Margaret Através do Espelho escrita por Alice Moor Schiller


Capítulo 5
Capítulo 5




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/123804/chapter/5

No capítulo anterior...

Sentei-me de súbito, despertando de uma vez.

- Por um instante achei que tudo isso fosse um sonho, que eu estivesse em casa... – Murmurei, meio tristonha.

******************************************************************

 Ele tinha um sorriso tranqüilo no rosto.

- Margaret, você vai voltar para casa, prometo.

- Meu pai, eu fico preocupada com o velho...

- Ele vai ficar bem. O velho sabe como se cuidar. – Ele alargou o sorriso e acariciou meu rosto.

- Eu estava sonhando com o dia em que chegamos aqui... – Comentei.

- O tempo passa rápido, não acha? Já faz quatro anos! 

- É...

- Então precisamos ir logo. Não posso fazer Sarah esperar tanto tempo assim! – Ele apressou, levantando.

- Sim, vamos. –Assenti e levantei também, sacudindo todas aquelas folhas de outono da minha roupa.

- Venha, Bells. – Diego fez referência a Crepúsculo, abaixando-se para que eu montasse macaquinho.

Assim, seguimos o resto do caminho até o “Zoológico”.

Simon:

Detesto aquele garoto! Como ele pôde me largar sozinho no meio da floresta?!  Eu sei, eu sei. Sou um animal selvagem. Eu devia saber me virar sozinho. E sei me virar. Mas sou apegado à garota! Ela é minha dona! Ora, não é como se eu fosse capaz de fazer algo para impedi-lo de levar Margaret de volta para o zoológico. Tá, tá. Eu ia tentar. Mas o que eu podia fazer contra um Chevalier com uma espada gigante!

Eu sei para onde ele vai levá-la e vou atrás. Ora, tenho que tentar algo para impedir que a minha dona vire Chevalier! Se é que isso é possível para uma garota... Argh! Não é possível que Margaret aceite beber o sangue de uma daquelas coisas para servir de cobaia!

De um jeito ou de outro eu não tinha mesmo muito o que fazer. Ela é a minha única família... Então eu corri em direção ao zoológico o mais rápido que pude, praticamente sem parar (fora os trinta minutinhos para comer...).

Antes do por do sol eu já estava entrando no castelo, pelo espaço entre a porta de madeira e o chão. Era um espaço bem apertado por sinal, não sei como não quebrei alguma costela...

- Margaret! Margaret! – Fui gritando, enquanto corria pelo castelo.

Esbarrei-me em alguma coisa. Um pé. Alguém. Olhei para cima para ver quem era.

- Sarah! – Exclamei, feliz por não ser Afrodite. Não gosto da rainha azul...

- Olá, Simon. – Ela disse, se ajoelhando para me carregar, me pondo próximo ao rosto dela. – Você por aqui sem Margaret...

- Ela ainda não chegou?! – Perguntei surpreso. Ele não podia ter mudado de destino!

- Não. – Sarah confirmou. – Simon, papai está meio doente. – Ela parecia preocupada.

- Só meio? – Perguntei.

- Talvez seja grave... Estou com um pouco de medo de perdê-lo. – Ela admitiu.

- Pobre Saya, talvez não veja mais o irmão mais velho. Ela devia acordar logo... – A garota que tanto se parecia com Sarah disse, entrando no cômodo.

- Não diga asneiras, Afrodite! – Reclamei, fuzilando-a com o olhar. – Sarah, não se preocupe. Julia é uma ótima médica. Kai ficará bem. – Eu tentei acalmá-la.

Nós três viramos em direção à porta quando ouvimos alguém a abrir. Um homem alto se aproximava. Ele carregava um violoncelo nas costas, sua pele era branca e uma fita azul prendia seu cabelo castanho-escuro em um rabo de cavalo. Margaret o acharia bonito. Para mim coisa bonita é lêmure fêmea.

Ele passou o olhar por mim, estranhando de certa forma, e por Sarah, que ainda estava ajoelhada, me segurando. Então ele encarou Afrodite e começou a falar.

- Saya está acordada. Parece que ela ainda verá Kai. – Talvez esse rapaz estivesse atrás da porta a algum tempo ouvindo a conversa...

- Haji. Que visita agradável. – Afrodite o cumprimentou de um jeito doce e ao mesmo tempo irônico. Eca, garotinha nojenta.

  Então uma garota parecida com as gêmeas surgiu atrás do homem do violoncelo. Os olhos dela eram castanho-avermelhados e seus cabelos negros batiam no meio das costas.

- Oi. – Ela disse timidamente, sem expressão alguma no rosto.

- Oi! –Respondi.

- Olá. – Sarah respondeu.

- Tia, querida. Não sabe como sou grata por ter matado a minha mãe! – Afrodite sorriu, irônica, os olhos cintilando ódio.

Saya:

- Quem ela é? E do que está falando? – Sussurrei para que apenas meu Chevalier ouvisse.

Eu estava muito confusa, minha memória estava confusa. Eu me lembrava de Haji, somente.

- Depois eu te explico. – Ele disse de forma que apenas eu escutasse.

Haji puxou a espada e se colocou a minha frente em sua incrível velocidade.

- Não pretendo lutar, Chevalier. – Afrodite deu de ombros e sumiu por onde havia chegado.

Então Haji guardou a espada. Finalmente a garota que estava ajoelhada se levantou, ainda segurando o animalzinho estranho.

- Minha irmã parece muito com a mãe, tia Saya. Não dê ouvidos a ela.

- Tudo bem. – Respondi, tentando ser educada, embora não entendesse muito bem o que estava havendo e quem eram aquelas pessoas.

- Kai vai ficar muito feliz em te ver. – Ela falou, segurando meu braço, com a mão que estava livre, e me levando pelo corredor. Na outra mão ela ainda segurava a estranha coisa peluda. Haji nos seguia logo atrás. - A esperança de te ver mais uma vez que o deu vontade para continuar vivendo. Nankurunaisa. É o que ele sempre diz.

- Nan-ku-ru-na-i-sa. – Repeti pausadamente. Tinha algo familiar naquela palavra.

                      

By: Alice M. Schiller


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mande seu review, pliss =3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Margaret Através do Espelho" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.