Just a Girl. escrita por Little Canary


Capítulo 2
Farewell.




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- E ai gente! - dizia com meu jeitão estérico de sempre acordando as crianças que antes dormiam em suas camas no pequeno quarto de hospital

- Izzie! - exclamaram uma por uma se jogando em cima de mim para o que parecia um abraço coletivo que eu com toda vontade retribui. 

"É, também sentirei falta disso..." - pensei

- O que faz aqui tão cedo ? - me perguntou Clair com seu olhinhos verdes esmeralda brilhando mais do que nunca. Abri um enorme sorriso para ela e respondi :

- Bem, digamos que eu dei uma passada no polo-norte ontem anoite e... - tirei minha mochila das costas e fui pegando os 6 presentes que nela se encontravam e entreguei aos seu respectivos donos - ...o Papai Noel concordou que para crianças tão boas, o natal podia chegar mas cedo esse ano.

Todas ficaram euforicas abrindo rapidamente seus presente como se aquilo fosse uma questão de segurança nacional. E mesmo depois de descobrirem que os pequenos embrulhos não passavam de livros de leitura, desenhos e alguns DVD's, as seis voltaram a me abraçar agradecidas. Se pudesse, teria comprado um ponei para cada um, mas acho que eles não valem menos de 12 dolares não é ?

- Hun, o que temos aqui ? - disse derrepente uma voz masculina vinda da porta bem atras de nós. Eu e as crianças demos um salto assustadas, mas era so o...

- Dr. Patrick! - disse Clair indo exibir seu presente - Olha so o que eu ganhei! - o bondoso pediatra se abaixou e examinou o presente de cada uma das crianças com um de seus brilhantes e perfeitos sorrisos estampado no seu belissino rosto.  - Certo, certo! Agora voltem para as camas todos vocês. O que a Sra.Douglas vai pensar se virem vocês acordados a essa hora da manha ?

Clair e os outros esperniaram um pouco relutantes. Mas como boas crianças que eram obedeceram as ordens que lhe foram dadas e voltaram para seus respectivos lugares com seus presentes em mãos. E então a atenção do Dr. Pratick foi direcionada toda para mim.

- Isso vale pra você também mocinha. - disse ele chegando mais perto de mim enquanto me encarava com seus olhos terrivelmete atrentes e cor de mel - O que faz aqui a uma hora dessas ?

Fiquei corada por alguns segundos com a ideia do Dr. Patrick se preucupando comigo mas logo voltei a mim e respondi sua pergunta:

- Isso é um hospital vinte quatro horas não é ? Estou aqui para uma consulta. - disse tentando fazer com que meu rosto voltasse a sua coloração normal. Não sei se deu ou não pra perceber, mas como você vai acabar descobrindo de uma forma ou de outra eu vou falar... Tenho uma quedinha pelo Dr. Patrick! Pronto, falei!

Mas em minha defesa quero dizer logo que a culpa não é minha! Isso é tudo culpa da genetica, as mulheres da minha família sempre tiveram um fraco por homes de jaleco. Minha mãe, por exemplo, é casada com um pisicologo.

- É, você não parece mesmo bem... - ele agora chegou ainda mais perto, se abaixando e fazendo assim seu rosto ficar a centimetros do meu - Seu rosto esta ate vermelho! - exclamou ele inocente não fazendo a minima ideia de que era ele o culpado por aquilo

Nos despedimos das crianças que ainda não conseguiam parar de conversar sobre os presentes e fomos para sua sala. Me sentei na cadeirinha de palhaço que era destinada a crianças a partir de 10 anos e, como sempre fazia, peguei um pirulito do pote em cima de sua mesa e o pus na boca.

- E então, como a minha paciente favorita esta se sentindo essa manha ? - perguntara ele rindo de minha costumeira atitude e se sentando em sua cadeira reclinavel

- Ah, aposto que você diz isso pra todas Doutor!

- Não, não. So para as que são filhas do mais importante pisicologo do hospital. - disse ele - E também meu melhor amigo. - ele agora abria um meio sorriso preenchendo, o que eu seria, minha ultima ficha naquele hospital

- Dor de cabeça, cabelo terrivelmente mau arrumado, meu fígado esta me matando e... bem, a lista segue!

- Andou bebendo denovo ?- assenti com a cabeça e derrepente ele pareceu decepcionado - Para cabeça vou te recomendar um tylenol, se quer que seu fígado pare de doer então pare com as bebidas e quanto ao cabelo... - ele fez um pausa parecendo examinar a situação do pobrezinho - Acho que é um caso perdido! Sem salvação... Sugiro que sacrifiquemos ele ainda hoje.

-Não da tempo, vou embora para Atlanta de tarde... - soltei, finalmente dizendo o real motivo de eu ter ido fazer a tal consulta. Ele suspirou se endireitando na cadeira não parecendo muito surpreso

- Seu pai me contou alguma coisa sobre isso na noite passada.

- Ah. - excalmei sem saber ao certo o que dizer. Ficamos em silencio por um bom tempo ate que ele soltou:

- Mas explodir o banheiro masculino com uma bomba de batatas! - disse o Doutor rindo - Acho que isso foi demais ate pra você não acha ?

- Que nada. - disse - Era um internato feminino Doutor! Nem os seladores usavam aquele banheiro...

Ele se pos de pe indo em minha direção, e com suas grandes, quentes e bondosas mãos ele afagou minha cabeça desarumando ainda mas meu cabelo.

- Ei! - protestei e tirando uma chuchinha do bolso da calsa o prendi em um rabo de cavalo. Ei, por que não fiz isso antes ?

- Vou sentir sua falta. - disse o Doutor - Todos daqui vamos.

- Ok, ok. Mudando de assunto... - odeio climas de despedidas - Eu não esqueci do senhor! - tirei então de minha mochila o ultimo presente que nela abitava, ele sorriu e o abriu um tanto animado. Era uma gravata tematica estampada com aquele jogo de brocos de montar. Eu sei, eu sei. Não é o melhor presente do mundo mas foi o melhor que eu consegui fazer com o pouco de grana que eu tinha e alem do mais no final o que vale é a intenção não é ?

- Nossa! - disse ele parecendo surpreso

- Pode ir na loja trocar se quiser...

- Esta brincado! As crianças vão adorar! - ele então tirara a gravata que usava por baixo do jaleco e vestira sua nova. Aquilo me fez corar, ele realmente avia gostado do meu presente! - Ah, é mesmo. - dizia ele agora parecendo que avia se esquecido de alguma coisa - Não comprei nada pra você...

- Não se preucupe com isso.  - disse antes que ele fisesse sua famosa carinha de cachorro chutado do caminhão de mudanças - Meu skate, um saquinho de nachos e um bom livro são tudo o que eu preciso para ser feliz! - ele não pareceu se convenser

- Qualquer coisa, o que você quiser eu vou comprar agora mesmo! - como se isso fosse possivel sendo ele um dos unicos medicos de plantão aquela hora da manha. Me pus então a encarar a gravata que ele tirara e que agora segurava em sua mão esquerda.

- Isso. - disse apontando para ela - Quero isso.

Ele abriu um meio sorriso e esperou um minuto achando que avia feito alguma piada mas nunca falara tão serio em toda minha vida. E então sem reclamar ele me entregara, a pus em volta da cintura como um cinto que graças ao horrivel sueter de lã florido não caiu nada bem. Mas quem estava ligando ? Eu que não. Estava ocupada demais tentando descer das nuvens... Dr. Patrick me deu um presente! E vai sentir minha falta!

Derrepente sua expreção mudou para uma de preucupação, meu rosto provavelmte ficara vermelho denovo.

- Bem, melhor eu ir ou se não a bruxa má do oeste vai acabar tendo um colapso la em casa.

Nos suspiramos, nos abraçamos e finalmente nos despedimos. Depois disso nada mas conseguiu ficar armacenado na minha cabeça por muito tempo, me dei conta disso quando me vi sentada na cadeira do avião que ia a Atlanta. Nem me lembrava mais de ter antes ido a minha casa.

" Se cuida tampinha. " - foi a ultima frase que ouvi saindo da boca da pessoa que nesse mundinho preto e branco ja se importou comigo de verdade.

Abraçei forte Percy, meu alien de pelucia que usava a gravata do Doutor que eu o tinha emprestado.

Sabem aquela sensação de que tudo vai dar errado ? Dessa vez eu não sentia isso. De certa forma estava ate que otimista! Estava indo rumo ao desconhecido... mas ao menos teria a chance de ficar longe da rata de escritorio por um bom tempo.


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Notas finais do capítulo

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