O que parecia apenas um simples fato para mim, poderia se tornar uma grande e real oportunidade para ele.

Acordei com a porra da claridade outra vez. Que merda, vou cobrir a minha janela com madeira, aço, e tudo o que eu tenho direito. É. Sentei em minha cama ainda de olhos fechados. Estava cansada pela noite de ontem. Mas sabia que se pá, Isabelli me ligaria. Eu tinha 80% de certeza de que ela não ligaria. Muito menos lembraria da noite passada.. O nome disto é ressaca, meu bem. Enfim, sem querer julgar a Isabelli, mas conheço o tipo dela. Ela simplesmente fala fala fala e fazer que é bom, nada. Depois dessa minha legião de pensamentos tensos, levantei de minha cama e fui direto para o chuveiro. Tomei meu banho, me arrumei e tal. E fui para a casa de Justin. Será que ele estaria lá? Quero falar com ele.. Nada demais, apenas quero falar com ele, no sentindo literal da frase. Desci as escadas correndo, lá encontrei minha mãe e minha irmã conversando animadamente sobre um assunto que eu, particularmente, não queria saber. Eu já iria abrir a foto, mas no momento em que eu encostei um de meus dedos na maçaneta, minha mãe me chamou.

- Vem aqui, filha! - sem hesitar, fui até o sofá, aonde ela e minha irmã estavam sentadas.

- Fala mãe.

- O seu tio vai vir passar uns dias aqui. Ele está querendo conhecer a cidade.. Ele chega hoje, a noite. Então, por favor, marque presença.

- Ah, que legal mãe. Mas que tio?

- Devon.

- Ah, o da Universal Music..

- Sim. Então venha.

- Sim, vou vir sim. Agora posso ir?

- Pode. Vai lá filha, não esqueça de voltar para cá de noite. - me virei rapidamente para a porta. Não acredito que o tio Devon iria vir para cá.. Bom, meu tio, Devon Pagnossin, é o criador e diretor da gravadora Universal Music. Ele é bem rico, mas é muito humilde, como todos nós. A filha dele, Scarlett, me odeia. Só porque eu sempre fui a sobrinha, neta e prima "predileta". Essa é uma frase de mamãe, mas nada demais. Eu não acredito nisso. Até porque, todos gostam da Scarlett. Tudo bem que ela é bem metida, e maldosa.. Mas não sei. Enfim. Continuei seguindo meu caminho até a casa de Justin. Cheguei lá e toquei a campainha. Ninguém atendeu. Estranhei, mas como não sou muito fã de teimosia, decidi voltar para casa. No meio do caminho para casa, desisti de voltar e fui para um parque ali perto. Lá era muito bonito, muito florido. Eu gostava de lá.. Não era bem um parque.. Era um bosque, digamos assim. Mas era bonito. Fui até lá, e fiquei andando por ali pensando aonde Justin estaria naquele momento. O que ele estaria fazendo, e com quem estaria. Não que eu queira atrapalhar sua vida, e impedi-lo de fazer o que bem entende... Mas sim porque eu estava com saudades. Sentei num banco branco de madeira, que ficava em frente a um lago. Um lago azul, limpo. O sol refletia na água, assim deixando-a cristalina. Fiquei observando aquele lugar. Não sei porque, mas algo estava me dizendo de que iria sentir falta daquele lugar, de alguma forma. Fiquei ali sentada, sozinha. Até que o sol começou a se pôr, e aquele bosque pode ser lindo de dia, mas de noite se torna uma armadilha de estrupadores. O-k, exagerei. Mas era exatamente assim. O sol ainda estava ali, no fim do horizonte. Saí do bosque-parque, e fui andando em direção a casa de Justin. Eu queria vê-lo muito, muito mesmo.

Toquei a campainha, e pude ouvir os passos de Justin. Eu sabia que era ele, tinha que ser ele. A porta se abriu calmamente, e quando foi aberta por completo, era Justin. Ao me ver, ele literalmente pulou em mim.

- Aonde você estava? Te procurei a tarde toda! Não me diga que estava em sua casa, porque eu te procurei lá também. - Justin disse tão rápido que eu fiquei tipo HÃ?

- Justin, eu toquei na sua casa!

- Ah, eu fui no shopping com a minha irmã.

- Ah, tudo bem. Meu tio vai lá em casa.. Quer conhecer ele?

- Tudo bem, quero sim. - começamos a conversar sobre o quão a irmã dele torrava sua paciência. Chegamos em casa depois de uns 20 minutos. Abri a porta e encontrei meu tio subindo as escadas. Por incrível que pareça, não era só ele que estava vindo morar aqui.