Suffocate escrita por GreenDay


Capítulo 1
Cause I know that I will suffocate




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/124507/chapter/1

Afaguei Jakob em meu peito e fiz algumas notas mentais.
Desci para meu pequeno estúdio no porão, e peguei uma velha caixa com fotos minha, de Mike e nosso amigo de infância Brando, que a pouco tinha cometido suicídio. Dentre as diversas fotografias gastas, uma parecia cravar alfinetes em meu coração. Era nosso primeiro show na Gilman Street, que ao contrário do que tentei me convencer todos esses anos, ainda é a parte simples e homogênea de mim. Apoiei a cabeça em meus punhos por alguns segundos, e senti uma leve pressão em um dos meus ombros.
- Está tudo bem? Billie, eu sei que é demais…- Falava Addie em tom preocupado.
- Addie, me responda uma coisa. Valeu a pena? - Perguntei interrompendo-a - Valeu a pena, você sacrificar sua vida toda por mim? Valeu a pena o tempo todo?

Adrienne estava visivelmente transtornada. Virou-se para para mim, e me fitou por meros segundos, parecendo calcular as palavras.

- Claro- Disse ela com a voz trêmula - Minha vida não foi sacrificada, você me fez feliz todos os dias, independente do que estivesse acontecendo sabia que tudo ia ficar bem, e não importa que rumo tudo tome, eu estarei lá, sempre.

Equilibrou-se em seus calcanhares enquanto encostava seus lábios nos meus.

- Eu te amo - Falei com a mesma intensidade que da primeira vez que o fizera.
- Eu te amo - Disse Addie sentando na ponta da cadeira e encostando a cabeça em meu ombro.

Já era noite, e eu saí para minha habitual volta noturna. Arranquei o carro do sinal deixando suas marcas no asfalto, e parei bruscamente quando percebi que havia chegado no ponto mais alto da cidade, onde era possível ver toda a Bay Area, onde eu havia crescido, onde era meu verdadeiro lugar. Subi no capô do carro, e concentrei-me nas luzes piscantes da cidade abaixo.

- O que estou fazendo da minha vida? - Perguntei com a esperança de uma epifania resolver tudo.

Respirei fundo e fechei os olhos. As palavras agora ecoavam pela minha mente.
"Eu não deveria estar aqui, eu sei que não. Não deveria ter abdicado tudo, não era isso que eu queria deixar, eu não podia te-lo feito"

Abri os olhos novamente, e parecia ter se passado uma eternidade.
Minha boca estava estranhamente seca, e tudo era embalado pelo som de "Losing My Religion", o que não parecia ser apenas fruto de minha imaginação. Olhei para o lado procurando o gerador de tal melodia acalmante, quando vejo a vaga sombra de um carro entre as árvores, com alguém, assim como eu, deitado no capô do carro fingindo que vai ficar tudo bem. Por um minuto pensei em sair dali, mas algo parecia me manter lá. Tudo parecia tão bem e reversível, aquela música que me levava ao conforto de não ter que tomar decisões, e aquele desconhecido era a única pessoa que eu gostaria de estar a doze metros de distância, exatamente naquele momento.

Relaxei minhas pálpebras e deixei que o ar tocasse cada centímetro de meus pulmões. O vento úmido que vinha da baía parecia renovar as células do meu rosto, e de repente me esqueço do propósito de estar ali. Olhei o relógio do celular, pelo vidro do carro, e já tinha passado consideravelmente da hora de voltar para casa. Contra vontade, desci do capô do carro e entrei nele novamente. Girei a chave e todos os problemas pareciam voltar simultaneamente para o mesmo lugar que estavam antes.

Dirigi pelas ruas precariamente iluminadas de Oakland e voltei para casa.
Tudo era calmo e extremamente silencioso. Exceto pelos latidos escandalosos de Cleo ao me ver entrando.
Subi as escadas, fazendo o único feixe de luz, que saia do quarto do Joey, desaparecer.
Segui apalpando as paredes do corredor até finalmente encontrar o interruptor. Abri a porta do quarto o mais cuidadosamente que pude, e fitei a suave expressão de Addie que dormia tranquilamente, com a branda luz do luar marcando seus traços. A admirei por alguns minutos e me deitei ao seu lado.

O dia amanheceu dolorosamente em meus olhos, levantei e me arrastei para cozinha.
Tomei minha dose diária de cafeína e coloquei os meninos para escola. White, um dos meus melhores amigos, apareceu para umas demonstrações inscritas para a Adeline Records. Devo dizer que pouquíssimas eram esperançosas. A maioria eram de adolescentes em busca de sucesso repentino ou até mesmo plágios mal-feitos de minhas próprias músicas.

Selecionamos algumas , enquanto a Jana mostrava algumas ideias de roupas para a Adeline Street. Já tinha se passado o dia todo e estávamos tomando umas cervejas no deck, e falando sobre os velhos tempos.

- É tanta pressão. Sou pressionado de todos os lados, o tempo todo. Não quero cometer os mesmos erros de novo, não quero confundir minhas prioridades. As vezes fico me perguntando, se o tempo do Green Day já não devia ter se acabado por si só.

- Do que você está falando? Green Day está no auge, só aguente, é muita pressão…

A voz do White foi substituída pelos meus pensamentos trituradores novamente. Só consegui concordar com a Cabeça.
Mais tarde quando White já tinha ido embora, eu jogava pingue-pongue com meus garotos, apesar de tudo que acontecia, não queria passar meus problemas para eles.

No outro dia, saí cedo e fui me encontrar com Mike e Tré no estúdio, para ter uma ideia do novo álbum.

Mike já havia chegado, e conversava com os assistentes de produção enquanto todos tomavam café.

- Alguém aqui vai trabalhar hoje? – Falei pegando uma xícara de café , enquanto todos riam.

- Você já tem coisas prontas, digo, uma noção? – Perguntou Mike, com um tom um tanto preocupado.

Não havia mostrado minhas composições para ninguém ainda, era algo que eu queria trabalhar sozinho antes. Esses últimos meses foram definitivamente cansativos, logo que acabou a turnê, tive cinquenta severas apresentações na Broadway.

- Não se preocupe, já tenho mais ou menos um caminho. Vamos esperar o Tré -falei sentando-me do lado dele.

Conversamos por um tempo, e dentro de alguns minutos Tré chegou com a maior cara de ressaca.

- Bom dia – Disse andando em nossa direção.

- Ok, agora vamos resolver as coisas –Disse o produtor empurrando as pessoas para fora da sala.- O que tem aí?

- Ahm, eu gostaria de conversar primeiro com a banda, se não se importa – Falei, fazendo-o sair da sala juntamente com o último assistente que fingia arrumar os instrumentos.

- Vou mostrar uma para dar uma idéia –Falei pegando o violão e começando com as primeiras notas, um tanto diferentes das usuais.

- “I haven't got much time so I'll get to the point you wanna share a ride, and get the fuck out of this join…” –Comecei

O olhar deles foi de surpresa, incertamente demonstrando se era boa ou ruim.

- Argh – Falei levantando a cabeça – Vocês realmente querem continuar com isso? Quer dizer, eu quero continuar com isso? O que viramos, afinal?

- “Tudo o que prometemos destruir” – Disse Tré em tom de deboche – O que quer dizer com isso, Billie? Fizemos as escolhas certas, somos caras espertos.

- …Estamos no topo do mundo. E agora? Não tenho certeza se tudo valeu apena, não sei se é aqui que deveríamos estar - Continuei, ignorando as palavras de Tré.

- Eu sabia que isso ia acabar acontecendo. Eu sei que depois de Warning tivemos que fazer alguns sacrifícios para ter realmente valido a pena. Mas agora julgo um pouco tarde para não tomar uma decisão, já tomada há anos.

- Eu sei – Disse ouvindo atentamente o que dizia Mike – Mas pelo menos poderíamos acabar com isso de vez, e tentar sair com o resto da dignidade.

- Isso não faz sentido…- Continuava Tré – Você quer o que? Acabar com o Green Day?

- Não sinto o mesmo amor que sentia pela música, não sinto emoção de estar nos palcos. Não quero tocar por tocar. Não quero continuar com isso por dinheiro. Se teve alguma uma coisa a qual me apoiei em toda a nossa carreira, foi que eu estava fazendo o que eu amava, e o dinheiro era só uma consequência necessária.

Todos ficaram calados por um momento, e eu me levantei colocando o violão do lado.

- Vocês sabem que é verdade – Disse enquanto caminhava em direção a porta.

Eu não queria faze-lo, de qualquer forma. Não me sentia no direito de fazer isso, de acabar com a banda que também era deles. Não podia ser tão egocêntrico a ponto de dar um fim, em algo que todos nós criamos, em algo que eu mesmo mudei. Entrei porta a dentro novamente, e eles estavam estáticos olhando um para a cara do outro.

- Você sabe, não é o fim da banda. Green Day é minha vida, só precisamos de umas férias, sabe? Estou sendo testado todos os momentos, por tudo que eu amo, eu só não quero que tudo vire apenas trabalho, vire o que está virando. – Falei nervosamente – Mas preparem as roupas de gatuno, que o Foxboro vai aliviar as tensões.

- Precisamos de um tempo mesmo, tenho que ter tempo para a Ryan. Quero estar lá quando ela der os primeiros passos, como não vi de nenhum dos outros. – Disse Mike lamentando-se.

- Quero fazer algo mais interno dessa vez. Algo mais interno, sem me preocupar se será bem sucedido. Quero algo para ficar para a gente, para se orgulhar.

Depois de resolver todos os assuntos pendentes dos últimos cinco anos, saí ridículamente alíviado. Caminhei até o carro me lembrando da clássica cena de “Wall Street”, onde o Charlie Sheen está na varanda de samba-canção perguntando: “Quem sou eu?”. Eu e Mike sempre fizemos muita piada sobre isso, e sabe, isso agora não me parece tão estúpido. Sei que havia perdido muito de mim dentre tudo que passei, as vezes forçadamente tendo que me esconder e aceitar. Mas também sei que não poderia voltar a tudo o que era antes, afinal, também tinha mudado por mim mesmo.
Encostei o carro em um encostamento e joguei minha cabeça na direção. Ali fiquei durante alguns minutos, quando tive coragem de abrir os olhos e ver um papel preso no carpete, com o nome de Wendy e um número que parecia ser escrito com batom. Fechei os olhos novamente tentando ignorar aquilo, mas por algum motivo, tive que pegar aquele pedaço de papel, que agora percebia ser um guardanapo, e digitar o número no ecrã do celular. Chamou algumas vezes até que uma voz reconfortantemente familiar disse:

- Oi? Erm, Ernie largue isso… Alô?

- Ahm, Wendy? É o Billie Joe, lembra de mim? – Falei com a voz mais aguda que esperava.

- Billie? Ah, oi Billie, claro que lembro, na verdade estou um tanto surpresa de lembrar de minha existência agora.

- Desculpe Wendy, eu andava meio ocupado, uma fase meio difícil... Mas diga, como anda a vida?

- Ah, mesma merda de sempre. Mas me diga, porque se lembrou de mim agora?

- Você é minha amiga e, erm, queria conversar contigo, talvez tomar umas cervejas…

- hm, tá certo. Eu estou livre hoje, no AIR Lounge ás oito. Se você não estiver lá, mudo o número do telefone. – Disse Wendy batendo o telefone no gancho.

Wendy era a mesma desde a última vez que a vi. Grossa as vezes mas com o coração gigante e disposta a te ajudar quando você precisa. A conheci no primeiro show do Foxboro, ela desde o começo me chamou atenção por estar sentada, com um vestido florido que sugeria ter roubado do guarda-roupa de sua mãe, completamente diferente de todos que se encontravam lá.
Olhei o relógio e ainda era meio-dia. Bufei me reencostando no acento,e fingindo fazer planos para a vida. Ou pelo menos para o resto do dia.
Peguei meu violão na parte de trás do carro, e soltei algumas notas. Aquilo era realmente espontâneo, e diferente de tudo o que eu já tivera feito. Mas era meu, inexplicávelmente interno, pela primeira vez em anos, sentia uma música que vinha de dentro. Talvez esse seja eu. Talvez eu esteja no caminho certo. E eu tinha certeza que estava. A mesma certeza de quando larguei a escola para fazer o que eu amava.
Comecei com uma letra simples, que na verdade eu nem estava ouvindo. Mas saia como um jato de dentro de mim, e era impossível ser estancado.
O dia já se
esvairou de uma forma que nem percebi. Ainda continuava empolgado tocando notas aleatórias nas cordas desafinadas, que agora pareciam navalhas. Creio que nunca estive tão empolgado em faze-lo. Era mais do que música, era minha identidade reaparecendo com suas certas modificações. Parei quando meus dedos pulsavam e pessoas da vizinhança tentavam olhar discretamente para dentro do carro.
Estava faminto e cansado. O relógio do carro marcava 7:09, mal podia acreditar que já havia se passado o dia todo.
Arranquei o carro para o pequeno bar localizado no lugar mais sujo de Oakland, onde tinha marcado com Wendy.
O lugar estava relativamente cheio. Pessoas idênticas com seus cabelos volumosos e com apliques. Sentei em um banco no bar, onde uma barman com seios brilhantes de óleo, perguntou o que eu queria.

- Uma cerveja. E qualquer coisa para comer. – Falei olhando para o outro lado

- Hm, certo. O que para comer?

- Qualquer coisa que tiver, hãn… Aqueles nachos servem. – Falei apontando

- Já sai. – Disse ela piscando o olho e virando-se

Uma das coisas que mais amo em Oakland, são as pessoas. Elas respeitam seu espaço, independente de quem você for.
Tomei duas cervejas e devorei vergonhosamente rápido a tigela com nachos. Depois de quebrar todos os palitos de dentes e rasgar toneladas de guardanapo, Wendy apareceu com um breve sorriso rasgado, sentando-se ao meu lado.

- Billie Joe. – Disse Wendy com um ar esforçadamente surpreendido

- Wendy… - Falei abraçando-a de lado

Ela estava diferente. Mais bonita. Seu cabelo ainda era igual, preto e extremamente liso com uma franja fina, o que acentuava muito bem seu batom vermelho. Ela sorriu enquanto eu a abraçava. Eu sentia algo muito materno por Wendy.

- Como vai você? E o Ernie? – Perguntei tentando puxar assunto

- Vou normal, e o Ernie, está cada dia arrancando mais meus cabelos – Falou de uma forma, que não soava como brincadeira – E você? Como vai indo tudo?

- Não sei. Não quero continuar com algumas coisas. Com várias coisas, sabe? Fazer exatamente o que eu quero, escolher o que quero deixar… - Desabafei

- Eu sabia disso. Você não aguentaria por muito tempo, você não é assim Billie. Você só estava se escondendo, eu soube desde o primeiro dia que te vi. Já esperava. – Disse como quem sabe das coisas.

Conversamos muito e como sempre me encheu de concelhos inúteis. Mas tinha algo em Wendy que me acalmava. Ela tinha algo de Addie, mas eu poderia desabafar sem ter medo de preocupa-la.
Meu celular tocou, e vi que era a Addie.

- Oi – Falei saindo do bar

- Onde você está? Ainda está no estúdio?

- Na verdade não. Estou tomando cerveja com uma amiga, e mais tarde eu converso contigo.

- Que amiga? – Disse Addie desconfiada – Sabe, você passa o ano todo longe da sua família, fazendo várias coisas. Quando pode ficar com seus filhos, não faz isso. É melhor começar a rever suas prioridades…

- Addie eu só estou... – Fui interrompido

- Que merda – Falei estranguladamente enquanto voltava para o bar

- Que foi?

- Argh, Addie. Está vendo? Sou pressionado de todos os lados. Sei que ela está certa, mas preciso de um tempo para mim.

- Preciso ir agora, Billie. A babá tem que ir para casa, e não tem ninguém para ficar com o Ernie. – Falou levantando-se e me abraçando.

- Certo. Eu te ligo depois.

- Aham – Disse ela irônicamente

- Eu juro.

Ela saiu sem nem olhar para trás.  Deitei em cima de meus braços enquanto contornava as beiradas do copo com os dedos.

- Mas alguma coisa? Qualquer coisa? – Despertou-me a barman em tom sexy

- Não – Falei deixando uma nota de cinquenta dólares em baixo do copo – Obrigado.

- Nada mesmo? – Insistiu

Fiz que não com a cabeça me levantando e saindo porta a fora. Por mais que devesse, não queria voltar para casa. Não queria ter que lidar com tudo agora. Só iria acabar estragando as coisas. Entrei no carro e dirigi quase que automáticamente para meu destino.
Estacionei o carro, e novamente subi no capô para apreciar a cidade distante. Respirei fundo e fechei os olhos, decidindo se pegaria o violão e continuaria com a última música, ou apenas ficaria ali fingindo ser parte da natureza ao redor. Quase esquecendo de pensar, um barulho de carro se aproximando me fez pular. Na verdade, o carro já estava do meu lado. Me virei para olhar e vi uma garota com os cabelos louros e ligeiramente bagunçados, que ao me perceber ali, deu ré teatralmente. Sentei de lado e gritei:

- Não precisa ir – Falei instintivamente – Já estou indo.

- Não, ahm… eu não ia ficar aqui, peguei o caminho errado – Gritou nervosamente

- Mas aqui é quase um precipício, não tem caminho errado. – Gritei novamente rindo

- Então…- Disse ela se aproximando

Tinha algo nela que me fazia querer ficar por perto, que me controlava. Ela estacionou a uma certa distância e aumentou o som subindo no capô do carro com um livro e um cigarro na mão.
Estava tomando coragem para sair dali. Mas estava preso de alguma forma. E ela não parecia esperar que eu saísse. Relaxei e voltei a fechar os olhos, agora ao som de “Stay On These Roads”.

- Eu sempre achei que fosse a única que conhecesse esse lugar – Falou ela de longe

- Eu também. Nunca vejo ninguém por aqui.

- Eu sempre venho aqui… As ávores me olham com aceitação. – Disse rindo de si mesma

Sorri e me encostei novamente. “Esquisita e imprudente” essas palavras se repetiam incansávelmente em minha cabeça.
Sentei e olhei para ela, que quando me viu sentado virou-se.

- Você parece meio agoniado. Quer? – Ofereceu estendendo o cigarro

Fitei seu esmalte descascado por alguns minutos, e fiz que sim com a cabeça.
Ela pulou do capô e veio em minha direção me entregando.
Traguei profundamente e soltei argolas de fumaça. Quando me dei conta ela já estava sentada do meu lado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, lembrem dos Reviews só para eu não me sentir idiota escrevendo coisas que ninguém lê /coitada