Kingdom Hearts: Three Keys, One Heart escrita por nekohime_yami


Capítulo 28
XXVII – Twilight Town


Notas iniciais do capítulo

Eu esqueci da fic outra vez... perdão.
Vou tentar terminar de postar tudo essa semana.

[música para ambientação]
https://www.youtube.com/watch?v=CSdNxXGUaRU

Boa leitura!



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Voou pelo espaço entre os mundos perdido em pensamentos. Pensou em “Ohana”, em Aqua, Terra, e no conselho de Noel, que continuava um mistério. Pelo menos o keyblade glider parecia estar funcionando perfeitamente, até melhor do que antes.

Flutuou ali por algum tempo até encontrar outro mundo, e quando encontrou... Foi tomado por uma estranha sensação, um misto de tristeza e nostalgia, memórias boas e ruins. Mas seu coração dizia que ele deveria entrar ali. Meio sem se dar conta, chamou Oathkeeper, e com ela abriu um portal para dentro daquele mundo.

Saiu no topo de uma torre, sobre um relógio e uma estação de trem. Olhou em volta e, não vendo ninguém, desativou a armadura: para ver-se vestido... como Ventus? Não, não era bem isso. As roupas eram parecidas, mas diferentes. Seu pingente havia-se transformado num zíper, e a armadura continuava sobre o ombro esquerdo... tirando isso, as roupas pareciam perturbadoramente familiares. E não era apenas pela semelhança com as de Ventus.

Olhou para frente, e a cidade toda se estendia abaixo, sob um magnífico pôr-do-sol que tingia tudo em tons de vermelho e laranja. Não sentia escuridão alguma naquele mundo, como no anterior. Será que Sora estivera ali também?

Reconheceu o mundo como Twilight Town pelas memórias de Sora... mas não era delas que vinha o aperto no coração que parecia quase sufocá-lo ao olhar a cidade do topo da torre do relógio.

Continuava ali, perdido em pensamentos, quando ouviu um ruído atrás de si e virou-se para ver... segurando uma sacolinha branca de plástico, um rapaz alto e magro, de cabelos vermelho-fogo longos e espetados para trás, e olhos verdes meio puxados... Hikaru estacou no lugar, uma avalanche de memórias varrendo sua mente, como se finalmente tivesse encontrado a última chave que conectava todas elas.

Got it memorized, Roxas?

You sure? How 'bout my name, then?

— ...Axel... – o nome saiu quase num sussurro.

— Roxas...? – o outro arregalou os olhos de volta, parecendo igualmente estupefato... e então viu o símbolo no zíper, e a armadura sobre o ombro, e suas sobrancelhas se franziram levemente – Não... Ven... Ventus? O q-...? Como...? – suas sobrancelhas se ergueram novamente, tão surpreso quanto, senão mais surpreso que antes.

I’ll see ya when I see ya.

After all, we’re friends now.

Get it memorized.

A memória voltou à tona em sua mente, dessa vez clara, e finalmente conseguiu conectá-la a todas as outras.

— Lea! – exclamou, enfim conectando as duas pessoas, todas suas memórias finalmente claras, e sorriu – Eu pensei que... como? – perguntou, confuso, ainda tentando conectar como Lea, que era Axel, recuperara o coração e voltara a ser Lea.

— Como...? Eu é que pergunto “como?”! Quem é você afinal? Ven? Roxas? Como veio parar em Twilight Town? – Lea despejou a torrente de perguntas em Hikaru, que estacou, chocado, por alguns instantes.

Suspirou então, coçando a cabeça e pensando em como explicar tudo aquilo.

— Na verdade, acho que sou os dois... e mais um pouco de Sora, talvez? – franziu as sobrancelhas – É complicado... E eu vim para cá atrás de respostas. Para encontrar uma pessoa importante... – explicou, meio incerto – E você? Por que veio parar em Twilight Town? Achei que era de Radiant Garden. – franziu as sobrancelhas.

— Bom, eu não sei. Também não sei como consegui meu coração de volta. Só sei que um dia simplesmente acordei aqui. – deu de ombros, sentando-se na beirada da torre e gesticulando para que Hikaru fizesse o mesmo, o que fez.

Lea então tirou de dentro da sacolinha um sorvete azul duplo, dividiu-o no meio e deu uma metade a Hikaru.

— Só tinha desses hoje... talvez tenha sido um sinal. – riu, e Hikaru pegou sua metade do sorvete com um sorriso – Vamos, me conte a história toda. – concluiu, começando a tomar seu sorvete.

Hikaru quedou-se sentado, olhando o pôr-do-sol e tomando sorvete, organizando os pensamentos, por alguns instantes, antes de tomar fôlego para começar sua história.

— Bom, a história toda começa quando eu ainda era Ventus, antes de encontrar você pela primeira vez em Radiant Garden... – começou, antes de embarcar na longa e complicada história que o trouxera ali, naquele momento.

Falou de Xehanort, de Vanitas e da “χ”-blade; de Terra e Aqua e mestre Eraqus, de como acabara unindo seu coração ao de Sora para não desaparecer. Como acabara com as memórias de Sora, Roxas e Ventus. Explicou que não sabia ao certo como, mas que seu coração se recuperara, encontrara seu corpo, e de alguma forma os dois foram parar em Disney Town, onde foi encontrado por Flamma, com um monte de memórias confusas. Falou de Flamma e Lyra e de Ivan, do nome que Flamma lhe havia dado e da promessa de mantê-lo, e de como encontrara Mickey em Disney Castle e recuperara as memórias de Ventus. Contou então sobre aquela noite em Disney Town quando perdera seus novos amigos, sobre sua ida a Destiny Islands e seu encontro com Sora, que clareara outra área de suas memórias confusas. Por fim, deu a história completa de sua viagem pelos mundos até ali, suas batalhas contra toda sorte de heartless e nobodies e membros da Organization XIII.

Lea ouviu tudo atentamente, e ao fim da história os dois já haviam terminado os sorvetes, e olhavam o pôr-do-sol daquele mundo como nos velhos tempos.

— Em Narnia, Papai Noel me disse: “Siga seu coração, um velho amigo vai mostrar o caminho”. Por um momento, pensei que pudesse ser Stitch, mas... acho que era você. – Hikaru concluiu com um sorriso, dando de ombros – Encontrar você clareou as memórias de Roxas... e agora eu lembro o caminho para The World That Never Was. Finalmente posso ir trazer Flamma de volta. – sorriu, olhando para as mãos e apertando o palitinho de sorvete que ainda segurava.

Lea acenou lentamente com a cabeça, antes de levantar-se, espanando a poeira das calças, jogando o palito de sorvete na sacolinha, e os dois numa lixeira próxima.

— Certo, então vamos? – perguntou com um sorriso.

— “Vamos”? Pra onde? – perguntou Hikaru, olhando para cima, para Lea, com as sobrancelhas franzidas em confusão.

— The World That Never Was, oras! Trazer sua amiga de volta! – respondeu Lea, como se fosse extremamente óbvio.

— ...Você vai junto? – Hikaru franziu ainda mais as sobrancelhas, levantando-se.

— É claro que vou! – foi a vez de Lea franzir as sobrancelhas.

Hikaru sorriu para Lea, genuinamente feliz.

— Que cara de cachorro sem dono é essa? – perguntou o outro, e Hikaru riu.

— Valeu, Lea. – disse, sorrindo.

— Somos melhores amigos, não somos? Memorize isso! – retrucou Lea com um sorriso, bagunçando os cabelos de Hikaru, que riu. – Certo, como fazemos pra sair? – perguntou, sério.

— Ah! Aqui. – Hikaru jogou o palitinho de sorvete fora, e chamou a Wayward Wind. Jogou-a longe, e ela retornou como seu keyblade glider.

Pulou sobre ele, já acostumado, e planou para dentro da torre, onde Lea esperava, olhando meio desconfiado para o artefato.

— Pode subir. – disse Hikaru com um sorriso.

— Tem certeza que isso agüenta nós dois? – perguntou o outro, meio desconfiado.

— Deve agüentar. – deu de ombros – Não vamos saber se não tentarmos, não é? – sorriu.

Lea olhou para o amigo como quem diz “qual é o seu problema?”, mas logo suspirou e subiu atrás dele. O artefato continuou planando normalmente.

— Certo, parece que funciona! Então vamos... – Hikaru ia decolar, quando ouviu um “Hikaru!” vindo do anel que recebera de Kairi em Destiny Islands, e parou, olhando-o.

“Hikaru!” veio o chamado mais uma vez, seguido de “Kairi, tem certeza que isso funciona?” na voz de Sora.

“Claro que funciona!” respondeu a voz de Kairi.

“Tenta de novo, Sora. Ele não deve ter ouvido, ou estava fazendo outra coisa.” veio a voz de Riku, parecendo levemente cansada.

— ...Sora? – Hikaru perguntou para o anel, franzindo as sobrancelhas.

“Hikaru!” respondeu a voz de Sora.

“Eu disse que funciona!” retrucou a voz de Kairi.

“Parem com a briga de casal e falem logo o que precisam falar!” a voz de Riku cortou os outros dois.

“Nós não somos um casal!” retrucaram as vozes de Sora e Kairi em uníssono.

“Que seja. Já que o Sora não fala... Hikaru, descobrimos a localização de The World That Never Was.” disse a voz de Riku vinda do anel, com um “Hei, era pra eu falar!” de Sora ao fundo.

— Ah... bom, eu também acabei de descobrir... – respondeu Hikaru.

“E você nem ia avisar a gente?” veio a voz indignada de Sora pelo anel.

— Eu ia... é que eu esqueci. Desculpa. – respondeu Hikaru.

Esqueceu?” veio a voz de Sora, seguida de um “Ele não queria você atrapalhando.” de Riku, algumas brigas e risos.

— Bom, então... encontro vocês lá. – Hikaru interrompeu a discussão, ignorando o resto do que veio do anel, e pensando que devia ter perguntado a Kairi como se desligava aquilo – Certo, vamos! Segura firme! – disse para Lea, antes de ativar a armadura, abrir um portal e sair de Twilight Town para o espaço entre os mundos, rumo à reta final de sua jornada.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!

Não farei mais promessas, mas vou postar o resto antes de sair KHIII.



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