Save Her escrita por little_lys


Capítulo 7
Passado. I




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Tive que respirar fundo para não cair desmaiada ali. Meu Deus, Dave, meu primo, estava bem ali na minha frente! Eu estava sem reação.

- Marie? – me chamou. Eu não tinha palavras para usar. So estava ali, paralisada na frente dele, e um monte de gente no mercado. Eu tinha que fazer alguma coisa. Então virei-me rapidamente para Catharine.

Cath – ela virou-se para mim – eu posso ir ai falar com ele rapidinho? Põe outro aqui no meu lugar, é coisa rápida.

- Ta Marie, pode ir. – agradeci com um sorriso e virei-me para o Dave.

- Vem. – o chamei lá para dentro. Fomos ate uma parte dos funcionários do mercado. Sentamos nos bancos, eu levantei para pegar um café para mim – quer? – perguntou, ele disse um ‘não’ com a cabeça. Peguei meu café e sentei no banco, com certa distancia dele.

- Como vou saber que você é mesmo o Dave? – perguntei.

- Ora Marie, você perdeu a memória? – ele perguntou, eu abaixei a cabeça, depois assenti – oh, sinto muito. Mas sei que você vai se lembrar de mim – falou se aproximando e pegou na minha mão. – nós éramos como irmãos.

- Sim, disso eu me lembro. Eu andei tenho sonhos com Dave. Não sonhos, mas sim lembranças. Quando ele chegou lá em casa dia depois que eu machuquei minha...

- Sua perna enquanto corria pelo jardim. É eu me lembro disso. Mas isso não nos impediu de brincarmos bastante aquele mês que fiquei na sua casa.

Oh meu Deus! Sim! Sim! Era ele. Meus olhos se encheram de lagrimas de felicidade.

- Oh Dave! É você mesmo! – falei isso e o abracei com todas as minhas forças – nem acredito que você ta aqui. Eu tava me sentindo um pouco sozinha, sabe? Sem ninguém do meu passado. Ah, foi tudo tão estranho e...

- Hey, calma! Eu to aqui. Teremos tempo bastante para conversar. – Falou acariciando meus cabelos.

- Ah Dave, agora percebo que senti muito sua falta. – falei ainda abraçada com ele.

- Também – disse – estava muito preocupado com você, minha Marie.

- Eu só queria lembrar o que aconteceu Dave. – choraminguei – você sabe, não sabe? – levantei e olhei em seus olhos.

- Sim – falou – você foi seqüestrada enquanto saia de uma festa. Isso aconteceu há semanas. Achamos que já estivesse morta!

- Por um momento eu quase morri mesmo Dave... Sinto-me muito mais segura com você aqui – falei o abraçando novamente. Nessa hora Mônica chegou, e se assustou.

- Marie? – perguntou confusa, ela virou para Dave e pareceu mais confusa ainda. – Er... Quem...

Mônica – disse já me levantando – esse é Dave, um amigo de infância.

- Infância? – perguntou. Afinal, ela sabia que eu perdi a memória.

- É eu o encontrei. Isso não é perfeito?! – ela sorriu e deu pulinhos de alegria comigo.

- Marie isso é ótimo! – disse parando de pular.

- Marie? – perguntei.

- É, um apelido que dei pra você. É mais bonito que so Marie. – ele se aproximou do meu ouvido e disse: - bem gato ele não?

Tive que rir. Mas sim, muuuito bonito o Dave havia se tornado. Mas desde pequeno ele era lindo. Agora se tornou mais ainda.

- Sim. – virei-me para Dave. Estava tão feliz! Mas ainda tinha que trabalhar então eu falava com ele depois – Você pode passar lá onde estou morando depois? Ainda temos muito que conversar!

- Claro. Passa-me o endereço, o numero do teu celular também – peguei um papelzinho e uma caneta e anotei o endereço e o numero, entregando depois a ele. – estou louco para vê-la de novo

Veio ate mim e me deu um beijo na bochecha me abraçando logo em seguindo. Retribui do mesmo jeito.

Assim que ele saiu na perfeita Ferrari dele eu me sentei onde estava antes e fiquei olhando a parede. Mônica ainda estava lá, mas nem parecia.

Estava imersa em meus pensamentos. Uma felicidade muito grande invadia meu coração. Na verdade, nesse momento eu nem ligava que Dave poderia me ajudar a lembrar de tudo.

O que me importava mesmo era ele. Meu irmão de coração. Ele estava ali comigo. E tudo estava perfeito agora!

- Marie – Mônica chamou vindo para perto de mim – quer ir embora mais cedo hoje?

- Não! – exclamei – agora estou me sentindo muito bem, quero trabalhar pra valer! Pode ser ate em outras coisas, tipo com limpeza, ou ajudando Peter.

- ótimo! – falou e voltamos. Na hora do almoço, não quis almoçar no restaurante de sempre com todo mundo, como fazia todos os dias. Eu quis almoçar em casa mesmo, assim poderia contar tudo a todos lá.

Assim que cheguei fui para meu quarto deixar minha bolsa e depois desci para a cozinha. Sabia que a dona Ger estava lá.

- Oi dona Ger! – falei assim que cheguei.

- Olá querida. Por que veio almoçar em casa hoje? – falou enquanto mexia alguma coisa, que por sinal estava com um cheiro ótimo.

- Novidades! Depois do susto horrível de ontem, uma noticia mais que boa apareceu para mim hoje!

- Que ótimo! Conte-me então.

- Não, vou querer contar a todos de uma vez só.

– Okay então.

Arrumamos a mesa e esperamos todos chegarem. A mulher de hoje de manhã veio almoçar de novo conosco.

– Então Marie, conte–nos a novidade. – disse a dona Ger, fazendo com que todos ficassem curiosos também.

– Eu encontrei um primo meu hoje!

– Primo? – perguntou Johnny fazendo uma cara muito estranha

– É! – exclamei – ele apareceu lá no trabalho! Ele me reconheceu Johnny! Ele vai me ajudar a lembrar de tudo! – já estava com olhos com lagrimas, como eu sentia saudades de Dave... – agora percebo, sentia tanta falta dele...

Johnny olhou de um jeito estranho para mim, parecia não ter gostado de saber que eu tinha achado um parente. Por que será? Resolvi não perguntar. Acho que nem ligava para isso agora, estava tão contente por ter reencontrado Dave!

]Horas depois

Sai do trabalho e Johnny me esperava, ele ainda temia que algo me acontecesse. Eu também, mas eu não conseguia pensar em outra coisa... Ah, todos já sabem do que se trata.

– Oi Johnny. – falei sorrindo. Ele sorriu de volta para mim, mas não muito abertamente. Só um sorriso simples.

– Oi Marie – Er... Você... – ele parecia hesitante.

– Eu o que? Fala Johnny. – disse encorajando–o.

– Aquele seu primo... Apareceu por aqui?

– Dave? Ah não, talvez mais tarde ele passe lá em casa. – ele ficou tipo, decepcionado. Não entendi o porquê disso. Quando fui abri minha boca para falar ele se pronunciou.

– Que tal depois do jantar nós darmos um passeio? – é, pode não ser uma má idéia. Assim eu distrairia minha cabeça em relação à Dave.

– Claro, seria legal.

– Ótimo, as sete eu passo na sua casa, ok?

– Ué, não vai ficar para jantar conosco? – ele sempre fica conosco, não entendi por que não ficaria hoje.

– Ah, meu pai larga mais cedo hoje, vou ficar um pouco com o velho.

– Ah sim, tudo bem então.

Entramos no carro e Johnny me levou para casa. Não falamos nada no caminho, apenas ficamos desfrutando da musica clássica que tocava na radio.

Sim, isso sim era musica. Tão calma que chega relaxava.

Fiquei pensando no que Dave disse mais cedo. Quem iria me seqüestrar? E por quê? Era por isso que ele seria de grande ajuda! Ele devia saber da razão de tudo.

Sem contar que terei alguém da família por perto!

Johnny me deixou em casa e foi embora. Entrei e todos já estavam me esperando. O jantar foi calmo, não conversamos sobre muitas coisas.

Ajudei a dona Ger na cozinha e depois que terminei subi para o meu quarto. Peguei meu celular e sentei na cama.

Ai, eu queria que Dave me ligasse. Eu me sentia estranhamente segura ao lado. Eu e Dave éramos muito ligados, desde sempre. Pelo menos foi isso que eu percebi.

Fiquei fitando o aparelho. Liga logo Dave! Falei em pensamento, liga!

Nada. Levantei e me sentei na cadeira de balanço perto da janela. A rua estava quase que deserta. Poucos carros passavam por ali.

Vi Johnny se aproximando. Nossa, tinha esquecido que marquei com ele. Fui ate o meu guarda–roupa e peguei uma blusa listrada e um casaco branco.

Desci assim que ouvi baterem na porta.

– Olá Johnny – era dona Ger. – o que faz aqui querido?

– Ah, eu vim...

– Já estou aqui! – me anunciei.

– Aonde vão? – ela perguntou.

– Só dar um passeio. – falei me juntando a Johnny.

– Tudo bem, e tomem cuidado ok?!

– Ok! – falei e fomos embora.

Fomos ate uma pracinha perto daqui de casa. Ficamos falando sobre besteiras, só para passar o tempo mesmo.

Sentamos em um dos bancos da praça e ficamos olhando o local, não havia mais nada para conversar. Aquele silêncio já estava me incomodando.

– Daqui a pouco o David chega... – falei só para quebrar aquele clima.

– Hm. – respondeu somente – Já quer voltar?

– Não! Está ótimo aqui. Só disse isso mesmo para passar o tempo. A gente está meio sem assunto...

– É...

Passou um cara com um carrinho de sorvete pela gente, Johnny o chamou.

– Quer um Marie? – perguntou tirando um dinheiro da carteira.

– Não. Está frio, Johnny. Para que vou querer sorvete? – falei ajeitando meu casaco.

– Nada haver. Quero um de flocos. – pediu para o homem e virou–se para mim. – tem certeza que não quer?

– Tá. Um de doce–de–leite então.

– Outro de doce–de–leite também. – falou para o homem. Entregou o meu e depois foi embora.

– Ai, está gelado isso.

– É claro, Marie! É um sorvete! – e começou a rir.

– Pára Johnny! – ri dando um soco leve em seu braço – você entendeu o que eu quis dizer!

– Aham. – disse.

Vi que ele se sujou embaixo da boca de sorvete. Peguei meu lencinho e o limpei. De repente ele olhou para mim. Foi de uma maneira tão estranha, que chega me hipnotizava seus olhos.

Ele então pegou a minha mão e ficou segurando. Ele então veio se aproximando. Eu sabia o que ele iria fazer, mas eu não queria me afastar.

Eu também queria aquilo.

Ele deixou minha mão de lado e passou a mão pela minha bochecha. Fechei os olhos só para sentir aquele carinho, ate que sentir meus lábios nos dele.

Ele foi calmo e gentil comigo. Senti que derrubamos nossos sorvetes no chão. Ah, mas isso nem importa. Não naquele momento.

O beijo que estava doce e calmo começou a ficar mais urgente. Lembrei do dia na praia. Estava exatamente igual a ele.

Parei antes que qualquer coisa acontecesse. Estávamos os dois totalmente sem ar. Eu podia ver nos olhos dele a felicidade.

– Desculpa... Eu não devia... – começou, mas eu o interrompi.

– Não Johnny. Tudo bem. Acho que nós dois queríamos isso não é mesmo? – fui direto ao ponto.

Ele me olhou com surpresa, primeiro. Depois passou a ser felicidade. E então sua expressão ficou tipo normal.

– Você também? – perguntou

– É, acho que sim. Você tem sido muito bom comigo, Johnny. Um ótimo amigo – sua expressão mudou ao ouvir a palavra ‘amigo’. – Mas, acho que está na hora de dar uma chance a mim.

Ele ficou novamente com um semblante feliz.

– Eu sei... Eu sei que eu posso ter alguém que eu ame e que me ame e eu posso estar esquecida... Mas... Não dá! Você se tornou especial pra mim. – sorri, ele fez o mesmo.

– Mas Mah. – começou, há tempos não me chamavam de Mah – e se você tiver alguém, e depois se lembre de tudo?

– Eu termino. Sem problemas. Eu espero pelo menos...

Ele então me abraçou. Logo em seguida me beijo, calmamente. Ficamos rindo, apenas abraçados. Era tão bom ficar desse jeito.

– Vamos, hora de levar a Marie Esquecida de volta. – ri.

Voltamos para casa abraçados e sem falar nada. Era muito bom!

Ele me deixou em casa e depois de um longo beijo foi embora. Entrei e dona Ger assistia tudo, corei automaticamente.

– Bom, pelo visto temos novidades não é?

Sorri para ela. Ela entendia muito bem das coisas, e isso é muito bom.

– Eu vou tomar um banho e me trocar. Daqui a pouco tenho visita. – disse indo ate as escadas.

– E quem é? – perguntou.

– Uma pessoa muito especial. – respondi e subi, indo ate o meu quarto.

Entrei e tirei meu casaco, colocando–o em cima da cadeira da cômoda. Peguei meu celular e vi que tinha duas chamadas perdidas.

Dave.


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Notas finais do capítulo

Tô demorando mt pra postar né? Mas época de prova é foda gemt! Me perdoem e comentem pls s2 amo vcs s2