Tanya Denali escrita por AnnaJoyCMS


Capítulo 6
Capítulo 5. Athenodora


Notas iniciais do capítulo

N/A: Aí está mais um capítulo! ;*
Boa leitura!



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5. ATHENODORA

Quando cheguei ao pequeno hotel em que me hospedara em La Chiostra, escalei até a janela do meu quarto e arrumei minhas coisas me movimentando como um furacão. Não poderia permanecer nem mais um minuto aqui e correr o risco de ser rastreada. Logo sentiriam meu cheiro em um dos quartos em que estive no castelo Volturi.

Desci pela janela carregando toda minha bagagem, facilmente, e agradecendo internamente, por ter usado um documento falso, com um nome completamente diferente para me hospedar aqui. Se algum deles seguir meu rastro até aqui, não encontrará nos registros do hotel qualquer ligação comigo. Nem mesmo se algum funcionário do hotel fosse levado à presença de Aro, haveria risco de me descobrirem, uma vez que eu permanecia no quarto, durante o dia e dispensava a camareira, saindo somente durante a noite, pela janela. Ainda assim, eu precisava continuar contando com a sorte...

Minha mente pesava todos os riscos e tentava avaliar todas as possibilidades, minuciosamente. Eles não seriam tão indiscretos a ponto de levar todos os funcionários do hotel à Volterra para que Aro pudesse ler o pensamento de todos eles, seriam? Não. Eu suponho que não...

Acelerei o carro que havia alugado pela madrugada da Via Volterrana. Olhei o endereço no envelope que Gianna me confiou e segui direto para Florença, onde embarcaria em um trem para o norte. Era lá, na região dos Alpes, fronteira com a Suíça, que eu deveria encontrar o irmão a quem Gianna queria que eu entregasse a carta.

Com o carro já seria mais difícil pegarem meu rastro. Mas eu só ficaria totalmente tranquila mesmo, quando estivesse dentro do trem. Contudo, o carro alugado, desta vez, era veloz e pude acelerar ao máximo. Eu o abandonaria em Florença.

Neste instante, o celular vibrou insistente e exigente, em meu bolso. Era Eleazar, que já havia voltado para Denali há um mês, sem ter encontrado nada na Ásia:

Tanya! – ele gritou agitado. – O que houve caríssima?

– Acalme-se Eleazar, explicarei tudo. Tenho muito para lhe contar!

– Carlisle me ligou a pouco, muito preocupado com você. Ele me disse que Alice tem te monitorado desde sua conversa com ele no Brasil, e somente hoje ela pôde fixar com timing mais preciso sua entrada em Volterra, para esta noite... Os Cullens estavam em alerta te monitorando, desde então, durante toda a noite!... Carlisle só não pegou um avião para ir encontrá-la porque Alice garantiu que você ficaria bem...! – ele tagarelava em velocidade inumana. – Mas houve um momento bem tenso, causado por alguma decisão repentina sua, de entrar no castelo. Ele me disse, ainda, que Alice te vê, agora, em uma região alpina, na Suíça, talvez...

– Pois bem, vou-lhe explicar. – eu dirigia e conversava ao telefone com Eleazar facilmente. – Eu estive lá dentro, Eleazar! Entrei nos aposentos de Caius. Arranquei duas folhas do diário de Athenodora e roubei o seu livro diário do ano de 1207, que estava arquivado na estante.

Tanya, você o quê?! – Eleazar sibilou em pânico.

– Eleazar, me escute. Ninguém me viu! Eu não pretendia entrar lá quando fui até Volterra esta noite, mas aproveitei uma oportunidade única. Heide chegava com um grande grupo de turistas humanos. Todo o clã e também a guarda pareciam esperar por ela. Além disso, Alec, Demetri e Félix não estão aqui. Saíram há dois dias, acho que para alguma faxina. Então, até que Demetri volte, meu rastro já terá desaparecido.

– Mas você tocou em muitas coisas, Tanya...

– Não, Eleazar, eu usava luvas. Ainda estou com elas. Isso vai dificultar as coisas para eles, principalmente, sem Demetri lá. – eu estava satisfeita. Como tudo pôde ter dado tão certo?!

– Bom isso, de fato, ajuda...

– Não vou para a Suíça, preciso entregar uma carta aqui na Itália mesmo, bem ao norte, fronteira com a Suíça. Acho que tenho muito que ler na viagem de trem!

– Entregar uma carta?!Do que você está falando, Tanya?

– Sim, recebi a missão de levar uma carta de uma humana, muito especial! Quando chegar aos Alpes, eu faço novo contato com você, e respondo todas as suas perguntas, irmão.

– Está bem, mi querida. Fico aguardando.

Quando cheguei a Florença, já estava claro, mas pude alcançar a estação antes que o sol estivesse alto. Abandonei o carro em um edifício-garagem ao lado da estação, comprei uma passagem com facilidade e embarquei me trancando sozinha em uma confortável cabine privativa.

Resolvi reler todo o conteúdo das folhas do diário recente que eu arranquei, antes de voltar ao século XIII, lendo o livro diário todo. Abri as páginas cuidadosamente e comecei a ler do início:

.

“Hoje, de fato, é um dia importante nesta vastidão de eternidade estéril que tenho. Finalmente, os historiadores contratados pelo detetive deram notícias. Eu mal posso acreditar... Eles conseguiram, de fato, encontrar meus descendentes. Meus e de Rômulo. Esperei tanto por estas notícias. Esperei tanto pelo dia em que saberia onde eles estão...

Quando Paolo sugeriu que eu financiasse as pesquisas da universidade sobre os possíveis descendentes do primeiro rei de Roma, não acreditei que daria certo. Não imaginei que eles poderiam encontrar alguma coisa. Qualquer coisa sobre os filhos, e os filhos dos filhos do meu próprio filho que Caius matou.

“Minha espera agora chega a termo... Após oito séculos, finalmente, vou reencontrar meu amor... Não em carne e osso, mas em sangue. O sangue que corre nas veias dos descendentes de sua linhagem. O meu sangue também corre naquelas veias... O fruto do meu amor verdadeiro, Caius pode tê-lo destruído, mas ele deixou descendente. Meus descendentes também... Vagando errantes pelo mundo...

.

Comecei a montar as peças deste quebra-cabeça. Então, Athenodora teve um filho de Rômulo, o primeiro rei de Roma. Com toda certeza, ainda em sua vida humana; antes de, possivelmente, Caius tê-la transformado em uma vampira... Eleazar e Carlisle vão adorar saber disso!...

E, pelo que está escrito aqui, Caius matou este filho... Quando? Como?

Mas ficaram descendentes vivos... Onde? Como foi possível escondê-los da ira de Caius?

Eu só espero que eu tenha roubado o diário certo, que responda a todas estas minhas perguntas...

Bom, este Paolo deve ser como um testa-de-ferro, um intermediário entre ela e os pesquisadores que ela está patrocinando. Ela deve estar escondida nisto, com certeza... Ou será que Paolo é o próprio detetive? Talvez...

Ou será algum vampiro da guarda, que seja da confiança de Athenodora e que sirva como intermediário entre ela e o tal detetive? Bom, isso, talvez, Eleazar saiba responder...

.

“Uma delas estava tão próxima e eu não sabia... E agora, o que será dela? Preciso encontrar uma maneira de tirá-la daqui... Mas como? Ela nem mesmo sabe que sou sua aliada... Nem ao menos sabe que ela precisa fugir daqui...

Se Caius descobrir que uma descendente de Rômulo vive, aqui, bem embaixo de seu nariz... Isso seria desastroso! Mas, ele não tem como saber disso...

Ela quer ser uma de nós... Seria isto possível? Ela não tem o sinal. As mulheres de sua descendência não apresentariam o sinal, mas poderiam passá-lo para seus filhos varões...

Oh, como eu gostaria de tocá-la, abraçá-la e contar-lhe tudo! Quem sou eu. De quem ela descende. Dizer que ela é fruto de um amor imortal. Contar a ela sobre sua ascendência de guerreiros imortais... E o irmão?! Por Júpiter! Será que ela o conhece? Será que ela, ao menos, sabe que tem um irmão? Tão próximo, na fronteira com a Suíça... Oh! Será que ele tem o Sinal da Lua Cheia?”

.

Ok! Agora eu virei um bloco de gelo em resposta ao que acabei de ler! Ela só pode estar se referindo a Gianna, a jovem que está morrendo grávida dentro daquele covil. Quem mais estaria tão perto? Quem mais tem um irmão na fronteira da Suíça? Não era pra lá que eu estava indo? Entregar a carta que ela me confiou?!... E que história é essa de Sinal da Lua Cheia que somente os descendentes varões têm?

Senti uma pontada de choque na boca do estômago quando me dei conta do quê precisa de lua cheia. Ou melhor, quem precisa...

Lobisomens! Filhos da Lua precisam da lua cheia! Não são como os metamorfos de La Push... Só se transformam em noites de lua cheia.

É isso! Quando ela fala em descendentes, em linhagem e guerreiros imortais; ela não está se referindo somente à descoberta histórica de que o primeiro rei de Roma – o grande Rômulo – deixou descendente. Ela está dizendo que estes descendentes – e muito provavelmente, o próprio Rômulo – fazem parte de uma linhagem de lobisomens Filhos da Lua! Uau! Mas isso é nitroglicerina pura!

Mas, é claro! Por isso Caius tem tanto ódio e pavor dessas criaturas! Por isso ele os perseguiu e quase conseguiu extingui-los! Ele perseguia não somente lobisomens, mas também descendentes do seu rival na preferência de Athenodora; descendentes da própria Athenodora.

Mas, eu estava certa, ainda resta algum...

Provavelmente foi o próprio Rômulo, o lobisomem que quase matou Caius em uma luta. Talvez, uma luta para defender a amada que, não sei como – mas vou descobrir – acabou se vendo desejada por um vampiro!... Minha mente estava a mil, com tantas conjecturas.

Eu simplesmente não posso acreditar nisso!

Agora, estou eu aqui. Indo ao encontro de um possível lobisomem Filho da Lua, com uma carta de sua irmã grávida e moribunda; com a notícia de que ele descende de Rômulo, o primeiro rei de Roma, e Athenodora, vampira casada com Caius Volturi, que por sua vez, poderia matá-lo se soubesse disso e tivesse a chance de encontrá-lo.

Irmã grávida e moribunda?!... Não. Eu me recuso a pensar nisso agora...

Peguei no celular pensando, por uma fração de segundo, em ligar para Eleazar e Carlisle e contar-lhes toda essa história o quanto antes. Mas desisti... Resolvi ler o diário do século XIII primeiro. O registro de Athenodora nas folhas atuais que eu arranquei seguiu sem outras grandes revelações, mas mostrando o quanto a proximidade de Gianna a angustiava.

Peguei o antigo livro de capa dura, cuidadosamente. A capa era revestida com couro marrom. O rótulo, em que se lia o ano 1207, era uma pequena placa de ouro gravada com os números em algarismos romanos. O papel, muito delicado, era visivelmente trabalhado com substâncias especiais muito utilizadas em museus para restauração e conservação de documentos históricos antigos. Mas não acredito que tenha sido escrito no século XIII, caso contrário, não teria suportado a viagem até aqui, sem qualquer proteção, como eu o trouxe. Ela deve ter começado a registrar suas reminiscências alguns séculos mais tarde... Quando o tédio se tornou insuportável...

Respirei fundo. Desnecessário, mas ajudaria a me acalmar e concentrar, para voltar oito séculos no tempo, através da narrativa atormentada de Athenodora.


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Notas finais do capítulo

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bjokas! *.*