Eu sabia o que estava fazendo. Era disso que eu tentava me convencer, a cada minuto que movia os ponteiros do relógio. Droga, perdi o fio da meada.

O tempo passou. Sempre passa, não importa as decisões que sejam tomadas ou o quanto você nade contra a corrente para evita-lo. A parte mais infame disso tudo é que passará completamente invisível diante de seus olhos se você não parar para o notar. Terá aquela dia que tudo vai amanhecer mais ou menos escuro, e você vai se deparar com um fio de cabelo branco e rugas marcando sua face. Vai amanhecer o dia em que todas as suas decisões pesarão em seus ombros, e você vai ter que lidar com isso.E esse dia parece finalmente ter chegado. Nunca fui muito bom em arranjar soluções sensatas para os problemas. Sempre preferi jogar tudo á sorte - o que aliás, nunca me falhou -. Mas agora era diferente. Não tinha mais uma carta na manga, não tinha mais o que recorrer. Talvez eu devesse parar agora mesmo, antes que seja tarde demais. Talvez eu esteja apenas em mais uma das minhas buscas incansáveis, que posteriormente não me levariam a lugar algum.
Talvez todos esses anos eu só estivesse procrastinando as coisas que são realmente importantes, para conseguir coisas não tão importantes e assim manter outras coisas muito mais importantes. Talvez a culpa não seja minha, e sim dos acontecimentos aleatórios os quais não se pode fugir. A verdade é que quando o se tem o mundo na palma da mão, as coisas acabam ficando meio chatas.