Kingdom Hearts: Three Keys, One Heart escrita por nekohime_yami


Capítulo 2
I - Flamma


Notas iniciais do capítulo

Não recebi tantas reviews como gostaria, mas prometi a Pah-sama que publicaria mais um cap essa semana... então, aí está!
Boa leitura!



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“Ventus, you're alone? I thought-”...
“Sora, don’t ever change.”...
“Got it memorized, Roxas?”...

Acordou daquela sucessão de sonhos estranhos que pareciam memórias para ver uma garota encarando-o de cima. Sentou-se num pulo.

- Wa! Dá um tempo, Aqua...

Congelou no lugar, franzindo as sobrancelhas.

- Quem é Aqua? – perguntaram os dois ao mesmo tempo.

- Quê? – perguntou a menina – Como assim? Foi você quem me chamou de Aqua e aí me pergunta quem é ela?

- Desculpa... eu... não sei por que disse aquilo. Foi... automático, eu acho. – o garoto parecia sinceramente confuso.

- Muito bem, vou acreditar em você. – disse a menina – E para sua informação, meu nome não é Aqua, é Flamma.

- Flamma... – disse ele, distante. De fato, com seus cabelos vermelho-sangue, seus olhos amarelos e curvas bastante acentuadas, ela não se parecia em nada com Aqua. Espere, como assim? Quem era Aqua, afinal?

- Isso mesmo. Memorizou?

O garoto riu. Bem que achou-a parecida com Axel... Estacou. Quem era Axel?

Levou as mãos à cabeça, confuso. Por que continuava a lembrar dessas pessoas que não conhecia? Era como se várias pessoas diferentes tivessem inserido suas memórias na cabeça dele. Precisou se controlar para não ter um ataque de nervos ali mesmo, para não assustar Flamma. Ela não tinha culpa por sua cabeça estar tão caótica quanto uma sala de arquivos esquecida.

Enquanto isso, Flamma o observava. Aquele garoto era tão confuso quanto era atraente – cabelos dourados como raios de sol, combinados a olhos azuis como o céu de verão. Além disso, tinha um rosto lindo e corpo perfeito (pelo que pôde deduzir sem ver debaixo do “uniforme”).

Então se lembrou dela mesma – era como ele, havia chegado a Disney Town sem saber ao certo quem era ou por que estava ali, e teria continuado perdida se a mulher que aprendera a chamar de mãe não a houvesse pego para criar. Flamma sentia vontade de cuidar daquele garoto lindo e confuso da mesma forma que sua mãe cuidara dela – bem, quase da mesma forma.

- Ei, e você? Sabe seu nome? Sabe quem é? – perguntou ela.

Uma sucessão vertiginosa de memórias passou pela cabeça do garoto. Ventus... Sora... Roxas... Quem era ele?

- ...eu não sei. – mordeu o lábio inferior para não chorar. Por algum motivo, achou que não deviam vê-lo chorando. Algo da natureza livre e orgulhosa de Ventus ou Roxas, talvez. Mas quem eram Ventus e Roxas, e quem era ele para discutir sua natureza?

Para sua surpresa, Flamma saiu de trás da cama, onde estava sentada, e sentou-se ao lado dele, apoiando a cabeça de leve em seu ombro.

- Sabe... Quando eu cheguei a Disney Town (essa cidade em que estamos agora) eu também não sabia meu nome, nem quem era, nem como ou porque estava aqui. – disse ela.

O garoto ficou surpreso. Pela aparência e modo de agir dela, nunca poderia ter adivinhado que ela tinha um passado assim.

- Mas... minha mãe me deu um nome, e disse que não importava de onde eu tinha vindo e todo o resto. Se eu não tinha memórias antigas, eu ia simplesmente ter que fazer novas!

Levantou a cabeça do ombro do garoto, virando-se para olhar fundo naqueles olhos azuis maravilhosamente hipnóticos.

- Então... agora eu queria dizer a mesma coisa para você: se você não tem um nome, eu posso te dar um, se quiser; se não sabe de onde vem, vamos pensar só em para onde vai daqui para frente; se não tem memórias do passado, vamos fazer memórias o bastante do presente e do futuro para compensar! – sorriu, um sorriso brilhante de otimismo sincero. O garoto sorriu de volta, um sorriso doce e um pouco tímido. O coração de Flamma deu uma cambalhota estonteante dentro do peito.

Uau. Ele era ainda mais atraente quando sorria. Flamma teve a impressão que, se já não estivesse sentada, teria caído de joelhos de imediato. Aquele garoto a fazia perder as forças.

- Então... me dê um nome. – disse ele, ainda com aquele sorriso.

- Hm... Assim de repente fica difícil. Deixe-me pensar... – disse ela, repassando em sua cabeça uma lista de nomes que conhecia.

Mas nenhum parecia bom o bastante, até que, de repente, uma idéia veio a sua mente, e soube que nome dar a ele.

- Já sei. Vou chamar você de Hikaru: significa “luz”. – disse ela, triunfante.

O recém-nomeado Hikaru franziu as sobrancelhas.

- Por que “luz”? – perguntou.

- Bem... ontem à noite, quando vi você cair do céu, foi como se você brilhasse. – sorriu para si mesma – Foi tão estranho! Como se você se recusasse a ser envolvido em escuridão; nunca tinha visto nada assim!

“What makes his heart shine like that?”...

Um fragmento de memória pareceu relampejar pela mente de Hikaru, mas ele sacudiu a cabeça e o ignorou. Deixaria para pensar em suas memórias confusas quando tivesse tempo; por hora, preferia dar atenção ao presente.

Então virou para Flamma com seu sorriso mais charmoso, feliz e brilhante, que a fez temer e perder totalmente as forças.

- Então a partir de hoje sou Hikaru. – disse ele, olhando para ela com aqueles olhos azuis que pareciam ver o fundo de sua alma – E vou continuar sendo, mesmo que me lembre de quem era.

- É? Por quê? – perguntou Flamma, confusa.

- Por que foi o nome que você me deu. – respondeu, colocando ainda mais charme em seu sorriso.

Oh, céus. Aquele garoto era completamente sem noção, pensou ela, mas igualmente irresistível.

Sem pensar, pôs uma mão atrás da cabeça dele, enterrando os dedos naqueles fios dourados macios, e lhe deu um beijo na bochecha. Quase o beijara nos lábios, mas conseguira recuperar parte dos sentidos no último momento e desviara um pouco do alvo.

Então percebeu o que tinha feito a um garoto que acabara de conhecer, e ficou inteira tão vermelha quanto seus cabelos. Levantou num salto e saiu correndo do quarto, batendo a porta atrás de si. Do lado de fora, apoiou-se sem forças numa parede, deslizando até estar sentada, com a mão apertando o coração que batia numa velocidade assustadora.

Sua mãe escolheu este exato momento para aparecer.


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Notas finais do capítulo

Aí está!
Publico mais semana que vem ou assim que receber reviews, o que chegar depois!