Alvo a Abater escrita por AnaTheresaC
Capítulo 15 – Narrado por Nessie Swan
Vesti umas calças pretas, botas pretas, um gorro preto, uma camisola de manga comprida preta e um casaco de cabedal preto. Peguei na minha arma e corri para a arrecadação onde iria buscar a minha metralhadora.
-Nessie – chamou o Embry com a minha arma na mão e atirando-a a mim. – Toma.
Peguei agilmente nela e sorri. Eu adorava estas missões, tinham imensa adrenalina.
Todos estavam de preto e muito elegantes. Eu adoro preto e branco, para mim, são as minhas duas cores favoritas, mas também gosto de outras cores como o rosa, o vermelho e o azul.
-Vamos? – perguntou Rosalie. – Ainda temos que ir ter com o Mike.
-Sim, vamos – disse o Embry.
Saímos da arrecadação e fomos para os carros que costumávamos usar em missões. Eram carrinhas, com os vidros esfumados e todos pretos.
Decidimos que usaríamos dois carros, sendo que seríamos quatro. Eu fui com o Embry e a Rosalie foi sozinha.
-Estás nervosa? – perguntou ele.
-Não, já estou habituada. E tu?
-Nem por isso. Até estou bastante calmo – disse ele.
-OK.
Fitei a estrada. Estávamos a alta velocidade, com o chão húmido e os faróis no mínimo. Já tinha feito isto milhões de vezes, mas o frio na barriga preencheu-me e senti medo. Recostei-me no banco e aumentei o volume do rádio tentado afastar aquele mal-estar.
-Está tudo bem? – perguntou Embry.
Ele era meu irmão e conhecia-me como a palma da sua mão. Ele sabia que eu não estava bem, mas tinha que lhe mentir, senão ele ainda virava o rumo só para eu me sentir bem.
-Eu estou bem… só me recordei de uma coisa… nada de especial.
-Tens a certeza? – indagou ele, desconfiado.
-Sim, tenho.
Continuámos a andar e parámos num sítio discreto onde iríamos encontrar o Mike.
Saí do carro para ir ter com o Mike e lá estava ele, encostado à parede de um edifício.
-Olá Nessie – cumprimentou ele. – Tudo bem?
-Sim, e contigo?
-Também. Onde é que estão as outras?
-Ali atrás. Anda – disse-lhe.
Eu conhecia o Mike desde os tempos em que entrei na academia do FBI, por isso, tínhamos uma amizade muito forte.
-Vais com a Rosalie – informei-o, apontando para o carro onde estava a Rose.
-OK. Então, boa missão – desejou-me ele.
-Para ti também.
Entrei no meu carro e o meu irmão arrancou logo.
-Ele é muito simpático – disse o Embry.
-Sim, é um bom amigo e muito bom atirador.
-Pois, já percebi – comentou ele.
Decidi que não iria ter esta conversa com ele. Se eu namorasse o Mike, ele não tinha nada a ver com isso.
Parou o carro a uma distância confortável dos traficantes, de maneira a eles não nos verem, mas nós os vermos. Rosalie parou o carro ao nosso lado e começámos a prepararmo-nos.
Meti um walk and talkie no ouvido e liguei o PC que estava atrás. Liguei todas as televisões que estavam na carrinha (estão a ver, a carrinha tem dois lugares e atrás é só equipamento de espionagem). Vesti o meu colete anti-bala e Embry também fez o mesmo. Peguei na minha metralhadora e saí do carro. Embry iria cobrir-me até entrar na zona e depois iria por trás. Mike iria comigo enquanto Rosalie iria ficar no carro dela a dar-nos as instruções.
O sangue corria-me nas veias mais depressa do que eu alguma vez imaginei e o frio na barriga voltou outra vez. Eu sabia que isto hoje não iria correr muito bem, mas eu tinha que fazer isto.
Mike estava atrás de mim, o Embry já se tinha ido embora.
-Rosalie, dá-me mais instruções – pedi a ela sussurrando.
-Vai sempre em frente e irás encontrar um labirinto de contentores. Tens que encontrar um que tenha os seguintes números: 6045190 – disse ela pelo Walk and Talkie.
Corri agachada o mais depressa que pude, com a minha espingarda em riste. Mike agarrou-me pelo braço e puxou-me para trás, mas ele puxou-me pelo braço que estava com a mão no gatilho, fazendo-me disparar.
Bolas! Eu sabia que isto não iria correr nada bem, eu sabia!
-Merd* Mike!
Começaram a disparar na nossa direcção e tivemos que fugir dali. Andei sempre em frente e quando olhei para trás, reparei que Mike estava no chão a sangrar.
-Mike! – gritei. Corri até ele e uma bala acertou-me em cheio na perna, fazendo-me cair.
-Rose, eu e o Mike fomos atingidos. Abandonar a missão agora! – sussurrei urgentemente.
Sentei-me e tentei levantar-me e lá consegui. Coxeei até um contentor e aos poucos fui-me aproximando do Mike.
-Vai! – sussurrou ele. – Vai-te embora!
-Mas Mike…
-Vai! Ele vão-te apanhar se não fores agora!
Deu-me a arma dele e deitou a cabeça no chão com os olhos fechados. O meu amigo Mike Newton tinha morrido.
Tirei o meu colete à prova de bala para não me pesar tanto e dar-me mais agilidade. Assim não me custaria andar tanto com a perna a sangrar. Tirei o meu casaco e estanquei o sangue o mais que pude. Depois trataria do assunto. Corri agachada até ao outro caixote e preparei-me para disparar a minha metralhadora a qualquer momento. Onde estaria o Embry?
-Rose? Dá-me indicações – sussurrei.
-Para saíres daí?
-Não. Eu vou acabar a missão. Tira o Embry daqui. Agora, dá-me indicações: onde estão os meus adversários?
-Eu não te vou deixar sozinha – disse a voz de Embry.
-Embry, dois caixotes para Norte, alvo a trezentos metros, vira à direita.
-OK – disse Embry.
Ouvi um tiro e um corpo a cair no chão. Começaram outra vez a disparar para todos os lados e eu não sabia mais onde me meter. Tinha medo de acertar em alguém. Olhei para todos os lados e do meu lado esquerdo vi Embry a correr e uma sombra intrometeu-se na minha visão. Tinha um fato que brilhava com a luz da lua. Tinha uma arma na mão e preparou-se para disparar contra o meu irmão.
-Não! – gritei.
Ele virou-se e disparou contra mim, mas falhou porque eu deitei-me logo no chão. Ele voltou a disparar mas eu rolei e disparei para a perna dele. Acertei em cheio porque ele soltou um grito feminino e caiu no chão. Senti uma coisa com demasiada força a fazer pressão na minha cabeça e uma voz masculina soou.
-Mais um movimento e diz adeus há tua vida medíocre.
Agarrou-me num braço e tirou-me dali. Embry viu-me mas não correu, em vez disso, ficou ao pé do corpo da rapariga, a ver-lhe a perna. Parecia que se conheciam. O carro preto que eu conheci sendo o carro que a Rose tinha trazido hoje apareceu. Ela parou o carro de repente e atirou contra o ombro do desconhecido. Duvido que sobrevivesse se não fosse assistido nas próximas duas horas. Entrei no carro e ela arrancou logo, passando ao lado do corpo.
-Estúpido do Embry – queixou-se ela.
-Obrigada Rose – disse-lhe.
-Agradece-me quando tiveres num hospital e ouvir dizer de um médico que não estás gravemente ferida.
Ela parou o carro mesmo em frente do Embry e acendeu os máximos e gritou:
-Já para o carro Embry Swan! E não me faças ir aí buscar-te!
Ele largou o corpo da rapariga no chão e entrou logo no carro. Rosalie arrancou logo, num silêncio profundo. Se alguém lhe perguntasse algo, ela era capaz de explodir, mesmo a conduzir.
Chegámos ao hospital e o meu irmão levou-me ao colo para as urgências. Bastou dizer que era uma agente do FBI que estava numa missão e fui logo assistida.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Capítulo com muita adrenalina, não foi?
Espero que tenham gostado!
Bjs