The Oc: Pecados no Paraíso escrita por The Escapist


Capítulo 28
Capítulo 28: PARACHUTES




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- Repete. – Luke falou, olhando com a maior incredulidade para Zach; Oliver e Ryan também estavam admirados, Zach ficou vermelho.
- Eu vou me casar. – Zach repetiu, sem jeito.
– Você deve estar brincando. Você não pode se casar. Você só tem 18 anos, cara. Já pensou que roubada, casar com a primeira garota que você ficou.
- Luke, será que você consegue ser um pouco mais indiscreto? – falou Ryan. – Tem certeza que quer mesmo fazer isso, Zach? O Luke pode escolher as palavras erradas, mas o que ele disse faz sentido, você ainda não viveu nada, e, casamento é uma coisa muito séria.
- A única certeza que eu tenho no momento, Ryan, é que a Nikki está grávida e precisa de mim.
- E como vai ser, e a faculdade?
- Eu vou fazer faculdade, a Nikki vai morar com os meus pais enquanto isso.
- Espera, espera, vocês vão morar separados?
- São as condições dos meus pais. Bom, espero que vocês possam ser meus padrinhos; a Taylor e a Abby vão ser as madrinhas, claro.
- Acho que a gente vai ter que fazer uma despedida de solteiro. – disse Luke, dando tapinhas nas costas de Zach. – Despedida de solteiro.
- Não, não, nem pensar, Luke, de jeito nenhum.
    Assim que a notícia do casamento de Zach Stephens chegou aos ouvidos dos alunos da Harbor, se tornou imediatamente o assunto principal, como sempre acontecia com as novidades na escola. Muitas garotas sentiram-se arrasadas, afinal, Zach era um dos caras mais lindos de toda Harbor, seria um desperdício enorme vê-lo casado.
- Então, você vai se casar? Wow! Eu não poderia esperar por isso. – Summer falou, realmente surpresa, inicialmente pensou que os boatos na escola não passavam de boatos.
- Eu sei, bom, nem eu esperava. Summer, você acha que é muita loucura? Quer dizer, todo mundo tem me dito a mesma coisa, que eu sou jovem demais e essas coisas... – Summer não soube o que dizer, não queria dizer a Zach que achava que aquilo era realmente uma grande loucura. – É, eu sei o que você acha.
- Não, Zach, não é isso, é que, olha, você ama a Nikki não é? Então, não pode ser loucura vocês se casarem. Você vai ser pai, e um bebê nunca poderia ser ruim, não é?
- É, claro, eu vou ser pai, na verdade, ainda não me acostumei a dizer isso em voz alta. Eu vou ser pai.
- Eu tenho certeza que você vai ser um ótimo pai, Zach.
- Bom, isso aqui é pra você. – Zach falou, entregando um envelope a Summer. – É um convite.
- Obrigada, Zach.
***
Nikki se olhou no espelho, embora escolhido às pressas, o vestido de noiva era lindo, branco, com cauda, como sempre tinha pensado que seria, bem, não exatamente, pensou, alisando a barriga de quatro meses, pelo menos ainda estava pequena, Abby tinha razão, se demorassem mais, não seria possível disfarçar. Ela sorriu para o próprio reflexo, mas não sentiu a felicidade que deveria transbordar daquele sorriso. Afinal, ela deveria estar sorrindo à toa, mas na verdade estava angustiada. Tudo tinha acontecido tão rápido, um verão tinha mudado toda a sua vida, de futura congressista estava se transformando numa futura dona-de-casa; no próximo ano, enquanto Zach viveria todas as emoções da faculdade, ela trocaria fralda, embora isso doesse um pouco, ela sentia ser a coisa certa a fazer, e de qualquer forma, amava Zach, não poderia haver um garoto – ok, um homem – melhor no mundo inteiro.
- Essa garota linda vai ser minha esposa na saúde e na doença, na alegria e na tristeza?
- Zach! Vai embora, o que você está fazendo aqui? Você não pode me ver, dar azar, vai embora. – Nikki bateu a porta na cara de Zach.
- Nikki, acho que nós podemos pular essa parte.
- Não podemos, não.
- Tudo bem, eu só... – Zach encostou a cabeça no lado de fora da porta, sem saber que por dentro Nikki estava na mesma posição, se sentindo como uma garotinha. – Bem, eu só queria saber se você... Está ok?
- Zach, vai dar tudo certo, ok?
- Era tudo que eu queria ouvir. Bom, te espero na igreja.
    Apesar de ter sido resolvido praticamente às pressas, havia muitas pessoas presentes à cerimônia na igreja; no instante em que respondeu o “Sim”, Zach procurou pensar apenas nas coisas boas, pensar que dali para frente Nikki seria sua esposa, ele a amaria todos os dias da sua vida, sem segredos, e isso significava muita coisa; quem viu o jovem casal de braço dado não poderia pensar nada diferente disso.
Horas depois, enquanto alguns convidados ainda se divertiam na festa, Zach esperava no lado de fora da porta, enquanto Nikki vomitava no banheiro do hotel, o Hard Rock, em Los Angeles.
- Bem, não era isso que eu esperava da minha noite de núpcias. – Nikki finalmente saiu do banheiro, o penteado dos cabelos completamente desfeito, a maquiagem ligeiramente borrada, na verdade não estava se sentindo bonita.
- Tudo bem, você está ok?
- Estou. Bem, vem cá, Zach, nós precisamos consumar esse casamento. – Nikki passou as duas mãos em volta do pescoço de Zach e o puxou para a cama, deitando-se por cima dele, beijou-o e abriu os botões da camisa, pensando em compensá-lo por ter vomitado nele enquanto iam para o aeroporto; mas antes que pudesse tirar toda a roupa do marido, aquela ânsia de vômito atacou novamente, e depois da terceira vez que ela teve que correr ao banheiro, todo o clima acabou escorrendo pelo ralo; Zach deu um remédio e Nikki adormeceu, enquanto ele ficou sentado no sofá, vendo-a dormir, sem poder deixar de achar aquilo cômico, Luke com certeza diria que era passar a noite de núpcias sem fazer sexo era o tipo de coisa que só acontecia com Zach Stephens.
***
Taylor fazia o possível para manter distância de Cal, embora aquilo estivesse lhe fazendo mais mal do que bem; todo o esforço para convencer a si mesmo que não sentia nada por ele, tinha sido inútil, sentia como se estivesse andando em círculos, não importava o quanto tentasse fugir, sempre voltaria para o mesmo ponto, estava apaixonada por Caleb Nichol Junior.
Felizmente, a carta de aceite na Johns Hopkins chegou e Taylor pôde pensar no futuro, tinha que pensar; dentro de poucos meses estaria longe de Newport, e Caleb não seria nada mais do que um momento atípico na sua vida. Estranhamente, ao invés de se sentir aliviada ao pensar na universidade, Taylor sentiu um vazio dentro do peito, algo que ela não entendia o significado, por que de repente, todos os seus sonhos não pareciam suficientes para preencher sua vida, era como se ansiasse por algo mais.
Ela via Cal de longe, ele não parecia estar sofrendo, com certeza já tinha superado, ele ficava sempre com os amigos, ainda era popular, apesar de tudo, e finalmente tinha percebido que ela não era mesmo importante, mal sabia Taylor, que enquanto ria com os amigos, Cal sentia-se igualmente vazio por dentro, era como se houvesse um enorme buraco dentro dele; parecia que pela primeira vez estava sentindo o mundo além do seu “próprio castelo”, e o mundo à sua volta estava mudando, os amigos estavam mudando, mas ele não acompanhava essa mudança, ainda estava preso dentro dos limites do seu mundinho, e Cal não conseguia imaginar como era possível que uma garota como Taylor Towsend tinha sido capaz de provocar aquela avalanche em sua vida; o psicólogo disse-lhe que ele superaria, da mesma forma como tinha superado a perda de Anabelle. Mas ao mesmo tempo em que se esforça para acreditar que sim, que superaria Taylor, outra pergunta angustiava a mente de Cal, o que faria quando acabasse a escola? O garoto que sempre odiou a escola agora não conseguia enxergar o futuro livre dela. Se perguntava por que a vida que antes lhe parecia ser tão atraente, isto é, livre da escola e sem nenhuma preocupação, agora não fazia nenhum sentido.
***
Summer esperou muito por aquele dia, ainda assim suas mãos praticamente tremiam enquanto ela rasgava o envelope que tinha o timbre da Universidade de Harvard. Ela soltou um grito estridente quando leu a carta de aceite, tudo bem, ela era uma CDF e tinha certeza que entraria na universidade, mas não tinha como não ficar eufórica, afinal, não é todo que uma pessoa é aceita na melhor universidade do mundo.
- Tenho que falar com o Seth! – disse e saiu correndo de casa, indo encontrar Seth, Ryan e Marissa na lanchonete do píer; tentou conter a euforia, mas a sua cara não negava e não precisou dizer nada aos amigos.
- Essa é a minha garota! – Seth pegou a mão de Summer e beijou. – Meu pequeno gênio! – disse, fazendo cócegas na namorada.
- A gente pode ir embora se você quiserem comemorar sozinhos! – Ryan provocou, Summer não se importou, há um ano atrás era impensável ela se dar tão bem com o namorado da amiga, afinal, muita coisa tinha mudado durante aquele ano.
- E vocês?
- Ahm, você vai ter que viver em Harvard sem a sua melhor amiga, Roberts, o destino de Marissa é a Califórnia mesmo.
- Ai, que lindo, vocês dois vão para Berkeley, eu e Seth vamos para Harvard.
- E todos serão felizes para sempre! – Summer ouviu a voz de Cal voltando ao tom sarcástico que costumava ter antes dele levar um pé na bunda de um perfil no Facebook. – Que fofo. – ele disse e sentou à mesa.
- Cal, você não recebeu a sua carta?
- Recebi, claro, todas as universidades fizeram questão de mandar a mesma resposta: caro senhor Nichol, lamentamos informar, blá-blá-blá.
- Sinto muito.
- Não, não importa, sério, eu sabia que isso ia acontecer, como eu já falei, eu não quero fazer faculdade mesmo.
- Mas o que você vai fazer? Quer dizer, todo mundo precisa ter uma profissão, uma ocupação, pelo menos em teoria, não é?
- Não se preocupe, Summer, eu vou encontrar alguma coisa útil, ou inútil, enfim, para fazer. Talvez eu vire um artista.
- Você poderia ser ator. – Marissa sugeriu.
- Ou modelo. – Summer completou.
- Garoto de programa seria mais adequado para você. – Seth falou, Cal fez uma careta e um gesto de quem leva uma punhalada no estômago.
- Deve ser uma profissão bastante prazerosa, se é que você me entende, hum, acho que não. – Seth fingiu uma risada, e Summer deu um tapa no ombro de Cal. – Summer, a primeira coisa que vão fazer com você em Harvard é te colocar dentro de um laboratório para estudar a sua espécie.
- Em poucos dias, tudo será diferente, completamente diferente, ao mesmo tempo que é excitante, também assusta. – Summer disse, e os cinco ficaram um instante em silêncio, como se refletissem a respeito; depois Ryan levantou-se, seguido por Marissa.
- A gente vai indo, nos vemos na festa do moletom? – disse ela. – A gente se vê, então.
- Cal, você vai à festa do moletom, não vai? – Seth perguntou, Cal balançou a cabeça que não. – Eu estou te convidando para uma festa e você tá dizendo não? O que está acontecendo? É a última festa do colegial antes do baile de formatura e você vai perder?
- É a última festa e também é a festa onde todo mundo usa o moletom da universidade que vai estudar, e eu nem preciso dizer que isso é uma besteira, não é? Além disso, eu não posso ir para a festa do moletom sem um moletom.
- Você deveria ir. – disse Summer. – A Taylor vai está lá, pode ser uma chance de você reconquistá-la, ou conquistá-la, enfim...
- A Taylor não vai para uma festa.
- Para essa ela vai.
- Como você sabe?
- Eu sei. – Summer arqueou a sobrancelha daquele jeito engraçado.
- Ela sabe. – disse Seth.
***
Cal ficou vários minutos em dúvida se ia ou não para a tal festa do moletom; a questão era que, mesmo que Taylor estivesse lá, não poderia saber se ela ia querer falar com ele, estavam há dias sem se falar, embora se encontrassem todos os dias na escola, e todas as vezes que Cal tinha que trabalhar no abrigo durante a semana. Finalmente, resolveu ir, se a perdesse, não poderia dizer que foi por não ter lutado.
Berkeley, Yale, Stanford, Harvard, UCLA, Columbia, Cal olhava em volta e não conseguia não se sentir estranho em meio a tantos moletons de universidade, enquanto ele continuava usando a costumeira camisa Armani, mas talvez o mais estranho fosse se sentir sem perspectivas, sem planos. Um bom copo de cerveja o faria parar de pensar naquelas besteiras, pensou, mas antes que ele se afastasse para buscar a bebida, encontrou Summer e Seth, de mãos dadas e com seus moletons de Harvard; ficou com eles por um instante, mas percebeu que Taylor estava conversando com outro garoto da escola que usava um moletom da Johns Hopkins. Ele se aproximou devagar, Taylor olhou de soslaio, mas não parou de conversar com o outro rapaz.
- Taylor, a gente pode conversar? – Cal disse, e percebeu que ela estava nervosa, pelo menos não estava indiferente.
- A gente não tem o que conversar.
- Conversar um pouco não pode fazer mal. Dá licença, por favor. – Cal disse para o amigo de Taylor, que mesmo achando estranho e inconveniente, acabou saindo. – Parabéns, pela Johns Hopkins.
- Obrigada. – aquele tom frio de Taylor quase fez Cal recuar. – Eu preciso ir, com licença. – Cal ficou na frente de Taylor, e segurou-a pelo braço, puxando-a para perto de si até ficarem tão próximos que era possível sentir a respiração um do outro. – Cal... – havia tantas coisas que ele poderia dizer, mas nenhuma palavra sequer veio à sua mente, nada, um branco total; Cal colocou a mão nas costas de Taylor e a trouxe para mais perto ainda, colando seus lábios aos dela; Taylor empurrou, em vão, mas logo desistiu de tentar fugir da busca incessante por aquela boca.
    Não durou tanto tempo, como se acordasse de algum sonho, Taylor se livrou dos braços à sua volta, encarou os grandes olhos de Cal por um instante, e depois saiu quase correndo, sem olhar para trás.


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