Cap. 5

 “Harry? Você está bem?” Tudo bem, Harry, você sabia que isso ia acabar acontecendo. Respire fundo.

 “Tudo bem, senhor. Eu sabia que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde.”

 “Tudo bem, então vamos.” Eles seguiram por um longo corredor até os elevadores apinhados de gente.

 “Departamento de Mistérios.” Anunciou uma voz feminina, Harry viu Snape descendo e tratou de ir atrás.

 “Nossa audiência será no velho Décimo Tribunal, ele raramente é usado, bem, talvez  seja por você ser o salvador do mundo bruxo ou algo assim.” Snape disse sarcástico, Harry corou a abaixou a cabeça.  A entrada para o tribunal era muito parecida com as masmorras de Snape, com paredes de pedra bruta e tochas penduradas. “Harry,   lembre-se de agir com cuidado. Venha.” Eles entraram na sala.

 As paredes eram de pedra escura, fracamente iluminadas por archotes. Havia arquibancadas vazias de cada lado dele, mas, à frente, as mais altas estavam ocupadas por muitos vultos escuros. Tinham estado conversando, mas quando a pesada porta de fechou à entrada de Harry e Snape fez-se um silêncio agourento, a exceção de um resmungo vindo do centro da sala, tio Valter, Petúnia e Dudley estavam sentados em grandes cadeiras e pareciam apavorados e com raiva.

 “Ah! Senhor Potter, Professor Snape, por favor, sentem-se.” Cornélio Fudge disse calmamente. Harry fez o que lhe foi dito e sentou-se ao lado dos seus tios. Olhou para as pessoas no banco acima. Havia umas cinqüenta, até onde sua vista alcançava, usavam vestes cor de ameixa com um W bordado em fio de prata ao lado esquerdo do peito e olhavam para ele com franca curiosidade.

 “Muito bem.” Disse Fudge. “Agora que o Senhor Potter e o Professor Snape chegaram, podemos começar. Os senhores estão prontos?” Seguiu-se um murmuro de afirmação vindo da corte. “Audiência Criminal do dia doze de agosto. Para apurar os maus tratos que Harry Thiago Potter recebeu nas mãos de seus parentes sanguíneos, Valter, Petúnia e Dudley Dursley e a adoção do mesmo por Severo Snape Tobias, professor de Hogwarts.”

 “ Inquiridores: Cornélio Oswaldo Fudge, ministro da Magia;  Amélia Susana Bonés, chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia; Dolores Joana Umbridge, subsecretária sênior do ministro.” Harry olhou para uma mulher gorda com uma cara enjoada de sapo. “Escriba da corte, Brian Inácio Fonseca.”

 “Testemunha de acusação, Arabela Dora Figg, residente em Little Whinging, próximo à casa onde morava Harry Potter.” Harry viu a Senhora Figg sentada em um dos bancos na parede parecendo muito pequena. “As acusações são as seguintes:”

 “Que eles deliberadamente, e com plena consciência da ilegalidade de seus atos, em ambos os mundos, troxa e bruxo, abusaram e maltrataram do menor Harry Potter. Os senhores são Válter e Petúnia Dursley, da rua dos Alfeneiros, número quatro, Little Whinging, Surrey?” Perguntou Fudge, lançando a eles um olhar penetrante por cima do pergaminho.

 “Sim.” Disse tio Valter, arrogante.

 “O senhor nega as acusações?”

 “Sim! Nós nunca fizemos nada contra esse moleque ingrato!” Tio Válter estava ficando púrpura. Fudge levantou uma sobrancelha.

 “Bem, isso pode ser facilmente averiguado. Tragam a Penseira!” Dois bruxos entraram carregando um enorme objeto de pedra parecendo um enorme cálice contendo um líquido transparente.

 “Senhor Potter, teremos que retirar algumas de suas lembranças, não se preocupe, é totalmente indolor, só relaxe enquanto o Senhor Brian cuida disso.” Brian desceu de seu lugar e colocou a varinha ao lado da cabeça de Harry, com a varinha retirou um fino fio prata e o depositou na Penseira. Tocou com a ponta da varinha o líquido prateado.

 Era como ver o filme de sua vida, tudo que seus tios já lhe fizeram estava sendo visto por dezenas de bruxos. Harry se sentiu completamente envergonhado. Quando tudo acabou, todos os bruxos presentes na sala, principalmente Snape, olhavam com raiva para os Dursleys.

 “Acho que não precisamos de mais provas. Todos a favor da condenação.” Todos os bruxos do tribunal levantaram a mão. “Muito bem. Eu condeno os três a passarem cinco anos em Azkaban para pagar pelo que fizeram.” Tia Petúnia era a única que parecia com medo. “Severo Snape Tobias, o senhor quer, deliberadamente, tomar Harry Thiago Potter como seu filho? Cuidar dele, protegê-lo, amá-lo, educá-lo e fornecer tudo o que ele precisa?”

 “Quero sim, senhor.”

 “Muito bem, Harry Thiago Potter, o senhor quer, de boa vontade, se tornar filho de Severo Snape Tobias? respeitá-lo e amá-lo?”

 “Quero sim, senhor.”

 Brian veio até eles com um pequeno cálice com o que parecia vinho e espetou o dedo de cada um deixando uma única gota cair no cálice e deu para cada um beber um gole. Quando Harry bebeu, sentiu um calor vindo de dentro do seu corpo e sorriu para Snape.

 “Agora você é Harry Thiago Potter Tobias Snape, filho de Severo Snape Tobias.” Snape deu um pequeno sorriso, era a primeira vez que ele sorria dede a morte de Lily.