Margaret Através do Espelho escrita por Alice Moor Schiller


Capítulo 3
Capítulo 3




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No capítulo anterior....

-Sim, Margaret. Sendo o Cavaleiro da morte, Death Knight ou o Capanga do Demônio, como quiser chamar. Margaret, eu sempre serei Diego. Eu ainda estou aqui, mesmo com esse rosto marcado pelas garras da rainha que sigo há três anos...

- Argh. Você faz isso porque quer. Vamos voltar para casa, juntos.

- Como se houvesse algum jeito de voltar.

****************************************************************

-Eu tenho uma pista.

- Qual? – Ele perguntou, curioso.

- Narnia. Dizem que há uma passagem para outro mundo por lá. – Virei em direção à voz quando percebi que era do meu lêmure. Ele estava do lado oposto a Diego, bem perto do meu rosto, e segurava alguma fruta estranha.

-Simon! – Exclamei.

- Margaret! O que é todo esse sangue em sua blusa?! – Ele gritou assustado e começou a encarar Diego.

- Desculpe, vou ter que levá-la. – Ele estava sorrindo, parecia gostar da idéia. – Como você não parece muito disposto a deixar, lêmurizinho, então fica ai.

Ele era realmente rápido. Eu não vi quando foi que o Death Knight me pôs nas costas e começou a correr. Isso devia explicar como ele tinha conseguido me acertar com a foice e beber do meu sangue antes que eu pudesse acordar...

- Me larga! Me põe no chão! – Eu gritava inutilmente. E ele não parava de rir.

- Deixe de drama. Não vou te deixar sozinha por ai viajando com um animalzinho como se fosse seguro.

- Narnia é um lugar seguro...

- Só que o caminho não é seguro. Têm quirópteros por todo canto, mesmo em Narnia devem ter deles agora... E não foi de lá que viemos.

- Como você pode ter tanta certeza?

- Afrodite já morou em Narnia, nos tempos da Rainha Branca. Ela disse que a passagem é um armário. Viemos de uma toca de coelho, ou coisa parecida...

Ele aumentou a velocidade com que corria. Eu não duvidaria se dissessem que aquela era a velocidade da luz, do jeito que estava rápido. Fechei os olhos, inevitavelmente. Não tinha como mantê-los aberto naquele vento, e nem falar. Lembrei que ele podia ler meus pensamentos agora. O que, na verdade, não era muito agradável.

“Narnia deve ser mais seguro que ajudar quirópteros”, pensei. Ele parou de correr, me colocou no chão e me olhou fixamente nos olhos. Tenso.

- Olha, se você quer voltar e procurar Narnia com aquele seu lêmure idiota, vá em frente. Mas eu estou a um passo da verdade. Sobre esse mundo, sobre tudo. - Incrível, uma hora ele parecia sem esperança alguma em voltar para casa, outrora ele vinha falando que estava à um passo da verdade. - E eu quero que você venha comigo, Margaret. Não precisa odiar Sarah por eu estar agindo assim com você. Foi uma escolha minha. Eu pedi para ela. Disse que você podia ser uma ótima cavaleira, se fosse possível. Por que eu quero estar perto de você. Mas se você não está feliz com isso, pode ir... – Achei que ele fosse chorar ali.

Eu não tinha palavras. Só que ás vezes atitudes valem mais que mil palavras. Alisei o lado direito do rosto dele, desenhando a cicatriz. Então me aproximei lentamente, até que nossos lábios se unissem. Era o encaixe perfeito. Pressionei meus lábios contra os dele por algum tempo. Diego parecia confuso quando o nos afastamos e olhei nos olhos dele.

- Eu também quero estar com você. – Encorajei. – Mas meu lêmure não é idiota!

Começamos a rir do meu comentário.

Segurei a mão dele e comecei a caminhar pela floresta.

- Ah... Margaret...

-Sim?

- Você está indo para o lado errado. O zoológico fica para lá. – Ele avisou.

- Ah, tá. – Disse indo na direção que ele havia apontado.

- Na verdade... Tenho um pouco de pressa. Não chegaremos lá tão cedo se formos andando.

Ele me colocou nas costas dele de macaquinho e começou a correr. Eu via a floresta passar por nós com uma velocidade absurda enquanto tentava ignorar totalmente o fato de que estava ficando tonta e enjoada. Haa, eu estava me sentido totalmente como a Bella. Oh, my Edward. Edward ao inverso. Ele queria que eu fosse um “vampiro”... Diego começou a rir. “Quantas vezes já pedi para você parar de ler minha mente?”, pensei.

Corremos por mais algumas horas em silêncio. Eu me dei conta de como estava sentindo falta do meu lêmure. Ora, eu passei quatro anos com ele... Tadinho, podia ser perigoso para ele estar sozinho. Isso me doía o coração, abandoná-lo assim...

Diego reduziu a velocidade com que corria.

- Ele vai nos encontrar. Não se preocupe. – Ele disse, sorrindo.

- Como você pode ter tanta certeza?

- Você acha o que? Que quirópteros vão aparecer e devorar o lemurizinho no caminho? – Ele parecia se divertir.

O Cavaleiro da Morte parou de correr e me tirou das costas dele. Então se jogou no chão.

- Cansei. Vamos descansar um pouco. – Disse me puxando para sentar ao lado dele.

Minha expressão devia demonstrar totalmente o quanto eu estava preocupada. Diego me olhou nos olhos e começou a falar.

- Olha, te garanto que o sangue dele não é nada atraente. – Ele tinha um sorriso sereno no rosto. – Ele sabe como chegar ao zoológico. Esqueceu como chegamos lá pela primeira vez?

*Flashback on*

- Hey! Espere! – Eu gritei, tentando correr para acompanhar o pequeno animalzinho listrado de preto e branco

- Já é tarde! É tarde! Estou atrasado! – Ele apressava o passo.

Eu tive que segurar Diego pelo braço e arrastá-lo, para que ele não ficasse para trás. Ele era bem lento há quatro anos...

- Vamos! – Eu gritava.

  Ao fim da correria, paramos em frente a um enorme muro de pedra. O lêmure afastou algumas folhas de outono próximas ao muro e havia uma pequenina chave de ouro sob elas. A chave era tão pequenina quanto à fechadura da portinha de madeira no muro. Então, apressado, o lêmure abriu a porta e correu para o outro lado do muro, levando a chave consigo. Ele tinha deixado a porta aberta, mas o espaço era pequeno demais para que eu ou Diego passássemos.

- Margaret! Olha! – Ele falou, apontando um pequeno frasco que continha um liquido azul.

Eu me abaixei para pegar o frasco que eu jurava não estar ali antes...

- Beba-me. – Dizia no rótulo. – O que será? – Perguntei, entregando-me a curiosidade e tomando um gole.

- Você devia ser mais cuidadosa... – Alertou-me o garoto de cabelos negros, curtos, perfeita face, de pele clara e lindos olhos cor de mel. Ele tinha 15 anos. Diego é três anos mais velho que eu.

Senti algo mover-se em mim. Diego, a floresta, o muro, tudo parecia maior. Eu via tudo em tamanho gigante.

                      

By: Alice M. Schiller


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Notas finais do capítulo

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