Alvo a Abater escrita por AnaTheresaC


Capítulo 8
Capítulo 8




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Capítulo 8 – Narrado por Leah Cullen

Voltámos para casa em silêncio, mas por dentro só me apetecia rebentar! Espancar e matar o meu irmão que estava ao meu lado. Acho que ele já estaria morto com o funeral pago, assim como o caixão por cada olhar que lhe lançava sempre que a condução me permitia. Mas como ele é o mais brincalhão e desatento de todos nós, com certeza não deve de ter notado. Estacionei o meu carro, e tirei do porta bagagens o saco com o nosso material que estava no carro de Emmett. Passei pelos quatro e deitei um olhar fulminante a cada um (excepto o Jacob, coitado, não fez nada).

Entrei dentro de casa e fui logo para o sótão verificar o material. Não. Nada estragado ou amolgado. Ainda bem, senão, mandava a carta da despesa para a casa das Swan. Já que elas sabiam da nossa existência, não havia nada a esconder.

Desci as escadas a correr e esbarrei com o meu pai. Olhei para ele em jeito de desculpas e ele apenas sorriu-me com aquele olhar de sabedoria.

-Onde estão os teus irmãos, Leah?

-Na verdade não sei.

-Está bem. Se os encontrares, diz-lhes que estou há espera deles na sala de reuniões para saber mais coisas. Pode ser?

-Sim, pai. Eu aviso-os.

-Obrigada filha.

Depois, virou-me costas e voltou por onde veio. Tirei das minhas calças o meu telemóvel e mandei um SMS a todos a dizer que o nosso pai estava há nossa espera.

Como que por magia, um minuto depois já estava a ouvi-los a subir as escadas em grande algazarra. Desci os dois lances de escadas a correr e fui com eles. Eu sei que o meu pai não disse que era para eu ir, mas eu sabia que eu devia de ir.

Edward bateu na porta três vezes e depois disso entrou. Carlisle estava no extremo da mesa, com os seus óculos meia lua (que ele utiliza só para ler) e com as mãos cruzadas. OK, isto era muito mau sinal. Significava que ele estava há espera que eles se justificassem e com uma boa razão.

Sentámo-nos todos nas cadeiras de pele super confortáveis e ficámos há espera que ele começasse.

-Quero uma explicação. E bem convincente. Porque como já devem de saber, eu sei do sucedido com as raparigas. Quero explicações.

-Pai, – começou o Zac - aconteceu tudo muito rápido. Os nossos carros cruzaram-se por acaso e de repente a condutora perdeu o controle do carro.

-Isso é provável. Sendo que estamos em Novembro e os acidentes acontecem. Mas eu quero saber porque é que elas não morreram naquele momento. Eu sei que vocês as podiam ter matado. O que é que aconteceu?

A sala inteira gelou. Uma nuvem começava a formar-se por cima de nós. Eu sabia que o meu pai estava prestes a explodir por não haver uma explicação. Mas por incrível que pareça, Edward falou (mas foi para enrolar a conversa):

- Nós tirámos cuidadosamente as raparigas. Quem estava nos carros eram a Isabella Swan, a Rosalie Swan e a Vanessa Swan. Todas foram para o hospital, mas a mais ferida foi a Vanessa Swan e a Isabella Swan levou um grande choque. Quanto há Rosalie Swan, ela estava só estática. Praticamente não falou nem fez nada. Parecia que tinha entrado em choque.

-Isso eu já sei – afirmou o nosso pai, impaciente. – O que eu quero saber é o porquê de não as matarem logo no momento.

Zac explodiu numa gargalhada total que me assustou. Aliás, assustou a todos os que estavam na sala.

-Não acredito que não consegue imaginar pai! É tão… previsível!

E voltou a explodir numa gargalhada total. Mas ao ver que nenhum de nós percebia o seu raciocínio, ele parou de gargalhar (já não era sem tempo) e olhou fixamente para o nosso pai:

-Achámos que elas deviam de sofrer um pouco mais.

Piscou o olho em sinal de cumplicidade. Claro! Eles queriam fazê-las sofrer um pouco mais. Uma tortura bem organizada leva tempo. O nosso pai ia engolir esta na perfeição. O problema é que eles tinham mesmo que cumprir com isso.

-Agora percebo – disse o nosso pai cautelosamente. – Hum… Acredito em vocês, por isso vou dar-vos mais uma segunda oportunidade. Podem ir.

Levantámo-nos todos das cadeiras e quando já estava a sair ele chamou-me:

-Leah, podes ficar mais um pouco, por favor? Jacob, também podes ficar?

Olhámos brevemente um para o outro sem saber o que esperávamos. Depois olhámos para o nosso pai. Ele tinha uma expressão paternal, fraterna, uns olhos compreensivos.

-Queria dizer-vos que, apesar de serem um dos mais novos na família, eu confio mais em vocês do que nos vossos irmãos. Eu sei que não vão fracassar. Jacob, podes ir.

Ele acenou com a cabeça e saiu da sala.

-Senta-te um pouco, por favor.

Sentei-me ao seu lado, mostrando cautela.

-Sei que és a única mulher entre nós e também a mais nova, mas sei também que és a mais forte de todos nós. Eu sei que não vais fracassar. Eu sei disso. É por isso que eu confio mais em ti do que todos nesta casa.

-Obrigada, pai – agradeci, não sabendo mais o que dizer.

-Não agradeças, querida. Porque o mérito é todo teu. E quanto ao teu alvo… Ele é uma presa fácil, não te preocupes. Podes ir.

-Com licença, pai.

Levantei-me e saí da sala. Ouvia-se uma grande algazarra lá em baixo, por isso fui lá ver.

-Consegui! Consegui adicionar a Renesmee ao meu facebook! – gritou Jacob.

-Só isso? – disse eu, surpreendendo-o por trás.

-Não é só isso – explicou ele. – Ela é uma craque nos computadores. Por isso, vou- me aproximar mais dela pela Internet. Como o mundo é pequeno…

Se era só por causa disso, virei as costas e fui para o meu quarto estudar ainda mais detalhadamente o meu alvo.

Subi as escadas e entrei no meu quarto. É claro que não estava pintado em tons de cor de rosa ou roxo. Estava com uma cor que eu gostava muito: verde claro. Era quase um verde água. Fui buscar o arquivo que estava em cima da minha mesa e sentei-me em cima da cama. Eu adorava aquela cama, mas não sei bem porquê. Só me sentia confortável nela. Comecei a folhear as folhas, mas eu já sabia aquilo tudo. Atirei aquilo para um canto do meu quarto e fui tomar um duche.

A água estava boa, mas não me estava a relaxar. Espera, porque é que eu precisava de relaxar? Eu já estou relaxada. Fechei a torneira e vesti umas calças de foto de treino com uma T-shirt que tinha furtado ao meu irmão Edward. Ele não se importava. Deitei-me na cama e fiquei há espera que os sonhos viessem. Vieram mais rápido do que aquilo que estava há espera….

Não! O Embry estava ali e ele estava a apontar uma arma a mim. Mas o pior de tudo: eu também estava a apontar para ele. Ele estava tal qual eu me lembro. Mas… ao olhar para as minha mãos, percebi que também eu era criança… Não podia ser. Não era possível. Eu não posso matá-lo. Não pode ser.

Mas então, eu apertei o gatilho e acertou-o em cheio no coração. Ele caiu, já derrotado, com uma mancha de sangue na sua T-shirt amarelo fluorescente.

Não! Não, não, não, não!

-Leah? Leah? Leah, acorda!

Abri os olhos de rompante. Estavam no meu quarto o Zac, o Jacob e o Edward.

Dei um grande soluço e só percebi que estava a chorar desalmadamente.

-Leah… o que aconteceu? – perguntou Zac, preocupado.

-Eu estou bem – disse eu. Não sei se estava a tentar a convencê-los, ou a tentar convencer-me a mim mesma.

-Leah… tu estavas a gritar o nome do teu alvo. O que se passa? Estás com medo? – disse Jacob.

-Não! – exclamei eu. Com tinha estado a chorar, a minha voz soou aguda demais.

-Dá-nos uma justificação para estares a gritar o nome dele – pediu Edward, autoritariamente. – Ou então, somo obrigados a chamar o nosso pai.

-Não! – voltei a exclamar eu.

Limpei as lágrimas e olhei para cada um dos meus irmãos. Eu sabia que podia contar com eles. Eu sabia disso.

-Vocês lembram-se que quando eu cheguei só tinha pesadelos?

Acenaram com a cabeça.

-O sonho voltou, só que um pouco diferente.

-Como assim. Leah? – perguntou Edward, e sentou-se na ponta da minha cama.

-Eu sonhei com o Embry. Não com o Embry Swan, mas sim com o Embry Call. O meu amigo e…

Não consegui terminar a frase. Não ia contar o resto aos meus irmãos. Não conseguia formular por palavras. Não queria nem pensar. Uma lágrima escapou do meu olho, mas o Zac tratou logo do assunto, limpando-a do meu rosto, carinhosamente.

-Sabes que não precisas de ter medo, pois não, Lee Lee?  Nós estamos aqui, e não te vamos julgar com aquilo que disseres.

Olhei para ele e aqueles olhos azuis tão claros que mostravam sinceridade.

-Ao contrário do sonho que tinha quando era pequena, que era apenas eu a ir embora e deixá-lo para trás, este sonho era… horrível. Ele estava a… e eu estava a … e ele… m-m-morreu.

Gaguejei na última palavra e nem sequer conseguia pensar na palavra começada por “ar” e acabada em “ma”. Estremeci e fechei os olhos com força, tentando impedir que as lágrimas começassem outra vez a correr pelo meu rosto. Eu já tinha chorado muitas vezes, mas nunca na presença dos meus irmãos, por isso, tinha que os expulsar dali.

-Saiam daqui – pedi num murmúrio.

-Leah, nós não vamos sair daqui enquanto não estiveres bem – falou Jacob.

OK, se eles não saíam a bem, saíam a mal. Olhei para cada um deles com os olhos lacrimejantes e furiosos, e voltei a repetir:

-SAIAM DAQUI!

Eles assustaram-se e depois de me deitarem muitos olhares, saíram.

Quando fecharam a porta, voltei a chorar, desta vez descontroladamente até o sono me tomar o corpo.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!
Visitem o meu blog www.asminhasfanfics.blogspot.com que tem lá os carros de Alvo a Abater, as sugestões do mês de Abril e um post sobre a House of Night (para quem gosta, vai gostar!).

Bjs



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