Alvo a Abater escrita por AnaTheresaC


Capítulo 7
Capítulo 7 - Narrado por:Vanessa Swan e Zac Cullen


Notas iniciais do capítulo

Eu adoro escrever capítulos que têm duas pessoas a narrar, mas o problemas é que ficam meeeeeeega grandes. Espero que gostem e comentem!

Bjs



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Capítulo 7 – Narrado por: Vanessa Swan e Zac Cullen

1 – Vanessa Swan

Acordei bem de manhã e fui tomar um duche rápido. Era hoje! Era hoje que ia começar a nossa missão! Já sabia tudo sobre o Zac desde que nasceu. Isso meteu-me subitamente bem disposta como quando aconteceu ontem de manhã. Talvez hoje não voltasse a discutir com Rose como fizemos ontem. Tínhamos decidido fazer umas tréguas porque estávamos sempre a magoar-nos cada vez que discutíamos e isso não se estava a tornar nada saudável para nós as duas. Sequei o meu cabelo e fiz ondas leves. Meti a minha franja de lado e depois fui vestir-me. Calças de ganga azuis escuras, sapatos de salto alto e um top roxo com corte em V (N/A: o mesmo top que ela usou nos Teen Choice Awards 2009). Maquilhei-me cuidadosamente, e depois desci para tomar o pequeno-almoço. Pelos vistos, não era a única entusiasmada com a missão. Já lá estavam a Rose, a Bella e a Alice.

-Bom dia!

-Bom dia! – responderam elas.

Dirigi-me há máquina de batidos e ainda lá estava uma grande porção de batido. Tirei um copo do armário e meti lá um bocado de batido. Bebi-o devagar porque o leite estava fresco.

Bella e Rose estavam a discutir qualquer coisa sobre o material que deviam de levar para reconhecerem o local e Alice estava entretida a preparar as torradas. Como não tinha nada para fazer, resolvi meter conversa com Alice:

-Queres ajuda?

-Não, obrigada.

-O Embry e a Nessie ainda não acordaram?

-Que eu saiba não.

-Queres que eu os vá chamar?

-Se não te importares…

-Não me importo. Vou lá chamá-los.

Quando passei por Bella e Rose, esta disse:

-Mas precisamos de mais uma pessoa. Quem quererá ir?

-Eu quero – respondi.

Elas olharam para mim espantadas.

-Desculpem, não me queria intrometer na…

-Não faz mal – disse Bella docemente. Ela era sempre tão gentil.

-Queres mesmo ir connosco reconhecer o local? – perguntou Rose.

-Sim, claro. E se quiserem, posso tirar fotos ao local.

-Isso é uma boa ideia – concordou Bella. – De todas, és a melhor na área de fotografia.

Acenei com cabeça. Há uns cinco anos atrás, tinha tirado um curso de fotografia de seis meses, quando ainda morávamos em Nova Iorque.

-Então está decidido – concluiu Rosalie. – Vais connosco.

Abri um grande sorriso para as duas e informei-as:

-Tenho que ir chamar o Embry e a Nessie para tomarem o pequeno-almoço. Ainda tenho que lavar os dentes, mas depois podemos ir.

Acenaram com a cabeça e Bella disse:

-Despacha-te. Ouvi dizer que a manhã era a melhor altura para se tirarem fotografias.

Virei-lhes as costas e fui primeiro ao quarto do Embry.

-Embry? Posso entrar? – perguntei do lado de fora do quarto.

-Podes – disse ele com a voz ensonada.

Abri a porta e ele ainda estava na cama a olhar para o tecto.

-Bom dia! – disse-lhe sentando-me ao seu lado.

-Bom dia, baby V. Como é que acordaste hoje?

-Bem, e tu?

- Com muito sono. Ontem ainda estive a ver aqui no meu quarto os locais que ela frequentava com mais frequência.

Estranho. Ele estava com uma voz distante. Será que estava com medo de falhar a missão?

- O que é que se passa Embry? Está tudo bem?

Ele olhou para mim e sorriu-me, mas o seu sorriso não lhe chegou aos olhos.

-Ela faz-me lembrar alguém que eu conheci.

-Quem?

- Quando eu estava no orfanato, eu conheci uma rapariga. Ela tinha ido para lá umas semanas antes de vocês me irem buscar. Ela era uma rapariga super doce e notava-se que tinha passado por uma tragédia. Era desconfiada de todos e raramente brincava connosco. Chama-se Leah.

Ele nunca me tinha contado isto. Sabia que isto o podia afectar a missão, porque eles se conheciam. Mas não podia trair o meu irmão. Ele não merecia.

-E se ela for… - comecei.

-A mesma Leah que eu conheci? Não sei mana, sinceramente não sei o que vou fazer.

-Talvez seja só uma coincidência. Os ficheiros dela foram apagados quando ela foi adoptada.

-Eu sei. Tal como os meus. Sabes, eu sempre tive uma curiosidade imensa de conhecer a minha antiga família, mas eu sei que eles morreram. Eu vi eles a morrerem.

Os olhos dele começaram a encher-se de lágrimas e não resisti a abraçá-lo. Bolas! Ele era meu irmão! Não mereci isto! Matar uma pessoa que conhecia? Não era justo.

-Vai correr tudo bem, confia em mim, OK? – confortei-o. – Confia na tua irmã. Nós vamos proteger-te.

-Tenho que ir tomar um duche. Vemo-nos lá em baixo.

Saltou da cama e foi para a casa de banho.

-Se calhar só nos vemos logo à tarde – disse-lhe.

-Porquê? – inquiriu ele voltando para o quarto.

-Porque eu, a Bella e a Rose vamos inspeccionar o covil dos Cullen.

Ele riu-se da minha piada seca e abraçou-me.

-Boa sorte V.

-Obrigada. Então, até logo.

-Até logo.

Saí do quarto e fui ao quarto da Nessie, mas quando ia bater na porta esta abriu-se de rompante e saiu de lá a minha irmã num vestido verde água a gritar:

-Eu sei! Estou atrasada! Não tive a culpa de adormecer e não meter o despertador!

Passou por mim a correr e desapareceu da minha vista. Bolas! Também não era preciso tanta gritaria logo de manhã!

Fui ao meu quarto lavar os dentes, pegar na minha arma, na minha mala, nas chaves do meu carro e no meu casaco de cabedal preto. Desci as escadas apressadamente e quando cheguei há cozinha disse:

-Estou pronta. Podemos ir.

Bella entregou-me uma máquina fotográfica profissional e dirigiu-se à porta assim como Rosalie. Segui-as obedientemente. A garagem era um anexo mesmo ao lado da nossa casa. Estão a ver, não é? Nós temos só dois carros, mas sim 8 carros. Exactamente, oito carros, por isso, tivemos que mandar construir um anexo com espaço para dez carros (dá jeito ter mais uns lugares).

Saímos da garagem e Rosalie pegou logo no comando do portão da nossa propriedade para podermos sair. Ela parou o carro do outro lado da estrada há espera que o portão fechasse. Quando este fechou Rosalie arrancou logo e passou um carro ao nosso, preto onde tinha três indivíduos lá dentro. Não tive problemas em identificá-los: o que estava a conduzir era o Emmett, o que estava no lado do pendura era o Edward e o que estava no banco de trás era o Zac. Quando os meus olhos encontraram os de Zac eu nem quis acreditar. Eu nunca me tinha sentido assim em toda a minha vida. Ele também olhou para mim, nem misto de curiosidade e tive a certeza que ele também estava a sentir o mesmo que eu.

-Rosalie? – sussurrou Bella. – São eles. São o Edward, o Emmett e o Zac. São eles, Rose. Eles também estão a investigar a nossa casa.

-Eu sei. Segurem-se bem – disse Rose firmemente.

Ela largou as mãos do volante levemente e com os joelhos guiou o volante para fazer um pião. Não, não, não! Senti o bater do carro e a porta bateu-me na cabeça. Senti uma dor latejante e comecei a ficar desnorteada.

Calma Vanessa, calma. Aguenta, aguenta. Isto só deve de ser um bocadinho de sangue. Tem calma. Senti outra vez uma pontada latejante no sítio onde a porta tinha batido e tentei respirar fundo mas não consegui. Havia qualquer coisa a apertar os meus pulmões. O cinto. Não! Vou morrer mais cedo do que pensava. Não pode ser! Socorro! Fechei os olhos e tentei lembrar-me de todos os momentos que tinha passado com a minha família. E aqueles olhos… Nunca mais os veria. Nunca mais.

A porta do lado contrário abriu-se e senti alguém do meu lado. Abri os olhos por breves instantes e olhei para o lado. Aqueles olhos estavam lá. Era o Zac. O que é que ele estava a fazer. Olhei para a frente e notei que a Bella não estava melhor do que eu. Ela tentava soltar-se, mas não conseguia. O cinto tinha-a bloqueado qualquer movimento. Tentei respirar outra vez fundo, mas não consegui.

-Clama – sussurrou-me uma voz doce e controlada.

Senti a pressão do cinto a desaparecer e finalmente consegui respirar fundo. Fui tirada do carro rapidamente e depois ouvi o grito da Bella. Não! Vá lá, salvem-na! Bolas, porque é que a Rosalie tinha que fazer aquilo!?

-Respira fundo, mas com calma, está bem? Vou chamar uma ambulância.

Ouvi uns passos a afastarem-se e a voltarem. A força que estava a fazer para me manter consciente era enorme. Eu não podia desmaiar. Tinha medo de não voltar a acordar.

-O que é que aconteceu? – perguntou o Zac.

A sua voz era doce como mel, suave como veludo e notava-se que estava a tentar não trespassar o pânico. Voltei a abrir os olhos e lá estavam os olhos mais bonitos que já tinha visto em toda a minha vida.

- Ela perdeu o controle do carro. Não sei. Aconteceu tudo tão rápido… - sussurrei.

-Dói-te a cabeça?

-Sim – voltei a sussurrar. – Como é que te chamas?

Tinha que manter a farsa, mesmo estando ás portas da morte (desculpem, mas era assim que eu me sentia).

-Zac. E tu?

Pelos menos não era a única a manter a farsa.

-Vanessa. Mas podes-me tratar por V.

-OK, V. Olha, já estou a ouvir a sirene da ambulância, por isso, se quiseres, pode fechar os olhos e descansar, está bem?

Ele queria que eu morresse? Mas já? Quer dizer, ele quer matar-me, mas sempre pensei que fosse de uma maneira diferente. Que malvado! Mais valia deixar-me morrer dentro do carro de asfixia!

-Não. Não quero.

A minha voz soava distante, mas percebi que transparecia medo. Muito medo.

-Só um bocadinho – pediu ele. Parecia sincero. Mas… ele sabia quem eu era, e ele queria matar-me.

As sirenes da ambulância começaram a fazer-se ouvir (só agora para mim, porque eu estava a ouvir tudo muito distante) e comecei a sentir a dor de cabeça mais forte. Não sei como nem porquê, mas fechei os olhos por um breve momento.

2- Zac Cullen

Acordei um bocado atrasado (só uns dez minutos) tomei um duche quente e rápido, vesti uma camisa azul com umas calças de ganga e uns ténis quaisquer que encontrei ao pé do meu roupeiro. Desci as escadas e já lá estavam todos. Hoje nem me preocupei em irritar a Leah. Estava demasiado feliz, por isso, não ia já irritar a minha mana. Tomei o meu batido rapidamente, fui para cima escovar os dentes e pegar a minha arma, depois desci e fui para a garagem que tinha dois pisos (temos muitos carros). Emmett e Edward já estavam há espera dentro do carro preto de Emm.

-Atrasado – disse Edward. – Como sempre.

-Pois, e tu és sempre o certinho – retorqui.

-Bem, não vão começar a discutir logo de manhã, pois não? – perguntou Emmett visivelmente ansioso.

Ele arrancou a fomos em direcção há casa das Swan. Edward ligou o rádio numa estação de rock/pop onde estava a tocar Avril Lavinge.

-Toma – disse Edward dando-me uns binóculos, uns óculos de sol (que eu sabia muito bem que eram um raio X) e um canivete.

-Estamos quase a chegar – avisou Emmett. – Vou parar lá mais há frente.

Continuámos a andar e do outro lado da faixa de rodagem encontrava-se um carro vermelho reluzente onde iam três raparigas. O carro passou por nós e reconheci-as de imediato: quem estava a conduzir chamava-se Rosalie, a que estava do lado do pendura era a Isabella e a que estava no banco de trás era… a Vanessa. Meu Deus! Era tão linda… Quando ela olhou para mim, aqueles olhos castanhos cativaram-me logo.

Mas então tudo aconteceu muito rápido. Continuámos a andar e elas também, mas depois ouvi uns pneus a chiarem e senti o embate no nosso carro. Como é óbvio, o nosso não conseguiu andar mais, por isso saí e fui ver quem é que estava a conduzir. Quando saí, nem quis acreditar: era o mesmo carro reluzente em que a Vanessa ia. Corri para a porta do outro lado (sendo que a outra estava completamente empanada e colada ao carro do Emmett), abri-a e vi a Vanessa a tentar respirar, mas ela não conseguia, porque o cinto estava a bloquear-lhe a passagem do ar.

-Calma – pedi-lhe. Meu Deus! Não era possível, não podia deixá-la morrer! Mesmo sabendo que era isso que eu um dia teria que fazer…

Cortei o cinto de segurança e ela finalmente vi ela a respirar como deve de ser. Peguei-a e tirei-a dali colocando-a no asfalto húmido (é Novembro), ouvi um grito de uma rapariga mas nem me importei. O que importava agora era a Vanessa.

-Respira fundo, mas com calma, está bem? Vou chamar uma ambulância.

Corri para o carro e peguei o telemóvel de emergência que estava no porta-luvas. Disquei 911 e pedi uma ambulância. Disse que tinha ocorrido um acidente e disse o nome da estrada. Depois voltei para ao pé da Vanessa. Ela já estava com melhor cara, mas ainda estava a sangrar imenso da cabeça. Como é que aquilo aconteceu?

-O que é que aconteceu? – perguntei, tentando não transparecer o pânico.

Os seus lindos olhos abriram-se, eram lindos, de um castanho maravilhoso. Tinham um brilho especial, não sei explicar.

- Ela perdeu o controle do carro. Não sei. Aconteceu tudo tão rápido… - sussurrou.

A sua voz soou rouca, mas mesmo assim notava-se que era límpida como a água. Ela era perfeita.

-Dói-te a cabeça?

-Sim – voltou a sussurrar. – Como é que te chamas?

Como se ela não soubesse o meu nome! Mas não faz mal. Mesmo que ela tenha que me matar, eu não me importo. Decidi responder-lhe e continuar com a farsa. Pelo menos, continuava a ouvir a sua linda voz.

-Zac, e tu?

-Vanessa. Mas podes-me tratar por V.

Comecei a ouvir ao longe as sirenes da ambulância.

-OK, V. Olha, já estou a ouvir a sirene da ambulância, por isso, se quiseres, pode fechar os olhos e descansar, está bem? – pedi-lhe, porque comecei a notar que ela estava a fazer um esforço enorme para se manter acordada e a sua voz começava a falhar no fim das frases.

-Não. Não quero.

Tão querida! Ela estava com medo. E eu percebia o seu medo. Ela tinha medo de morrer. De fechar os olhos e nunca mais voltar a acordar. Mas eu iria ficar ao seu lado, sempre, até ela acordar e estar bem.

Só um bocadinho – pedi.

Ela olhou para mim mais uma vez e os seus olhos transpareciam medo. Mas ela, por fim, fechou os olhos.

As ambulâncias chegaram, pegaram na minha doce Vanessa, na Rosalie (que parecia super bem, só um bocado assustada) e na Bella (ela estava em pânico e quase inconsciente) e meteram-nas nas ambulâncias. O portão da casa das Swan abriu-se e da lá saíram todos os membros da sociedade secreta. Quem estava a liderar o grupo era a Esme. Ela olhou-nos, mas desviou logo o olhar. Encontrou um médico que estava prestes a entrar na ambulância, perguntou-lhe qualquer coisa e depois virou-se para nós. O seu olhar era destemido e mostrava muita sabedoria. Falou-nos num tom doce e educado:

-Vou mandar buscar um reboque para o vosso carro e faço questão de pagar todos os estragos. Obrigada pelo que fizeram ás minha filhas. Estarei eternamente grata por as terem ajudado. Querem boleia para algum lado?

Bem, agora não tínhamos nenhum transporte de volta para casa, e tenho a certeza que o dia de reconhecimento do local tinha sido adiado.

-Obrigada Senhora… - começou Emmett.

-Swan – completou Esme.

-Isso. Obrigada Senhora Swan, mas nós telefonamos aos nossos irmãos e eles vêm cá buscar-nos. Quanto ao carro… em que oficina é que ele vai ficar?

- Central Seattle Car (N/A: é um nome ao acaso).

-Não se preocupe com mais nada, então – assegurou Emmett.

-Já lhes telefonei – informou Edward. – Estão cá dentro de meia hora.

-Então, mas vão ficar aqui meia hora à espera dos vossos irmãos? – perguntou Esme.

-Mãe – chamou… Embry – Se eles quiserem ficar aqui tudo bem, mas se quiserem entrar e esperar um bocado, estão há vontade.

Esta última parte era para nós, mas mesmo assim, não era seguro entrar na casa do inimigo.

-Não obrigada – apressou-se Edward a dizer. – Nós ficamos aqui, e se quiser Senhora Swan, ficamos aqui há espera do reboque enquanto a senhora e a sua família vão ao hospital ver como estão as raparigas. Elas pareciam muito mal, mesmo.

Esme sorriu em sinal de agradecimento e depois disse:

-Agradecia-vos imenso.

-Pode deixar – disse Emmett.

-Obrigada mais uma vez – agradeceu ela.

-Não tem de quê – disse eu.

Ela virou-nos costas e voltou a entrar na propriedade seguida do seu grupo e quando desapareceram, começámos a meter mãos há obra. Tirámos do porta-luvas um saco gigante onde começámos a meter as armas e os materiais de espionagem que tínhamos no carro. Edward teve que se esticar todo para tirar do porta bagagens para tirar os materiais que tínhamos lá.

Quando o portão da residência das Swan se abriu, fingimos que ainda estávamos à espera da nossa família. Acenámos educadamente e mal desapareceram recomeçámos a arrumar as coisas. O Porshe branco da Leah apareceu seguido do carro de Jacob. Eles vieram até nós e começaram logo o interrogatório.

-O que é que aconteceu? – perguntou Leah.

-O carro delas bateu no nosso – respondeu Edward calmo.

-O estrago foi muito grande? – inquiriu Jacob, preocupado.

-Só uma pancada na parte de trás, nada de especial – disse Emmett.

-Ficaram muito feridas? – indagou Leah.

-O suficiente para irem parar ao hospital – informei eu.

-Correm perigo de vida?

Nenhum de nós os três falou. Sabíamos o que poderia gerar se disséssemos que “não”, mas também não podíamos mentir. Pára Zac! Tu foste treinado para isto! Envolver situações amorosas nestes era sempre muito perigoso. Por isso, vamos optar pela verdade, e sempre pela verdade (só na nossa família).

-Não – disse finalmente.

Eles os dois (Jacob e Leah) ficaram em choque e Edward e Emmett tensos. Parece que tinha dito que me ia suicidar! Só faltava gritarem comigo…

-O QUE É QUE TU PENSAS QUE ESTÁS A FAZER? DEVIAS TÊ-LA MATADO! ALIÁS, VOCÊS DEVIAM DE AS TER MATADO!

- Calma, Leah – pediu Jacob.

-O NOSSO PAI VAI MATAR-VOS! PORQUE É QUE NÃO AS MATARAM?

-Não conseguimos – murmurou Edward.

-Elas sabem da nossa existência. Elas querem matar-nos! – retorquiu Jacob, admirado.

Dois reboques apareceram e chegaram lá. Leah pegou bruscamente no saco do Emmett (onde estava lá guardado o nosso material) em meteu-o dentro do porta bagagens. Comecei a ir em direcção ao carro do Jacob, despreocupando-me com as questões dos carros. O Emmett havia de tratar disso. Sentei-me no banco de trás e comecei a pensar.

O que é que tinha acontecido? Aquela era a nossa oportunidade de as termos eliminado. Porquê que eu não a consegui matar? Porque é que aqueles olhos me cativaram tanto? Tantas perguntas e tão poucas respostas.

Jacob entrou no carro, afastando-me do mundo dos pensamentos. Por incrível que pareça, ele estava calmo.

-O Emmett vai com a Leah.

-Ainda bem – respondi.

-Podes-me explicar porque é que tu e os outros não as mataram? Tiveram a vossa oportunidade naquele momento. Juro que não percebo.

Ligou o carro e fez inversão de marcha. Ficámos calados há espera que Edward chegasse. Ele estava a conversar com Leah calmamente. Ele era o único a quem a Leah dava ouvidos. Talvez por ele parecer tão seguro de si.

Decidi que não valia a pena esconder o que se estava a passar. Jacob era meu irmão e tenho a certeza que iria compreender.

-Não sei porque é que não a matei. Em vez disso, senti que tinha de a proteger.

Ele olhou para mim espantado.

-Estás apaixonado por aquela que é suposto matares?

Eu? Apaixonado? Não! Zac Cullen nunca se apaixona. Ele curte a vida ás mil maravilhas e tem todas as raparigas do mundo aos seus pés. Porquê ficar só com uma? E aliás, a palavra apaixonar não entra no vocabulário de um galã como eu.

Soltei uma gargalhada bem sonora, Era impossível. Olhei para o meu irmão que me estava a olhar apreensivamente.

-Eu? Apaixonado? Tem juízo, meu!

-Estou a falar a sério – disse ele.

-Sim, tá bem. Sabes que mais? Como tu não acreditas no Pai Natal, eu não acredito no amor.

-Tu sabes o porquê desse medo de te apaixonares.

-Isso não é para aqui chamado – disse eu bruscamente. Aquele é um assunto codificado, criptado, fechado a sete chaves no piso menos 45 da sede do FBI. 

-Sabes, talvez aquela rapariga te mostre mesmo o significado do amor. Não como aquela Ash…

-Cala-te.

Edward entrou no carro e partimos logo. O carro da Leah seguia atrás de nós. Em breve estaríamos em casa e teríamos que contar a verdade ao nosso pai.

-Agora, são capazes de me explicar o que vos aconteceu para não as… eliminarem?

-Eu não sei – disse Edward. – Quando a vi… eu não consegui, não sei porquê! Estou tão confuso como tu, e no entanto fui eu que estive no lugar do acidente.

-Hum… é estranho. E tu não pões a ideia de estares… apaixonado?

-Não – respondi eu.

Jacob olhou para mim por breves momentos, espantado. OK, eu sei que é muito estranho eu estar a negar a mesma coisa duas vezes e assim tão bruscamente. Mas… eu não podia estar apaixonado por três razões:

a)      Ela sabe que eu sou um agente secreto e quer matar-me;

b)      É suposto eu matá-la;

c)      Zac Cullen nunca se apaixona

-Ouçam – pedi aos dois – nós podemos apaixonar-nos e ela não se podem apaixonar por nós porque simplesmente… não pode acontecer! Não é … compatível.

-Para ti não é – respondeu Edward azedo. – Mas para mim é. Quando eu vi aqueles olhos castanhos… eu soube que a minha função não era matá-la, mas sim protegê-la. Já a ti Zac… acredito que a queiras para outros fins.

-Tu não falas assim dela! – ripostei eu furioso.

Mas a descrição que o Edward fazia quando viu os olhos da Bella… era a mesma do que tinha acontecido comigo e com a Vanessa. Não Zac, pára! Tenta mas é arranjar uma desculpa para dar ao teu pai. Pensa, vá lá! Talvez com a ajuda dos teus irmãos seja melhor.

-Mudando de assunto, temos que arranjar uma desculpa para dar ao nosso pai.

Ambos ficaram tensos, principalmente Edward. Jacob fitou a estrada com uma ruga no meio da testa como se estivesse a tentar resolver um problema matemático com inequações e raízes quadradas.

-Não vos posso ajudar. Lamento – descartou-se Jacob.

Ah! Claro! Quando o assunto já não o engloba, já não há problema. Ou melhor, haver há, mas ele não tem nada a ver com isso, por isso, não se deixa atingir. Que lindo! Tou lixado, assim como os meus irmãos…


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Posto o próximo capítulo na 4º

Bjs



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