A apresentação foi maravilhosa, ousada, mas de forma alguma vulgar. Todos adoraram principalmente os garotos, que ficaram hipnotizados, incluindo Damon que ficou bastante espantado com Juliana, ela ás vezes é tão tímida. Seus olhos curiosos e atentos acompanhavam cada passo, movimento e/ou rebolado. Foi uma coreografia bastante ousada para uma garota que teve vergonha de assistir uma cena de sexo implícito ao lado dele.

É claro que ele gostou, e muito por sinal. Mas sua cabeça andava muito confusa e apenas piorava com o tempo. Ele decidiu se afastar dalí.

Após terminar a apresentação, Juliana sorrindo entre os aplausos e gritaria dos espectadores procurou Damon com os olhos, mas ele já não estava mais ali.

Agora a garota desajeitada e introvertida, que passava por despercebida pelos colegas da escola ia começar a lidar com a popularidade, afinal ela era a nova Capitã. Os garotos top’s do colégio estavam ao seu redor batalhando como abutres por seu número do celular. Enquanto Damon se afastava mais e mais da festa.

- Parabéns! Disse Elena se aproximando da meia-irmã e tropeçando em três garotos consecutivamente.

- Muito Obrigada! Disse Juliana. – Cadê o Damon? Perguntou vasculhando o estacionamento com a visão.

- Damon? Disse Elena não muito contente. – Não sei... Deve estar por aí... Por quê?

- Nada não! Eu estava conversando com ele a pouco... Disse ela.

- Ah... Disse Elena.

- Meninos se afastem! Minha amiga não é pro bico de vocês! Disse Caroline tentando espantar o aglomerado de garotos que assediavam as novas líderes.

- Me liga! Disse um deles saindo empurrado por Caroline.

- Não caia na lábia deles! Eles não prestam! Alertou Caroline.

- Não esculacha Carol! Disse Aaron. – Não somos tão ruins assim!

- Ah é?! Então por que não notaram ela antes? Perguntou Caroline.

- Simplesmente porque ela se escondia...  Era muito quieta... Você está na minha aula de Álgebra II, dança muito bem, aliás! Exclamou Aaron.

- Obrigada... Disse Juliana derretida com o elogio, Aaron era notavelmente bonito e simpático.

- Que tal eu te levar para um lugar longe desses caras alvoroçados? Perguntou Aaron jogando todo o seu charme na mais nova capitã.

- Está vendo! Eu disse que não prestavam! Exclamou Caroline.

- Deixa para a próxima! Acho que vou pra casa agora... Disse Juliana.

- Então tá! Disse Aaron coçando a cabeça, nunca uma garota tinha rejeitado sua companhia e muito menos dispensado ele.

Sozinha em seu quarto, Juliana comemorava o sucesso da sua apresentação dançando mais um pouco.

Era noite e ela rebolava na frente de seu espelho ouvindo E.T. (Futuristic Lover) – Katy Perry(http://www.vagalume.com.br/katy-perry/e-t-futuristic-lover-traducao.html). Foi quando Damon entrou pela janela que estava aberta e se posicionou na cama da garota.

Ele tentou se afastar dela, mas quanto mais ele tenta mais ele pensa em Juliana. A moça viu Damon entrar pelo espelho, surpresa e envergonhada ela resolveu parar de dançar, porém já tinha requebrado na frente da escola inteira, sentir vergonha de uma pessoa só não fazia sentido então ela voltou a dançar.

O problema foi que Juliana se empolgou demais na coreografia e Damon que estava envolvido com os movimentos resolveu se juntar a ela.

A garota aceitou o parceiro. E começou um jogo de insinuações, as mãos do vampiro percorriam a cintura de Juliana, enquanto as mãos dela seguravam a nuca deste.

Despida de qualquer timidez ela se deixava guiar pelo vampiro até que se deparou com a profundeza dos olhos azuis de Damon, o coração dela disparou, mas ela não conseguia parar de dançar.

Damon conseguia sentir o coração de Juliana, ele era um vampiro, o problema é que ele sentiu também seu próprio coração disparar.

Eles estavam muito próximos, o cheiro do hidratante de pêssego de Juliana e o cheiro natural de sua pele pareciam convidar o vampiro, “como se precisasse de um convite!”. Damon sentia o calor que ela exalava, enquanto ela cantarolava junto com a música, seu hálito quente e instigante tocava bem de leve o rosto dele, provocando-o. Ele tentava se controlar, pois de dentro dele estava crescendo uma sede incessável de sangue, mas não era qualquer sangue, Damon queria o sangue dela.

Juliana se sentiu perdida naqueles olhos infinitamente cristalinos, eles a fitavam de uma forma selvagem, ao mesmo tempo em que crescia uma vontade imensa de agarrá-lo aproveitando o momento, também sentia um medo inexplicável, ela se sentia apita a fazer tudo o que ele quisesse. 

Damon começou a achar que não seria capaz de continuar resistindo, era uma vontade muito forte, talvez se ele pedisse só uma gota... Mas não! Ele não pediria, ele não queria machucá-la, mas ele queria aqueles lábios, queria aquela pele na dele.

 Foi então que ele enlaçou totalmente a cintura dela e a puxou para si, ela não resistiu e suas mãos se posicionaram nos ombros de Damon, nesse instante a música acabou e eles se soltaram, instantaneamente, como se estivessem acordado de um transe hipnótico.

Juliana se jogou na poltrona e agarrou uma almofada, tentando quebrar o clima estranho que tinha se formado ela pergunta:

- Você me viu dançar hoje no Lava-Carros? Não te encontrei outra vez...

Damon se jogou na cama e pegou o livro que estava na cômoda ao lado do abajur, “Drácula de Bram Stocker”:

- Vi sim! Tive que sair, contra tempos. Parabéns! Surpreendeu todos, inclusive a mim... Vem cá, você lê isso?

Ela pulou na cama e tomou o livro dele:

- Ora! Prefiro “Drácula” a “E o vento levou”!

- Pois eu prefiro livros mais reais! Exclamou Damon. – Você está em que parte?

- Estou na parte que ele vai para a Inglaterra...

- Vou acabar com a graça: Ele morre no final! Disse Damon.

- Eu sei... Disse ela.

- Sabe? Perguntou ele espantado.

- Essa já deve ser a décima quinta vez que eu leio esse livro. Respondeu ela rindo.

Damon envolveu a ‘amiga’ com um braço e os dois começaram a ler o livro deitados.