Alvo a Abater escrita por AnaTheresaC


Capítulo 14
Capítulo 14 - Narrado por: Zac Cullen


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Capítulo 14 – Narrado por Zac Cullen

-O pai chamou-nos – disse a Leah enquanto estava a tomar o pequeno-almoço.

-Então e o Emmett e o Edward? – perguntei enquanto arrumava tudo.

-O pai disse que não fazia mal se eles faltassem. Depois falava com eles.

Ouvimos a porta de casa a abrir-se e as vozes do Emmett e do Edward.

-Rapazes – chamou a Leah. – O pai chamou-nos.

-OK – respondeu o Emmett. – Vamos já a caminho.

Subimos os quatro para a sala de reuniões e já lá estavam todos, incluindo o nosso pai.

-Temos outra missão – informou ele, levantando-se da cadeira e indo em direcção há TV plasma. – Em três palavras: tráfico de armas. No entanto, eles são novos, mas perigosos porque segundo as informações que recebemos, receberam treino dos maiores atiradores e traficantes dos EUA. Precisam que tenham muito cuidado e por isso, desta vez sou eu que vou escolher quem vai, de acordo?

-Sim – disse o Edward. – No entanto, há um pequeno pormenor que queria esclarecer: eu hoje vou sair com a Isabella Swan e o Emmett com a Rosalie Swan. Estamos dispensados desta missão?

-Não – afirmou o nosso pai muito espantado. – Tu, o Emmett, o Jasper e a Leah vão a esta missão. A outra pode esperar umas três horas. Podem combinar para amanhã. Os outros estão dispensados.

Levantei-me mais o Jacob e fomos para o quarto de jogos. Jogámos Playstation durante duas horas, que foi o tempo para eles receberem as ordens todas.

-Está feito – confirmou a Leah na ombreira da porta. – Vou buscar o que precisamos. Zac, dás-me uma ajuda?

-Claro – disse. Levantei-me e fui com ela buscar o que precisavam. O Jasper iria precisar de uma arma de curto alcance, um microfone oculto e um Walk talkie; o Emmett iria usar uma espingarda com míssil (pequeno) e também um micro e um walk talkie; o Edward iria usar para além do micro e do walkie talkie, um cabo de aço, uma arma de curto e longo alcance; já a Leah iria usar apenas um spray gás pimenta e uma arma de curto alcance.

-Vou preparar o que preciso de vestir. Arruma tudo Zac, por favor – pediu ela.

-Tudo bem. Eu depois ponho as coisas na garagem. Ela saiu, fechei os sacos e fui mete-los na garagem. Depois, voltei a casa e fui almoçar. Por estranho que pareça, almoçámos todos juntos na grande mesa da sala de jantar. Até a nossa empregada estranhou o facto.

Depois do almoço, fui ver televisão e do nada senti o meu telemóvel vibrar no bolso.

De: Vanessa

Para: Zac

Achas que nos podemos ver hoje há noite?

Nem queria saber como é que ela tinha arranjado o meu número. Tratei logo de responder.

De: Zac

Para: Vanessa

Tudo bem. Vou buscar-te as nove.

O meu coração ansiava por estar com ela. Batia mais depressa e senti o sangue a correr mais depressa que as asas de um colibri. A resposta não tardou a chegar:

De: Vanessa

Para: Zac

Tudo bem. Aparece cá.

O meu dia começou a ter algum significado. Fiquei do nada mais simpático e com isso também vieram as “bocas”. Às sete horas, fui tomar um duche, despejei um frasco de perfume em cima, penteei o cabelo e meti um gel para ele fixar e desci as escadas para jantar.

-Estás tão gira, Leah! – gozei com ela. A Leah tinha um vestido verde com lantejoulas curto, com collants pretos e o cabelo todo liso. Estava linda a minha irmã.

-Cala-te Zac! – exclamou ela, levantando a mão. Sentei-me ao lado dela (sentava-me sempre ao lado dela).

-A sério! Vamos onde? - insisti

-Ao inferno para te deixar lá! – disse ela dando-me um estalo na cara e saindo da mesa. Correu para a cozinha e ficou lá. Nem me importei com ela, hoje iria sair com a pessoa que amava. Eu acabei de pensar isto?

-Onde é que vais, Zac? – perguntou o meu pai. Agora tinha que fingir que estava a falar como um profissional.

-Vou sair com a Vanessa Swan, pai. É melhor deixar amolecer fera para depois lhe dar o golpe – disse formalmente.

-E vais dar o golpe hoje?

Aquela pergunta atingiu-me como aço no abdómen, mas não podia dar parte fraca ao meu pai.

-Esta noite não. Como eu disse, é melhor deixar amolecer a fera. Ela ainda está muito pé atrás comigo.

-Hum, OK. Mas não te esqueças que é para terminares a missão o mais rápido possível.

-Claro. Assim que tiver oportunidade – assegurei.

A Leah voltou mas desta vez sentou-se ao lado do Jasper (ou seja, sentou-se no lugar da nossa mãe). Não é por nada, mas aquele lugar não lhe assentava nada bem. Ela não tinha cara de mãe de família. Não que ela fosse minha mãe, mas nunca imaginei a Leah como dona de casa com filhos e com marido. Nunca me passou pela cabeça.

-Pai – disse o Emmett levantando-se da mesa. – Estamos prontos.

-Boa sorte – desejou o nosso pai olhando bem fundo nos olhos do Emmett. Eu sabia que este estava a todo o custo não desviar os olhos e conseguiu. O nosso pai liberou-o com o olhar.

-Voltaremos o mais rápido possível – disse a Leah. – Não se preocupe, pai.

Saíram os quatro e ficámos na mesa apenas eu, o Jacob e o nosso pai. Pouco tempo depois de eles saírem o nosso pai disse que ia dormir. Eu e Jacob sabíamos que ele estava a mentir. Ele ainda iria ficar longas horas no gabinete dele. Carlisle só deu aquela desculpa para não ter que ficar a olhar para o lugar da nossa mãe. Desde que ela morrera, deixámos de ter o culto da mesa. Desde que ela morreu, o nosso pai deixou de ser o nosso pai amigo, ele passou a ser nosso chefe. Deixou de ser presente em casa e costumava passar longas horas ora a trabalhar, ora no gabinete dele a trabalhar. Talvez por causa disso que a Leah seja tão agressiva. Ela era adoptada e a Renée era a sua única referência feminina para ela cá em casa. Quando a nossa mãe morreu, sofremos imenso, mas a Leah foi a que sofreu mais. Lembro-me perfeitamente que ela ficou sete dias sem comer e beber, não falava com ninguém, apenas chorava. Até ao dia em que a encontrámos inconsciente no atelier da nossa mãe. Apressámo-nos logo a levá-la para o hospital. Desde aí, a Leah quis entrar neste ramo, e tornou-se uma das melhores cá da casa, mas também se tornou ausente, começou a responder-nos mal e começou a ser uma pessoa muito amarga. Ela era a nossa maninha querida, costumávamos protegê-la de tudo e de todos, e ela era uma rapariga feliz, jovem, alegre, simpática e querida. Desde que a nossa mãe partiu, ela tornou-se um bicho do mato. Já não fala dos problemas dela a nós e normalmente, sempre que tem um problema, refugia-se no ginásio a jogar boxe. Custa-me ver (e aos meus irmãos também) a Leah que ela é agora. Ela mudou radicalmente. E vocês, devem de se estar a perguntar onde estava o nosso pai quando isto aconteceu. Pois bem, ele estava a trabalhar ou no gabinete dele no trabalho, ou então no gabinete dele cá em casa. Tentámos dizer-lhe que a Leah não estava bem e ele apenas dizia que aquilo havia de lhe passar.

Todos nós esperamos que a Leah venha a ser aquela rapariga feliz e simpática que era. Enquanto esperamos por isso, temos que aguentar com a Leah mal-humorada.

Olhei para o relógio e quase me deu um ataque cardíaco: já eram oito e meia.

-Tenho que ir, Jake – disse dando um pulo da cadeira. – Vemo-nos amanhã.

-Tchau – disse ele também levantando-se da mesa.

Peguei nas chaves do meu carro e corri para a garagem (não sem antes tirar o meu casaco de cabedal). Acelerei a toda a velocidade e o meu relógio avisou que eram nove em ponto quando toquei à campainha da casa das Swan. Pelo menos não tinha chegado atrasado.

A porta da mansão abriu-se e a Vanessa veio a correr para o portão.

-Olá – disse ela sorridente.

-Olá – cumprimentei-a eu.

Ficámos a olhar-nos por um momento, mas algo fez um clique na minha cabeça que estávamos a ser vigiados e perguntei-lhe:

-Vamos andando?

Ela pareceu sair também do transe e respondeu logo:

-Claro.

Entrámos no carro e fui andando até a uma discoteca que tinha procurado no meu GPS antes de ir buscar a Vanessa. Entrámos e ainda não estava muita gente, mas mesmo assim, fomos os dois dançar para a pista.

-Vou pedir uma bebida – disse-lhe ao ouvido. – Também queres?

-Sim – respondeu ela.

Saí da pista de dança e fui buscar duas cervejas e voltei para onde pensei que a Vanessa podia estar, mas ela não estava lá. Olhei para todos os lados mas não a encontrei.

-Zac! – chamou uma voz abafada atrás de mim. Olhei para trás e lá estava ela, mas a minha visão captou dois homens com ar estranho que estavam atrás dela. Olhei para os seus lindos olhos castanhos e eles mostravam inquietação e algum medo. Fui até ela e deixei os meus instintos dominarem-me. Ela era minha e de mais ninguém, por isso, aquelas criaturas do Diabo deviam de desaparecer.

-Estás bem? – sussurrei de maneira a só ela ouvir.

-E-estou – mentiu ela, baixando o olhar.

Passei por ela e fui para cima daqueles homens.

-Nunca. Mais. Se. Metam. Com. A. Minha. Miúda – disse-lhes enquanto esmurrava a cara de cada um deles.

Os seguranças vieram e levaram-me dali para fora. Não me importei porque a Vanessa vinha atrás de mim, por isso, não seria necessário voltar a usar a força.

Os seguranças largaram-me mesmo à saída e eu caí de joelhos, mas meti-me logo de pé.

-O que é que te deu? Precisavas de reagir assim? – perguntou ela, examinando a minha cara de todos os ângulos para ver se eu tinha algum ferimento.

A pergunta dela não era para me repreender, mas … parecias preocupada e curiosa sobre o que tinha acontecido há bocado.

-Só não gostei da forma como eles olhavam para ti – respondi. – E sim, precisava de reagir assim e não, não estou magoado, obrigado por perguntares.

A última parte tinha sido irónico e ela riu-se. Fomos os dois andando para o carro e fui andando sem destino pelas ruas de Seattle.

-Então, - começou ela, fitando-me – tens destino? É que andas às voltas à meia hora.

-Não tenho destino, só estou a aproveitar a tua companhia – disse-lhe.

-Isso resulta com todas? – perguntou ela soltando uma gargalhada.

Ela queria brincar? Então vamos brincar!

-Com todas.

Estacionei o carro, mas continuei com o meu CD preferido a tocar. Olhei para ela e senti-me hipnotizado pelos seus olhos. Era agora. Agora ou nunca.

Aproximei-me dela lentamente e ela de mim. Ela também queria! Sou o homem mais feliz do mundo!!

Os nossos lábios tocaram suavemente, mas eu queria mais. Comecei a aprofundar aquele beijo. Ela meteu as suas mãos no meu cabelo e as minhas mãos foram para a sua cintura.

Mas tudo o que é bom, acaba rápido e ela afastou-se de mim, lentamente. Decidi que hoje não iria mais longe.

-Zac. Eu tenho que te contar uma coisa – sussurrou ela. – E não é nada bom e eu sei que depois não vais querer mais por a tua vista em mim. No entanto, eu sei que se isto for mais … duradouro, vou sentir-me culpada todos os minutos que estiver contigo.

O que é que ela tinha para me contar? E a maneira como ela falava desse assunto, não me estava a agradar nada. Será que ela ia matar-me hoje? De susto, de ataque cardíaco ou com uma bala no cérebro?

-Diz, Vanessa – incentivei-a.

-Eu primeiro, quero que saibas que te adoro muito desde a primeira vez que te vi. Talvez até demais …

Deixei o silêncio pairar entre nós. Eu tinha a certeza que ela acabaria por me contar, e nós tínhamos a noite toda para ela me contar.

-Eu … eu … eu faço parte do FBI. E recebi uma missão.

Ela iria contar toda a verdade? Ela iria contar-me que queria matar-me? A mim e aos meus irmãos?

- A minha missão era… é… matar-te.

Ela disse a última palavra tão rápido e tão baixinho que quase não a ouvi. Ia dizer-lhe que não importava, se ela tivesse que me matar, tudo bem, mas ela não me deixou falar. Começou a falar tudo de rajada:

-Eu sei que tu és da CIA e que também me queres ver morta, a mim e às minhas irmãs e eu também sei que isto não devia de estar a acontecer entre nós dois, mas já deu para ver que não vale a pena negarmos o que existe. Eu sei que tu sentes o mesmo, senão não tinhas dado aqueles murros todos àqueles homens que estavam atrás de mim e não tinhas dito “a minha miúda”. Eu gosto de ti Zac, e não vou terminar a minha missão, porque eu amo-te e sei também que o sentes.

Uau! Eu amo-a ainda mais.

-Vanessa – chamei-a e levantando o queixo dela com um dedo. – Eu sei que tu és do FBI e que tu e as tuas irmãs querem-me ver morto e a toda a minha família. Mas tal como tu, eu também não quero acabar esta missão, porque … eu gosto de ti. Muito. E eu sei que não vou ser capaz de te eliminar do meu caminho, porque isso obrigar-me-ia a matar-me a mim mesmo por ter sido tão burro. E mais uma coisa, estou a ser sincero.

Ela olhou para mim todo aquele tempo em que estive a falar e cada palavra que dizia, os seus olhos brilhavam ainda mais.

Aproximei a minha testa da dela, e quando a ia a beijar, algo se acendeu na minha mente: ninguém poderia saber disto. Ninguém poderia saber que nós estávamos a namorar.

-Vanessa, – comecei – ninguém pode saber que nós namoramos, senão corremos o risco de isto ir parar aos nossos pais e eu não quero estar longe de ti.

Ela acenou e beijou-me docemente. Quando o beijo acabou, perguntei-lhe:

-Queres que te leve a casa? Está a ficar tarde e podem começar a suspeitar.

-Sim, é melhor – concordou ela.

Levei-a para casa e antes de sair do carro, ela deu-me um selinho.

-Amo-te. Vemo-nos quando?

-Telefona-me quando puderes – disse-lhe.

-OK. Tchau – despediu-se ela.

-Tchau.

Quando ela entrou no portão da mansão, voltei para casa calmamente.

Desapareci da garagem a correr e fechei-me no meu quarto. Despi a roupa, ficando só de boxers e caí na cama. Apesar de não ter adormecido logo, pouco tempo depois estava a sonhar com a rapariga que amava.


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Notas finais do capítulo

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