Margaret Através do Espelho escrita por Alice Moor Schiller


Capítulo 6
Capítulo 6




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No capítulo anterior...

- Minha irmã parece muito com a mãe, tia Saya. Não dê ouvidos a ela.

- Tudo bem. – Respondi, tentando ser educada, embora não entendesse muito bem o que estava havendo e quem eram aquelas pessoas.

- Kai vai ficar muito feliz em te ver. – Ela falou, segurando meu braço, com a mão que estava livre, e me levando pelo corredor. Na outra mão ela ainda segurava a estranha coisa peluda. Haji nos seguia logo atrás. - A esperança de te ver mais uma vez que o deu vontade para continuar vivendo. Nankurunaisa. É o que ele sempre diz.

- Nan-ku-ru-na-i-sa. – Repeti pausadamente. Tinha algo familiar naquela palavra.

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Margaret:

Finalmente entramos no castelo do zoológico. A porta estava encostada e não havia ninguém no andar de baixo. Ouvimos um murmúrio vindo do segundo andar, então subimos as escadas. As vozes estavam cada vez mais próximas.

- Margaret! – Simon gritou ao me ver.

Kai estava deitado em sua cama. O quarto agora parecia um quarto de hospital. A cama tinha um forro branco e Kai recebia soro. Ele parecia ter dificuldade em respirar, mas um sorriso lhe tomava o rosto. Haji estava ali. Provavelmente a garota ao lado dele era Saya, a tia de Sarah e Afrodite, da qual tanto falavam. Sarah também estava no quarto, ela carregava Simon. Julia, que devia ter seus 50 e poucos anos (e já estava com alguns cabelos brancos), também estava ali. Ela é uma excelente médica. Acredito que possa curar Kai.

Sarah me entregou meu lêmure, que estava agitado por eu ter chegado.

- Por que você demorou tanto?! – Ele perguntou.

- Eu precisava descansar.

- Você é preguiçosa demais! Eu fiquei preocupado! – Ele resmungava.

- Saya, é um prazer conhecê-la. Sou o Cavaleiro da Morte, Chevalier da sua sobrinha, Sarah. – Diego disse, ajoelhando-se diante da rainha e beijando-lhe a mão.

- Ah. É um prazer conhecê-lo. – A garota parecia um pouco perdida, embora sorrisse e tentasse parecer natural.

- Saya... – Kai chamou, com a voz fraca.

- Aproxime-se dele. É seu irmão adotivo. – Ouvi Haji sussurrar para a rainha dos quirópteros.

*

- Hi. – Saya confirmou, baixinho, aproximando-se do grisalho.

- Saya... – Kai forçava-se a emitir algum som. – Eu esperei tanto por esse momento. Agora já posso morrer. Saya... Watashi wa(eu sou)... Aishteru(te amo)... 

- Titio, não desperdice sua vida porque olhou para cara de uma assassina! – Afrodite tinha um tom inocente na voz enquanto provocava Saya, que parecia desorientada.

- Kai, não fale bobagens. Agora que Saya acordou você tem é que aproveitar, não pode morrer. Eu ficaria louca sem você, viu? – Sarah dizia, acariciando a cabeça alva do senhor. Meiga, como sempre.

- Sim, querida. – Kai murmurou.

- Desculpe atrapalhar a visita, mas meu paciente precisa de descanso. – Sra. Julia falou, na intenção de que nos retirássemos dali.

- Sem problemas, Julia, querida. – Afrodite disse, sorrindo. – Mag, eu mesma me dei ao trabalho de separar um quarto para você, assim que soube que estava a caminho! Vamos nos dar super bem. Olha só esse rosto?! Menina, você parece um anjo! – Pelo jeito que Diego coçou a cabeça e cruzou os braços, sem chances de eu ser a única desconfortável com a situação. Me dar bem com Afrodite? Acho que não, hein? E ela falava como se eu fosse morar ali agora... Não era bem assim...

- Afrodite, eu agradeço, mas sendo Mag uma visita minha, eu já separei um quarto para ela. Creio que irá ficar bastante confortável no quarto vizinho ao do meu Chevalier, você já o conhece há mais tempo do que eu.

Afrodite fechou as mãos como quem controla a raiva e ficou encarando Sarah por um bom tempo.

- Obrigada, Sarah.

- Julia... – Sarah dirigiu-se a médica – Sou muito grata pelo seu cuidado com meu tio, obrigada. Vou retirar-me para mostrar para Mag, onde ela irá dormir enquanto estiver aqui. Posso chamá-la assim? – Agora ela falava comigo.

- Ah, claro. Meu pai costumava me chamar de Mag também... – Já estávamos saindo do aposento de Kai, e nem foi preciso dizer nada para que Diego nos acompanhasse. Afrodite seguiu para o lado oposto da mansão antiga.

- Sinto muito... – Sarah falou como se meu pai tivesse morrido. Credo. Eu não sei o que aconteceu com ele nos últimos quatro anos, é verdade. Mas... Sei lá...

- Sem problemas. – Eu sorri, tentando fazer parecer que realmente não tinha problema algum. – Simon... – Eu estava preparada para dizer para o meu querido lêmure que estava cansada de segurá-lo nas mãos, mas ele pareceu entender o que eu queria e passou para o meu ombro.

Caminhamos em silêncio por algum tempo. Aquele lugar era realmente grande. Viramos algumas vezes à direita ou à esquerda por uns longos corredores cheios de portas e ramificações. Então chegamos até uma porta aberta próxima a um fim de caminho sem saída. Sarah entrou ali. Eu espreitei pela porta para ver o que eu supunha ser o meu quarto. Mas eu estava redondamente enganada. Era uma biblioteca. Havia alguns puffs de tons pastel ou azuis jogados em um canto. Duas das paredes eram envolvidas do rodapé ao teto de prateleiras repletas de livros, todos aparentemente bem organizados.

- Boa noite, Joel. – Só então me dei conta de que havia alguém ali.

O senhor era com certeza mais velho que Kai. Estava sentado em uma cadeira de rodas e as rugas e cabelos sem cor lhe denunciavam a idade.

- Boa noite. – Ele respondeu ao cumprimento de Sarah.

- Boa noite, senhor. – Eu o cumprimentei, mostrando minha educação. 

Simon apenas movia o rabinho de um lado para o outro, aconchegado em meu ombro direito.

- Você é Margaret? – O homem me surpreendeu.

- Sim. – Eu respondi, com uma bela cara de interrogação.

- O Cavaleiro ai me falou muito da senhorita. – Joel apontava com o queixo para Diego, que tinha vindo atrás de nós até ali.

- Ah, entendi.

- Mag, esse é Joel, filho do arqueólogo que encontrou Saya e Diva há alguns anos atrás. – Sarah apresentou-o de maneira mais formal.

- É um prazer conhecê-lo, Sr. Joel. – Eu disse, sorrindo.

- Digo-lhe o mesmo, Margaret. Eu estava ansioso por te conhecer. – Ele sorria.

- Licença, Joel, vou levar Mag ao novo aposento dela. – Sarah fez uma pequena reverência e voltou para o corredor.

Naturalmente, eu e Diego fizemos o mesmo.

                      

By: Alice M. Schiller


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Notas finais do capítulo

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