Ino's POV

Eu não deveria estar triste. Foi escolha minha, no fim das contas.

Estou sendo conduzida por uma gorducha chamada Irmã Paulina até um quarto novo, nessa nova casa. Ela me disse que tem uma menina lá, e que nós vamos nos dar bem. Será?

Enquanto caminho, me lembro dos detalhes das decisões que tomei...

Era noite. Meu pai e minha mãe se assentaram comigo na sala e tinham alguma coisa importante para me falar. De repente eu senti medo. Será que iriam se separar? O que fariam comigo? Eu ia morar com quem? Me assentei na sala.

- Filha, seu pai e eu andamos conversando e tomamos uma decisão muito importante. - disse mamãe, o olhar orgulhoso.

Meu coração pulou. Iam se separar, iam sim. É claro que iam.

- Nós escolhemos o seu noivo. - papai disse com tranquilidade.

COMO É QUE É? COMO ASSIM ESCOLHERAM MEU NOIVO? EU TENHO SEIS ANOS! SEEEEEEEEEEIS!

- O nome dele é Sai. É claro que só vão se casar quando você crescer, mas você tem que entender que ele é filho do meu sócio, então é importante que você...

- Vocês piraram? - eu disse, indignada. - Eu tenho seis anos, não podem escolher meu noivo.

- Filha, você está prometida desde que nasceu.

- Por que não prometem minha irmã? Ela só é 1 ano mais nova que eu.

- Filha, tente entender...

- Não tento nada!

Foi assim desde que nasci. É claro que eles mandam em mim, são meus pais. Mas daí a me tirar o direito de escolha?

- Pai, crianças têm direitos, existe um esta... esta... estatuto! Estatuto da Criança e do Adolescente.

- Há! - minha mãe riu. - Eu sempre disse que criança e informação era uma combinação perigosa.

- Isso, queridinha, não está no tal Estatuto. Vai se casar com Sai, e pronto. Eu sou a ordem aqui. - meu pai foi categórico.

- Pode mandar em mim, mas não nas minhas escolhas. Pode me vestir de branco e me mandar para o altar, mas eu já vi novela, na hora é só falar não!

- Eu deserdo você!

- Faz o quê? - o que é deserdar?

- Se você não se casar com Sai, não é mais minha filha! - ele disse.

- Então não sou. Quem sabe assim eu possa fazer minhas próprias escolhas.

Então, corri para o meu quarto e começei a colocar minhas roupas em uma mala. Minha mãe entrou.

- Ino! O que pensa que está fazendo!

- Vou sair daqui! - e ela agarrou meu braço.

- Não vai não. Você não vai a lugar nenhum. Como espera se virar com seis anos?

- Me deixem aqui, e farei da vida de vocês um inferno! Quando crescer vou começar a usar drogas e me vestir como aquelas mulheres que você odeia, aquelas que você chama de "puta", e vou falar na televisão que vocês são os piores pais do mundo!

Minha mãe estava possessa de raiva, mas foi o bastante.

- Arrume suas malas. Amanhã você vai para um orfanato.

E aqui estou eu. Sendo conduzida pela irmã em direção a um mundo novo e desconhecido, mas com certeza, melhor.

Ela parou em frente à uma grande porta. Está batendo.

- Sakura-chan, Você já acordou?

- Sim! - ouço uma voz lá de dentro.

- Sou eu a Irmã Paulina!

A porta se abriu.

- Oi irmã!

Olho para a menina na minha frente. O cabelo dela é rosa, que estranho, mas é bonito. Usa um vestidinho vermelho e uma franja repicada que esconde sua testa. Decidi cumprimentá-la.

- Prazer, sou Yamanaka Ino!

- Olá, sou Haruno Sakura!

Então foi assim!

Continua...