Kingdom Hearts: Three Keys, One Heart escrita por nekohime_yami


Capítulo 18
XVII – Atlantis -parte 1-


Notas iniciais do capítulo

Demorei mais uma vez, mas acho que não tanto.
Finalmente estou de férias, então acho que vai dar para escrever um pouco mais... quem sabe eu não consigo terminar a fic (e começar a continuação)?

Atlantis é o primeiro mundo que eu precisei assistir e adaptar história de filme, e é um mundo novo (nunca apareceu eh KH)...
Não sei quantos de vocês já viram "Atlantis - O Reino Perdido" (Atlantis - The Lost Kingdom), mas que não viu devia ver; é um filme muito bom (apesar de ter sido um fiasco de vendas...)!

Para ambientação procurem a OST do filme no youtube, tem playlist com ela completa. E é bem legal!

Boa leitura!



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Viajando mais uma vez no espaço entre os mundos, procurando por uma pista que o levasse à Organization XIII, a Ivan ou a Flamma, Hikaru de repente sentiu um aperto no coração, e uma sensação como se estivesse sendo chamado.

Sem pensar, como se em transe, chamou sua keyblade e a apontou para o espaço à frente, onde uma passagem se abriu. Entrou, e viu-se numa ampla caverna iluminada por uma estranha luz azul. Olhou para a fonte da luz e viu um cristal, suspenso vários metros acima de um poço sem fundo.

Sentia muita luz, e muitos corações conectados àquele cristal. O coração daquele mundo, talvez? Sem dúvida havia sido aquilo que o chamara ali, mas... por que?

Sentiu a caverna tremer e, sem saber ao certo por que, escondeu-se atrás de uma das protuberâncias rochosas próximas. Viu alguns pilares no fundo da caverna baixarem lentamente: sobre eles, viu um rapaz magrelo de óculos, um grandalhão grisalho com cara de militar, uma moça loira e outra morena, de olhos azuis da cor do cristal e cabelos brancos. Esta última tinha um cristal no pescoço que emitia uma energia parecida à do que pairava no teto da caverna.

E então Hikaru percebeu, ao lado do militar grisalho, um homem vestido de preto, o capuz escondendo parte do rosto. Ia sair de seu esconderijo para confrontar o homem, mas algo lhe disse para permanecer escondido. Talvez tenha sido o cristal.

– Na mosca! – exclamou o homem grisalho.

A moça morena murmurou alguma coisa e se prostrou no chão assim que viu o cristal, murmurando um tipo de prece.

– Tatch, diga para ela se apressar; temos que cumprir o plano! – disse o homem grisalho com desprezo.

O rapaz magrelo foi ate a moça prostrada e tocou-a delicadamente.

– Ah... Kida... – disse, e a moça parou sua prece – Me desculpe... – disse o rapaz, delicadamente ajudando a moça a se levantar.

O homem grisalho deve ter feito algo então, pois o cristal começou a emitir uma luz vermelha em vez de azul, que fez Hikaru estremecer.

– Anda, vamos logo... este lugar não presta. – disse a moça loira.

– Deixe de bobagens! Como fazemos para tirar aquele cristal de lá? – disse o homem de capa e, mesmo sem memórias de Sora ou Roxas, Hikaru reconheceu a voz. Braig... não, agora era Xigbar.

De seu esconderijo, Hikaru franziu as sobrancelhas. Xigbar apontou sua arma para a cabeça de Tatch.

– Eu não sei como tirar! Eu nem sei o que o mantém lá! – respondeu o rapaz, exasperado.

Então a luz do cristal voltou a ficar azul, e a moça morena, Kida, como se em transe, começou a andar em direção a ele. Tatch, o rapaz magricela, tentou ir até ela, mas foi impedido pelo militar grisalho.

– O que está acontecendo? – perguntou o homem.

– Diga, rapaz! – completou Xigbar, apontando a arma para Tatch.

– Aqui diz que o cristal está... vivo, de alguma forma; e eu não sei como explicar! É a divindade deles, a fonte de energia! – parecia estar tirando isso de um livro que trazia.

– Seja claro, professor. – disse o homem.

– Eles são parte do cristal, o cristal é parte deles! Eu estou fazendo o possível!

– Bom, não é o bastante! – adicionou Xigbar, engatando a arma.

– Então por que você não traduz e eu fico apontando a arma?! – gritou, finalmente perdendo a paciência.

Então todos foram atraídos pela moça, que virava e falava algo para o rapaz: “Tudo vai ficar bem, Milo Tatch. Não tenha medo.”; Hikaru de alguma forma entendeu.

– O que ela disse? – perguntou o homem.

– Eu não sei, eu... não entendi. – mentiu Milo.

E então a moça morena, ainda em transe, começou a andar sobre a água em direção ao cristal. Hikaru podia senti-lo chamando, e ao mesmo tempo mandando ele se manter escondido. Como se aquele “Tudo vai ficar bem” também tivesse sido dirigido a ele.

E então a moça foi sugada para dentro do cristal, e depois de um show de luzes impressionante, o cristal desceu à superfície: na forma de uma Kida translúcida e azul-brilhante, que veio andando sobre a água em direção ao grupo que olhava, estupefato. Hikaru podia sentir o poder e a luz emanando dela.

O militar tentou tocá-la, mas foi impedido por Milo. Hikaru pôde ver Xigbar sorrir por sob as sombras do capuz. A moça-cristal subiu com Milo, o militar e a moça loira na plataforma, que mais uma vez subiu. Xigbar ficou para trás, olhando em volta como se desconfiasse de alguma coisa, ou checasse se nada estava faltando.

Desativando a armadura (para ver-se vestido como um atlante: apenas um tipo de saia azul estranha, mas ainda usando a corrente de prata no pescoço e a armadura sobre o ombro), Hikaru saiu de seu esconderijo.

– Procurando alguma coisa? – perguntou Hikaru, e Xigbar virou-se para ele.

– Roxas...? – levantou as sobrancelhas – ...não. Você é aquele moleque da “χ”-blade. – franziu as sobrancelhas – Achei que você e seus amigos estivessem mortos.

Hikaru cerrou os punhos, sobrancelhas franzidas.

– Para onde vocês levaram Flamma? – perguntou, controlando a raiva.

– Isso é segredo. – deu de ombros.

– ...o que vocês querem com o cristal?

– Isso não é da sua conta. – sorriu.

Toda emoção desapareceu do rosto e da voz de Hikaru.

– Então acho que vou ter que tirar isso de você do jeito mais difícil. – disse, sério.

– Você pode tentar, moleque. – Xigbar sorriu maliciosamente, invocando suas duas armas.

Quando Hikaru foi chamar a Wayward Wind, sentiu algo diferente... e se viu empunhando Rainfell e Earthshaker. Sentiu uma dor no coração ao ver as duas keyblades familiares, mas deixou para pensar nisso depois. Xigbar era um oponente difícil, e Hikaru precisaria se concentrar na luta se pretendia vencer e tirar do oponente as informações de que precisava.

Xigbar não era do tipo que lutava com honra, era do tipo que lutava para vencer, sem escolher os métodos. Teleportava de um ponto de apoio elevado para outro, dando a Hikaru muito poucas chances acertá-lo. Era difícil prever de onde viria o próximo tiro para bloqueá-lo, e ainda mais difícil contra-atacar.

Foi uma longa e dura batalha, diferente das que Hikaru lutara até ali. Quando por fim conseguiu golpear para longe as armas de Xigbar e montar sobre o inimigo derrotado, cruzando as duas keyblades sobre seu pescoço, Hikaru estava cansado, ofegante e machucado. Mas a determinação em seus olhos não havia desaparecido: pelo contrário, se intensificara.

– Onde. Ela. Está? – perguntou, sério.

– Por que eu te contaria? – Xigbar riu, sarcástico – Você vai acabar comigo de qualquer forma. E eu prefiro sumir... vendo a frustração na sua c-

Não teve a chance de terminar a frase, e desapareceu junto com suas armas quando Hikaru deu o golpe final.

Hikaru continuou ajoelhado no chão, olhando as duas keyblades tão familiares em suas mãos... que, como se tivessem sido um sonho, desapareceram. Sentiu lágrimas de dor e frustração subirem a seus olhos, mas mordeu o lábio e respirou fundo, não deixando que elas caíssem. Não podia chorar, não ia chorar, não tinha tempo de ficar se lamentando agora. Precisava continuar sua busca até encontrar Flamma e Ivan, não importava quanto tempo levasse. Não importava o que tivesse que fazer.

Levantou-se, dolorido, machucado e cansado, e usou uma rápida magia de cura em si mesmo. Teria que servir por enquanto, pois não podia se dar ao luxo de parar para descansar.

Foi então que sentiu que o cristal o chamava outra vez. Com uma expressão séria e determinada, chamou a Wayward Wind, abriu um portal para onde sentia que o cristal queria que ele fosse, e passou por ele.


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Notas finais do capítulo

Espero que ainda não tenham desistido de mim, e que tenham gostado...
Atlantis é um mundo longo, então se preparem! [toca a música do Scar no fundo]

Nos vemos no próximo capítulo (ou nos comentários)!