe, quando eu descobri que ela tinha roubado meu namorado (que também não valia nada) eu fiquei péssima, mas com certeza não fiquei como o Percy. E isso me lembra que eu tenho que conversar com ele, que me lembra que ele é meu marido e que me lembra que nós ainda temos que contar isso pros nossos pais e...

Vish, não quero ver a reação da minha mãe.

Me levantei da cama, onde eu estava sentada abraçada a um travesseiro pensando na vida, e passei pelos dois que conversavam sobre o que fariam agora; eu pensei que eles se odiassem mas, situações desesperadas exigem medidas desesperadas, não é mesmo?

Tranquei a porta da varanda para eles não atrapalharem a conversa e olhei pra Percy que só com o barulho do trinco, acordou do mundo da lua. Suspirei e coloquei as mãos na cintura, exigindo uma explicação. Ele abriu os braços e pediu que eu me sentasse em seu colo, continuando com o nosso ‘diálogo silencioso’.

Tentei não grudar muito, eu ainda não esqueci da burrada que ele (diga-se nós) fez naquela Suíte Presidencial. Mas isso não adiantou de nada já que ele me puxava mais ainda contra seu peito.

- Me abraça – ele pediu com uma voz chorosa; e eu não consegui resistir. Passei os braços em sua volta, sentindo seu perfume levando embora todo o meu bom senso – Eu preciso de você agora, Annie.

- Só agora? – perguntei sentindo uma pequena mágoa, será que ele ainda gostava dela, mesmo depois dela fazer tudo isso...?

- Me desculpa, Annie, você deve estar sofrendo com isso, não é?

Sim, eu estava, e muito. Eu não gosto dele, tá? É só que... poxa, ele é meu marido agora.

- Percy, você ainda a ama?

- Amor é uma palavra muito, muito, muito forte.

E... bem, vocês já devem saber que a gente se beijou depois, não é?

Mas não demorou muito porque POFT.

- Que porra é essa? – ops, sogrinho na área.

- O que que... QUE PORRA É ESSA? – é, essa é a minha mamis, oi mamis – Olá, será que DÁ PRA DESGRUDAR ESSAS BOCAS?

Ah. É. Esqueci.

Pulei do colo dele e encarei a minha mãe séria.

- O que deu em vocês? – ela perguntou.

- Amor! – gritou Percy mostrando a aliança. 

- E álcool – completei.

Fudeu.

- Deixa eu ver isso aqui – disse Poseidon pegando a aliança do Percy – Annabeth Jackson – ele leu e olhou para Athena.

- Olha mãe, eu posso explicar.

- Não, você não pode, você VAI EXPLICAR.

- Perseu? – disse Poseidon.

Já sacaram que quando estão bravo com ele, é sempre ‘Perseu’?

- Pai... – ele se levantou, abriu os braços e sorriu – É VEGAS!

E eu que pensei que ele ia dizer algo que prestasse.

EU QUERO A MINHA MÃE, BUBUBU. Epa, acho melhor não.

- Annabeth Chase!

- É Jackson – falou Percy.

- Tanto faz, Perseu! Você é um canalha como o pai! – gritou ela com o dedo no peito dele.

- E meu marido!

- Você não me achava um canalha ontem, Athena – disse Poseidon.

- Eu estava bêbada, idiota!

- E isso não te impediu de nada – ô homem que gosta de provocar.

- Tive uma ideia – disse o retartado do meu marido (é tão bom dizer isso) com as mãos pra cima – Por que vocês não se casam e vivem felizes para sempre?

- Eu disse isso pra ela, mas ela me ouve?

- Poseidon, de que lado você está?!

- Ontem eu estava por cima, querida.

Puta que pariu, tô me segurando pra não rir.

- Não dá pra falar sério com vocês mesmo, não é? – ela disse, nos dando as costas.

- Calma, Athena! – Poseidon disse, seguido de uma batida de porta – Se ela beber de novo, é melhor vocês não estarem aqui quando voltarmos – ele sorriu, abrindo a porta – Felicidades!

No fim das contas, eu tenho que agradecer à minha mãe por nos poupar de duas broncas; mas essa história não termina aqui. Não mesmo.

- Então, já que teremos que sair daqui... por que não aproveitamos o momento? – sussurrou Percy me deixando arrepiada.

Olhei e vi aquele sorriso safado de novo.

- Hm, não sei não... – fingi estar pensando – VAMOS LOGO!

Ponto de vista: Poseidon

Então eu vou lá, mais uma vez, atrás da loira. Por que eu ainda faço isso?

Deus, o que ela vai fazer naquela boate? Beber? OMG, Zeus vai me matar.