Alvo a Abater escrita por AnaTheresaC
Notas iniciais do capítulo
Yap, capítulo duplo. Espero que gostem!
Capítulo 28 – Narrado por: Leah Cullen e Vanessa Swan
1 – Leah Cullen
Esme acordou perto da hora do amanhecer. Olhou para mim um pouco confusa, mas deve de se ter lembrado de repente onde é que estava e o que lhe tinha acontecido.
-Com fome? – perguntei irónica.
Ela acenou a cabeça, num gesto quase imperceptível e eu liguei para Edward com o meu telemóvel.
-Oi Leah.
-Bom dia, Edward. Podias trazer o pequeno almoço para mim e para a nossa vítima?
-Ela já acordou?
-Já sim – respondi.
-OK. Estou aí dentro de dez minutos.
-Obrigada Ed – agradeci e desliguei o telemóvel. Então, decidi que era hora de lhe contar uma pequena coisa. – O confronto vai ser hoje.
Os seus olhos arregalaram-se e começou a chorar. Uma coisa que eu não estava nada há espera.
-Com pena? Pois, sim – disse virando a cabeça para o lado, evitando olhar para ela. Eu odiava isto ter que acontecer. E se acontecia alguma coisa com o Embry?
-Leah… posso pedir-te uma coisa? – disse ela, tentando controlar os soluços. O esforço era bastante notável, porque o corpo dela estava em convulsões.
-Não.
-Eu peço-te na mesma. Diz ás minhas filhas e ao Embry que os amo, e que lamento imenso. Por causa da minha ganância magoei-os a todos. Incluindo a mim mesma. Desculpa.
A última palavra era dirigida a mim, e garanto que fiquei muitíssimo surpreendida. Mas por que raios é que ela estava a fazer isto? A culpa do confronto acontecer era toda dela. E do meu pai também. Como é que dois adultos responsáveis podiam fazer isto? Eles estavam a brincar com as nossas vidas! E se, por acaso, eu matasse o Embry, sendo que ele era o meu alvo a abater? O que é que aconteceria? Eu seria a pessoa mais infeliz da minha vida e ela morreria porque a CIA matá-la-ia. Mas que espécie de pessoas são elas para leiloarem a vida dos filhos? Mas que irresponsabilidade.
-Não me peça desculpa. Isto tudo é culpa sua, e do meu pai. Vocês são as pessoas mais insensíveis à face da terra! Como é que foi capaz de meter em risco a vida das suas filhas, apenas por um cargo na CIA? São doidos? Insanos? – gritei mesmo na cara dela.
Voltou a derramar mais lágrimas e eu já não sabia o que havia de fazer. Ah, que nervos! Odeio quando alguém chora! Será que tinha sido eu a culpada? Tanto faz. Quem nos meteu nisto foi ELA e o MEU PAI!
A porta abriu-se e Edward entrou com Emmett que traziam dois tabuleiros com o pequeno-almoço.
-Bom dia Leah – falou Edward.
-Bom dia, Edward.
Peguei o tabuleiro que ele trazia.
-O ar tornou-se irrespirável aqui – falei e saí do quarto.
-O que é que fez à minha irmã? – perguntou Edward a Esme. Andei mais depressa e como sabia que aquele andar era só nosso, abri uma porta qualquer. Rosalie estava lá sentada na cama já vestida e a ver qualquer coisa num GPS ou lá o que era aquela coisa. Quando me viu a entrar, levantou as sobrancelhas em sinal de interrogação.
-Achas que posso tomar o pequeno-almoço aqui? – perguntei.
-Acho que sim. Desde que não deites migalhas – respondeu ela e observou os meus movimentos.
Avancei e sentei-me numa cadeira. Pousei o tabuleiro nas minhas pernas e comecei a comer calmamente. Ela retomou ao trabalho e não consegui resistir a perguntar-lhe:
-O que estás a fazer?
-A Nessie instalou ontem no GPS dela, um radar de tráfico (ou qualquer coisa que ela lhe chamou) e estou a ver possíveis sinais que mostre que eles estão a vir para cá.
-Isso é interessante – disse. – Qual é o raio que essa coisa atinge?
-Oitenta quilómetros – respondeu e a sua expressão alterou-se abruptamente. – Oh, não… Impossível – olhou para mim alertada. – Eles estão cá
Houve o som de uma bomba a explodir lá fora, que me impediu de perguntar “aqui em Forks?”, mas aquele acto respondeu há minha pergunta. Larguei o tabuleiro e baixei-me, tentando proteger-me caso algum vidro quebrasse. O som agudo de gritos instalou-se e Rosalie sacou de debaixo da cama dela uma mala metálica gigante. Abriu-a e lá dentro só tinha armas. Topos os tipos. Entregou-me uma e falou:
-Estão todas carregadas. Queres levar algumas?
-É melhor – falei e atirei-me à mala. Ia escolhendo as armas aleatóriamente, assim como ela.
Entraram no quarto a Nessie, a Bella e o Zac. Também tiraram mais duas malas daquelas e eu preparei-me para sair do quarto.
-Esquece o plano, Leah – disse Nessie. Agora estamos juntos nesta e é viver ou morrer. Tu escolhes.
Olhei para ela e assenti. Agora era tudo ou nada.
-E quanto aos reféns? O que fazemos com eles? – perguntou Bella enquanto guardava as armas nos sítios mais possíveis e imaginários (até no decote!).
-Não sei. Talvez mantê-los aqui, como planeado – falou Zac e percebi que ele ficou visivelmente nervoso.
-Pessoal, o que aconteceu? – perguntou Alice chegando ao quarto. – O James disse para descermos, disse que tem um sítio por onde podemos fugir e portanto afastar os mafiosos de Forks para não chamar à atenção.
-Então temos que fazer o que ele diz – afirmou Zac e fechou uma das malas que já estava vazia. Alice correu para a mala que estava ao pé de Bella e pegou o resto das armas e saiu.
Seguimos atrás dela e ouvimos mais uma bomba a explodir, desta vez mais perto do edifício.
-DEPRESSA! – gritou Alice que estava à frente de todos nós.
-A Vanessa…
-Esquece a Vanessa! – exclamei para o meu irmão. – Ela está com os nossos. Não te preocupes.
James estava lá e não hesitei em perguntar:
-Onde estão os outros?
-Já foram andando. Entrem pela floresta adentro pelo lado Norte. Vão encontrar uma clareira e de certeza que vão encontrar os outros. Depressa! Vão!
Corremos para fora do edifício e era só fumo. Ouvia-se pessoas a gritar, alarmes de carros. Seguimos as ordens daquele tal James e entrámos na floresta, mas eu tinha uma mau pressentimento e abrandei o passo.
-O que foi Leah? – perguntou Zac, acompanhando também o meu passo.
-Tenho um mau pressentimento em relação a isto – falei e olhei-o com um pouco de medo. E se isto fosse uma cilada e nós estivéssemos a ir para um local onde nos iriam matar?
-Tem calma, Leah. Vai correr tudo bem – falou ele dando-me um beijo na testa e obrigando-me a ir ao passo dele.
2 – Vanessa Swan
Acordei e vesti-me logo. Não tinha fome, por isso, fui falar com o Embry, que tinha ficado na ronda com o Carlisle. Ele estava lá a comer alguma coisa com Alice e Carlisle estava acordado, e observava tudo.
-Bom dia, mana – falou Embry e deu-me um abraço.
-Podem ir, se quiserem. Eu faço esta última ronda – falei.
-Não te importas? – perguntou Alice sorrindo radiante.
-Não – respondi e ela deu um salto, abraçou-me e saiu do quarto aos saltinhos.
-Vou falar com o Jasper sobre últimos pormenores. Importas-te de ficar sozinha?
-Claro que não, Embry – descansei-o. – Podes ir.
Ele saiu do quarto e eu sentei-me mesmo de frente para o refém. Ele olhava para o chão e então começou a falar pausadamente:
-Eu lamento profundamente o que está a acontecer. Agora percebo que subestimei-vos. Eu pensava que seria uma desigual, pensaria que acabaria por ganhar, logo na primeira missão. Mas estava enganado. Eu vi a relação entre a Alice e o Embry e percebi claramente que a vossa relação de irmãos, muito unidos, e isso acaba por tornar-vos mais fortes.
Não conseguia falar. A minha garganta estava presa. De lá, não saía nem uma palavra.
-Posso perguntar-te as horas?
Olhei no relógio e respondi:
-São seis e meia.
Ele esboçou um meio sorriso irónico e falou:
-Então é melhor arranjares um lugar para te protegeres.
-O que quer dizer com isso? – perguntei e quando acabei de fazer a pergunta, o som de uma bomba a explodir, ouviu-se e pessoas a gritar. Fui até à janela e tudo o que via era apenas fumo. Muito fumo. Tudo cinzento escuro.
-Vanessa! – gritou Embry e pegou-me na cintura, tirando-me do quarto a correr.
-Embry? O que se passa?
Entrámos no quarto da frente e só vi os Cullen a preparem a missão. Jacob entregou-me uma espingarda enorme e eu arregalei os olhos.
-Para o teu bem, é bom que tenhas pontaria – falou ele.
Fechei a cara e disse:
-Podes crer que tenho.
Embry foi até mim e pediu-me para guardar imensas armas, nos sítios onde seria de fácil alcance para mim. Lá as guardei (nas botas, nas calças e no casaco) e vi-o a fazer o mesmo.
-Temos que sair daqui – falou Jasper.
-E quanto aos reféns? E ao plano? – perguntou Edward.
-Edward, o plano é para esquecer, agora, nós fazemos uma equipa e eles a outra. Espero que percebam isso. Quanto à Esme e ao nosso pai, é melhor deixá-los aqui. Vamos.
Corremos até à recepção e James parou-nos.
-Já mandei a Rosalie, a Alice, a Bella, a Nessie, o Zac e a Leah para uma clareira. Entrem na floresta pelo lado Norte. Continuem sempre em frente e encontrá-los-ão. Vão!
-Obrigada James – agradeci e corremos todos lá para fora.
O fumo cinzento tinha-se acentuado e agora era quase preto. Entrámos na floresta, seguimos sempre em frente e começámos a ouvir vozes, mas não se conseguia perceber o que diziam. Parecia a voz de Alice… a gritar?
Eu, Embry e Jasper acelerámos o passo mal ouvimos o grito dela.
-Nós não fizemos nada! – gritou ela.
-Cala-te! Diz-nos, onde está o Carlisle Cullen!
-Eu não sei!
Houve um tiro e não ouvimos o grito de Alice mas sim o de Nessie. Eu não esperei mais e entrei na clareira com a espingarda em riste.
Fitei Zac que estava mesmo de frente para mim. O som de outro tiro atingiu-me os ouvidos e uma dor aguda na minha coxa, fez-me perceber que tinha sido atingida.
-Vanessa! – gritou ele e Embry ao mesmo tempo. Eu tinha que me manter em pé, porque se caísse, sabia que seriam apenas questões de segundos para desmaiar e eu não queria isso.
Olhei ao meu redor e só via pessoas todas vestidas de preto com armas gigantes, e agora, estavam todas apontadas para mim e para o meu grupo. A culpa tinha sido minha. Tentei localizar Alice e encontrei-a a sangrar da perna velozmente, mas ainda consciente e em pânico pelo que me tinha acontecido.
-Alice – sussurrei e não me consegui sustentar mais. Caí de joelhos e comecei a chorar silenciosamente.
-Tratem dela – falou alguém desconhecido e fui puxada por braços enormes. Quando percebi que me estavam a tirar da clareira, comecei a tentar sair dali.
-Não! – gritei. – Não, não, não, larguem-me!
Zac também começou a gritar, mas quando lhe bateram com o cabo da arma na cabeça, ele calou-se logo mas olhou-me desesperado.
-Não! Levem-me a mim! Não a ela! – falou ele.
-Temos pena, mas já que queres fazer companhia à tua amiginha, tragam-na.
Voltámos para trás e meteram-me ao lado dele. Quando me sentei, é que tive a percepção de como estávamos: Eu, Zac. Rosalie e Leah estavam ao lado dele. Alice estava isolada do meu lado esquerdo. À frente estavam Jacob, Embry, Jasper, Emmett. Quase ao lado deles, estavam Bella, Nessie e Edward.
O que é que nos iria acontecer?
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