Mansão de vampiros!

Ainda estavam conversando na sala quando de repente a porta se abriu revelando Cream, Cosmo e Tails, que tinhas as respirações agitadas e os rostos mergulhados no medo. Todos os que estavam sentados se levantaram em um salto, principalmente Silver que não vira Blaze acompanhando os três.

– O que aconteceu? – perguntou Amy se aproximando do grupo com uma expressão preocupada. Cream tinha os olhos cheios de lágrimas, enquanto Tails e Cosmo tinham olhares preocupados e cheios de medo. – Onde está a Blaze?

– E-estavamos n-na praia q-quando... q-quando... – Tails tentava dizer, mas sua respiração estava muito acelerada para que alguma coisa coerente saísse de sua boca. Amy levou a todos os três para os sofás e os sentou lá.

Maria tentava consolar Cream que a abraçou com força enquanto chorava sem controle, enquanto isso Knuckles e Amy tentavam fazer com que ou Cosmo ou Tails falassem alguma coisa do que havia acontecido, mas os mesmo ainda pareciam estar em estado de choque. Os vampiros que estavam ali só podiam ficar olhando e esperando alguma resposta, mas um deles já estava começando a se fartar de ficar ali parado.

– Agora que se acalmaram podem nos dizer o que aconteceu?! – exclamou Knuckles também ficando impaciente. Tails respirou fundo mais algumas vezes antes de começar a falar.

– Estávamos na praia quando dois garotos apareceram. – falou olhando diretamente para seus amigos. – Blaze pareceu ficar desesperada quando os viu e pediu para que viéssemos aqui avisar vocês.

– E como eram esses garotos?! – perguntou Silver em um tom quase desesperado. Torcia para que não fossem aqueles garotos que estava pensando, mas sabia que esse pensamento estava certo.

– Quem são eles? – perguntou Tails apontando para os quatro vampiros que estavam na sala. Não os tinha visto quando entraram por causa da euforia que ocorrera.

– Longa historia. – disse Amy, tentando desviar a atenção da raposa de duas caudas para que ele não se envolvesse nessa confusão. – Agora nos diga Tails, quem são esses garotos.

– Um era um garoto de cabelos e pele branca com uma aura também branca envolta dele. – disse Cosmo relembrando a aparência de cada garoto. – E o outro tinha uma aparência meio estranha... Parecia que era um demônio.

A tensão no local aumentou. Aqueles que estavam inteirados no assunto só pensavam em uma coisa: eles conseguiam ficar a luz do dia sem problema algum. Isso era um grande problema já que agora nem a noite e nem o dia eram seguros.

– A Blaze não esta bem. – sussurrou Cream se afastando um pouco de Maria e chamando a atenção de todos. – Quando estávamos perto daqui eu olhei para trás e vi a Blaze sentada no chão se arrastando na nossa direção, mas ela tava virada na direção daqueles garotos que apareceram perto dela e... Um parece que quebrou a perna dela enquanto o outro a sufocava! Eu ouvi ela gritando de dor! Eu ouvi!! E mesmo assim estava com medo de mais para poder fazer alguma coisa!!

Cream voltou a chorar enquanto a preocupação tomava conta do rosto de cada um na sala. Maria já não sabia como consolar Cream. Havia ficado em choque pelo o que havia acabado de ouvir. Não conseguia acreditar que Blaze, a garota mais forte e corajosa havia sido não só machucada, como também seqüestrada. Nem mesmo o resto dos amigos dela conseguiam acreditar nisso, não depois de vê-a enfrentando tanta coisa perigosa por eles, não depois de serem testemunhas da vida que ela levava e como ela a encarava como algo normal.

– Droga. – sussurrou Silver para logo depois começara a andar na direção da porta, sem ligar para as miradas confusas de todos na sala.

– E onde você pensa que vai Silver? – perguntou Shadow fazendo o mesmo parar e dar uma pequena olhada para trás, impressionando a todos. Seus olhos ao invés de estar da cor dourada de sempre estavam tornando um azul claro brilhante que se expandia por toda a região do olho, não só a ires.

– A onde mais? Vou salvá-la. – disse em um tom rude voltando a andar na direção da porta. De repente Sonic apareceu na sua frente de braços cruzados e uma mirada reprovativa, pouco usual.

– Sabe que ainda está de dia, não sabe? – perguntou vendo diretamente o garoto albino que tinha o rosto sério, mas os olhos cheios de fúria e ódio.

Ele apenas ignorou o garoto de cabelos azuis e deu-lhe a volta, continuando a caminhar na direção da porta sem ligar a mínima para nada. Em sua mente só passava as varias maneiras de fazer Nazo sofrer pelo o que tinha feito. Mas antes que pudesse chegar a porta as sombras em seus pés começaram a se mover, formando tentáculos que prenderam seus braços e suas pernas, virou o rosto para trás e mirou a Shadow que estava encostado de braços cruzados na parede.

– Shadow! Deixe-me sair agora!! – exclamou mostrando seus caninos afiados e tentando escapar das sombras do moreno que apenas continuava com uma mirada séria. Amy viu que a coisa ia ficar pior do que já estavam, então começou a tirar seus amigos da sala (Cream, Cosmo e Tails) para que nada lhes acontecesse.

Enquanto subia a escada com eles pode ver de canto como Silver tentava se soltar de todas as maneiras e ficava ainda mais furioso. Não sabia que o garoto era tão apaixonado pela sua amiga, afinal, depois de todas as noites que ele a atacou não pensava que ele iria ser o primeiro a ter uma iniciativa maluca como essa.

– Sabe muito bem que não posso te deixar sair. – falou Shadow ainda sério segurando com mais força o garoto albino que fazia de tudo para escapar. – Se você for lá fora e for exposto a luz do sol ou vai acabar morrendo por perda de energia ou vai matar toda a população da cidade.

– Não vou deixar que me impeça de ir salvá-la! – gritou Silver canalizando sua energia envolta de seu corpo formando ondas verdes de energia. Elas começaram a aumentar lentamente fazendo com que boa parte dos objetos da sala começassem a tremer enquanto as sombras de Shadow perdiam lentamente a força.

Com um grunhido Silver fez a energia a sua volta se expandir fazendo as sombras que o seguravam desaparecerem e lançar tudo na sala para trás. Até mesmo Sonic e Rouge não conseguiram se segurar com tamanha força. A sorte de Maria e Knuckles era que eles estavam perto do sofá o que proporcionou uma queda mais macia que a dos dois vampiros que caíram no chão.

Silver ia voltar a andar se Shadow não tivesse aparecido na sua frente fazendo rapidamente um pequeno desenho na testa de Silver com o dedo. De repente, apareceu envolta do garoto albino uma luz vermelha que cortara o chão fazendo um circulo envolta dele. A luz fora tão intensa que fez várias pessoas na sala fecharem os olhos para não ficarem segas. Quando voltaram a abrir os olhos a única coisa que puderam ver era Silver batendo em uma espécie de parede invisível que no lugar onde ele batia aparecia uma espécie de ondulação vermelha.

– Me deixa sair daqui agora!! – esbravejou o garoto esmurrando sem parar.

Amy chegou na sala nesse instante e ao ver o selo em Silver ergueu uma sobrancelha de surpresa. Quando chegou ao final da escada falou fazendo todos olharem para ela.

– Não sabia que vampiros sabiam fazer magia. – falou colocando uma mão na cintura e inclinando ligeiramente o quadril para o lado. Ela aproveitara que havia subido e tomara um banho rápido e vestir outra roupa. Agora usava uma saia azul marinha, uma blusa branca de abotoar na frente e uma bota rosa com detalhes pretos.

– Chegou na hora princesa. – falou Sonic com um sorriso divertido no rosto. Amy apenas bufou fazendo o garoto rir. – Na verdade só os vampiros mais velhos conseguem usar essa magia. Ela é uma magia de selamento considerada também perdida. Como eu e o Shadow somos vampiros primários temos o conhecimento dela desde pequenos então para nós é fácil utilizá-las.

– Que droga!! Enquanto estamos aqui conversando a Blaze está em apuros!!! – gritou o garoto albino batendo com mais força na parede invisível que tinha em sua volta causando mais ondulações vermelhas. – Me tirem logo daqui que eu posso ir salvá-la!!

– Se você sair não só pode perder contra eles como também pode acabar matando a própria garota. – falou Shadow sério.

– Mas... – Silver ia voltar a reclamar quando Maria se levantou do sofá que havia caído e disse com seu tom doce de voz e um pequeno sorriso no rosto.

– Pode deixar que eu vou lá olhar. Talvez ela tenha conseguido escapar e esteja escondida em alguma parte. – falou tentando acalmar as coisas. Por dentro estava morrendo de medo de sair, mas tentara esconder esse medo e ajudar pelo menos uma vez seus amigos.

– Não! – disse Knuckes, Amy e Shadow ao mesmo tempo.

– Se eles ainda estiverem lá fora vão te pegar também. – falou Amy preocupada com a amiga que era sempre a mais fraquinha do grupo e sempre precisava de ajuda com os problemas.

– Se tem alguém que tem que ir sou eu. – falou Knuckles apontando para se mesmo, mas antes que Rouge pudesse reclamar algo ele voltou a falar. – Sou o mais forte de vocês e devo ter mais chances com eles.

– Mas se não formos logo ela pode estar machucada e agonizando em algum lugar! – exclamou Maria – E vocês sabem que eu sou a que corro mais rápido de qualquer um de vocês, sem falar que são sempre vocês os que me salvam. Quero pelo menos uma vez ajudar ao invés de ficar aqui esperando e chorando.

Todos ficaram em silêncio ao ouvir o que a garota havia dito. Seus amigos nunca imaginaram que ela se sentia mal com eles não a deixando ajudar, sempre acreditavam que ela era a mais fraca do grupo e que devia ser a que mais devesse ter atenção junto com Cream, mas ao parecer isso a magoava.

Maria suspirou e começou a andar na direção da porta. Passou por Shadow e Silver sem mirar nem uma vez o moreno que ainda não queria que ela fosse. Quando Maria estava prestes a abrir a porta Shadow apareceu na frente dela impedindo sua passagem.

– Você não vai a lugar nenhum. – disse em um tom autoritário que daria calafrios em qualquer um, mas Maria apenas o mirou com um olhar indiferente, seus olhos para ele já não tinham qualquer brilho o que o fez se sentir ainda mais culpado.

– E você se importa pra onde eu vou ou deixei de ir? – perguntou dando a volta nele e abrindo a porta sem se importar se batia nele ou não. Shadow não pode evitar sentir um aperto no lugar onde devia estar seu coração.

Virou-se para falar com ela, mas a garota já tinha fechado a porta na sua cara. Soltou um largo suspiro para logo depois se dirigir até o sofá. Agora tinha certeza que era um monstro, pois ferira o coração de uma garota tão doce como Maria.

Maria corria pela praia gritando o nome de sua amiga a toda hora. Olhava para todos os lados e se mantinha alerta para qualquer movimento a sua volta. Só parou quando viu uma mancha vermelha na areia que era tão branca quanto leite. Levou à mão a boca e torceu para não ser de quem pensava que era. Olhou em volta para ver de encontrava sua amiga, mas a única coisa que encontrou foi um pequeno envelope.

O abriu com cuidado e leu a pequena carta que tinha lá dentro. Seus olhos se enchiam de lágrimas a cada palavra a mais que lia. Não podia acreditar que eles eram tão maus a ponto de fazer isso.

Os outros esperavam em casa, todos preocupados pelo o que podia acontecer com Maria e pelo o que havia acontecido a Blaze. Silver quase tinha um treco naquele selo que Shadow o havia colocado. De repente a porta se abriu revelando a garota loira de cabeça baixa, com a sombra da franja tampando seus olhos.

– O que houve? – perguntou Amy se aproximando de Maria que apenas mostrou o pequeno papel que trazia na mão. Rouge o pegou e começou a ler em voz alta.

“Caro Silver,

Espero que com essa pequena surpresa você tenha tido a primeira dose do que pretendo lhe dar. Já vou lhe avisando que a garota esta bem, mas talvez não fique assim por muito tempo, tudo depende de você. Queria que soubesse também o que pretendo fazer com ela enquanto estiver em meu pequeno cativeiro particular: Como ela já esta com a perna quebrada, um ferimento profundo na outra, uma mão quebrada e provavelmente com vários órgãos internos danificados, penso em dar apenas mais uma pequena dose de sofrimento para ela o que acha? Acho que pedirei a Mephiles que dê algumas ilusões bem terríveis para ela, só para começar. Ela parece estar beirando a morte no momento, não para de gritar de dor. Não vou matá-la, ainda, mesmo que isso parece ser bem tentador para acabar de uma vez com o sofrimento dela. Mas quero te lembrar que tudo o que acontecer com ela será culpa sua.

Atenciosamente, Nazo”

Os olhos de todos se arregalaram com a carta. Até mesmo Rouge que conhecia bem a Nazo por causa de uma pequena disputa que eles tiveram no passado não imaginava que ele pudesse enviar uma carta como essa só para provocar a Silver.

– Eu vi enquanto estava na praia uma pequena mancha de sangue na areia. – falou Maria ainda de cabeça baixa. Ela prendera o choro todo esse tempo, mas isso estava se tornando cada vez mais difícil. – Acho que é de quando eles fizeram o corte na perna dela.

Silver serrara os punhos com força. Não estava com raiva só de Nazo como também de se mesmo. Se tivesse ignorado esse sentimento, se tivesse se mantido distante dela, ela ainda estaria ali, viva. Podia sentir a raiva subindo lentamente em suas veias. Não só raiva, como também ódio, fúria, insanidade.

– Eu vou matá-lo. –sussurrou, mas todos na sala puderam ouvir e sentir calafrios percorrendo o corpo com o tom sombrio que o ouriço prata tinha. Ate mesmo Shadow e Sonic se estremeceram. – Vou fazê-lo pagar pelo o que fez.

De repente todos os moveis do quarto começaram a tremer e a sair do lugar enquanto uma aura sombria envolvia a Silver deixando seu corpo de uma cor ligeiramente acinzentada. Seus cabelos se levantaram, ficando apontados para cima de uma maneira ameaçadora enquanto seus olhos e suas tatuagens começavam a brilhar de um azul claro e sombrio. Seus caninos cresciam mais que o normal enquanto o resto de seu corpo tomava uma aparência mais selvagem.

– Shadow temos que pará-lo antes que complete a transformação!! – exclamou Sonic sentindo a energia do garoto cada vez mais poderosa.

– Eu sei! – exclamou Shadow de volta se aproximando do albino e fazendo outro desenho no mesmo. Uma luz branca intensa apareceu na cabeça do vampiro selado, mas o tanto que ela aumentava diminuía no mesmo instante. – Sonic preciso de ajuda!!

– Que ironia o irmão mais velho pedindo ajuda para o caçula. – falou Sonic se aproximando com um sorriso divertido no rosto.

– Deixa de brincadeira e faz logo o símbolo!! – gritou Shadow o que Sonic só assentiu e fez o mesmo desenho que Shadow só que atrás do garoto albino. A luz branca que saia no lugar que Sonic havia desenhado se juntou com a de Shadow se expandindo no mesmo instante.

Quando todos voltaram a abrir os olhos, que haviam fechado por causa da luz, viram o garoto desacordado dentro do selo, enquanto Shadow e Sonic arfavam quase caindo no chão. Todos os moveis haviam parado de se mover e Silver havia voltado a forma normal.

– O que aconteceu? – perguntou Amy sem entender. – Outras daquelas magias perdidas?

– E-essa princesa, é denominada de Chama Adormecida. – disse o garoto de cabelos azuis quase sem fôlego. – Ela neutraliza os poderes de um vampiro o deixando em um estado de animação suspensa por alguns minutos. E sim, é uma das magias perdidas.

– Parece que Nazo conseguira o que queria. – falou Rouge se aproximando dos outros dois vampiros que ainda observavam o garoto albino dormido. – A fúria de Silver.

–0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-

Estava amordaçada e tinha as mãos presas fortemente com uma corda que começara a cortar seus pulsos. Sem falar que sua perna quebrada doía horrores, o ferimento que tinha na outra tinha parado de sangrar por um tempo, e a faca ainda estava lá, sendo que tinha a mão quebrada, mas já nem a sentia mais, não conseguia nem movê-la. Bom... por enquanto já conseguira dobrar a perna de uma tal maneira que sua mão amarrada nas costas conseguia alcançar a faca, retirando-a rapidamente para não sentir muita dor.

O corte era profundo, mas pelo menos iria conseguir utilizar a faca para cortar as cordas de seus pulsos. Mas antes que pudesse começar a cortar a corda a faca saiu de sua mão e foi até um canto escuro do cubículo escuro onde estava. Encolheu-se mais na parede e pode ver as duras custas uma silhueta de, ao parecer, um garoto que segurava sua faca. Já que só havia uma pequena luz no quarto, que na verdade estava prestes a se apagar, não podia saber quem era o garoto, até o momento que ele se aproximou.

Pressionou-se ainda mais contra a parede ao ver o garoto de aura branca a sua frente. Ele tinha um sorriso sínico no rosto e ficara a apenas alguns passos dela. Ele se ajoelhou para ficar na sua altura e levou uma mão em seu rosto, o acariciando delicadamente.

– O Silver escolheu bem, você é mesmo bem bonita. – falou descendo sua mão até o pescoço. Blaze o mirava de uma maneira assassina se pressionando ainda mais na parede. – Por que será que ele não te transformou? Não me diga que foi a mesma desculpa de amigos e família. Hahahahahahahahaha!!!! Silver foi sempre um tolo.

Blaze usava apenas sua perna direita que só tinha o machucado. A esquerda havia quebrado na canela, mas mesmo assim não conseguia nem movê-la por causa da dor. Torcia para que aquele garoto não fizesse nada, ou que pelo menos não a Silver.

– Imagino... – continuou chamando a atenção da garota que tinha seus pensamentos focados no vampiro de cabelos prateados. – Como seria se eu te transformasse agora, você seria minha vampira?

Blaze queria dizer nunca, mas como tinha esse pano tampando sua boca só saia um alto gemido que a duras penas devia ser entendido, mas seus olhos também diziam a resposta, já que neles um fogo de ódio e fúria brilhava intensamente, o que fez Nazo rir alto. Ele levou a mão até o machucado de sua perna e tocou levemente o sangue que por ali escorria, para logo depois levar a gota que havia ficado em seu dedo até a boca, saboreando-o.

– Você tem um sangue doce, igual ao que ele tinha quando era humano sabia? – falou para logo depois levar o rosto até seu pescoço e respirar o forte aroma dela. Blaze queria se separar dele, mas com as mãos amarradas não era possível. – E da amiga dele. Não é mesmo Brianna?

Agora Blaze estava mais que confusa. Esse não era seu nome, e como ia saber que o sangue de uma das amigas de Silver quando ainda era humano era doce como dela, se é que seu sangue é doce, sendo que ele viveu uns trezentos anos atrás?

Seus pensamentos acabaram quando sentiu a mão dele sair de seu pescoço e descer até seu corpo, ameaçando pegar em seus seios, passando por sua cintura, descendo pelo quadril e indo até a coxa. Contorcia-se desesperadamente tentando fazer com que ele parasse, mas tudo o que conseguia era fazê-lo rir. Ele continuou passando a mão em sua perna, para logo depois passar para o ventre, rasgando um pouco a blusa branca que vestia.

O medo começou a invadi-la, um medo que não sentia há tempos, o medo de ser violada. Em um movimento involuntário de puro pavor usou sua perna direita para tentar dar uma joelhada no garoto que saiu de perto rapidamente. Ele tinha um sorriso malicioso no rosto enquanto Blaze o mirava com medo, deixando de lado toda aquela coragem que tinha no inicio, o que fez ele sorrir ainda mais.

Só agora que Blaze havia notado que ele rasgara não só sua blusa como também seu short, o deixando mais curto do que já era. Sentia-se violada, usada, mesmo que ele não tivesse passado das caricias, mas mesmo assim sentia seu corpo sujo. Encolheu-se ainda mais na parede podendo sentir as lágrimas escorrendo por seu rosto.

– Vou te fazer um favor garota. – falou o garoto ainda sorrindo e se afastando um pouco, para o alivio de Blaze. – Vou te mostrar a vida passada de sua alma. A vida que você mesma compartilhou com esse vampirinho de araque. Mephiles. – das sombras apareceu aquele garoto demoníaco que tinha os olhos brilhando de emoção e um sorriso malévolo no rosto. – Podia fazer as honras?

– Mas é claro. – disse ele fazendo as sombras debaixo dele irem igual a tentáculos na direção de Blaze a alcançado em segundos e a mandando para um lugar completamente estranho. A ultima coisa que conseguiu ouvir antes de cair completamente na visão foi:

– Ah! Achei que gostaria de saber que vamos sair e pegar mais um de seus amiguinhos. – falou seu violador desaparecendo lentamente. – Uma loirinha que esta envolvida com nosso amigo Shadow. Sabe quem é, não é mesmo?

Logo depois não os via mais. Havia se deixado levar pela visão.

Estava correndo pelo o que parecia um pequeno vilarejo, a seu lado estava Silver junto com mais dois garotos, um garoto moreno de cabelos cinzas com manchas pretas e um outro garoto de pele clara de cabelos alaranjado com pequenas partes brancas. Todos corriam na direção o posta a das outras pessoas que gritavam desesperadas.

Quando chegaram ao local onde ao parecer era a origem de todo esse pânico pode ver várias casas pegando fogo enquanto corpos jaziam sem vida no chão, onde uma sombra de um garoto, não muito mais velho que eles, passava com os olhos brilhando e o sangue tinto escorrendo por sua boca semi-aberta, mostrando seus caninos pontiagudos.

– Temos que ir embora!! – gritou o garoto de cabelos cinza dando a volta e começando a correr. Silver pegou sua mão e começaram a correr na direção da floresta que tinha a alguns metros do pequeno vilarejo.

Virou um pouco o rosto para trás e pode ver como o garoto respirava fortemente o ar e logo depois olhava para a direção deles com um sorriso cheio de desejo e gula. Sentiu um calafrio percorrer seu corpo e voltou a prestar atenção no caminho a sua frente. Não queria perder nenhum de seus amigos, mas ao parecer o destino já estava marcado para eles.

O garoto de cabelos laranja acabou tropeçando e caindo de cara no chão. Pararam para voltar e ir buscá-lo, mas quando deram a volta viram o assassino segurando o pescoço do garoto e o apertando com tanta força que fez com que a cabeça se separasse do corpo. Segurou um grito de terror e logo sentiu Silver pegando mais uma vez em sua mão e a puxando de volta na direção da floresta junto com o garoto de cabelos cinza.

Adentraram na floresta com aquele assassino bem aos seus encalços. Em um momento de distração o garoto de cabelos cinza acabou se separando deles. Silver continuava correndo adentrando ainda mais na floresta e a puxando junto. Podia sentir como a mão dele apertava ainda mais a sua e podia ver seu rosto cheio de preocupação e desespero. Não sabia o que ele pensava, mas sabia que ele queria tirá-la do perigo, afinal ele sempre atuara como um irmão mais velho super protetor.

– Acho que o despistamos. – disse parando de correr e olhando para todos os lados. Realmente parecia que havia despistado o assassino, mas as aparências enganam.

– Cuidado! – gritou empurrando a Silver para o lado quando viu um vulto sendo jogado contra eles. Acabou caindo encima do amogo enquanto o vulto se chocou com uma preda.

Qual não foi a surpresa dos dois quando viram o corpo inerte do garoto de cabelos cinza no chão, com os olhos esbugalhados um buraco no peito e a cabeça virada totalmente para trás? Desviou o olhar rapidamente do corpo de seu amigo, não queria que a ultima imagem que tivesse dele fosse essa.

Levantou-se junto com Silver e olharam no mesmo lugar que o corpo do garoto havia sido lançado e lá apareceu o assassino que atacara a aldeia onde moravam. Ele tinha um sorriso divertido no rosto enquanto os mirava com os olhos brilhantes de emoção.

– Desgraçado, como ousa fazer isso?! – gritou Silver se colocando na sua frente em uma posição ofensiva e defensiva ao mesmo tempo.

O assasssino apenas sorriu e com um pequeno movimento de mão ele lançou uma espécie de onda de energia que ao atingir os dois os lançou para trás, mas em lugares distintos. Silver atingiu uma árvore enquanto ela acabou batendo em uma pedra e caíra em cima do corpo do garoto de cabelos cinza. Antes que pudesse soltar se quer um grito, o assassino usou novamente sua onda de energia a lançando em uma árvore ali perto. Logo depois ele dirigiu sua atenção a Silver e usou suas ondas de energia nele o lançando para o alto e logo depois caindo com tudo no chão.

Ficou assim por alguns minutos até Silver ficar apenas meio consciente no chão. Viu como o assassino se aproximava dele e o segurou pelo pescoço o levantando com suma facilidade. Sentiu o pânico de perdê-lo passando por seu corpo e com as mãos rastreou pelo chão procurando alguma coisa que pudesse usar para chamar a atenção dele, achando uma pedra que poderia ser útil.

Levantou-se do chão e tacou a pedra no garoto assassino que apenas a mirou sem muito interesse e logo depois voltou a se concentrar em Silver que cada vez ficava mais débil. Olhou rapidamente em volta e achou uma pedra pontiaguda que poderia usar.

A pegou rapidamente e foi ate o garoto fincando a pedra em suas costas o fazendo soltar a Silver que tossiu algumas vezes até se recuperar. O assassino se afastou um pouco tentando tirar a pedra de suas costas.

– Vamos Silver, temos que sair daqui. – falou tentando ajudar o amigo a se levantar. Mas o mesmo estava muito machucado e ao parecer não ia conseguir se levantar tão cedo.

– Saia você daqui Brianna eu não vou conseguir. – falou entre tossis, mas se negava a deixá-lo com aquele garoto assassino.

– Não, não vou te deixar aqui! – exclamou conseguindo levantá-lo e começando a andar para tentar sair de perto do assassino, mas o mesmo conseguira tirar a pedra e os atacara mais uma vez, fazendo os dois se separarem.

– Não vou deixar que me atrapalhe sua garota insignificante. – falou o garota assassino em um tom de desprezo usando mais uma vez suas ondas de energia e a mandando longe.

O garoto assassino se dirigiu para Silver que estava um pouco em pé. Ele sorriu e se preparou para lançar mais uma onde de energia, só que mais forte, tanto que poderia matar a qualquer um. Não sabia da onde tinha tirado a força e a velocidade para se levantar e correr atá onde estava os dois garotos, a única coisa que tinha em sua mente era salvar a Silver. Quando percebeu já estava na frente de Silver e recebendo todo o ataque do garoto assassino.

– Brianna!!!! – ouviu Silver gritar, mas foi antes que todos os seus ossos quebrassem e já não tivesse sentido de nada. Estava morta.

Abriu os olhos de golpe e esculpiu um pouco de sangue pela tela do pano que havia saído um pouco de sua boca ao se contorcer no chão por causa da visão. Sentia seu corpo todo doendo sem falar que sua cabeça estava dando voltas e mais voltas de confusão. O que diabos era aquilo que viu? Mas isso não importava no momento. Lembrou-se que a ultima coisa que o ouriço branco havia dito era que iriam pegar uma ouriça loira, ou seja, Maria!! Tinha que sair de lá antes que eles pegassem todos os seus amigos.

O único problema era que mal conseguia se mexer. Era como se todos os ossos de seu corpo estivessem quebrados, como havia acontecido na visão a impedindo se quer de se sentar novamente já que havia acabado caindo no meio da visão. Agora tinha que torcer para que nada acontecesse a eles.

–0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-

Já havia anoitecido e como não podiam fazer mais nada para tentar salvar Blaze, se preparou para ir dormir, por mais que não quisesse. Vestiu apenas um bermudão e deitou na cama. Ficou algum tempo apenas mirando o teto pensando em tudo o que havia acontecido e logo depois fechou os olhos e tentou dormir.

Mas nem um minuto depois sentiu como alguém adentrando na coberta e se acomodando em seu peito. Abriu uma brecha do olho e viu a garota albina deitada prazerosamente a seu lado.

– Você não consegue ficar longe de mim, não é? – perguntou em um tom brincalhão fazendo Rouge se sobressaltar já que pensava que ele estava dormindo. Olhou para cima e viu o ligeiro sorriso que ele tinha no rosto, a fazendo corar, coisa que a muito tempo não acontecia.

– Desculpa. – sussurrou se pressionando mais contra ele, mas não era no sentido malicioso, só queria senti-lo perto de si, de uma maneira que sabia que ele não poderia deixá-la sozinha. – Só não queria ficar sozinha, sem falar que com o grupo de Fiona a espreita, fiquei preocupada de eles te pegarem também.

– O que houve? Por que não queria ficar sozinha? – perguntou Knuckles estranhando um pouco. Afinal ela era uma vampira e vampiros na maior parte das vezes passam a eternidade sozinhos.

– Bom... – Rouge duvidou um pouco se contava ou não, mas era melhor não ter segredos nesse momento. – Quando eu ainda era humana eu me apaixonei por um cara que, digamos... Não era muito próprio. Um dia ele me convidou para ir a casa dele para termos um encontro. Eu como só tinha dezenove anos e era uma criança apaixonada fui com esperanças de finalmente termos um relacionamento concreto. Mas ele apenas se aproveitou de mim e foi nessa mesma noite que descobri que ele era um vampiro. Além de me fazer dele, ele ainda me mordeu. Logo depois de tirar tudo o que queria de mim ele foi embora e me deixou sozinha agonizando.

Knuckles ficou surpreso. Sabia que existiam pessoas ruins no mundo só não sabia que poderia fazer tal coisa. Rouge se encolheu ainda mais e o abraçou com mais força. Knuckles percebeu a aflição da garota e acariciou sua cabeça cuidadosamente.

– Não precisa se preocupar. – sussurrou fazendo com que ela o mirar um pouco estranhada coisa que ele apenas sorriu. – Não vou te deixa sozinha. Prometo.

Rouge sorriu e deu um ligeiro beijo nos lábios do garoto que ficou vermelho no mesmo instante. Rouge soltou um pequeno risinho e voltou a se acomodar no peito dele. Sabia que não estava sozinha.

–0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-

Já havia vestido sua pequena camisola rosa claro para dormir. Já ia se deitar quando ouviu alguém batendo na porta, soltou um suspiro e foi ver quem estaria na porta, encontrando com o garoto de cabelos azuis que tinha um sorriso divertido no rosto. Suspirou mais uma vez e, colocando as mãos na cintura, falou.

– O que está fazendo aqui?

– Vim ver se está tudo bem princesa. – falou olhando descaradamente de cima a baixo para ela, coisa que irritou muito a garota.

– Estou bem obrigada, agora vá embora. – disse rudemente fechando a porta com força e se virando para voltar para sua cama e bem lá, sentado na mesma confortavelmente estava o garoto de cabelos azuis. – Qual a parte do “vá embora” você não entendeu?

– A parte de que tem quatro vampiros do mal a solta e um deles está atrás de você. – falou sorrindo ainda mais e se levantando, se aproximando dela ate a encurralar na parede. – E você pode precisar de um cavaleiro para te ajudar.

– Sim posso. – confirmou para logo depois um sorrir vitoriosa aparecer em seu rosto. – Mas seja quem for esse cavaleiro tenho certeza que não vai ser você.

Deu um pequeno empurrão nele dando um espaço para que pudesse passar e ir até a cama. Sonic sorriu, estava adorando esse jeito difícil da garota. Aproximou-se dela rapidamente e a tacou na cama, se posicionando em cima dela, segurando seus pulsos com uma só mão, a outra ficara sustentando seu corpo para não apertar muito a garota.

Ela o mirava, confusa e meio atordoada pela velocidade com que tudo havia acontecia. Só deu por si quando Sonic começou a beijar seu pescoço. Começou a se contorcer tentando fazer Sonic sair de cima de si, mas o garoto apenas sorriu e calou os insultos com um beijo apaixonado que a garota não pode evitar responder.

O beijo ficava cada vez mais intenso, tanto que Sonic soltou as mãos de Amy passando seus braços pela cintura da mesma enquanto ela passava as mãos recentemente soltas pelo pescoço do garoto. Demorou alguns minutos para Amy voltar a se e empurrar o ouriço para longe.

– Seu tarado, cachorro, pervertido. – disse tacando todas as almofadas que tinha na cama no garoto que apenas defendia o rosto com os braços e sorria travesso.

– Não me diga que não gostou? Pois para mim você estava adorando!! – disse ele fazendo a garota se irritar ainda mais.

– Sai logo do meu quarto!!!! – gritou tacando tudo o que encontrava no garoto que apenas ria divertido da reação da garota.

–0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-

Estava na frente da porta do quarto dela. Queria bater, mas ao mesmo tempo não tinha coragem de fazer. Suspirou frustrado e se dirigiu na direção da sala. Na escada pôde ver Silver sentado no chão com as pernas cruzadas e os braços também cruzados, na frente do peito. Ele tinha um rosto de desgosto e ao mesmo tempo de preocupação.

– Cansou de ficar preso ai? – perguntou chamando a atenção do garoto albino que apenas bufou em resposta.

– Será que agora pode me soltar daqui? – perguntou quando viu Shadow a alguns passos de distancia da onde estava preso. Estava, além de entediado, cansado de ficar naquele cubículo transparente.

– Só se prometer que não vai acabar saindo correndo para tentar salvar aquela garota. – falou Shadow cruzando os braços e mirando seriamente o garoto a sua frente. Silver apenas suspirou e assentiu com a cabeça, mesmo querendo realmente sair correndo e tentar ajudar a Blaze.

Shadow desfez o selo deixando Silver livre. No mesmo momento os dois puderam ouvir gritos e maldições junto com o barulho de varias coisas se quebrando. Os dois suspiraram e foram ate o sofá. Era mais que obvio que eram Sonic e Amy brigando mais uma vez. Esses dois faziam isso desde que se conheceram e até agora não admitiam que se gostavam.

– Esses dois vão acabar se matando um dia desses. – disse Shadow cansado de ouvir o garoto de cabelos azuis reclamando da garota e logo depois os gritos e brigas entre eles. Isso já estava ficando chato.

– Pelo menos eles estão se falando. – disse Silver fazendo o moreno soltar um grunhido de reprovação. Não queria falar sobre isso, notava-se, mas ao mesmo tempo Silver sabia que precisava fazer alguma coisa. – Ora Shadow qual seria a dificuldade de pedir desculpas a garota? Nota-se que você gosta dela, então por que a mantém distante?

– Eu não a mantenho distante. – falou cortante querendo acabar com o assunto, mas ao ver o rosto de Silver sabia que dessa não teria escapatória.

– Então por que não pede desculpas a ela por seja lá o que foi que você fez? – perguntou mais uma vez, o que o moreno só olhou para o teto e suspirou.

– Você também não teria coragem de falar com ela depois de ver o estado que ela estava quando saiu do quarto depois que conversamos. – falou desanimado, lembrando do rosto marejado da garota quando ela saiu correndo do quarto. Sentia-se muito culpado por causa disso, mas não tinha coragem de falar com ela.

– Acho melhor você se apressar Shadow, porque se não pode acabar perdendo-a. – voltou a falar Silver fechando os olhos e se deixando cair em lembranças do passado. Ele mesmo perderá alguém importante no passado, e nunca pode dizer a ela o que sentia.

–0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-

Estava sentada na sua cama olhando para a janela que mostrava a lua completamente cheia. Não tomara um banho, não trocara de roupa, na verdade não queria fazer nada além de olhar para a lua e deixar sua mente em branco. A tristeza ainda a dominava e as lembranças do que Shadow havia dito ainda retumbavam em sua cabeça sem parar, como se quisesse torturá-la e matá-la pouco a pouco.

Suspirou. O que poderia imaginar de alguém que sempre fora tratado como monstro? Sem falar que ele já era apaixonado por outra, o que ele veria nela alem do sangue? Simplesmente nada. Era apenas uma garota fraca, que chorava a toa, que não sabia se virar por si mesma e que tinha medo de tudo. Não havia nada em seu caráter que pudesse chamar a atenção do moreno.

– Maria. – ouviu uma voz grave atrás de si, assustando-a de sobremaneira. Olhou para trás rapidamente se encontrando com o garoto moreno que estava perto do outro lado da cama.

– Shadow, é só você. – disse em um tom de alivio colocando a mão no peito e sentindo o coração acelerado. – Quase me matou de susto.

– Eu queria pedir desculpas Maria. Pelo o que eu falei na noite passada. – falou surpreendendo a garota. O ultimo que ela pensava era que ele fosse se desculpar. – Realmente sinto muito.

– Tudo bem. – disse sorrindo gentilmente para ele. – Não precisa se preocupar com isso.

– Que bom. – ouviu ele sussurrar para logo depois ver um pequeno sorriso surgindo no rosto dele, o que a assustou mais ainda.

Nunca o vira sorrindo desde que se conheceram. Ele sempre estava sério e frio, com aquele rosto fechado e na maior parte das vezes mal humorado. E para ele sorrir assim tão de repente só tinha duas opções. Uma: ele havia mudado muito nas ultimas horas e Duas: não era ele. Torcia para ser a primeira, mas ao olhar mais atentamente para ele e ver dois olhos verdes ao invés de vermelhos teve certeza que era a segunda.

– Maria. – chamou, fazendo a garota o olhar tentando disfarçar o medo que sentia. – Quero te levar a um lugar para te recompensar o que fiz.

– Acho melhor não. Estou com sono e acho melhor ir me trocar para ir dormir. – mentiu. Por sorte sua voz tinha soado firme e até ela mesma acreditou no que havia dito.

– Não se preocupe vai ser rápido. – falou ele se aproximando e fazendo Maria se levantar e se afastar lentamente. – Não vamos demorar muito. Eu te prometo.

– Não quero. – disse firmemente se afastando ate bater as costas na parede.

– Ora vamos. Sou eu Shadow. – falou com a voz gentil e sedutora tentando persuadi-la. – Prometo que nada vai te acontecer. Confie em mim.

– Eu não quero! – gritou quando ele estava a alguns passos de distancia de si. – Não confio em você porque você não é o Shadow.

Logo depois de dizer, desviou dos braços do moreno que tentara segurá-la e correu até a porta, mas antes que pudesse pelo menos encostar a mão na maçaneta o garoto de aura branca apareceu na sua frente com um sorriso divertido no rosto.

– E eu pensando que você era a mais bobinha do grupo. – falou enquanto Maria se afastava, mas aquele garoto que parecia muito com Shadow apareceu atrás de se a impedindo de escapar. – Parece que seu plano não deu muito certo Mephiles.

– Fazer o que? – disse o moreno mudando lentamente de forma ate ficar do mesmo modo demoníaco que era antes. – Não pensei que ela conhecesse Shadow tão bem para não me reconhecer. Isso não importa agora, pegue-a!

Os dois garotos avançaram em sua direção, mas quando estavam prestes a pegá-la, Maria se abaixou e se esquivou para o lado fazendo os dois vampiros se chocarem fortemente um com o outro. A garota não perdeu tempo e correu na direção da porta, mas antes que pudesse abri-la o garoto demoníaco segurou seu braço e a puxou para trás fazendo-a soltar um grito.

Na sala Shadow ouvira o grito abafado da garota e não perdeu tempo em sair correndo para o quarto dela. Abriu a porta em um empurrão e, perto da janela, viu Mephiles parado de costas para a janela segurando os braços de Maria com uma mão e com a outra tampava sua boca. Já Maria adquirira um brilho de felicidade no olhar ao ver o moreno na porta.

– Solta-a Mephiles! – exclamou Shadow se segurando para não atacá-lo, já que como ele tinha Maria não podia arriscar que ele a machucasse.

– Receio que não possa fazer isso Shadow. – disse o garoto demoníaco enquanto um sorriso zombeteiro aparecia em seu rosto. – Ela é essencial para meus planos e não posso deixar que isso escape de minhas mãos com tanta facilidade.

– Sua briga é comigo Mephiles, então a deixe em paz!! – gritou já perdendo a paciência.

– Desculpe Shadow, mas não será possível. – disse para logo depois fazer as sombras que estavam no pé de Shadow subirem por seu corpo causando alucinações terríveis.

Shadow caiu de joelhos no chão enquanto segurava a cabeça com as duas mãos. Maria se contorcia nos braços de Mephiles tentando escapar e poder ajudar Shadow que agonizava no chão. Nesse mesmo momento Silver entrou no quarto, mas mal teve tempo de pronunciar uma palavra já que fora atingido por uma onda de energia de Nazo, o prendendo na parede.

Maria fazia de tudo para tentar escapar, mas o garoto era mais forte que ela e ao parecer estava se cansando dessa insistência dela. Com um rápido e único golpe na nunca da garota conseguiu fazê-la desmaiar. Nazo, ao ver sua oportunidade de atazanar mais o garoto albino se aproximou dele enquanto ainda tinha tempo e sussurrou.

– Você realmente sabe escolher uma parceira, amigo. – disse com um sorriso malicioso no rosto. – E o sangue dela, é tudo de bom.

– Não ouse tocar um dedo nela!! – gritou Silver tentando desferir um murro no garoto a sua frente que apenas riu com o intento frustrado.

– Logo, logo meu caro, você vai vê-la de novo. Só não garanto que não a faça minha nesse meio tempo. – disse dando uma longa gargalhada no final, para logo depois desaparecer junto com Mephiles e Maria.

Shadow, ainda cansado pelas torturas mentais que Mephiles ocasionara, olhava para a janela com os olhos nebulosos e cheios de dor. A havia perdido e nem pedira desculpas.

– Maria...