Margaret Através do Espelho escrita por Alice Moor Schiller


Capítulo 4
Capítulo 4




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No capítulo anterior...

- Beba-me. – Dizia no rótulo. – O que será? – Perguntei, entregando-me a curiosidade e tomando um gole.

- Você devia ser mais cuidadosa... – Alertou-me o garoto de cabelos negros, curtos, perfeita face, de pele clara e lindos olhos cor de mel. Ele tinha 15 anos. Diego é três anos mais velho que eu.

Senti algo mover-se em mim. Diego, a floresta, o muro, tudo parecia maior. Eu via tudo em tamanho gigante.

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- Caramba! Você encolheu bastante! Acho que dá para passar pela porta! – Ele exclamou, entusiasmado.

Ah, como sou lerda! Nada estava gigante. Eu estava pequena. Mais obvio, né?

- Beba também! – Gritei, para que minha voz chegasse aos ouvidos dele.

Diego tomou um gole do que tinha no frasco e eu o vi ficar do tamanho do lêmure. Na verdade, do mesmo tamanho que eu agora...

  Antes de entrar, bisbilhotei o cenário do outro lado da porta. Eu podia ver um longo jardim com algumas árvores e ruínas antigas. Então caminhamos pelo jardim durante cerca de meia hora até a paisagem mudar. Havia um penhasco, do qual mantemos distância. Mesmo que eu estivesse com minha altura normal, aquilo continuaria sendo bem alto. Cair de um penhasco daqueles era morte certa.

Continuamos andando, andando. Até que chegamos a uma estradinha de pedras (Não eram amarelas, eram cinza, isso não é o mágico de OZ!) à beira de um lago. A trilha devia levar a algum lugar, claro. Seguindo o caminho de pedras, chegamos a uma linda mansão (de pedras. Cinza.).

Uma escadaria levava até a porta de madeira. Bem em frente à porta. Havia uma linda fonte. O castelo parecia uma construção medieval. Ao lado da escadaria havia uma superfície lisa de pedra e uma segunda torre, menor que a primeira. Era um lugar realmente grande.

O problema era subir as escadas com aqueles poucos centímetros de perna.

- Coma-me. – Diego falou.

- O que?! - Meus olhos arregalaram-se e eu corei de leve. Que tipo de coisa ele estava falando...?

Ele carregou uma caixinha cor de rosa que estava no chão. Ah, tá. Estava escrito “coma-me” na caixinha. Puxei a tampa para ver o que tinha dentro. Parecia um bolo de chocolate com chantili. Mordi um pedaço. Certamente não era um bolo normal. Senti algo mover-se em meu corpo outra vez. Tudo estava ficando menor. Tudo estava na perspectiva que eu costumava ver. Ah, voltei a minha altura normal. 

- Pegue um pedaço também. Não precisa mais ficar desse tamanho. Se bem que gosto da idéia de estar mais alta que você...

- Espero que isso tenha um gosto bom, porque aquela coisa que nos fez encolher tinha gosto de limão com cerveja amanteigada e creme de leite! – Diego reclamou.

- Esse parece bolo de café com chantili de morango e doce de leite. – Comentei.

- Eca!

- Diego, para de resmungar e come isso de uma vez! – Gritei, irritada.

Ele mordeu um pedaço do bolo e eu o vi crescer rapidamente, até ficar alguns centímetros mais alto que eu, como ele sempre foi.

Subimos as escadas e paramos em frente à porta de madeira.

  - Foi maravilhoso! – A mulher que falava do outro lado da porta riu. – Eu ouvi os pensamentos dela depois que bebi o sangue! Sem contar que é muito mais prazeroso que aplicações, pílulas ou sangue estocado...

- É melhor voltarmos. – Diego alertou, ao ouvir a estranha conversa que se passava dentro da mansão.

- Vamos. – Eu falei, voltando a descer a escadaria.

Podíamos ouvir a porta abrindo.

- Margaret! – Virei-me em direção a porta para ver de onde vinha aquela voz que conhecia meu nome. Era uma garota de pele alva, cabelos longos e negros e incríveis olhos azuis. Ela era encantadora, devo admitir. – Venha, estávamos esperando por vocês.

- Quem é você? Como sabe meu nome?! – Perguntei, assustada.

- Simon, o lêmure, me falou sobre você. – Tudo o que estava acontecendo era estranho demais, eu devia estar sonhando... – Sou Afrodite, é um prazer conhecê-la. – A garota sorria.

“Alguém me belisca! Estou sonhando e quero acordar!”, eu desejava.

*fim do flashback*

Acordei! Ai, que bom. Sabe, eu sempre soube que toda essa coisa de cair em um mundo estranho por uma toca de coelho era fantasioso demais para ser real. Tinha mesmo de ser um sonho. E eu que já estava quase acreditando que era verdade... Espere. Isso não é o meu quarto.

- Você dormiu bastante, Margaret.

- Diego? – Perguntei coçando os olhos para ver direito. Sim era ele. Estava com o capuz abaixado, pendurado nas costas e sua típica capa preta com a pochete de couro amarrada na cintura, ajoelhado ao meu lado.

- Sim. Quem mais seria?

Sentei-me de súbito, despertando de uma vez.

- Por um instante achei que tudo isso fosse um sonho, que eu estivesse em casa... – Murmurei, meio tristonha.

                      

By: Alice M. Schiller


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Notas finais do capítulo

Mande seu review, pliss =3



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